domingo, 30 de abril de 2017

"Promete pouco e cumpre muito." (Demófilo)

A honra, a fidelidade , a veracidade, a justiça e o respeito requerem que as promessas sejam cumpridas. Ninguém é obrigado a fazer promessas, mas se a pessoa as faz, deve cumpri-las.  Não cumprindo, põe em causa o carácter, a  dignidade, a honra, a justiça e a verdade. Isto é, desacredita-se e destrói-se a si mesmo.
Se alguém faltou a uma promessa, deve apressar-se  a dar explicação verdadeira e a pedir desculpa através do meio disponível: encontro, telefone, mensagem.
- Prometeste visitar um amigo  em tal dia... Mas esse dia nunca chegou!
- Prometeste executar uma tarefa até determinada data... Só que na data determinada, a tarefa continua por executar ou está longe do fim!
- Prometeste estar numa reunião, num encontro, numa ação... Só que depois não apareceste.
- Prometeste ser fiel ao teu cônjuge ou ao namorado (a) ... Mas a promessa caiu em saco roto!
- Prometeste um prémio ao teu filho, ao teu funcionário, se ele conseguisse determinado resultado. Resultado conseguido, mas o prémio não apareceu!
- Prometeste estudar mais, portar-te melhor... Só que depois, vai-se a ver, e tudo continua na mesma.
- Prometeste algo a Deus, ou a Deus através de algum santo... Depois arrumaste a promessa na gaveta do esquecimento!
- Prometeste emendar-te de tal ou tal aspeto menos bom da tua vida. Entretanto, porque custa, desististe!
- E as promessas feitos no Batismo e no Crisma, que é feito delas?
- E tantas promessas feitas a nível político que depois não veem a luz do dia !...
A lista seria interminável.


Agora reparemos. Como seria o mundo e a vida das pessoas e entre pessoas se as promessas fossem cumpridas? Não seríamos todos mais livres, mais confiáveis, mais humanos?  Haveria, por acaso, tanta gente a sofrer, revoltada, prejudicada, incrédula, desconfiada? E quantos prejuízos seriam evitados? É verdade. A falta de cumprimento das promessas acarreta prejuízos de milhões e milhões de euros!
Então há que educarmo-nos e educar as novas gerações para a liberdade que traz a promessas cumprida.
E depois é tão fácil! Se não se pode cumprir a promessa em verdade, há que, logo, logo, ir ter com a pessoa diretamente ou através do telefone, do email, da carta e explicar-se veridicamente, pedindo desculpa pelo falhanço e procurando rapidamente reparar o mal causado.


"Os fracos nunca cumprem com suas palavras,
O Fortes tornam-se escravos de suas promessas."

(CONDIOLOV)

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Tarde e noite no Centro Paroquial

Depois de ter passado pelo Encontro Diocesano de alunos de EMRC, que decorreu no Centro Cívico, toca para o Centro Paroquial onde me esperava uma maratona de serviços.
Precisava de umas fotocópias para o serviço religioso. Pensei que era só fotocopiar, pois imaginava o documento no computador. Qual quê? Não estava lá... Toca a refazê-lo. Pumba! Toma lá que já almoçaste!
Tinha combinado encontrar-me  com técnicos diferentes. Uns por causa de avarias e diferentes soluções relacionadas com as novas tecnologias; outros por causa do som e das câmara de vigilância. Falar com uns, atender a outras, tomar notas de uns e de outros. Um corrupio. Nesta idade a apetência para as novas tecnologias não tem nada a ver com a da gente mais nova. Exige mais. Sobretudo estar atento e registar.
Preparação próxima da reunião de catequistas. Tudo pronto para a chegada destes. Faltavam ainda uns minutos. Há que aproveitar o tempo e colocar a reflexão dominical no blog da Paróquia.
20.30h. Começa a reunião de catequistas que se vai prolongar até perto das 23h. Liturgia das Horas para começar. Que bem já se mexem os catequistas neste tipo de oração. Depois, análise, planificação e calendarização das atividades de preparação próxima das festas da Catequese. Muita participação, pedidos de esclarecimento, sugestões. Muito bom.
Terminámos com a oração "Rainha do Céu" e toda a gente debandou porque a hora o pedia. Fiquei. Arrumei as coisas e, qual "s. pedro", com montes de chaves, toca a fechar tudo.
Tinha ido e regressara a pé. Com alguma fome, confesso. A comida já estava fria. Pudera, às 23 e tal...
Mas valeu tudo a pena.
Enche-me a alma aquele edifício onde cada areia me fala da generosidade de tanta gente.
Deus seja louvado!

quarta-feira, 26 de abril de 2017

terça-feira, 25 de abril de 2017

Tarouca comemorou o 43º aniversário do 25 de Abril

Comemorou-se o 43º aniversário do 25 de abril de forma diferente, sem discursos, mas com música, poesia, gestos e palavras.
Após a receção das Bandas Musicais e do Corpo de Bombeiros em frente aos Paços do Município, teve lugar o hastear da Bandeira Nacional. Seguiu-se o almoço-convívio no Quartel dos Bombeiros, após o qual se realizou o transporte das Bandeiras.
No Auditório Municipal, realizou-se a "Tarde Revolucionária"e foram entregues os prémios Prof. Doutor José Leite de Vasconcellos.
A "Tarde Revolucionária" constou de um sketch teatral, dinamizado por elementos da Academia de Música de Tarouca, versando com humor a realização pelos militares do 25 de Abril, Com o apoio do power point, foi feita ainda uma sátira à censura reinante até à data libertadora. Mónica Trigo e o Presidente, Valdemar Pereira encantaram o público com as canções que levaram ao palco. Antes de cantar, o Presidente falou com entusiasmo da Liberdade e citou  personagens que se notabilizaram em defesa da mesma, como Jesus Cristo, Luther King, Mandela, João Paulo II. 
Diz-se muitas vezes que antigamente o povo fazia a festa e que atualmente o povo paga a festa. Não foi assim hoje. Artistas do povo do concelho fizeram a festa e público participou, aplaudindo, levantando-se, erguendo o cravo vermelho que lhe fora oferecido, cantando em coro o "Grândola, Vila Morena", gesticulando. Foi uma festa interativa que deu gosto sentir.
Pelo meio, a Comissão Permanente da Assembleia Municipal, com o seu Presidente, Domingos Nascimento,  subiu ao palco e, em breves intervenção, saudou a liberdade, o progresso, a fraternidade,o futuro . Os discursos inflamados, que por vezes dividem, foram substituídos pelo poema, pela mensagem positiva, pelas imagens do power point.
O 25 de Abril foi aqui comemorado como merece ser. A festa da liberdade e da união. Ou o sim de um povo ao futuro que sabe que também tem nas suas mãos.
Ficámos felizes na felicidade dos alunos que foram premiados e dos seus pais. Parabéns!
Antes dos alunos entrarem em palco para receberem o prémio, um poema, belamente declamado por Ana Borges e intervalado com um refrão cantado por um coro intergeracional, proclamava que o nome de Deus é AMOR, seja qual for o credo religioso que cada um siga.
No ato da entrega do prémio, cada aluno leu uma pequena frase sobre o belo e imenso conteúdo da liberdade e da democracia.
Parabéns ao Presidente da Assembleia Municipal e à Assembleia Municipal por esta forma de celebrar o 25 de Abril. De parabéns está também a Câmara Municipal.
Parabéns a todos os que atuaram, participaram, fizeram a festa da liberdade e celebraram a liberdade em festa.
Foi uma comemoração de todos e para todos.











 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 24 de abril de 2017

25 de Abril aqui . Que lhe diz o 25 de Abril?


A democracia do like
Há dois grandes fatores que estão a destruir as democracias ocidentais: o desinteresse das pessoas e o descrédito na classe política. É uma espécie de pescadinha de rabo na boca, bem sei. Quanto maior é o descrédito na classe política, maior é o desinteresse das pessoas. Mas o problema não é assim tão simples. Ao mesmo tempo que as pessoas se refugiam na cobardia das redes sociais para se sentirem mais cívicas e participativas, os políticos andam à procura de novas formas de chegar às pessoas. Uma delas são precisamente as redes sociais, que permitem fazer uma espécie de sondagem, verificar tendências e agir em conformidade. A política deixou de tratar apenas dos problemas que precisam de ser tratados e passou a tratar dos temas virais. Se é viral, é importante. Melhor ecossistema para o populismo é impossível.
Ser político há muito que deixou de ser currículo e passou a ser cadastro. A lista de clichés é interminável, mas recorrendo a Aristóteles e às suas argumentações lógicas perfeitas podemos resumi-los ao seguinte silogismo: todo o político faz parte do sistema; este senhor é político; este senhor faz parte do sistema. Mas o que é o sistema?
O sistema é assim uma espécie de saco onde os cidadãos decidiram meter tudo o que de mau a política tem. Decisões erradas, mentira, corrupção, crises - o sistema é tudo isto e muito mais que se queira lá meter. O raciocínio, por simplista que seja, é fácil de explicar. As pessoas estão fartas de ser enganadas, cansadas de ler notícias sobre corrupção na política e há muito que deixaram de acreditar nas promessas que lhes fazem porque essas promessas são consecutivamente incumpridas. E também aqui as redes sociais vieram dar um contributo assustador para a desinformação. Nada é verificado. Tudo é partilhado sem critério. Comenta-se tudo. Tem-se opinião sobre tudo. Só não se tem o cuidado de saber do que se está a falar.
Não estou com isto a desculpar ninguém. A classe política é vítima dela própria e deixou-se arrastar para um buraco de onde dificilmente vai conseguir sair. Já não é só a mentira, as promessas por cumprir ou os casos de corrupção. São decisões erradas e erróneas ou a falta de decisões, é a total ausência de estratégia que leva todos os dias a política ao descrédito. É um discurso formatado e tantas vezes incoerente que já ninguém ouve.
Tudo isto deixou escancaradas as portas para os outsiders, os chamados candidatos fora do sistema. Para ter sucesso, basta seguir o manual à risca. Assumir-se como não político. Ter um percurso profissional de sucesso e demonstrar à evidência que os políticos não trabalham, são apenas políticos. Perceber anseios e angústias da população e formatar um discurso à medida. Dizê-lo em 128 caracteres, se possível. Não basta dizer o que as pessoas querem ouvir, é preciso pegar no desespero delas e trabalhá-lo politicamente. Torná-lo viral. Se as pessoas querem soluções mágicas para os problemas, então prometemos fazer magia.
Nós teremos sempre a democracia que quisermos ter. Se quisermos resumir a nossa participação cívica a um like, um comentário ou um emoji em vez de perceber a causa das coisas, de participarmos civicamente na sociedade, de votarmos, teremos uma democracia mais pobre. E uma classe política cada vez mais medíocre, por falta de escrutínio. É normalmente assim que surgem "salvadores", aqueles que acabam por virar ditadores.
Anselmo Crespo, aqui

domingo, 23 de abril de 2017

Em Tarouca: promoção do talento e defesa de causas


 Tarouca Tem Talento
Realizou-se no dia 22 o Tarouca Tem Talento e quem ficou em 1º lugar foram os Desalinhados.

O grupo Elas lançou um desafio a quatro amigos que levaram a cena uma pequena peça escrita por nós no "Tarouca Tem Talento".
Foto de GrupoElas Tarouca Tarouca.
 Os atores : Tata Mimi Alves, ToninhoTeresa Funina, Luís Funina e Prof Zé Almeida. Foram espantosos e divertiram imenso o publico. Essa era a intenção: Divertir e divertirem-se. Foram largos minutos de gargalhadas. Ao mesmo tempo promovemos o nosso Concelho, fazendo a alusão ao Champanhe da Murganheira, que trouxe a Tarouca a famosa personagem da TV José Castelo Branco e Lady Betty para fazerem umas provas do nosso champanhe. A crise também lhes bateu á porta. e eles vieram comprar o nosso murganheira para passar por francês na sua casa de charme...


Foto de José Damião.
Em 23 de abril, a Associação de amigos dos Animais de Tarouca promoveu, com início às 15h no Centro Cívico de Tarouca,  a "III CAOMINHADA", pela promoção do bem estar animal e divulgação dos animais para adoção.
No  final, houve  atuação dos Desalinhados.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Ouriços-cacheiros


Reparemos na fábula de Arthur Schopenhauer.
Numa noite gelada de Inverno, vários ouriços-cacheiros, em risco de morrer de frio, encostaram-se uns nos outros para mutuamente se aquecerem.
 Acontece que, ao mesmo tempo que se aqueciam, também se picavam com os espinhos.  Optaram, então, por se afastarem para não se ferirem.  Só que depressa perceberam que era melhor picarem-se do que morrer de frio.
 Resultado? Voltaram a encostar-se.  Afinal, era um sacrifício que valia a pena.
 Em breve, iriam ser compensados, com o regresso do sol.
Se não fizessem tal sacrifício, o mais provável é que nunca voltassem a ver o sol.
  Conclusão.
Quem tem uma meta para atingir fará todos os sacrifícios até que a possa alcançar!
Uma vida de sacrifício pode ser dura. Só que uma vida sem sacrifício é, pura e simplesmente, impossível. 

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios e a Igreja de Tarouca

Foto de Valdemar Pereira.
Na data em que se assinalou o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (18 de abril), o Centro Interpretativo do Mosteiro de S. João de Tarouca acolheu a cerimónia de entrega do Prémio Arquitetura do Douro, presidida pelo Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.
O Presidente da Câmara Municipal de Tarouca, Valdemar Pereira, responsável pela intervenção de abertura do evento, e na presença do Ministro da Cultura, transmitiu a necessidade inadiável de intervenções de restauro e reabilitação na Igreja de São Pedro de Tarouca, na Ponte Fortificada de Ucanha e, também, na Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas que precisa de uma intervenção profunda. Tendo o Sr. Ministro da Cultura assumido na sua intervenção que resgistou e prestou a melhor atenção às pretensões do Sr. Presidente da Câmara Municipal e que tudo fará para encontrar as melhores soluções para os problemas identificados, na urgência que tais investimentos merecem.

Bem urgentes são as intervenções na Igreja Paroquial de S. Pedro de Tarouca! Basta um simples olhar pelo interior do templo para se ver a necessidade de tais obras.
Oxalá não tardem os investimentos estatais!
Lembramos que a Igreja Paroquial de S. Pedro de Tarouca é Monumento de Interesse Nacional.
Felicitamos o sr. Presidente da Câmara por ter levado ao sr. Ministro da Cultura a necessidade inadiável de intervenções de restauro e reabilitação na Igreja de São Pedro de Tarouca.

Canonização dos Pastorinhos Francisco e Jacinta


A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Este é um ato reservado ao Papa, desde o século XII, a quem compete inscrever o novo Santo no cânone.
A canonização de Francisco e Jacinta Marto, a 13 de maio, em Fátima, presidida pelo Papa Francisco, vai ser a primeira cerimónia do género em Portugal.
A data e o local para a canonização dos irmãos pastorinhos foram anunciados hoje após um Consistório Público, reunião formal entre o Papa e cardeais, no Palácio Apostólico do Vaticano.
O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, disse durante o Consistório que a “breve vida” dos mais novos pastorinhos de Fátima “foi rica de fé, amor e oração”.
A Missa a que o Papa vai presidir a 13 de Maio, pelas 10h00, inclui assim o rito de canonização propriamente dito, em latim, no qual o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, acompanhado pela postuladora da causa, irmã Ângela Coelho, pede em três momentos sucessivos que os beatos sejam inscritos no “álbum dos Santos”.
“Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e a nossa, após ter longamente refletido, invocado várias vezes o auxílio divino e escutado o parecer dos nossos irmãos no episcopado, declaramos e definimos como Santos os Beatos Francisco e Jacinta Marto, inscrevemo-los no Álbum dos Santos e estabelecemos que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os Santos”, refere a fórmula de canonização, a ser proferida pelo Papa.
O rito de canonização prevê que os relicários dos dois novos santos sejam colocados junto ao altar, com as respetivas relíquias os relicários em forma de candeia – um deles contendo um fragmento de osso da costela de Francisco e o outro uma madeixa de cabelo de Jacinta.
A página oficial da visita do Papa a Fátima adianta que o transporte das relíquias dos mais jovens santos não-mártires vai ser feito pela irmã Ângela Coelho; o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, fará "uma breve apresentação da biografia dos dois novos santos, antes da invocação da ladainha dos santos".
"Cânticos de júbilo assinalam a proclamação, dando por fim a cerimónia e retomando a celebração da Missa", acrescenta a nota divulgada no site www.papa2017.fatima.pt.
Francisco e Jacinta Marto vão juntar o seu nome a uma lista de santos portugueses que se estende desde antes do início da nacionalidade.

Na Casa da Música, Porto



Casa da Música é a principal sala de concertos localizada na Avenida da Boavista, no Porto, em Portugal.
Foi projetada pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas, como parte do evento Porto Capital Europeia da Cultura em 2001 (Porto 2001), no entanto, a construção só ficou concluída em 2005, transformando-se imediatamente num ícone da cidade.
Segundo  Nicolai Ouroussoff, “olhando apenas o aspecto original do edifício, verifica-se que esta é uma das mais importantes salas de espectáculos construída nos últimos 100 anos”.
O auditório grande tem uma capacidade inicial de 1 238 lugares.


Hoje, com alguns colegas fui visitar aquele edifício que há muito desejava conhecer. Gostei. O guia era competente, simpático e acolhedor. Realmente um edifício moderno com muito apreciar desde que entremos na dinâmica construtiva do imóvel.
De carro até Mosteirô, de comboio até São Bento (Belíssima estação), depois na cidade o Metro foi o meio de transporte. Eu que nunca havia andado no Metro do Porto. O regresso seguiu o percurso inverso.
Foto de José Damião.
Só que desde Mosteirô até Tarouca acompanhou-nos uma trovoada que metia medo. Então nas Portas do Montemuro, nem lhes digo nem lhes conto!... Relâmpagos que iluminavam o céu repetidamente, granizo feroz que quase não deixava ver a estrada. A partir de Castro Daire, o granizo deu lugar à chuva intensa que toldava a via.
Mas foi um dia diferente, voltado para a cultura e para o convívio. Já que os afazeres paroquiais não me perimiram 2 ou 3 dias de descanso, houve ao menos um  que deu para a cultura e para o convívio fraterno e amigo.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Regina Coeli - oração do meio dia no Tempo Pascal


V. Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!
R. Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!

V. Ressuscitou como disse, Aleluia!
R. Rogai por nós a Deus, Aleluia!

V. Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria, Aleluia!
R. Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!

Oremos. 
Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, concedei-nos, Vos suplicamos, a graça de alcançarmos pela protecção da Virgem Maria, Sua Mãe, a glória da vida eterna. Pelo mesmo Cristo Nosso Senhor. Amen.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Um Tempo para dizer que Jesus Ressuscitou



Nem tudo está terminado na Vigília da Ressurreição. A festa da Páscoa estende-se por uma semana de semanas, ou seja, por cinquenta dias, tantos quantos foram os que o Ressuscitado conviveu com os Apóstolos, ora mostrando-se ora ocultando-se aos olhos deles.

Os discípulos, nos intervalos das aparições, iam repetindo, a cada amigo que encontravam, a grande novidade que lhes enchia a alma: «Cristo ressuscitou». Ainda hoje são essas as palavras utilizadas pelos cristãos orientais quando se saúdam no Domingo da Ressurreição.

Com elas também, em muitas aldeias, vilas e cidades do nosso País, o giro paroquial cumprimenta as famílias durante a visita pascal. Ao aspergir com água benta cada casa e os que nela habitam, o que preside do giro, dirigindo-se aos membros da família reunida na melhor sala da habitação, anuncia-lhes: «Cristo ressuscitou. Aleluia. Aleluia», recebendo como resposta: «Aleluia. Aleluia». E de seguida, cada um beija a imagem do Senhor crucificado que lhes é apresentada por aquele que leva a cruz paroquial.

O Tempo Pascal é tempo próprio para anunciar que Jesus ressuscitou. É tempo para viver como ressuscitados. É tempo para formar uma comunidade de testemunhas pascais.

Páscoa é a festa, a nossa festa. Não festa exterior a nós, mas a nascer do coração dos que ressuscitaram com Cristo. A sua luz transfigura-nos e Cristo ressuscitado dá à nossa vida o seu verdadeiro sentido, enchendo-a da sua própria alegria.

Páscoa é a festa da Igreja no coração do mundo. A Igreja pascal vive da vida do Ressuscitado e tem por missão ser um sinal dessa vida no mundo. Mais do que o fogo dos vulcões escondidos debaixo da terra, esta presença de Cristo vivo será, até ao fim dos tempos, uma força de transformação, capaz de renovar o coração dos homens.

É o que nos anunciam muitas leituras dos Domingos e dias de semana do Tempo Pascal, ao descreverem acontecimentos testemunhados pela comunidade mais primitiva dos discípulos de Cristo. Maria Madalena diz: «Vi o Senhor»; os dois de Emaús reconhecem Jesus ao partir o pão; os Onze, fechados numa casa em Jerusalém por medo dos judeus, dão testemunho de todas as coisas que o Ressuscitado fizera diante deles; Tomé, ao meter os dedos e a mão nas chagas de Jesus, vê e acredita; os pescadores desanimados após uma noite de faina infrutífera no mar da Galileia, vêem o barco encher-se de peixe a uma palavra do Senhor que lhes fala da margem; no dia de Pentecostes, juntam-se aos discípulos cerca de três mil pessoas; às palavras de Pedro e de João em nome de Jesus Nazareno, um coxo de nascença levanta-se de um salto, põe-se de pé e começa a caminhar, saltando e louvando a Deus; a meio da noite, o anjo do Senhor abre as portas da cadeia onde os mesmos dois Apóstolos tinham sido presos, e estes, sem compreenderem muito bem o que estava a acontecer-lhes, descobrem que estão na rua, e dirigem-se para a casa da mãe de João Marcos, onde a Igreja nascente, reunida, rezava por eles…

A novidade que a Ressurreição de Cristo introduziu nas vidas dos primeiros discípulos aparece sintetizada em duas palavras dessas mesmas leituras do Tempo Pascal: «Todos os crentes viviam unidos e punham tudo em comum», o que levava os próprios pagãos a dizer a seu respeito: «Vede como eles se amam». 

Cristo ressuscitou, e todo o homem e mulher que com Ele nasce de Deus, descobre em si um coração novo cuja lei é o amor. Quem acolhe a Ressurreição, quem crê sem ter visto, quem exprime e alimenta a sua fé no Ressuscitado cada domingo, volta para os outros um olhar maravilhado e um coração aberto. Torna-se sinal de uma outra vida.

É Deus que faz nascer no coração dos crentes o gosto das coisas belas do alto, que só se apreciam bem com o espírito, e também é Deus que leva a descobrir a necessidade de algumas realidades da terra, àqueles que Ele mesmo chama a seguir mais de perto o seu Filho. Aqui as enumeramos, sem a pretensão de ser exaustivos. São tão simples que até poderão parecer indignas de ser propostas a homens "esclarecidos pelas luzes da ciência". Mesmo assim, ousamos fazê-lo: pertencer conscientemente à Igreja fundada por Jesus; dar graças por ser seu membro vivo e activo; reunir-se, cada domingo, em assembleia, com os irmãos na fé; escutar e guardar no coração as palavras do Senhor que são espírito e vida e ensinam a caminhar para o Céu; celebrar, com outros irmãos e irmãs na fé, domingo após domingo, a morte e ressurreição de Jesus, sem nunca se cansar, mesmo quando tais reuniões colidem com outros afazeres; alimentar-se do Corpo e Sangue de Cristo para saborear como o Senhor é bom.  

Todos os que se deixam interpelar por esta graça que lhes vem do Pai das luzes, acabam por descobrir que os gestos simbólicos que se fazem na Liturgia estão repletos de uma realidade invisível. É certo que, ao repeti-los, semana após semana, as tensões e dificuldades não desaparecem por encanto. A semente que Deus vai semeando no coração dos crentes, precisa de tempo para germinar, crescer, dar fruto e transformar as pessoas, as comunidades e o mundo. Mas pouco a pouco, Jesus Cristo ressuscitado vai criando, de forma misteriosa, um mundo novo, e também vai revelando que são possíveis outras relações entre os homens.

As afirmações do autor da Carta a Diogneto serão sempre uma interpelação forte dirigida aos discípulos de Jesus em cada época histórica: «Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela pátria, nem pela língua, nem pelos costumes. A sua doutrina não procede da imaginação fantasiosa de espíritos exaltados, nem se apoia, como a de outros, em qualquer teoria simplesmente humana. Os cristãos habitam no mundo, mas não são do mundo. São de carne, mas não vivem segundo a carne. Habitam na terra, mas a sua cidade é o Céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas pelo seu modo de vida superam as leis. Numa palavra: os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo. Tão nobre é o posto que Deus lhes assinalou, que não lhes é possível desertar».

Foram os encontros com Cristo Ressuscitado, durante os cinquenta dias que se seguiram à primeira manhã de Páscoa, que tornaram mais firme, no coração dos Apóstolos, a certeza de que o crucificado, era, afinal, Aquele que Deus estabelecera como Senhor e Messias, como Deus feito homem, como seu Filho Unigénito e Salvador da humanidade.

Na sequência dos Apóstolos, a Igreja de cada tempo é convidada a repetir encontros semelhantes e a fazer experiência idêntica. Em cada domingo, mas particularmente nos do Tempo Pascal, os olhos dos discípulos hão-de ser iluminados pelas aparições do Ressuscitado como o foram os dos Apóstolos, sob pena de irem deixando de ver o essencial. E um dos lugares dessa visão e iluminação é precisamente a assembleia litúrgica dominical, grande dádiva de Deus aos discípulos do seu Filho. Os célebres mártires de Abitínia, no ano 304, no tempo do imperador Diocleciano, tinham-no assimilado muito bem, como se vê pela leitura desta passagem das actas do interrogatório conduzido pelo funcionário imperial: «O procônsul Anulino perguntou ao leitor Emérito: "Foi em tua casa que, contra as ordens dos imperadores, se fizeram as reuniões"? Emérito, cheio do Espírito Santo, respondeu: "Sim, foi em minha casa que fizemos a reunião". O procônsul: "Porque lhes permitiste que entrassem"? Resposta: "Porque são meus irmãos, e não podia proibi-los". O procônsul: "Mas devias tê-los proibido". Emérito: "Não podia, porque não podemos viver sem a reunião dominical…"».

P. José de Leão Cordeiro, Secretariado Nacional de Liturgia