O Reitor do Santuário, Mons. Luciano Guerra, justifica a construção da nova Igreja da Santíssima Trindade:
"Foi entendimento do Santuário, anotado no primeiro Estudo de Estruturação Pastoral, redigido em 1974, que o movimento de Fátima justificava, e mesmo exigia, um espaço de culto, a que despreocupadamente chamávamos já "uma nova basílica", a qual teria de ser bastante mais espaçosa que a actual. Recebíamos então dois milhões de peregrinos por ano; temos hoje, ao que estimamos, entre quatro e cinco milhões. Com a democratização dos meios e vias de transporte a tornar muito fácil a viagem até Fátima, de Portugal e de muitas outras nações; com as condições laborais e escolares a deslocarem os peregrinos, primeiro para os domingos, depois para os fins de semana, e para as férias, no Verão, e cada vez mais também no Inverno; com os antigos e novos movimentos eclesiais a verem na peregrinação a Fátima o seu encontro anual privilegiado; com muitos deles a elegerem esta Cidade da Paz para jornadas, semanas e congressos; enfim, com uma afluência cada vez mais assídua e numerosa às celebrações litúrgicas, sobretudo às missas dominicais, o facto é que a exiguidade dos espaços se foi acentuando cada vez mais.
Até porque, pela progressiva apetência de participação activa das pessoas, pela crescente sensibilidade às condições atmosféricas do exterior - com o sol, a chuva e o frio a tornarem-se cada vez menos suportáveis - e pela dificuldade também crescente de novos e velhos se manterem de pé, tornou-se cada vez mais evidente a necessidade de criar condições favoráveis à participação activa e atenta, mesmo num lugar penitencial como este. É verdade que a penitência pedida por Deus em Fátima pode ainda hoje ser simbolizada pelo incómodo da viagem, pelas noites de vigília, e sobretudo pela peregrinação a pé e de joelhos, mas o mal que mais atormenta a nossa geração e para o qual Nossa Senhora mais deve estar atenta, é um mal que corrói sobretudo a própria alma, ou o sistema nervoso, onde todos temos tanta necessidade como dificuldade de entrar. Ora para levar o remédio da conversão a este mal profundo da alma, o peregrino de hoje precisa de mais concentração do que a permitida pelos apertos da actual basílica ou pela dispersão do Recinto de Oração."
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