domingo, 30 de setembro de 2007

Reconhecer Deus

"Onde está o amor, aí está Deus." Muitas vezes lemos e cantamos esta palavra rica, mas esquecida no seu conteúdo.
Esta lenda simples que vou apresentar pode ajudar-nos a ter presente este mandamento fundamental do amor recíproco.
Diz a lenda que Deus marcou com um homem muito religioso um encontro no alto de uma montanha. O homem, radiante, fez uma preparação cuidadosa para esse momento singular, com orações, meditações e jejum.
No dia aprazado, dirigiu-se apressadamente para a montanha, cheio de fervor e alegria. O caminho era longo e íngreme, o que o obrigou a caminhar com dificuldade e lentidão, receando não poder chegar à hora marcada. Rogou a Deus força para conseguir chegar atempadamente ao cimo da montanha.
Entretanto, viu na berma do caminho um homem caído e ferido. Mas pensou: "Já estou atrasado. não vou parar e perder tempo. Vou ao encontro com Deus e volto depois para dar-lhe ajuda." E continuou o seu caminho.
Chegou ao topo da montanha e não viu Deus. Esperou, esperou, mas Deus não apareceu. "Que pena! Por que não subi mais de-pressa?"- pensou consigo.
Esperou mais algum tempo e desceu desolado. Ao passar no local onde vira o homem caído, ele já lá não estava. Mas junto à rocha do penhasco, estava um bilhete que dizia: "Quem sabe se noutro dia, quando vieres menos apressado, conseguirás reconhecer-me!"
Aquele homem, cheio de devoções e orações rotineiras e vazias, não conseguiu vislumbrar no infeliz ferido o Deus com quem se encontraria no cimo da montanha.
Muita gente julga encontrá-lO apenas nas capelas, nas igrejas e catedrais, e não O reconhece e serve e ama, "vendo-O" presente nos irmãos com quem se cruza nos caminhos da vida... "Quem sabe se noutro dia, quando vieres menos apressado, conseguirás reconhecer-me!"
Mário Salgueirinho

Boa semana com ELE no coração.

sábado, 29 de setembro de 2007

Hoje falei de ti

Hoje falei de ti
Desculpa,
sei que tu és uma pessoa muito especial mas,
hoje falei de ti...É... foi até de propósito!!!
Eu estava a falar com DEUS quando resolvi falar de ti.

Eu pedi que ELE te cobrisse de protecção
e te fizesse muito FELIZ.
ELE disse para eu não me preocupar.

E ainda me pediu que eu te dissesse que ELE te ama muito
e vai fazer o possível,
e principalmente o impossível,
para nunca te ver triste.

Pediu-me ainda para te dizer que ELE sabe que ás vezes
vais pensar que ELE
não está do teu lado,
ou que irás questionar
o porquê de muitas coisas terem acontecido, ou
não terem acontecido na tua vida.
Mas que um dia irás olhar para trás e dizer:
Como DEUS faz as coisas certas,
hoje eu vejo que tudo é na hora certa e que ELE não falha...
Olha só quem veio comigo!!!
Ele quer te abençoar.

enviado por email

Vulcão dos Capelinhos: 50 anos

Um amigo mostrou-me a sua admiração por nada ter dito sobre o quinquagésimo aniversário da erupção do Vulcão dos Capelinhos.
Relamente, quando estive na ilha do Faial e visitei com os outros visitantes esse local, entusiasmei-me, não só com a beleza do local, como ainda por ser um vulcão quase da minha idade.
Os cientistas afirmam que o vulcão vai voltar a estar em actividade. Só ninguém sabe quando.
Por causa da erupção, muitos faialenses emigraram para a América. Muitos regressaram agora por causa do 50º aniversário. Alguns vão dizendo que, se hoje estão bem, devem-no ao vulcão! Pelo menos a ilha ficou com 2 quilómetros a mais.

A tenda do GASPTA

O GASPTA (Grupo de Acção Sócio-Caritativo da Paróquia de Tarouca) marcou presença na Feira de São Miguel.
Como em anos anteriores, procuraram recriar, junto ao cruzeiro, a tenda de uma antiga vendedeira desta feira, com diversidade de produtos agrícolas.
Além do valor histórico, sobressai o valor humano e cristão desta iniciativa. O dinheiro dos produtos em rifa vai reverter a favor do apoio aos mais necessitados da paróquia.
Por outro lado, é a Igreja que sai das igrejas e vem para a praça pública em gestos de acolhimento, serviço e solidariedade.
Parabéns aos GASPTA. Obrigado a quem colaborou.

A Feira do São Miguel

A impressão que colhi do que vi e ouvi é que este ano estava pouca gente, apesar de ser sábado. Explicações? Chegaram as mais diversas: "Começam as vindimas... colheita da fruta... as pessoas estão sem dinheiro..."
Claro, mesmo muitos dos que comeram em suas casas, não deixaram de passar pela feira para provar a marrã.

Durante a semana, não houve muitas pessoas no Centro Cívico para assistir aos concertos, exceptuando ontem à noite em que estiveram presentes centenas por causa da Banda Réplika, da artista Ágata e ainda devido ao fantástico Fogo Piro Musical.

As Festas do Concelho não têm uma componente religiosa, propriamente dita. Claro que houve Eucaristia e que a Igreja esteve aberta todo o dia, com a imagem de São Miguel em destaque.

Decorreu ainda no lugar do Souto a Grande Corrida de Cavalos, tão apreciada por muitos. À noite as festas encerram com a actuação do Grupo VAROSA.

Menezes é o novo líder da oposição

Faço minhas as palavras do Doutor João António Pinheiro: "Como padre, sou independente em relação à política. Essa independência, contudo, não gera em mim indiferença. Sou independente mas não sou indiferente. A política, como tudo na vida, interessa-me. Mas este interesse convive também com desencanto, com perplexidade. Olho para a política sobretudo pelo lado do cidadão, pela óptica dos mais desfavorecidos. Compulsando estes dois dados, tenho de confessar o que sinto de momento: a política continua a despertar em mim interesse, mas impõe-me igualmente um cada vez maior distanciamento."

Luis Filipe Menezes é o novo líder da oposição, após ter ganho ontem as "directas" no PSD, o maior partido da oposição.
Não me dizem respeito as questões partidárias nem as intrigas intra-partidárias. Só anseio por uma oposição séria, credível, carismática. A democracia só funciona plenamente quando a oposição se assume plenamente. A actual maioria tem estado nas "suas sete quintas", tal a fragilidade da oposição.
o novo presidente do PSD vem da actividade autárquica e os autarcas, dada a sua proximidade das populações, têm, por norma, outra sensibilidade aos interesses, necessidades, aspirações e desejos profundos das pessoas. Esperamos que não desiluda. Para bem e credibilidade da democracia.
Hoje, andando pela feira, apercebi-me que as pessoas, mesmo aquelas que se dizem longe da política, estão muito esperançadas. Pensam que algo de novo vai surgir, que a esperança pode voltar.
Bem precisa o povo de "uma válvula de escape"!

RELIGIÃO E DEMOCRACIA: INCOMPATÍVEIS?

Veja esta reflexão. É indispensável. Para aclarar ideias.

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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A marrã e o basulaque

Cada terra tem as suas tradições. Em Tarouca, há duas tradições culinárias interessantes: o basulaque e a marrã pelo S. Miguel.
Penso que podemos contextuar a tradiçaõ, embora não o afirme categoricamente.

Em tempos que já lá vão, a carne era um luxo. Os que podiam matavam o seu porquito e era na salgadeira ou nas partes defumadas que estava a carne que comiam. Tinha que dar para o ano inteiro e, por isso, o seu consumo era milimetricamente programado. Galinha? Cordeiro? Só nas grandes ocasiões e em algumas casas.
Ora, com o fim das colheitas, começavam as matanças dos porcos. E havia algum tempito de alguma fartura: as febras, os torresmos, etc.
É neste contexto, suponho, que se situa a tradição da marrã. A primeira carne fresca. Por isso, imensa gente, de muitos lados, vinha ao S. Miguel para se consolar com as febras assadas nas brasas ou fritas. Na minha terra, que fica a alguns quilómetros daqui, desde pequeno ouvia falar aos mais velhos: "Vamos à marrã a Tarouca."
Ainda hoje, muita gente aqui se desloca por causa da marrã. Actualmente, não é por causa da carência de carne - febras é um prato vulgaríssimo - mas pelo contexto da tradição. "sabem como nunca", dizem os que procuram o petisco nas barraquitas da feira.
Claro que a carne já não tem o sabor de outros tempos. O porco caseiro foi há muito substituido por aquele que resulta da exploração industrial.

O basulaque é um prato típico de Tarouca, Tarouca mesmo. Nos povos da freguesia muito pouca gente o sabe confeccionar. E mesmo na sede, praticamente só os mais velhos lhe mantêm o timbre, o sabor, a originalidade. O que, confesso, é pena.
O basulaque é fundamentalmente confeccionado com os "miúdos" dos animais. De belo sabor - para quem gosta, claro... O segredo está no jeito e nos temperos.
Suponho que também esta tradição enraiza na situação sócio-económica de outros tempos e que seria então um prato dos pobres. Estes não tinham acesso às partes nobres do animal. Então recolhiam aquilo que os outros não consumiam e deitavam fora: vísceras, rins, fígado, miolos... Depois, limpavam, tratavam e cozinhavam a refeição que, com o decorrer dos tempos, passou a ser melhorada na sua confecção.
Hoje o basulaque não é um prato propriamente barato. Em restaurantes, aparece no jantar anterior à festa de São Miguel e, porventura, no dia. Nas famílias com um fundo histórico tarouquense, aparece nas mesas nesta ocasião. E digo-lhes que é aí que o basulaque atinge todo o esplendor do seu sabor.

O Arcanjo São Miguel

Estamos nas vésperas de São Miguel.

Que diz a Bíblia sobre o Arcanjo São Miguel?
São Miguel Arcanjo, cujo nome significa "o que é um com Deus", é considerado o chefe dos exércitos celestiais e o padroeiro da Igreja Católica Universal. É o anjo do arrependimento e da justiça. Seu nome é citado três vezes na Bíblia Sagrada:
- Primeiro no capítulo 12 do livro de Daniel, onde lemos: "Ao final dos tempos aparecerá Miguel, o grande Príncipe que defende os filhos do povo de Deus. E então os mortos ressuscitarão. Os que fizeram o bem, para a Vida Eterna, e os que fizeram o mal, para o horror eterno".
- No capítulo 12 do Livro do Apocalipse encontramos o seguinte: "Houve uma grande batalha no céu. Miguel e seus anjos lutaram contra Satanás e suas legiões, que foram derrotadas, e não houve lugar para eles no céu. Foi precipitada a antiga serpente, o diabo, o sedutor do mundo. Ai da terra e do mar, porque o demônio desceu a vós com grande ira, sabendo que lhe resta pouco tempo".
- Na carta de São Judas, lê-se: "O Arcanjo Miguel, quando enfrentou o diabo, disse: "Que o Senhor o condene".
Por isso São Miguel é mostrado atacando o dragão infernal.

A Igreja Católica tem uma grande devoção por São Miguel Arcanjo, especialmente para pedir-lhe que nos livre das ciladas do demónio e do mal. E quando o invocamos, ele defende-nos, com o grande poder que Deus lhe concedeu, e protege-nos contra os perigos, as forças do mal e os inimigos.

Queria uma estola velha

O caso já tens uns bons aninhos, mas creio que não perdeu actualidade.
Veio falar comigo. Notava-se que estava nervosa. Olhava para todos os lados a ver se topava alguém que pudesse ouvir e sussurou-me que queria uma estola velha. Não importava que fosse rota, mas tinha que ser velha. Pagaria o que fosse preciso ou então, em troca, que eu comprasse uma nova à minha escolha que ela me daria o dinheiro.
Tentei acalmá-la. Procurei para que queria a estola velha. Bem sabia, mas era para meter conversa que conduzisse ao diálogo. Respondeu-me quase em monossílabos, que precisava... que era a sua vida... assunto seu...
Sorrindo, disparei: "Foi a minha "comadre" que lha receitou!" E tentei explicar, ajudar a perceber, também compreender. Olhar fugidio, mexendo o corpo, via-se que não estava interessada. E inerrompeu: " Posso contar com a estola velha?"
"Não", respondi-lhe.
Resmungando, afastou-se, quase dando com "os calcanhares no rabo".
Sei que procurou arranjar a tal estola, através da "porta da cozinha". Não o conseguiu. Gabou-se depois que obtivera a estola velha noutro lado.

Bem diz o Bispo D. Carlos Azevedo que a santa com mais devotos em Portugal é a santa ignorância. Muita gente vive assim: um pé na religião e outro no bruxedo. Ou como uma vez ouvi a certa pessoa: "Deus não é mau, mas a bruxa pode dar jeito!"
Sabemos que um aflito se vira para qualquer tábua de salvação que lhe apareça. O problema é que algumas tábuas não salvam, antes afundam e sugam.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Hoje é dia de São Vicente de Paulo

«Os pobres são os vossos senhores; um dia serão os vossos juízes».

«Quem age com pressa atrasa sempre nas coisas de Deus».

(S. Vicente de Paulo)

SANTANA TEVE RAZÃO

A (prolificamente) comentada entrevista do Dr. Pedro Santana Lopes à SIC-Notícias justifica uma referência neste espaço.

Trata-se de um caso que merece atenta reflexão porque é uma questão que ultrapassa a esfera política para se converter num verdadeiro problema cívico.

Peguemos na proporcionalidade, invocada pela direcção daquela estação emissora.

O Dr. Santana Lopes foi convidado para expressar o seu ponto de vista acerca das eleições para a presidência do seu partido.

A determinada altura foi abruptamente interrompido. Para quê? Para transmitir a chegada de José Mourinho ao aeroporto.

O Dr. Santana Lopes não gostou, verteu o seu protesto e abandonou os estúdios. Um responsável da SIC considerou a atitude excessiva e disse que não ia abandonar a linha editorial em curso.

É pena. Todos estamos sempre a aprender. Os jornalistas não servem só para perguntar nem para criticar. Seria bom que se mostrassem dispostos a aprender. Pelo menos, as boas maneiras.

É claro que o Dr. Santana Lopes podia ter feito o sacrifício e resignar-se a continuar. Muita gente nem se aperceberia da entrevista. Era uma opção que se aceitaria. Mas o seu gesto, embora estribado numa contida ira, não deixa de ter solidez.

É preciso mais respeito. Interromper quem fala só por motivo de força maior. E a chegada de um treinador de futebol não passa de algo trivial. Haja decência.

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Boa lição para as crianças

Um grupo de quatro crianças, com idades entre os 11 e 13 anos, tiveram de cumprir uma ‘pena’ de serviço comunitário, procedendo à limpeza de um monumento na Foz do Arelho, pois tinham-no sujado com pinturas, vulgarmente conhecidas por grafittis.

Os menores lembraram-se de usar como tela a Fonte dos Namorados – um local emblemático da praia da Foz do Arelho. Uma moradora viu e denunciou-os à GNR, que os apanhou em flagrante delito.

Para evitar eventuais procedimentos legais, a Junta de Freguesia da Foz do Arelho falou com os pais e propôs às crianças que limpassem o que sujaram, uma medida pedagógica que resultou. Com o acordo dos pais, os miúdos decidiram aceitar a proposta para limparem a Fonte dos Namorados e muros envolventes – um local recatado, construído em 1916, pelo qual os habitantes têm um grande carinho, porque a tradição diz que é um ponto de encontro dos namorados.

"É a atitude correcta, mais do que estar a aplicar-lhes um castigo. Vieram de livre vontade, não foram forçados e a ideia é eles saberem o que custa limpar, para que pensem duas vezes antes de voltarem a pintar", explicou Fernando Horta, presidente da Junta de Freguesia.Segundo o autarca, a ideia "acaba por funcionar, para eles terem a noção de que o património público é para estimar e não destruir".
Nas palavras do autarca, as crianças fizeram a limpeza e ainda se ofereceram para limpar a fonte.

Quando vemos tanto vandalismo pelas nossas vilas e aldeias ficamos a pensar como as coisas seriam diferentes se pais e autoridades seguissem o exemplo relatado acima. "De pequenino é que se torce o pepino" – diz o provérbio. Se quando o menino suja ou parte, os pais o fizessem limpar, segundo as suas capacidades, a criança aprenderia o que custa e pensaria duas vezes antes de deitar coisas para o chão ou de sujar.

Mais do que castigar, a missão dum educador é apontar o caminho. E ajudar a criar hábitos bons e a evitar os maus.
M. V. P., in Amigo do Povo

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Quando o poder sobe à cabeça

Hitler chegou ao poder por via democrática. Só que nunca mais o largou, com uma infindável lista de crueldades, mortes, horrorres.
Não foi caso único, infelizmente.
Mesmo em plena democracia, quantas diferenças entre o que se era antes e o que se é quando se ascende ao poder!
Lembram-se daquela pessoa simpática, acolhedora, moderada que aparecia na TV, conjuntamente com Santana Lopes, a fazer comentários políticos?
Lembram-se dessa mesma pessoa a disputar com Manuel Alegre e João Soares a liderança do seu partido? Pessoa moderada, abrangente, tolerante, não era?
Certamente sabem de quem estou a falar: José Sócrates.
Apanhou-se com maioria absoluta, viu-se com uma oposição mais do que fraca, e o resultado? Arrogância, obstinação, propaganda, muita prepotência, promessas por cumprir, mudanças por explicar, maus ministros... Comporta-se como um deuzinho...

Mas não é só o caso. Noutras circunstâncias e noutras instituições, há gente que procede da mesma maneira ou ainda pior.
Pessoas simpáticas, dialogantes, tolerantes que, por terem sido nomeadas ou eleitas para um cargo de responsabilidade se transformaram completamente. Parece que têm o "deus na barriga", deixando que o poder lhes subisse à cabeça. São agora ensimesmadas, fechadas em si, de poucas palavras, mais papistas que o papa, arrogantes, donas da verdade, autoritárias, autistas.
Não conhecem? Certamente que sim. Eu também. Pululam pelo poder nacional, local ou regional, pelas instituições, associações, escolas, comissões, organizações, hospitais , etc...
Mal esta gente sabe que, ao proceder desta maneira, não tem vocação para gerir democraticamente o poder. Pessoas deste jaez, nunca deveriam ser renomeadas ou reeleitas para qualquer cargo de responsabilidade. São democraticamente inaptas.

Ah! Felizmente, encontramos pessoas que lidam muito bem com o poder. Sem prescindir das suas responsabilidades, continuam a ser as pessoas maravilhosas que eram antes.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Decepcionado...

Conhecio-o há muitos anos, nos alvores da minha vida docente. Ele e a esposa, leccionavam na mesma escola onde eu estava.
Era o "rei" da sala dos professores. Sempre bem disposto, com a piada fina na ponta da língua, nunca perdia a oportunidade para uma anedota oportuna ou uma provocaçãozinha de ocasião. Toda a gente o estimava.
Era uma pessoa de enorme dedicação à escola a quem oferecia horas e horas de trabalho em múltiplas actividades extra-curriculares. Actividade em que se metesse, era certo e sabido que tinha uma legião de alunos a aderir, tal a empatia gerada.
"Como vida de professor é uma vida de cigano", no fim do ano lectivo cada um de nós partiu para outra escola.

Encontrei-os há dias. Parece que os anos não passaram por eles, tal a juventude física e psíquica que revelam.
Só que agora o desencanto é mais que muito. Ele explica-se:
" Nos últimos três anos, tiraram-me toda a vontade de ser professor. Sei que continuo a ser um empregado cumpridor, porque assim mo pede a minha consciência, mas professor não. Arrasto-me, cumprindo, até que chegue a hora da reforma.
A política educativa do actual governo é lastimosa, desmotivante, injusta, arbitrária, inconsequente, monetarista. Muda as regras a meio do jogo, não respeita direitos adquiridos, só sabe impor e sobrecarrega com o vexame os professores - vejam-se as aulas de substituição.
É discriminatória. Então só uns tantos é que chegam ao topo da carreira!? Os outros, por melhores que sejam, são "carne para canhão"!
Colocou a autoridade dos professores pela rua da amargura, embora venha agora com uns remendos legislativos..."

Ouvi-o com atenção. Era a alma dorida de um excelente docente a quem a política governativa havia tirado o gosto, o empenho e a sedução pelo ensino. Agora é apenas um empregado que cumpre.
E quantos milhares se não revêem neste colega???

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A IGREJA PODE CALAR-SE?

" Vós sois o sal da terra ... a luz do mundo ... fermento" - Jesus Cristo

"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça porque deles é o reino do céus." - Jesus Cristo

"Temos dons diferentes, conforme a graça que nos foi conferida. Aquele que tem o dom da profecia, exerça-o conforme a fé. Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério. Se tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte" - Carta aos Romanos
"O caminho da Igreja é o homem" - João Paulo II

"Para estabelecer uma vida política verdadeiramente humana, nada melhor do que fomentar sentimentos interiores de justiça e benevolência e serviço do bem comum e reforçar as convicções fundamentais acerca da verdadeira natureza da comunidade política, bem como do fim, recto exercício e limites da autoridade." Gaudium er Spes, cap.IV, 74

Uma das acusações mais repetidas contra a Igreja durante a vigência do Estado Novo foi a de cumplicidade, vivida através do silêncio e de um certo olhar menos simpático para com aqueles católicos que ousaram levantar a voz contra o então “politicamente correcto”.
Após o 25 de Abril, a hierarquia da Igreja sempre foi levantando a sua voz, apontando caminhos, denunciando desvios, quase sempre numa óptica de esperança que emana do Evangelho.

Acontece que, após as últimas eleições legislativas, o silêncio parece estar a ser o “eclesiasticamente correcto”. Será por nada haver a dizer? Será por medo? Será porque tudo caminha conforme a mensagem do Evangelho? Será por alguma conveniência?
De facto, é mais que necessário que a voz dos pastores se faça ouvir. Perante um governo arrogante, que não dialoga nem se explica e que trata por “conservadores” os que dele discordam ou o contestam; perante as fábricas que diariamente despejam no desespero multidões; perante um futuro sem perspectiva, nem para os mais velhos cuja maioria das reformas mal chega para os medicamentos (quando chega!) nem para os mais novos sobre quem paira desde logo a espada do desemprego, é importante que a Igreja seja voz e vez daqueles que não têm voz nem vez.
Há hoje, por parte de quem nos governa, uma lógica de intimação que urge denunciar. Sente-se que as pessoas têm medo de falar! Para a actual maioria, dialogar é reunir com as pessoas e dizer: “Isto é assim. Quem não estiver bem que se mude.” Nem Salazar diria melhor… O medo, fruto da arrogância sem limites daqueles que deveriam ser os servidores da causa pública, campeia hoje. O desespero, a falta de esperança, o pessimismo, a incerteza instalaram tenda entre o povo. O Estado, que deveria ser sempre pessoa de bem, quebra as regras a meio do jogo. Que o digam, por exemplo, os funcionários públicos.

E porque perguntar não ofende, porque anda tão calado D. Januário Ferreira? Porque é que o Senhor Patriarca que chamou – e bem – a atenção dos portugueses para a obrigação cívica e moral de serem pagos os impostos, não fala agora? E o Senhor Presidente da Conferência Episcopal?
Se nem a Igreja dá voz e vez às pessoas que as não têm, então quem o fará?

Pior ainda quando a hierarquia reage apenas quando os decisores políticos lhe "pisam os calos". Os "nossos capelães", as "nossas escolas", os nossos "lares", o vandalismo contra "os nossos bens", etc. Então cheira a "interesses corporativos" de que a Igreja deveria estar a milhas...

Sete Sapatos Sujos

Mia Couto é um escritor moçambicano, médico e biologista. Numa interessante "oração de sapiência" no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique apresentou este curioso trabalho intitulado "os sete sapatos sujos" que o" Courrier International" reproduziu.
Para não entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos - diz o escritor - é preciso descalçar na soleira da porta dos tempos novos "sete sapatos sujos."
Vou enumerá-los e fazer um breve documentário a cada um:

1º- A ideia de que as culpas são sempre dos outros. Os problemas sociais motivados pelo egoísmo, pela negligência, pelo esquecimento, pelo desinteresse, são quase sempre da culpa dos outros, e não batemos no peito a nossa quota parte de culpabilidade.

2º- A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho. Não há verdadeiro sucesso em qualquer campo sem o esforço do trabalho. Ninguém consegue êxito sem lutar, sem sacrifício, sem esforço, sem desgaste.

3º- O preconceito de que quem critica é um inimigo.Preconceito errado e prejudicial. O crítico honesto é um amigo. Com a sua crítica isenta à pessoa ou às suas produções oferece um estímulo para melhores realizações.

4º- A ideia de que mudar as palavras muda a realidade. Há pessoas que pensam que, mudando o vocabulário, se corrige o que está errado e se transforma o mal em bem.

5º- A vergonha de ser pobre e o culto das aparências. Muita gente esconde as suas origens humildes, sem se lembrar que grandes homens e grandes mulheres provêm de famílias modestas e carentes. E não só se envergonham das suas origens humildes como se empenham em aparentar uma fachada de riqueza, de poder, de cultura e valimento.

6º- A passividade perante a injustiça. É impressionante a cobardia de tanta gente que passa silenciosa, sem uma denúncia, sem um protesto, diante de tantas injustiças que acabrunham os mais pobres e indigentes. Tanta gente que não descalça este sapato sujo!

7º- A ideia de que, para sermos modernos, temos que imitar os outros. Para se mostrarem actualizados, progessivos, imita-se o que se faz noutros países, mesmo que sejam legislações ousadas e materialistas.

Mia Couto diz que encontrou mais "sapatos sujos" que urge descalçar, mas apresentou apenas estes sete. Resta-nos descalçar pelo menos estes sete...

Mário Salgueirinho

Jesus Cristo é importante na sua vida?

Na última sondagem colocada neste blog, perguntava-se aos visitantes isto:
"Jesus Cristo é importante na sua vida?"

Todos os que responderam disseram: "MUITO"!

Óptimo. Que na vida de cada um se possa ler, ouvir, sentir e compreender Evangelho.

domingo, 23 de setembro de 2007

A Ana Coxa e a Igualdina

Há mais de quatro décadas. Viviam no mesmo povo.
Igualdina era um mulherão, forte, alta, espadaúda. Dizia-se que era capaz de pegar numa saca de batatas de 100 quilos e transportá-la mais célere do que qualquer valente homem. Ana era coxa, franzina, baixita. Mas com língua de meia légua.
Tinham terrenos pegados e, muitas vezes, as rixas aconteciam. E era sempre a Ana Coxa que começava. Ora "porque os teus filhos deixaram ir os animais para aquilo que é meu", ora "porque andas a regar na minha hora", ora "porque atravessaste a minha lameira, e isto tem dono"...
Igualdina olhava-a com desdém lá desde a sua altura.Virava costas e seguia o seu caminho. Só que a outra não largava. Mancando e andado, seguia a vizinha, azucrinando-lhe os ouvidos.
Quando os cordelinhos da paciência ameaçavam romper-se, Igualdina virava-se para trás e sussurrava entre dentes: "Não tarde a aquecer-te o forno!" A outra afinava então, cacarejando em tom desafiador um chorrilho de ofensas, mais vasto e sinuoso do que a linha do Douro.
Desesperada, espumejando de raiva, Igualdina voltava-se para trás, dava uns passos apressados , pegava na cabeça da Ana, metia-a entre as suas pernas, levantava-lhe a saia e aí vai disto! Deixava cair com força e a velocidade supersónica aquelas manápulas no "rabo" da pobre coxa. Esta nem gritar podia, pois além de o saião da grandalhona lhe tapar a boca, as suas pernas apertavam o garganete da infeliz palradeira a ponto de ficar quase sem "suspiração".
Era o que se dizia então no povo: "Uns têm as palavras, outros têm as obras."

Uma semana de muita paz para todos.

Festas de São Miguel/2007

II Cortejo Histórico de Tarouca
(Foto BolgMiradouro)


Veja aqui toda a programação das Festas do Concelho e vá acompanhando, ao longo da semana, a consequente reportagem fotográfica das mesmas:

http://blogmiradouro.blogs.sapo.pt/28275.html

Educação: estará a política governamental no caminho certo?

"As nossas escolas estão a começar um novo ano lectivo. E isto é sempre motivo de esperança. A escola é, logo a seguir à família, o lugar onde as crianças, adolescentes e jovens passam mais tempo. Por isso ela deixa marcas profundas na educação das novas gerações. Como todos os políticos dizem, é nas escolas que está o futuro do país.

No entanto ficámos há dias a saber que as políticas de combate ao abandono escolar não estão a funcionar. A percentagem de jovens que saíram precocemente da escola e cujo nível de estudos não ultrapassa o 9º ano de escolaridade subiu de 38,6%, em 2005, para 39,2%.
Os últimos dados do Eurostat, compilados pelo Observatório do Emprego no estudo Aspectos Estruturais do Mercado de Emprego, revelam ainda outra realidade desencorajadora. Apesar de ter havido uma contenção de três pontos no abandono escolar, ao longo dos últimos seis anos, "a taxa portuguesa continua a ser mais do dobro da verificada para a média da União Europeia".

Estes resultados inviabilizam as metas traçadas pelo Governo tanto no Plano Nacional de Acção para o Abandono Escolar, como no plano nacional de emprego. Neste último, o Governo propunha-se reduzir a saída precoce do sistema de ensino para 30% até 2008 e para 25% até 2010. E aumentar a percentagem de jovens com o ensino secundário para 65% até 2010.
Num meio escolar em que a insatisfação dos professores é grande, tudo concorre para um ambiente desfavorável em que a indisciplina ganha terreno. Por outro lado, as dificuldades económicas das famílias e o desemprego não favorece em nada um bom ambiente familiar.

A ajuda a estas famílias desempregadas ou de baixos recursos é imprescindível para uma boa educação de seus filhos. E o combate ao desemprego, que parece não ser prioridade para o governo, é o melhor investimento que se pode fazer. Mais do que a distribuição de computadores e de outros recursos tecnológicos, muitos dos quais ficarão dentro em breve ao abandono."
http://vejaparacrer.blogspot.com

Obs. - O título é da nossa responsabilidade.

sábado, 22 de setembro de 2007

25º Domingo do Tempo Comum

A liturgia sugere-nos, hoje, uma reflexão sobre o lugar que o dinheiro e os outros bens materiais devem assumir na nossa vida. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, os discípulos de Jesus devem evitar que a ganância ou o desejo imoderado do lucro manipulem as suas vidas e condicionem as suas opções; em contrapartida, são convidados a procurar os valores do “Reino”.

"Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro». - Lc 16,13

" Escutai bem, vós que espezinhais o pobre e quereis eliminar os humildes da terra.Vós dizeis:«Quando passará a lua nova, para podermos vender o nosso grão? Quando chegará o fim de sábado, para podermos abrir os celeiros de trigo? Faremos a medida mais pequena, aumentaremos o preço, arranjaremos balanças falsas. Compraremos os necessitados por dinheiro e os indigentes por um par de sandálias. Venderemos até as cascas do nosso trigo». Mas o Senhor jurou pela glória de Jacob: «Nunca esquecerei nenhuma das suas obras».
- Am 8,4-7

O mundo em que vivemos decidiu que o dinheiro é o deus fundamental e que tudo deixa de ter importância, desde que se possam acrescentar mais uns números à conta bancária. Para ganhar mais dinheiro, há quem trabalhe doze ou quinze horas por dia, num ritmo de escravo, e prescinda da família e dos amigos; por dinheiro, há quem sacrifique a sua dignidade e apareça a expor, diante de uma câmara de televisão, a sua intimidade e a sua privacidade; por dinheiro, há quem venda a sua consciência e renuncie a princípios em que acredita; por dinheiro, há quem não tenha escrúpulos em sacrificar a vida dos seus irmãos e venda drogas e armas que matam; por dinheiro, há quem seja injusto, explore os seus operários, se recuse a pagar o salário do mês porque o trabalhador é ilegal e não se pode queixar às autoridades… Que pensamos disto? Ser escravo dos bens é algo que só acontece aos outros? Talvez não cheguemos, nunca, a estes casos extremos; mas até onde seríamos capazes de ir por causa do dinheiro?
"...portanto, que os homens rezem em toda a parte,erguendo para o Céu as mãos santas,sem ira nem contenda." - 1 Tim 2,1-8

Este senhor não pára de agredir...

As novas regras impostas pelo ministro da Saúde, Correia de Campos, aos padres dos hospitais ultrapassam as marcas do ridículo.

"Limitar a assistência espiritual nos hospitais não constitui um condicionamento da liberdade religiosa. Constitui, antes de mais e acima de tudo, um estrangulamento da liberdade humana.

Obrigar a que seja o doente a requisitar (e logo por escrito!) a presença do padre é uma medida que esconde (ou talvez não) o que está em causa: a limitação de uma presença. Se o doente está inconsciente, como é que vai escrever? Se o doente não sabe ou não está em condições de escrever, como é que vai redigir o pedido?

Depois, restringir a presença do sacerdote à hora das visitas é, simplesmente, não perceber o que é a assistência espiritual. Passará pela cabeça de alguém circunscrever a presença do médico à hora das visitas?"
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«O documento que recebemos tem aspectos ridículos e só pode ter sido feito por uma pessoa que não percebe nada do que se passa nos hospitais nesta matéria», disse ao SOL D. Carlos Azevedo, secretário da Conferência Episcopal.
In Sol

- Que as estradas portuguesas estejam hoje transformadas em maternidades, pouco diz a Correia de Campos...
- Que um doente continue a esperar tempos infindos por uma intervenção cirúrgica, parece nada dizer a Correia de Campos...
- Que a saúde esteja cada vez mais cara, menos acessível e menos comparticipada, parece nada importunar Correia de Campos...
- Que uma mulher queira fazer um aborto e tenha tudo de graça, enquanto alguém que sofre um enfarte tenha que pagar, isso não incomoda Correia de Campos...
- Mas que os padres entrem nos hospitais e possam livremente atender quem deles precisa, isso incomoda Correia de Campos!!!

E Sócrates? Não é ele o grande responsável por esta situação de afrontamento à saúde, liberdade e justiça?
Ele é que é o chefe do Governo!!!

38º aniversário do Tarouquense

PRABÉNS, Tarouquense, por estes 38 anos de vida!
Por afazeres inadiáveis, não posso aceitar o amável convite para estar presente no jogo da apresentação da equipa, nem no convívio comemorativo do aniversário.
Agradeço o convite.
Desejo ao Tarouquense longa vida em prol do desporto e da juventude.
Que este ano seja carregado de êxitos desportivos e do maior sucesso.
Com muita paz.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Conselho de Arciprestes

Participei hoje no Conselho de Arciprestes. E fi-lo, como sempre, com alegria.
É sempre bom ver, falar e partilhar com colegas. É sempre importante sentir o pulsar da Igreja na diversidade de sensibilidades e na particularidade dos espaços.

Fundamentalmente, a reunião de hoje visou a apresentação da Programação Pastoral da Diocese 2007/2008.
Baptizados em Jesus Cristo, Sacramento do Pai, vamos crescer:
- na consciência de que somos membros da comunidade eclesial, formando o Corpo Místico de Cristo;
- na consciência da dimensão humana de Jesus Cristo, apreciando-a como caminho da revelação de Deus ao homem;
- no aprofundamento, vivência, celebração e implicações vitais dos sacramentos do Baptismo, Reconciliação e Confirmação;
- na descoberta de Cristo, como sentido de vida e fonte de alegria.

Penso que os espaços do exercício da comunhão eclesial devem ser sempre promovidos, acarinhados e incentivados. Longe de apoucarem o papel do Bispo, pelo contrário, reforçam-no na nobre função de, mantendo a unidade e a sã doutrina, acolher os diversos contributos de cada um, fazendo-os convergir para a unidade enriquecida da Igreja.

Felizmente, existe neste Conselho Arciprestal avontade responsável para a expansão de opiniões, sensibilidades e reflexões. E isto deve-se acima de tudo e em primeiro lugar ao nosso Bispo. Na riqueza multiforme da Igreja, devo dizer que os meus colegas que integram este Conselho são pessoas e sacerdotes maravilhosos.

Era possível ir mais longe? Felizmente, penso que sim. Mas quero acreditar que muitas das propostas ali feitas não vão cair em saco roto.
Que não falte um acompanhamento pessoal, interactivo, afectivo e efectivo aos sacerdotes. Não será esta a melhor forma de os ajudar a envolver-se mais na dinâmica pastoral da Diocese!?

Que toda a comunidade diocesana se sinta mobilizada e que o Plano Pastoral a ajude a crescer. Então que todos queiramos crescer e nos deixemos interpelar.

Falta uma cultura cristã nas pessoas que se aproximam da Igreja

O Bispo de Santarém considera que a participação de muitos dos fiéis nos Sacramentos da Igreja se deve a "razões de natureza sociológica, antropológica ou de hábitos tradicionais".

"A forma de pensar e de agir das pessoas em geral não reflecte hoje uma cultura cristã. Pedem ritos sacramentais mas não estão iniciadas na fé cristã", aponta.

"Numa cultura resistente aos valores cristãos, é necessário viver a fé no interior do coração, com convicções próprias e com uma experiência pessoal, ou seja, numa relação de amizade, confiança e obediência ao Senhor", alerta.

Numa cultura de tradição cristã, lembra D. Manuel Pelino, "bastava ensinar e explicar a doutrina católica. Hoje é necessário introduzir os homens e as mulheres do nosso tempo no mistério da vida cristã que é comunhão com Cristo, fonte de esperança e de amor".

"A transmissão da fé passa pelo testemunho pessoal e comunitário dos crentes, fundamentada numa experiência vivida, como aconteceu com os primeiros discípulos de Jesus", indica.

in ecclesia

Servir ou possuir?

Infelizmente, encontramos tantas pessoas que perdem o senso do servir e se apegam ao possuir.

Possuir:
prestígios
primazias
importâncias
poderes
influências
famas
coisas
dinheiros
vaidades
belezas
títulos
modas
...
Tanta gente que só se sente bem quando é centro de atenções, que só se enxerga e se ouve a si mesma...

Ó gente, que nunca percamos o bom senso do serviço!

É dando e dando-nos que recebemos e nos recebemos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Emails a monte!!!

A internet possibilita tudo. Até a maior massificação.
Uma pessoa recebe "montes" de emails. É facil: reenvia-os aos seus contactos. Sem selecção, sem atenção à individualidade do receptor. Sem consideração pessoal.
Concordam? Eu não.
Se uma pessoa quer enviar um email a um amigo, dos que recebe escolhe, selecciona, procurando ver aquele (s) que podem interessar ao seu amigo. Para isso é amigo.
Quando vou abrir a caixa de correio e vejo uma multidão de emails da mesma pessoa, não resisto e apago-os todos imediatamente. Exagero? Porventura. Mas não gosto de me sentir tratado como massa...
Procuro sempre, dos emails que recebo, seleccionar aquele que pode dizer alguma coisa à pessoa a quem o envio. Seja para a brincadeira, seja assunto sério.
Massificação não. Please!

Oração de Gandhi

Quando nos aproximamos de escritos de pessoas ilustres fora do cristianismo, deparamos muitas vezes com surpresas belas e admiráveis, como esta oração de Mahatma Gandhi:
"Senhor, ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes e a não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos fracos.
Se me dás fortuna, não me tires a razão. Se me dás sucesso, não me tires a humildade.
Se me dás humildade, não me tires a dignidade.
Ajuda-me a enxergar o outro lado da moeda. Não me deixes acusar o outro por traição aos demais, apenas por não pensar igual a mim.
Ensina-me a amar os outros como a mim mesmo.
Não deixes que me torne orgulhoso, se triunfo; nem cair em desespero se fracasso.
Mas recorda-me que o fracasso é a experiência que precede o triunfo.
Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza e que a vingança é um sinal de baixeza.
Se não me deres o êxito, dá-me forças para aprender com o fracasso.
Se eu ofender as pessoas, dá-me coragem para desculpar-me. E se as pessoas me ofenderem, dá-me grandeza para perdoar-lhes.
Senhor, se eu me esquecer de Ti, nunca Te esqueças de mim."

Gandhi, Mártir da violência pacífica pede coragem para dizer a verdade, sem medo diante dos poderosos e para não dizer mentiras, não ser demagogo, para conquistar o voto dos fracos.
Os poderosos, muitas vezes incutem medo intimidando os mais simples.
Outro perigo enorme é a fortuna sem senso. O dinheiro enlouquece e anula o raciocínio equilibrado. Quanta gente tresloucada pela riqueza!
Para as horas de sucesso Gandhi pede humildade, e não vanglória ou vaidade.
"Ajuda-me a enxergar o outro lado da moeda".
Quantas vezes julgamos injustamente os outros porque não procuramos ver o lado inocente dos outros.
Perdoar é uma grandeza. E a vingança é vergonhosa baixeza, cobarde e expressão do ódio.
Senhor, se eu me esquecer de Ti, nunca Te esqueças de mim!
Padre Mário Salgueirinho

UMA QUESTÃO DE PRIORIDADES

Útil reflexão sobre o TGV. Será que precisamos mesmo d0 "comboio de alta velocidade"??

Leia, pense e dê a sua opinião.

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Mourinho demite-se do Chelsea

Site do Telegraph afirma que treinador português deixa o clube londrino.
José Mourinho demitiu-se do Chelsea. O treinador português comunicou quarta-feira à noite aos jogadores, por escrito, que deixa o clube, mas deseja o melhor a toda a equipa, diz o Telegraph.
No seu site, o jornal diz que José Mourinho se despede do Chelsea depois do empate, em casa, na terça-feira com os noruegueses do Rosenborg.

SIC
Se for verdade, não deixa de ser uma verdadeira surpresa. Embora nos últimos tempos nem tudo tenha corrido bem, nada me levaria a concluir por este desfecho.
Mourinho é inquestionavelmente um vencedor. Mas os vencedores têm, como qualquer mortal, fases de algum menos fulgor.
Mourinho terá aprendido com a experiência e imagino que voltará à sua estratégia: pegar em jogadores com valor, mas ainda desconhecidos, para os ajudar a catapultar para o estrelato, formando equipas fortes, coesas, lutoras até à exaustão, com enorme espírito de grupo e com ambição.
Como eu gostava de o voltar a ver no meu FCP! Com aqueles jogadores valiosos que o meu clube possui, o condão de Mourinho faria maravilhas...
Nada tenho contra Jesualdo Ferreira, mas não gosto do seu estilo conservador, algo medroso, sem ousadia. Além disto, não goza de simpatia por aí além entre os adeptos. Basta ler alguns foruns.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

SIMPLEX ou COMPLEX?

O governo tem anunciado constantemente o programa SIMPLEX como uma inovação que simplifica imenso a vida dos cidadãos.
Tenho ouvido a algumas pessoas que notaram melhorias, aqui e ali, na intrincada e asfixiante rede burocrática nacional. Claro que gostei.
Pessoalmente, ainda não o notei. Ou sou eu que tenho tido azar ou então não ando tão atento como deveria.
Agora, quando se envia a acta do casamento católico para a conservatória do registo civil, é preciso enviar fotocópias dos bilhetes de identidade das testemunhas. Afinal aqui não houve SIMPLEX, mas COMPLEX!
Nas escolas, a papelada ( ou o seu sucedâneo computador) não diminuiu. Pelo contrário. Para tudo e para nada, são precisos papéis e mais papéis... O tempo e a paciência que os professores gastam com a papelada!!!
E se precisa de se candidatar a algum apoio do Estado em nome da instituição que representa, então "Tá frito!" Papéis, cada dia mais um do que no dia anterior. Cada vez um diferente. Ele são reuniões, ele são viagens, ele são contactos, ele são exigências, ele são ... um martírio!
Como se ouve em surdina, muitíssimas vezes é o processo que o Estado usa para adiar o apoio, porque não tem dinheiro. Seria bem melhor que os governantes fossem sinceros: "Tenha paciência. Neste momento não há dinheiro. Espere até..." Não é o Estado uma pessoa de bem?
Agora atirar um pobre cidadão para uma rede infindável de burocracias, quando muitas vezes anda nestas coisas por amor à causa, sem qualquer interesse pessoal, é indigno.
Como diz o povo: "Deus nos dê paciência!"
Como diz Mário Soares: "Temos o direito à indignação!"

Investimento na educação: Portugal abaixo da média da OCDE

Portugal gasta anualmente 5.030 euros em despesas de educação por aluno, desde o ensino básico até ao superior, estando no 23º lugar entre os 34 países analisados pela OCDE.

Do total de investimento público nacional, Portugal destina 11,4 por cento para o sector da Educação, ficando abaixo da média de 13,4 por cento dos países da OCDE analisados.

Apesar de, comparativamente, investir pouco em Educação, Portugal aumentou em cerca de 50 por cento os gastos por aluno entre 1995 e 2004, de acordo com o relatório 'Panorama da Educação 2007', da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Fonte: jornal Sol

Só uma pergunta: por que razão não falam disto os decisores políticos quando referem o abandono e insucesso escolar, que são enormes em Portugal, quando comparados com outros países europeus?

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Anda feliz a petiza...

Durante anos, viveu com os avós. Suspirava pelo Verão para rumar à Suiça onde os pais trabalhavam.
Agora os pais regressaram de vez. Por causa dela. Sabe disso perfeitamente.
Era uma criança nada fácil. Descuidada, provocadora, algo insolente, pouco dedicada aos livros... Mas quem a conhecia sabia que tinha um coração de ouro. O seu proceder provinha da efectividade em baixo. A ausência dos pais marcava-a profundamente. Por isso reagia assim.
Anda feliz. Conta a toda a gente que agora vive com os pais. Está mais simpática, atenciosa e delicada. Há brilho naqueles olhos verdes.

Enfim, nada que não se esperasse...

Ontem à noite, a RTP transmitiu o programa "Prós e Contras." Abordou a educação, com a presença da Ministra da Educação e de outros convidados.

Como há um ano atrás, também agora não gostei. Parecia mais um progrma "Prós e Prós"! Fiquei com a ideia que tudo concorreu para que a Ministra fizesse passar as ideias que queria.

A intervenção dos sindicatos, na minha opinião, foi demasiado pobre. E pergunto-me: "Vale a pena estar sindicalizado?" Quem os ouviu até fica a pensar que o único problema que os docentes têm é a progressão na carreira... Pobreza!

Quanto aos restantes, logicamente sem negar as suas competências, penso, contudo, que o "contra" não esteve suficientemente representado, tal o coro de descontentamento que percorre o país. Penso, por isso, que o Programa poderia e deveria dar mais ênfase a este aspecto.

Acho que perdi o meu precioso tempo. Pior, penso que não houve esclarecimento.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Faísca ataca a Imagem de Cristo Rei

As últimas trovoadas que se fizeram sentir por estes lados deixaram marcas.
Uma faísca atacou em cheio a imagem de Cristo Rei, cortando-lhe a cabeça, que deslizou pelo morro abaixo e foi encontrada atrás da capela. Na queda, destruiu o letreiro e arruinou a grade.
A cabeça da imagem sofreu alguns danos, tendo os responsáveis por aquele espaço litúrgico recolhido os pedacitos que puderam encontrar. Vão agora levá-la para ser restaurada por quem sabe.

NOVO ANO

Começou o ano lectivo. Novas expectivas, a revivescência de iguais problemas.

A aposta parece ser na tecnologia e na concentração de estruturas.

A médio prazo veremos se a equação menos escolas, menos professores, mais alunos dará resultado.Ou seja, veremos quem sai a ganhar. Se o governo (com a sua poupança), se a população (com maior instrução e cultura).

Que vençam todos.
http://padrejoaoantonio.blogs.sapo.pt

Neste início de mais um ano lectivo, quero desejar a todas as crianças e jovens, particularmente aos da minha comunidade paroquial, o maior e amplo sucesso, seja qual for o grau de ensino que frequentem.
Rezo por vós.

Amigos, lembrai-vos disto: sem trabalho e esforço nada de bonito se consegue. Então "toca a queimar as pestanas." Logo desde o início.
No próximo Verão, quero sentir a alegria do sucesso que foi este ano escolar para todos e cada um de vós.

Aos pais, professores e escolas desejo o melhor êxito na sua nobre missão.

Asas da Montanha

domingo, 16 de setembro de 2007

A maioria saiu daquela Igreja...

Corre na internet uma "história" que talvez nunca se tenha passado. Diz o seguinte:
"Num domingo de manhã durante o culto religioso com uma igreja cheia, apareceram dois homens mascarados, vestidos de preto da cabeça aos pés e armados com armas automáticas.Adiantando-se um dos homens disse:
– Aquele que estiver disposto a morrer por amor a Jesus Cristo fique onde está.
Imediatamente todos aqueles que estavam a cantar no coro fugiram. Os acólitos desapareceram e a maioria dos fiéis daquela Igreja saíram também. Das centenas de pessoas que estavam na igreja, ficaram muito poucos.
O homem que falou tirou a máscara e o capuz, olhou fixamente o celebrante e disse:
– Okey, agora que já só cá estão pessoas de Fé, pode celebrar a Missa. Desejo-vos um bom dia."
Se acontecesse na minha igreja um caso idêntico, que atitude tomaria eu?

M. V. P., in Amigo do Povo

Bom Dia!

Neste domingo, desejo a todos um bom dia... com Deus no coração!
Que cada um se sinta envolvido pela misericórdia do nosso Deus que a todos quer salvar.

"Ao Rei dos séculos, Deus imortal, invisível e único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amen."

Muita paz.

sábado, 15 de setembro de 2007

Ai computadores, computadores!!!

Sessenta e cinco por cento dos norte-americanos passam mais tempo com o computador doméstico do que com o marido ou a mulher. Porém não se manifestam muito contentes com esta companhia. Oitenta e quatro em cada cem afirmam que acabam por ficar mais dependentes dos PC do que do agregado familiar, pois gastam uma média de 12 horas por mês para resolver problemas dos computadores. E 52 por cento dizem que estes momentos maus lhes provocam raiva, tristeza e vontade de se livrar do PC.

Ele há cada um!...

O presidente da câmara de Aparecida, no Brasil, já tomou tantas decisões bizarras, que a população o apelidou de Zé Louquinho. A úLtima proposta de lei pretendia proibir as «inundações e outras ocorrências climáticas» no município.
José Luís Rodrigues já proibiu as minissaias durante a Quaresma, colocou quatro cães «pitbulI» e «rotweillers» a guardar o cemitério da cidade, encheu uma avenida de terra quando suspeitou da fuga de um recluso, e obrigou os padres a vestir batina quando se deslocassem pelas ruas da cidade.

24º Domingo do Tempo Comum

"Os publicanos e os pecadores aproximaram-se todos de Jesus, para O ouvirem.Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo:«Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’.
Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento."
(Lc 15)

Rendimento Social de Inserção: 10 anos

Rendimento Social de Inserção: 10 anos
Uma medida «boa» que falha no «acompanhamento e fiscalização»


O Rendimento Social de Inserção - RSI - faz 10 anos. Nasceu com o nome de Rendimento Mínimo Garantido com a promessa de acabar com a pobreza em Portugal. Dez anos depois a medida continua a ser aplicada, mas a não quebrar o ciclo dos pobres.


Esta é uma medida “importante para ir ao encontro da pobreza extrema, deve manter-se mas desde que seja bem aplicada”, aponta à Agência ECCLESIA o Pe. Agostinho Jardim Moreira, da Rede Europeia Anti Pobreza / Portugal.
“Falta acompanhamento e fiscalização”, aponta o sacerdote que relembra a finalidade da medida ter sido alterada sob a tutela de Bagão Félix. “Teoricamente ela é positiva, mas deve ser acompanhada da devida fiscalização e mais cuidado”.

A medida transformou-se num “assistencialismo”, sublinha o Pe. Agostinho Jardim Moreira que acrescenta que “esta medida não foi nem deve ser encarada como solução de pobreza, pois o seu objectivo cimeiro é ser transitória e levar à inclusão”. Ao invés “transformou-se num subsídio”, pois é encarada “como mais uma prestação do governo e mantém a situação dos pobres e desempregados”.

O sacerdote aponta um quadro de técnicos nos Centros Distritais com “centenas de processos nas mãos” e por isso não conseguem acompanhar caso a caso. “Era útil haver técnicos para acompanhar e fiscalizar a medida” para ter um efeito correcto, se não “cai-se na injustiça”.
O Norte do país é “umas das zonas com pessoas mais dependentes do RSI”. A falta de acompanhamento e fiscalização assim o ditam, acrescido ao “desemprego causado pelas empresas que fecham”. Um quadro que leva ao acomodamento das pessoas “que acabam por receber o RSI, porque ninguém as incomoda”.

As instituições das redes sociais locais, mais próximas das pessoas, “deveriam ter um papel activo nesta situação, para que as pessoas se sintam protegidas e acompanhadas, mas também com uma exigência de participação”.


Este é um problema sem solução se as pessoas “pobres ou excluídas não participam na solução dos seus problemas de uma forma activa”. Esta, relembra o Pe. Agostinho Moreira, “era a filosofia da medida no início”.
Na população em geral “sente-se uma crítica e um mau estar geral sobre a medida que não cumpre os seus objectivos”, finaliza.
In ecclesia

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Expulso de casa aos 15 anos

Foi expulso de casa aos 15 anos. Toda a família lhe virou costas. Assim mesmo, despejado na rua como coisa abominável.
Passou fome. Procurou muitas vezes nos caixotes do lixo um farrapo para se vestir ou uma migalha para matar a fome.
Podia ter dado num mendigo, num ladrão ou num drogado.
Mas não. Não parou de sonhar. Estudou. Trabalhou. Lutou muito, conquistando a admiração de tanta gente...
Aos vinte anos, está empregado, ganha muito bem, tem carro e mora num bairro da classe média-alta.
E mais. Apoia a sua mãe. Sim, essa mesma que ajudou a pô-lo na rua.
Amanhã fará 21 anos. E vai passar o aniversário numa bela herdade, rodeado de gente importante.
"Ainda só tenho 20 anos, mas já sofri como se tivesse 100!"- confessa, enquanto garante que está a lutar para chegar cada vez mais alto.

Seria eu capaz do mesmo?

A polícia chinesa deteve pela 11.ª vez em três anos Jia Zhiguo, bispo da diocese de Zhengding, na província de Hebei, noticia um grupo de direitos religiosos, que diz desconhecer as razões que levaram à detenção e o local onde o bispo está preso.
A mesma organização adianta em comunicado que Jia, que no total já cumpriu 20 anos de prisão e esteve cinco dias sob apertada vigilância policial.
A anterior detenção de Jia verificou-se há dois meses, dias antes do Papa Bento XVI enviar uma carta aos cerca de dez millhões de chineses que, de forma clandestina, seguem o catolicismo no país asiático, celebrando e catequizando em casas particulares.
Nessa altura, as autoridades religiosas da China advertiram Jia de que não devia manifestar apoio público à missiva de Bento XVI.

Muitos têm sido os católicos que têm sofrido corajosamente perseguições de toda a ordem e por vezes a morte, mas que se mantiveram firmes na fé. E isto não só na China mas em muitos outros países.
É conhecida a proibição de um muçulmano se converter a outra religião, sob pena de ser mesmo condenado à morte. No entanto, volta e meia aparecem pessoas que afrontam a lei e se sujeitam ao pior. E tudo isto por amor a Cristo.
Seríamos nós capazes do mesmo?

M. V. P., in Amigo do Povo

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A peruca

Cena interessante, acontecida numa Eucaristia.
Uma senhora a quem a natureza não favorecera em matéria capilar e a quem o tempo havia estragado fulminantemente o de si já precário cabelo, usava uma abundante peruca.
Chega atrasada à celebração. Empanca na passadeira e estatela-se ao comprido. As pessoas acorrem para a judar a senhora. Esta, totalmente no chão e de rabo para o ar, ergue as mãos para cima e abana-as tenazmente, tentando afastar os ajudantes. Entretanto rasteja pela passadeira fora com quantas forças tem, tentando apanhar a peruca que rebolara.. Ninguém resistiu ao riso. As crianças, então, soltaram gargalhadas.Felizmente a senhora não se tinha magoado.
Abraça a peruca e, ainda no chão, coloca-a a toda a pressa na cabeça. Só então se ergue e caminha, como se nada fosse, para o seu lugar.

Futebol: assim não!

Ontem Portugal e Sérvia realizaram um jogo de futebol. Era importante, tendo em vista o apuramento das equipas para o Europeu.
Penso que Portugal não fez uma grande jogo, mas o árbitro também não esteve bem.
A atitude do seleccionador no fim do encontro compreende-se na frustração de uma arbitragem mal intencionada. Mas ele é o último a poder fazer aquilo.
O seleccionador de um país deve reger-se e pautar-se por normas e comportamento ético-desportivos que sirvam de exemplo para toda a nação desportista. Exigem-se-lhe "nervos de aço", imunes à efervescência do momento. Para isso é pago a peso de ouro.
Aliás as instâncias europeias e mundiais que presidem aos destinos do futebol costumam ser implacáveis em relação a este tipo de comportamentos. Pelo que é de esperar um castigo exemplar para Scolari.
Mas seja qual for a posição que a Federação Portuguesa tome:
- Há que reprovar comportamentos anti-desportivos e eticamente incorrectos;
- Nenhum jogo de futebol justifica alguma vez ofensas, agressões, intolerâncias;
- Condene-se o erro claramente, mas tenha-se em grande atenção a dignidade da pessoa humana;
- Ninguém pode dizer "desta água não beberei". Um acto de fragilidade pode acontecer a qualquer um. Resta ser livremente humilde para reconhecer o erro e pedir perdão;
- Um acto reprovável não deve fazer esquecer tudo o que Scolari fez pela selecção portuguesa, goste-se ao não das suas tácticas de jogo; concorde-se ou não com os jogadores que escolheu.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O Governo sai à rua

Hoje muitos ministros e secretários de estado foram a várias escolas deste país.
Para alguns, tratou-se de mera propaganda política, fazendo das escolas locais de comícios; para outros, foi a maneira de os governantes apoiarem, motivarem e incentivarem as comunidades educativas neste arranque do ano lectivo.

Algumas reflexões me sugeriu este dia:

1. Não ouvi nenhum governante dizer aos alunos que têm que estudar. Que sem esforço individual, sério e continuado, o sucesso escolar será sempre uma miragem. Por mais computadores que se ofereçam. Que é preciso educar para os valores, sem os quais o homem se transforma em robot.
Por que razão os nossos governantes não dizem a verdade aos jovens!? Parece-me simples: querem os votinhos!!!

2. Gostei da ideia de a escolaridade obrigatória se estender ao 12º ano a breve prazo. Aliás, esta ideia nem sequer é nova. Mas uma escolaridade a sério, com margem de escolha para os alunos, atendendo à especificidade de cada um. Com cursos técnicos a valer. Porque não a reimplantação das escolas comerciais e industriais em termos modernos???

3. Enquanto não combatermos seriamente a exclusão social, não será fácil o sucesso escolar. Num país com 2 milhões de pessoa à boca da pobreza, como podemos estranhar o abandono e insucesso escolares?

4. Há factos que o governo dá como adquiridos e realmente não estão. Ouvimos os responsáveis apregoar alto e bom som que as aulas de substituição foram uma grande reforma deste governo. Mas não é verdade. De modo nenhum. Só que o governo mete a cabeça na areia por uma questão de propaganda política. As aulas de substituição, tal como estão, são um foco permanente de mal-estar nas escolas. Para alunos e professores. Só pensa o contrário quem não tem nenhuma experiência do que é um turma.

5. Este governo, por obras, manifesta uma enorme indiferença perante o interior do país. Que obras tem realizado ou projecta realizar no interior?? Não se apercebe do número crescente de portugueses que, à semelhança dos anos sessenta, abondona silenciosamente o interior, partindo para a emigração externa e interna???
O encerramento de escolas nas aldeias, transferindo os alunos para centros escolares, é uma machadada enorme desferida por quem devia apoiar a fixação de pessoas no seu meio, criando-lhes condições. E depois crianças pequeninas, levadas para fora das suas famílias, desde alta manhã até à tardinha... Isto chama-se tirar os filhos da família. Parece-me ser o estilo comunista, tal como o víamos referenciado nos antigos países comunistas.
Então uma escola primária com dois ou três alunos tinha razão de existir? Penso que não. Mas partir daqui para arrebanhar todos os alunos de um concelho numa única escola parece-me claramente um abuso.

6. Quando é que este governo começa a apoiar decididamente os professores? Certamente que a postura anterior da ministra da educação não ajuda. Sem autoridade, sem professores dignificados, motivados e apoiados não é possível uma educação com sucesso.

7. Há que revalorizar a família como agente principal da educação. Penso que a família tem que assumir cada vez mais responsabilidade pela correcta conduta dos seus filhos e pelo sucesso escolar dos mesmos. Há que ajudar os pais a serem pais a sério e não "papás"!!!
Os pais não podem ver a escola "como depósito de alunos". Têm que apelar à fantasia de principais educadores.

Jornada de Formação para o Presbitério

Contra a minha vontade, não me é possível participar na Jornada de Formação para o Presbitério, que decorre hoje e amanhã na Casa de São José - Lamego.
As reuniões na escola impedem-me de participar.
Nesta altura, às portas do ano lectivo, com muitas reuniões e outros trabalhos na escola, é difícil para o sacerdote que é professor poder tomar parte neste tipo de acções.
Não seria possível outra data, uma vez que um considerável número de sacerdotes está no ensino???

ORAÇÃO PELAS PESSOAS DIVORCIADAS-RECASADAS

Tu cujo nome é Amor,

Peço-te, Senhor,
por todos os homens e mulheres divorciados,
com frequência recasados,
que guardam o sentimento de um fracasso
por vezes doloroso.
Peço-te por aqueles
que foram injustamente abandonados,
por aqueles também
que foram responsáveis pela ruptura.
A sua união devia ser a imagem da Tua união com a Igreja.
O ideal, tantas vezes mal compreendido,
esteve para além das suas forças.

Perdoa as faltas
daqueles que não tiveram a coragem
de aceitar uma vida comum difícil
ou de recusar um novo amor.
Dá força àqueles que têm de suportar
a solidão e por vezes o encargo
de educar sozinhos as crianças
que pertencem também ao "outro".
Tu sabes que muitas vezes
o novo lar que se criou
quer permanecer-Te fiel e que ele sofre
por se ver excluído da eucaristia.
Possa ele descobrir
outros caminhos de graça
e continuar a servir a Igreja.

Dá àqueles
que encontram estes feridos do amor
a graça de os acolher como irmãos.
Ilumina também a tua Igreja
sobre as vias de uma maior misericórdia.
Ó Tu, cujo nome é Amor,
fortifica no seu amor
todos os casais criados à Tua imagem
que se encontrarão um dia em Ti.

Armand Le Bourgeois

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Portáteis quase "oferecidos" pelo Governo

Comentário retirado de um Forum sobre a Educação :

Os computadores que a TMN propõe por quase 800 euros (150 € de entrada + 3 anos x 17,50€ / mês) estão à venda na FNAC por 499 euros... e a FNAC também oferece crédito que acaba por sair mais barato do que a oferta do nosso governo socialista no âmbito do seu programa de choque tecnológico. O que me assusta é que tenho a certeza que não vão faltar professores para cair na esparrela e comprar aquilo. Se não acreditam investiguem, e... É só fazer as contas!... --

Paulo Almeida, enviado por email

A DESGRAÇA DO SÉCULO

Este tempo sofre muitas desgraças, na guerra, ambiente, saúde, etc. Mas a maior de todas é acreditar nos contos de fadas. Essas lendas infantis são muito antigas e sucessivas gerações as narraram, mas todas sempre souberam que se tratava de fantasia. Este é a primeira época que realmente acredita nelas, criando terríveis efeitos sociais.

Os contos de fadas têm muitas personagens fictícias, mas as mais incríveis são... o príncipe e a princesa. São incríveis, porque aquilo que fazem no conto é sempre casar e viver felizes para sempre. Ora toda a gente que está casada sabe que não se consegue viver feliz para sempre. Esse desejo é, aliás, o maior obstáculo à construção da verdadeira felicidade. Os casais bem sucedidos, aqueles que se amam para sempre, não são sempre felizes. Vivem no meio de alegria e comunhão, mas também de ocasionais dúvidas e zangas, bastantes sofrimentos e desilusões. Amam-se sempre, mas muitas vezes com alguma infelicidade. Neste mundo nenhum ser humano consegue ser feliz para sempre, sobretudo a dois.

Dizer isto hoje é a suprema heresia, pois, com fé inabalável na televisão, este tempo acredita piamente nesse aspecto central dos contos de fadas. Os jovens hoje, livres de fazer o que quiserem, sentem direito a felicidade principesca. Passado o fogo inicial, perante o menor problema, obstáculo, desentendimento, concluem que se enganaram. Se não conseguem ser sempre felizes, então este não é o prometido parceiro encantado. Desfazem a união partindo esperançados para outra.

Os tempos antigos sabiam tudo sobre namoro, amor, paixão. Mas também sabiam que casamento era mais que contos de fadas. Casamento era família, futuro, estatuto, estabilidade. Construir um amor a dois, estabelecer uma casa, assegurar uma herança, perpetuar e educar uma prole dá muito trabalho. São coisas demasiado importantes para serem deixadas a fantasias. Havia muitos casais felizes, mas muitos mais casais sólidos. Nesses tempos um casamento não era um contrato que as partes podiam denunciar. Era um casamento.

A solução antiga estava longe de ser perfeita, gerando infidelidades, frustrações, recriminações. Mas evitava o descalabro actual. Porque a nossa crença nos contos de fadas criou um caos social de primeira grandeza. E, pateticamente, não reduziu as infidelidades, frustrações e recriminações. Só as tornou banais. Procuramos escondê-lo para podermos manter a fé nos sonhos, mas essa fé trouxe a desarticulação da família, com consequências sociais devastadoras.

A família é a célula-base da sociedade. Antigamente nunca se dizia isto, porque se vivia isto. Os princípios só são enunciados ao deixarem de ser respeitados. Quando a finalidade central deixou de ser a família para ser o conto de fadas, surgiu a desgraça do século. Chamamos "novos tipos de famílias" aos estilhaços resultantes dessa desgraça. O casamento passou a ser uma relação mais fluída que o vínculo laboral. Os casais habituaram-se a desligar a sua vida real do momentâneo sonho idílico. As crianças passaram a viver órfãs com pais vivos ou, pior, com demasiados pais.

O mais terrível é que a fé nos contos de fadas, além de minar os fundamentos da sociedade ocidental, não trouxe mais felicidade. Trouxe vidas decepadas, estraçalhadas, remendadas. Adultos desenganados, cínicos, apáticos, ou viciados, tacanhos, corruptos. Idosos desamparados, solitários, tristes. Nem a evidência da explosão da depressão, droga, crime e suicídio, apesar da prosperidade, nos fazem perceber que há algo de muito errado na nossa opção.

Há mais liberdade, mas não se vêem hoje mais pessoas felizes, mesmo que seja só por algum tempo. Há mais embriaguez, sofisticação, reinvindicações, mas não mais felicidade. Antes, sem poder escolher, muitos aprendiam a ser felizes com o que tinham. Hoje, sonhando com o impossível, tantos sacrificam a felicidade realizável por sonhos enganadores. Não espanta que o tempo que acredita nos contos de fadas tenha sido aquele que criou um novo tipo de novela: o filme de terror.

João César das Neves, professor universitário
Enviado por email

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Parabéns, Senhor Bispo!

Neste dia 11 de Setembro ocorre o aniversário natalício do nosso Bispo, senhor D. Jacinto.

Que Deus, rico de misericórdia e de bondade, lhe conceda muita saúde, paz, alegria e muitos anos junto de nós.

Também hoje ocorre o aniversário natalício de dois sacerdotes que passaram pela nossa paróquia: os padres Joaquim Dionísio e Luis Seixeira.
Saúdo-os com amizade. Muitas felicidades.

Figos "pingo de mel"


Dois funerais em locais distintos da paróquia. Um ao início da tarde e outro ao fim da tarde.

Quando regressava do último, olho casualmente para a quinta de uns amigos e apercebo-me que a "minha amiga" figueira pavoneava os seus figos "pingo de mel" à luz clara e suave da tarde. Sim, amiga, porque todos uns anos lhe faço umas visitas de cortesia por esta altura.

Cheguei a casa, resolvi algumas situações rotineiras e pensei: "Vou aos figos". Se bem o pensei, melhor o realizei. Fui à garagem, peguei no "gerico" e ala que se faz tarde.

Passei por casa de um casal amigo, disse ao que vinha e toca para a figueira. No caminho encontro a esposa, transportando nos braços uns figos pretos. Mal me viu, exclamou:
- Ao que ides, vamos!

Bom, não fui logo aos pretos, queria mesmo era os "pingo de mel." A noite, que começava a semear sombras, também arrefeceu os figos. Estavam mesmo no ponto do rebuçado! Malandros! Ainda não estavam tão maduros como aparentavam. Há que apalpá-los. Já havia alguns bem bons. Deu para saborear.

Saborear os figos e saborear a amizade. Pensei nisso enquanto os ia comendo. Fantástica mesmo é a amizade que gera este avontade de entrar por ali dentro, sentir-me em casa e saber que, com a minha atitude, deixava felizes os meus amigos. Sois maravilhosos. Obrigado por existirdes.

Passo depois pela "figueira preta". Oh! Muito mais torcidinhos, gustosos, com aquele agridoce a fazer cócegas na garganta. Comi poucos. Mas quem não come por já ter comido...

Uns passos mais abaixo, estava um pessegueiro a quem os pêssegos haviam causado reumatismo agudo. Todo dobradinho! Tento aliviá-lo, colhendo um pêssego maduro. Uhm! Que sabor! É um pessegueiro vindimo, daqueles que dão nesta altura. Tipicamente nacional.

Não há pêssegos que igualem o sabor dos autóctenes. Os pessegueiros que agora infestam os pomares vieram de fora e os seus pêssegos não possuem, nem de perto, nem de longe, a excelência dos nativos.

Muitas vezes tenho pensado se não seria importante um esforço colectivo na preservação e promoção das fruteiras autóctenes. Penso, por exemplo, na maçã. Há lá maçã que iguale o sabor da nossa "costa"!? Qual golden, qual carapuça!

Tanta gente preocupada com espécies em extinção. O Ministério da Agricultura tão despreocupado com as fruteiras em extinção! Enigmas da política...

A Paróquia não é uma agência burocrática de serviços religiosos"

A Paróquia "não é propriamente uma agência burocrática de serviços religiosos", afirma o Bispo dos Açores, que pede para que a Paróquia seja comunidade "de vida pela vida do mundo" e não apenas a "presença material no território".
E finaliza: "Tem de ser uma presença cristã, comprometida e solidária com as pessoas, na sua luta pela vida. É preciso ser «próximo» e estar presente nos ambientes de vida. Não apenas, a nível individual, mas de forma organizada e comunitária".

Uma Europa sem Deus, sem filhos e sem convicções.


Bento XVI regressou ontem à noite ao Vaticano, após uma viagem apostólica de três dias à Áustria que o levou ao Santuário mariano de Mariazell, um dos mais importantes da Europa.


O Papa deixou mensagens em favor da vida e dos valores cristãos na Europa, manifestando-se preocupado com o futuro de um Continente que parece querer viver sem Deus, sem filhos e sem convicções.

domingo, 9 de setembro de 2007

Setembro especial

Nesta comunidade paroquial, e desde há uns anos a esta parte, no mês de Setembro decorre uma catequizaçao geral. Cada ano de acordo com o plano pastoral.
O Conselho Pastoral, analisada a situação da comunidade, sugeriu para este mês o tema: virtudes teologais.

No 1º domingo, fora entregue a cada pessoa o boletim paroquial que versava exactamente esta temática e informações sobre o arranque da catequese.

Há oito dias, abordámos o assunto e contextuámo-lo. Hoje desenvolvemos a virtude teologal da fé. A assembleia pareceu-nos particularmente atenta e receptiva.

Esta comunicação social até arrepia...

- Um rapaz de 18 anos morreu afogado nas águas do Zêzere...
- A ETA promete atacar o Estado espanhol por todos os meios...
- Presidente afegão interrompe discurso por causa de uns tiros...
- Acidentes vários nas estradas portuguesas...
- A exploração do caso "os McCann! Fico revoltado com a espionagem, a invasão da privacidade, o julgamento que a comunicação faz desta situação...
- o Empate de Portugal frente à Polónia...

Meu Deus, só desgraças! Apeteceu-me desligar a rádio. Desde que me levantei, passando pelas notícias que ia ouvindo no caminho para as Eucaristias, só desgraças, mortes, violências, exploração da privacidade.

Não há nada de bom, de belo, de positivo que mereça ser notícia??
Esta comunicação social lembra-me os abutres! Só caem sobre a morte.

Temos o direito à informação TODA! Isenta, correcta, digna.
Temos o direito a conhecer também o lado positivo da vida!

sábado, 8 de setembro de 2007

"Tenho pena que os avós não tenham lugar na casa dos netos".



Os avós são «essenciais» na sociedade actual porque mantêm a ligação "à fidelidade dos valores e são a continuidade desses valores". Quem não respeita os avós "não tem futuro".


Na cultura pós-moderna há cortes substanciais na transmissão de valores. Muitas vezes, os avós "queixam-se que não são respeitados pelos mais novos (netos)". Há um corte umbilical na família.



Não se trata de culpar ninguém, mas assisti-se também que "alguns avós não transmitem a cultura do seu tempo".


"Os mais velhos estão a morrer com os seus valores" e "os mais novos estão vazios, órfãos de valores".


"Celebramos os nossos antepassados através da memória, herança e respeito".



D. Ilídio Leandro

O caminho que Jesus propõe não é um caminho de “massas”, mas um caminho de “discípulos”

1. Jesus não é um demagogo que faz promessas fáceis e cuja preocupação é juntar adeptos ou atrair multidões a qualquer preço. Ele é o Deus que veio ao nosso encontro com uma proposta de salvação, de vida plena; no entanto, essa proposta implica uma adesão séria, exigente, radical, sem “paninhos quentes” ou “meias tintas”. O caminho que Jesus propõe não é um caminho de “massas”, mas um caminho de “discípulos”: implica uma adesão incondicional ao “Reino”, à sua dinâmica, à sua lógica; e isso não é para todos, mas apenas para os discípulos que fazem séria e conscientemente essa opção. Como é que eu me situo face a isto? O projecto de Jesus é, para mim, uma opção radical, que eu abracei com convicção e a tempo inteiro ou um projecto em que eu vou estando, sem grande esforço ou compromisso, por inércia, por comodismo, por tradição?

2. A forma exigente como Jesus põe a questão da adesão ao “Reino” e à sua dinâmica faz-nos pensar na nossa pastoral – vocacionada para ser uma pastoral de massas – e na tentação que sentem os agentes da pastoral no sentido de facilitar as coisas, de não serem exigentes… Às vezes, interessa mais que as estatísticas das dioceses e das paróquias apresentem um grande número de baptizados, de casamentos, de crismas, de comunhões, do que propor, com exigência, a radicalidade do Evangelho e dos valores de Jesus… O caminho cristão é um caminho de facilidade, onde cabe tudo, ou é um caminho verdadeiramente exigente, onde só cabem aqueles que aceitam a radicalidade de Jesus? A nossa pastoral deve facilitar tudo, ou ir pelo caminho da exigência?

3. Às vezes, as pessoas procuram a comunidade cristã por tradição, por influências do meio social ou familiar, porque “a cerimónia religiosa fica bonita nas fotografias”… Sem recusarmos nada, devemos, contudo, fazê-las perceber que a opção pelo baptismo ou pelo casamento religioso é uma opção séria e exigente, que só faz sentido no quadro de um compromisso com o “Reino” e com a proposta de Jesus.