domingo, 22 de julho de 2007

Viver Tarouca, pensar Tarouca, sonhar Tarouca

Como cidadãos, somos chamados à intervenção cívica, na procura das melhores soluções para a coisa pública.Para os que aqui vivem ou daqui são, esta terra é a sua casa. Precisamos todos de analisar a realidade que somos, que vivemos e sentimos. Para partir para o sonho. Que freguesia e que concelho sonhamos?Pobre daquela casa onde e apenas cada um pensa em si mesmo. Num tempo marcado por forte individualismo, esquecemos facilmente a noção de BEM COMUM.

Tendemos ao imediatismo da satisfação pessoal dos nossos interesses e conveniências. E o bem de todos? Precisamos de pensar fundo e ao largo, com ampla visão sobre o futuro comum. Ninguém é ilha. Sabemos que, quanto melhor estiver a sociedade melhor estará cada pessoa, e que frequentemente para atingirmos uma desenvolvimento social satisfatório, precisamos de algum espírito de sacrifício individual.

Muitas vezes as pessoas votam neste ou naquele candidato, não porque apresenta as melhores ideias para o desenvolvimento social de todos, mas porque resolveu este ou aquele assunto individual. Acham justo?

Então vamos lá sonhar. Que ideias, projectos, realizações têm para esta terra e estas gentes? Que futuro queremos?

Entre 23 e 31 de Julho

Veja em:

acagrup2007.blogspot.com

Obrigado

Quem não vive para servir, não presta para viver

Antónia e Clemente são um casal bastante jovem e deveras interessante. Têm dois filhos que são "jóia mesmo", no dizer de brasileiro.
Não foi fácil o namoro. Os pais dela opuseram-se com quanta força tinham a este casamento. A mãe repitiu-lhe até à exaustão:
- Toni, não sei que vês no Clemente! Nem beleza nem riqueza. Um pobretanas filho de pobretanas.
A Antónia (Toni para os amigos) era a pricesa da terra. Não faltavam "bons partidos" a arrastar-lhe a asa. Mas não, só tinha olhinhos para o Clemente.
- Ó rapariga, tanto rapaz com belos carros e tu só enxergas esse gabiru da bicicleta! - censurava-a o pai, alternando meiguice, gozo e raiva.
Mas nada a demoveu, nem promessas, nem ameças, nem maus tratos. Era do Clemente que ela gostava e pronto.
Para fugir do "inferno" do seu viver familiar, aceitou de bom grado o pedido de casamento do namorado. Ele só impôs uma condição: que ela levasse os seus estudos até ao fim, que se formasse. Trabalharia "de noite e de dia" para que a sua amada acabasse o curso por que sempre ansiou. E assim aconteceu.
Ainda na faculdade, foi mãe. E aí o Clemennte revelou também o seu espírito principesco. Para que a mulher pudesse estudar, velava ele o seu filhote. Com esmero, com alegria, embora o corpo alquebrado pelo trabalho lhe pedisse tanta vez descanso.
Ela acbou o curso e conseguiu trabalho nas redondezas da casita em que moravam. Não era emprego famoso, mas estava perto dos "seus dois homens", como gostava de referir (marido e filhinho).
Depois de muito conversarem, certo dia ela diz-lhe peremptoriamente:
- Chegou a vez de ser eu a apoiar os teus estudos. Sei que tens grandes capacidades, mas nunca pudeste ir longe na escola. Primeiro, os teus pais não tinham condições; depois sacrificaste-te para que eu acabasse o curso. É altura de te dizer por obras o quanto te quero, quanto te amo.
Clemente, algo contrarido, volta à escola. Não lhe agradava a ideia de ser a mulher a arcar com a maior parte das despesas. Por outro lado, receava desiludi-la com resultados escolares menos conseguidos. Mas como podia resistir àquelas palavras que ela lhe sussurrava ao ouvido enquanto o abraçava ternamente!? Ainda por cima, lá no fundo, no fundo, sempre desejara estudar, cultivar-se, ser mais.
Volta à escola, via ensino nocturno. Conclui o 12º ano com óptimas notas. O seu orgulho macho colide com a vontade da mulher, que era intimamente também o sua: tirar um curso superior. Mas mais 5 anos a sobrecarregar a mulher!? Não podia ser. Ele é que era o chefe de família. E resiste o mais que pode a ela e a ele mesmo. Por fim, cede. Entra no ensino superior que vem a concluir com excelentes notas. Toma-lhe o gosto e defendeu há um ano a tese de doutoramento. No fim das provas, corre feliz para a mulher que abraça, fazendo-a rodopiar nos seus braços. Duas lágrimas tensas inundam o rosto bonito de Antónia, enquanto todo o seu ser se ergue num sussurro interminável: "Obrigado, princesa!"
As pazes com os pais de Antónia estão mais que feitas. A vida ajudou-os a reconhecer que para a sua princesa só este píncipe de bicicleta. A felicidade deste casal, que tem trepado a corda da vida a pulso, é contagiante. Então os dois rebentos são a loucura dos avós. Não enxergam mais nada.
Alguém lhes perguntou onde iam buscar tanta força, tanto entusiasmo, tanto amor, tanto espírito de sacrifício, tanta entrega mútua. A resposta veio profunda, sentida, rápida:
- Ao Sacrário - responde ela.
Então um beijo fundo do marido desce sobre a face macia de Antónia.

sábado, 21 de julho de 2007

Um grupinho apercebeu-se...

A D. Isabel, responsável pelo serviço doméstico da casa paroquial, e o seu marido, sr José Oliveira, nosso competente sacristão, foram passar uns merecidos dias de férias. Fiquei, portanto sozinho.
Um grupinho de pessoas apercebeu-se disso. E logo muitas delas me convidaram para ir tomar as refeições a suas casas. Uma ou outra ofereceu-se para dar algum apoio no arranjo da casa paroquial. O Rui e a Zeza foram um casal impecável, sempre preocupados, sempre disponíveis. D. Lina foi incansável. Os senhores Beto Roque, António Mendes, Vinício Félix, Duarte Esteves, Manuel Teixeira, Diác Amorim e suas famílias foram super-atenciosos.
A todos o meu muito obrigado.

Graças a Deus que nesta comunidade há gente que se lembra do padre quando este precisa. Muitos só se lembram dele quando precisam.

Voz eufórica, mas destoante e insensata

O governo anunciou na Assembleia da República umas tímidas e incipientes medidas de apoio à natalidade, como já aqui demos conta noutro post. Só esperamos que sejam levadas à prática e que seja apenas o início de uma política pró-natalidade a sério!

Entretanto levanta-se a voz eufórica, mas destoante e insensata do Ministro da Saúde, fiel executor dos infelizes planos do governo, contente e feliz com a estimativa de que os hospitais públicos irão poder praticar 20.000 abortos, por ano! Uma vitória! Mas da morte sobre a vida.
E para isso não falta financiamento estatal. À custa de todos nós. Mesmo que a abortante seja riquíssima; mesmo que a gravidez seja resultado de infidelidades matrimoniais, de leviandades, de vadiagem. Todas beneficiam do "prémio", sem igual, de tudo pago!

A comunicação social tem apresentado casos lascinantes de professores cancerosos em último grau que, apesar de todos os relatórios médicos com que se apresentaram à Junta Médica, viram a sua passagem à reforma negada, sendo obrigados a continuar a trabalhar e a morrer no seu posto. Ou na miséria. Sem apelação. E além dos professores, quantos outros casos haverá que não vêm à luz do dia?
Para as abortantes toda a complacência; para doentes graves toda a exigência. É a política governamental que temos...

Impressiona realmente que o aborto seja pago por todos excepto por quem o pratica.
Se alguém tiver uma constipação ou sofrer um AVC, não é dispensado de uma taxa moderadora. Ou seja, um acto involuntário é cobrado.
Já o aborto, uma decisão voluntária, passa a ser gratuito.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O senhor está sempre na minha presença

Evangelho do 16º Domingo do tempo comum ( Lc 10,38-42)
1. O Contexto: O nosso texto fica entalado entre a parábola do bom samaritano e a Oração do Pai-Nosso. Fica entalado entre a boa acção e a oração, cujo equilíbrio está patente no texto que aqui e agora nos ocupa.
2. Vejamos alguns pormenores:

a) “continuando o seu caminho, Jesus entrou numa aldeia”: não se diz o nome da aldeia. Sabe-se que Jesus não caminha só. Vai em grupo. Vai a caminho de Jerusalém. Jesus não é como os rabinos, que ensinam, parados, à espera dos ouvintes. Jesus vai ao encontro das pessoas. Enfrenta contextos novos, reacções imprevistas; nós instalamo-nos facilmente. Jesus caminha…

b) “E uma mulher de nome Marta recebeu-O em sua casa”. Ao contrário do que seria de esperar, Jesus não é recebido por um homem, pelo senhor da casa…Sabemos que é recebido por Marta, uma mulher de quem só sabemos o nome e a família. Jesus aceita a hospitalidade de uma Mulher, sem preconceitos. Jesus vai com os Doze, mas dá a impressão que só Ele entra em casa: «recebeu-O» e não «recebeu-os»…

c) “Tinha ela, uma irmã, que sentada, aos pés do Senhor, escutava a sua Palavra”. Jesus anuncia a Boa Nova a uma pessoa. Ocupa-se de um só. Reflecte uma grande liberdade apostólica que não se prende aos números e mantém uma relação familiar.

3. Vejamos agora as personagens:

Maria: é aquela que escuta. Recebe e honra Jesus como Mestre “sentada aos pés do Senhor”. Não fica, de longe ou ao fundo da porta. Está «aos pés». Representa o ideal feminino da escuta, do acolhimento, como Maria de Nazaré.

Marta: É a irmã mais velha. Ralha com a mais nova. É a «dona da casa». Anda aflita, em apuros («perispastos»). Tensa, agitada! Porquê? Será que Jesus ia ali para comer apenas? O que é que ela pensa que Jesus quer? Ser agasalhado? Ou ser escutado! Perde a cabeça…Intromete-se. Perde o controle e acaba por censurar o hóspede: «não te importas»… lembrando as palavras aflitas dos discípulos na tempestade: «não te importas que pereçamos» (Mc.4,38). Ela faz uma tempestade num copo de água… «Diz-lhe que me ajude»…dando a impressão de se ter a si própria como a bondade em pessoa… acusando a irmã de indolência…

Jesus: O queixume de Marta até é razoável. O problema é o descontrole. Ela podia dirigir-se-Lhe de modo diferente. Jesus reage repetindo o nome: “Marta, Marta”, coisa que não se vê em mais lado nenhum no Novo Testamento! Quer dizer: o problema é sério. Mais sério do que parece. «Preocupas-te demasiado». Andas atarefada. É uma ocupação supérflua. «Maria escolheu a melhor parte», como quem tem o prato na mesa e escolhe o melhor bocado. A ela coube-lhe a melhor parte da herança…

Parece-nos ouvir, de novo, o Salmista – cf. Sal.16 (15):

Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
O senhor está sempre na minha presença.
Com ele a meu lado, não vacilarei.

In Varanda dos Reis

Humor episcopal

Certo sacerdote, muito zeloso da sua missão, dizia a todos os seus colegas não precisar de férias, para nada. O seu bispo, preocupado com este excesso de zelo, insistia então com o tão activo sacerdote, que reservasse algum tempo, fora das suas actividades comuns, para descansar. O pároco respondia, prontamente ao seu bispo:
- Não preciso de descansar, até porque não me sinto cansado.
Perante a santa teimosia do padre, o bispo deixou-lhe esta recomendação:
- Olhe, vá de férias, mesmo assim. Se não precisa o Senhor, por certo precisarão os seus paroquianos. Dê-lhes esse gosto!

Meus caros: não esperem pela demora. Eu vou descansar algum tempo. Não será tanto como os meus paroquianos mereciam, mas é o possível. Ahahahah

Apoio à natalidade e à família

O primeiro-ministro anunciou hoje um programa de apoio à família e à natalidade, aumentando o abono de família para as crianças e criando uma nova prestação de apoio à gravidez. As medidas de José Sócrates foram reveladas no seu discurso inicial do debate do Estado da Nação, a decorrer hoje no Parlamento.

Sócrates disse que será criada "uma nova prestação de abono de família, que será paga às futuras mães a partir do terceiro mês de gravidez".
"Garantido o acompanhamento médico, as mulheres grávidas, que preencham os requisitos para receber o abono, passarão a ter direito a seis meses de apoio financeiro adicional. Com esta prestação apoiaremos mais de 90 mil famílias e o valor do abono dependerá dos rendimentos. Mas para cerca de 32 mil famílias isto significará um novo apoio de 130 euros", sustentou.

Asegunda medida de apoio à natalidade, de acordo com Sócrates, destina-se a apoiar as famílias mais numerosas nos segundo e terceiro anos de vida das crianças - "período em que o acréscimo de despesas é mais relevante e onde o actual abono de família é substancialmente mais baixo". O Governo vai por isso "duplicar o abono de família, neste período de vida das crianças, para segundos filhos e vamos triplicá-los para os terceiros filhos e seguintes. Trata-se de envolver mais de 90 mil crianças e respectivas famílias num apoio social muito mais efectivo, durante um período em que isso é particularmente necessário", sustentou.

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, nos últimos 20 anos, Portugal caracteriza-se pelo decréscimo da taxa de natalidade tendo passado de uma média de 12,2 para 10 crianças por cada mil habitantes. Por outro lado, entre 1987 e 2006 as mulheres portuguesas tiveram cada menos filhos e mais tarde. Com o decréscimo da taxa de natalidade e o aumento da longevidade a população portuguesa está a envelhecer tendo a proporção de jovens passado de 22 por cento em 1987 para 15 por cento em 2006.

Sic online

Estas medidas entram em vigor no dia 1 de Setembro.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Julho e Agosto: migrantes de volta à terra natal

Quero saudar os numerosos emigrantes que nesta altura do ano visitam a sua terra. Este tempo é para eles de particular importância, não só porque descansam como também reencontram a família e ambientes que lhes falam particularmente ao coração. Saúdo-os com amizade e partilho da alegria da família que os acolhe. É esfusiante o contentamento dos avós pela visita dos netos. Derretem-se todos. É bonito.

Nós, portugueses, temos o mau hábito de dizer sempre mal de Portugal. Em Portugal está sempre tudo mal, pois lá fora é que é. Lá fora é que há boas estradas, bons médicos, bons hospitais, bons professores, bons padres, boas repartições públicas, bom atendimento... Tudo bom. Aqui é uma miséria. Mas será mesmo assim??? Sé é, por que razão escolhem os emigrantes o pouco tempo que cá passam para tratarem da saúde, por exemplo? Claro que não me refiro de modo algum a doenças graves ou repentinas.

Uma das coisas que chama a atenção a muita gente e a deixa com menos boa impressão dos emigrantes é uma certa fanfarronice, que se revela em altas máquinas, algum querer dar nas vistas e chamar atenção, o tom crítico e superficial como se referam à nossa realidade, o uso da língua estrangeira para se "armar", a maneira como exigem tudo e não agradecem nada, etc. Mas, dizia-me há dias alguém, os que são daqui e vivem em Lisboa não têm comportamento diferente. E acrescentava que ainda são mais empertigados e exigentes...

Toda a gente sabe que a vida não é fácil em parte nenhuma do mundo. E que também os emigrantes, para terem algum coisa, têm que lhe dar no duro. Muitas vezes, quem os vê por aí, está bem longe de imaginar como a vida lá lhes é custosa. É que se não pouparem não vão a lado nenhum, porque se ganham bem melhor, também a vida é mais cara. Então não há como cultivar a simplicidade de vida esteja-se onde se estiver. Nenhuma pessoa tem motivos para se "armar". A vida é tão frágil que, quando menos se espera, traz à tona a nossa pobreza.

Sem dúvida que Portugal deve muito aos seus emigrantes, pelas divisas que estes para aqui canalizam, pelo incremento económico das regiões, pelo rasgar de horizontes, pela valorização pessoal de tantos e tantos. Além disso, a cultura portuguesa tem-se infiltrado no mundo graças, em grande parte, aos emigrantes.

Boas férias, amigos! Na simplicidade de vida.

Este (des)governo é o máximo!!!

Uma senhora que esteja grávida e que se veja forçada a ficar de baixa antes do parto, sem este ser de risco, recebe um subsídio de 65% do seu ordenado; uma mãe que tenha de assistir na doença um seu filho menor recebe 65% do seu ordenado.

Mas...

A interrupção voluntária da gravidez dá direito a 30 dias de licença com 100% do ordenado!

Ah! E Portugal é o país da União Europeia com mais BAIXA taxa de natalidade!

Que tal???

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Celebrar na gratidão 48 anos de casados

Haviam telefonado na semana passada. "Olhe, antes de fazer a agenda, veja se lhe é possível celebrar no povo tal, na 4ªfeira. Fazemos 48 anos de casados e tínhamos imenso gosto de participar na Eucaristia nesse dia."
Nestas ocasiões é só se mesmo não puder. Lá estive. Celebrei pelas intenções que estavam no altar. Participou o grupinho que normalmente costuma estar. Tudo com muita simplicidade.
Falámos um bocadinho da beleza do Sacramento do Matrimónio, do encanto que é celebrar 50 anos menos dois de vida a dois. Louvámos a Deus, fonte de todo o amor. Agradecemos o dom dos filhos "um está no Céu, mas, tal como os outros 5, tem morada no nosso coração". Antecipando o dia 26 - Dia dos Avós - dissemos do enlevo que é ser avô/ó, e do papel cada vez mais importante que estes são chamados a desempenhar na educação cristã dos seus netinhos. Felicitei-os vivamento pelo muito que, ao longo destes anos, têm dado à Igreja. Casal apostólico, soube sempre abrir-se aos outros, encontrando aqui razões de crescer no amor a dois.
Depois, em sua casa, tomei com eles e outros familiares um refeição a que a amizade deu outro sabor.
QUEREMOS UM AMOR SEM PRAZOS DE DURAÇÃO. O MATRIMÓNIO NUNCA PODERÁ SER UM EGOÍSMO A DOIS. MAS ENTREGA AMOROSA DE UM AO OUTRO. À IMAGEM DE JESUS CRISTO...

Unidades Pastorais, sim ou não?

Há uns anos falava-se de "equipas sacerdotais"; hoje fala-se de "unidades pastorais".
Felizmente, estive durante 12 anos numa equipa sacerdotal nesta zona, que não nesta comunidade paroquial.
À distância de 16 anos, continuo grato ao Bispo que a possibilitou e aos colegas com quem trabalhei. Foi um experiência muito positiva para mim.
Continuo acérrimo defensor deste tipo de trabalho pastoral, desde que as equipas surjam com espontaneidade, tenham um projecto de acção pastoral e os sacerdotes que as integram estejam aí de corpo e alma, convictos, decididos, sentindo-se bem. Equipas impostas, não.
Numa Igreja "casa e escola de comunhão" compete à devida autoridade diocesana estar atenta aos sinais e, dentro de um quadro pastoralmente abrangente e contextuado, saber acolher o sentir e o pensar dos sacerdotes e as reais necessidades do povo de Deus. Penso que a colocação dos sacerdotes "para tapar buracos" pode ser pastoralmente ineficaz e pessoalmente contraproducente.

1. Uma equipa sacerdotal sedimenta-se na oração comunitária, que, de forma alguma, prescinde de um espaço individual de contacto com Deus.

2. Uma equipa sacerdotal exige um plano de acção pastoral, de modo a haver objectivos que a unifiquem e estratégias que a mobilizem.

3. Trabalhar em equipa exige humildade e capacidade de ultrapassar situações de alguma conflitualidade que são humanamente compreensíveis.

3. Trabalhar em equipa sacerdotal requer forte capacidade de amizade, tendo em vista evitar protagonismos que menosprezem os demais. O protagonista só pode ser Cristo.

4. Estar em equipa sacerdotal é saber dar o melhor de si mesmo, exponenciando dons e qualidades. Aqui, a diversidade, bem canalizada, é um serviço maravilhoso ao povo de Deus, contribui para a realização pessoal e de todo o grupo.

Equipas sacerdotais. Além de diminuir encargos e despesas, são especialmente um óptimo meio de evitar a solidão, que, tantas vezes, magoa demais.
Recordo com saudade aqueles momentos em que os três partilhámos experiências, vivências, actividades pastorais, sensações, alegrias, decepções. Então aquele almoço, aos domingos, era mágico.
Pastoralmente, as equipas podem ser de uma riqueza! Quando o padre trabalha sozinho, tem que "ser pau para toda a colher". Mas quando está em equipa, cada um pode dar o máximo naquilo em que se sente bem, para que tem mais jeito, em que vaza melhor os dons que Deus lhe deu. E quem lucra? Quem é melhor servido? O povo de Deus.
Até psicologicamente o trabalho de equipa é importante. As pessoas não ouvem sempre o mesmo ao domingo. A diversidade de sacerdotes responde melhor às diversas sensibilidades existentes na comunidade. Depois, se por um motivo ou outro, um sacerdote teve um choquezinho com uma comunidade, e porque no domingo seguinte aparece outro, dá tempo para que as coisas serenem, se ultrapassem e, quando voltar, esteja tudo normalíssimo.
As mudanças são sempre difíceis nas comunidades. Mesmo os que as desejam, quando surgem, normalmente terrincam os dentes. Se é sempre o mesmo a puxar, caem em cima, "lá está ele, sempre com a mania, só ele é que faz assim ou faz assado". Mas se um, dois, três, em momentos diferentes e com maneiras de ser e estar diferentes, dizem o mesmo, apontam a mesma direcção, então é tudo muito mais fácil.

Penso humildamente que será o caminho a repercorrer nesta diocese que julgo ter sido pioneira neste tipo de trabalho pastoral. Hoje vêem-se os Bispos de outras dioceses a apontar a necessidade unidades pastorais.

Daqui, do meu cantinho, quero deixar um abraço de gratidão aos grandes amigos, Padres Ramos e Matias. Pelo que aprendi convosco, pela partilha feita, pela amizade vivida, pela paciência que tivestes para comigo, pelo caminho percorrido, pela doação que fizemos às comunidades que servimos. Bem-hajam.

Veja. é importante!

Sempre em cima do acontecemento. Sempre com a reflexão oportuna.

Veja! É importante.

1. "PELO MENOS, FAZ PENSAR"

2. "QUEM CONTACTAR?"

http://padrejoaoantonio.blogs.sapo.pt/

terça-feira, 17 de julho de 2007

Acabar com os inimigos

Quem lida com muita gente sabe que não é fácil viver com as pessoas. Cada uma tem o seu modo de ser e às vezes descobrem-se feitios muito agrestes. Por isso sempre me admirei de ouvir dizer a certas pessoas – por vezes com muitos anos – que nunca tiveram inimigos nem sequer zangas dignas desse nome.

Aqui há dias fui visitar uma pessoa de idade e conversámos longamente. Trata-se de uma mulher que vive num lugar pequeno e onde são raras as pessoas que falam com toda a gente. Veio à baila também o assunto das inimizades. E ela disse-me:
- Sabe! Tenho muita pena de viver num lugar destes onde há tantas pessoas que se não falam. Outrora parece que não havia pessoas assim. Por exemplo: eu nunca me deitei zangada com ninguém. Até lhe posso contar um caso verdadeiro que se passou comigo.

Um dia disseram-me que fulana estava muito zangada comigo. Que lhe tinham dito que eu disse mal dela. Que isto, que aquilo... E eu disse diante de quem estava:
– Vou já acabar com essa minha inimiga!...
E as pessoas não me queriam deixar ir a casa dela. Pensavam que eu lhe iria fazer mal. Fui e comecei por lhe dizer com brandura:
– Ouvi dizer que estás muito brava comigo. Quero que me perdoes. Mas primeiro diz-me o que aconteceu. Eu não sei bem o que te foram contar. Se calhar, eu no teu lugar ficaria também chateada se ouvisse falar assim mal de mim. Mas conta-me o que te disseram.
E a rapariga quebrou. Disse-me que tinha sido doida em dar valor ao que lhe contou a outra. Até porque ela sempre gostou de intrigas. Que lhe perdoasse o ter desconfiado de mim.
As pessoas nem queriam crer! Daí a pouco já nos viam juntas e amigas como dantes.
– Então tu ainda há pouco dizias que ias dar cabo da tua inimiga e já andas de braço dado com ela?!
– E não dei?! Onde é que está a minha inimiga?! – retorqui a rir.

Há muitos modos de acabar com as inimizades e até com os inimigos. Essa é uma verdade sem contestação. Podemos destruir os inimigos pela força, pela violência, pelo desprezo. Mas ressurgirão outra vez. Eles e (ou) outros.
Todavia, quando se procura destruir a inimizade com gestos de amor, de compreensão e bondade, ganhamos muitos amigos que, por sua vez, também hão-de seguir o exemplo de amor e perdão em relação aos seus inimigos.

In "Amigo do Povo"

segunda-feira, 16 de julho de 2007

As minhas 7 maravilhas

Ao encontrar-me hoje com um grupinho de pessoas amigas, falámos de muitas coisas. A conversa entrou nas "7 maravilhas do mundo" e nas "7 maravilhas de Portugal". Às tantas um dos presentes disparou: "Para si quais são as sete maravilhas do mundo?". Ripostei de imediato: "A primeira e dadora de sentido às outras eu sei qual é. É o amor misericordioso do Pai, revelado em todo o seu esplendor em Jesus Cristo, meu Senhor. As outras, preciso de pensar e de as organizar."
"Então faça isso e publique no seu blog - desafiou-me.
- Vou ver, vou ver - respondi.

Então, ei-las:

1. O amor misericordioso do Pai, revelado em todo o seu esplendor em Jesus Cristo. E Jesus Cristo é o meu mar, sem o qual sou como peixe fora de água.

2. A minha mãe. Velhinha, mouca, doente. Para mim, ícone do rosto materno de Deus. O silêncio acolher que sempre e melhor falou à minha vida.

3. A Igreja. Minha pátria e casa da comunhão, sinal e porta do reino. Sem ela nada saberia de Cristo, não teria Cristo.

4. A comunidade que sirvo. Com as suas pessoas, grupos, crianças, jovens, adultos e velhinhos. Com as suas alegrias e fracassos, os seus sonhos e deslusões.

5. Os amigos. Tesouro incalculável, presença indispensável, certeza inalienável.

6. João XXIII, Teresa de Calcutá, Óscar Romero. Fascina-me o modo como deixaram brilhar na sua vida a Luz e o Amor de Deus!

7. A democracia. Quando era jovem, antes do 25 de Abril, devorava as notícias sobre eleições e vida democrática de outros países. Sentia então fervilhar dentro de mim o sonho, a esperança, a liberdade. Jamais esquecerei o êxtase que foi para mim o 25 de Abril. E sonho que homens e mulheres livres hão-de construir a verdadeira democracia. Para todos. Com todos.

Pronto, cumpri a promessa. Com o coração. O meu coração.

Supressão de Paróquias?

Segundo D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a Igreja está a reflectir sobre a possibilidade de uma nova reorganização territorial. E estima-se que mais ou menos um terço das paróquias deverão acabar....

"A Igreja Católica portuguesa está a equacionar a fusão de paróquias para colmatar a falta de padres. Trata-se de uma revolução administrativa que pode levar à diminuição para cerca de um terço das 4300 paróquias actuais".

Uma paróquia para continua a existir deverá ter o minimo de condições?
Achas que a solução está na supressão, na fusão...?
Achas que esta é a solução para colmatar a falta de padres?
http://padre-inquieto.blogspot.com/

Saramago acha que Portugal acabará por tornar-se uma província de Espanha

O prémio Nobel português José Saramago prevê, numa entrevista publicada no "Diário de Notícias"(15-7-07), que Portugal vai acabar por tornar-se uma província de Espanha e integrar um país que se chamaria Ibéria para não ofender "os brios" dos portugueses.

O escritor, que reside há 14 anos na ilha espanhola de Lanzarote, considera que Portugal, "com dez milhões de habitantes", teria "tudo a ganhar em desenvolvimento" se houvesse uma "integração territorial, administrativa e estrutural" com Espanha.

Portugal tornar-se ia assim, sugere o Nobel português, mais uma província de Espanha: "Já temos a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla La Mancha e tínhamos Portugal". "Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria. Se Espanha ofende os nossos brios, era uma questão a negociar", disse o escritor, membro do Partido Comunista Português desde 1986.

Questionado sobre a possível reacção dos portugueses a esta proposta, Saramago disse acreditar que aceitariam a integração, desde que fosse explicada: "não é uma cedência nem acabar com um país, continuaria de outra maneira. (...) Não se deixaria de falar, de pensar e sentir em português". Na visão do escritor, Portugal não passaria a ser governado por Espanha, passaria a haver representantes de ambos os países num mesmo parlamento e, tal como acontece com as autonomias espanholas, Portugal teria também o seu próprio parlamento.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1299516&idCanal=14

Concorda com Saramago?

domingo, 15 de julho de 2007

Lei do aborto e eleições em Lisboa

1. Lei do aborto
"(...) Infelizmente, hoje (15-7-07) é o dia em que se assinala a agressão a esta cultura da proximidade já que entra em vigor a lei do aborto.
É verdade que algumas instituições, pressurosas, já começaram a aplicá-la, apesar de (isto é sempre bom reconhecer) haver um apreciável conjunto de profissionais de saúde que se recusam a aplicar tal lei.
Já aqui escrevi e repito: impressiona que o aborto seja pago por todos excepto por quem o pratica.
Se o estimado amigo tiver uma constipação ou sofrer um AVC, não é dispensado de uma taxa moderadora. Ou seja, um acto involuntário é cobrado.
Já o aborto, uma decisão voluntária, passa a ser gratuito.
Não desmoronemos, porém. Continuemos a porfiar por uma autêntica cultura da vida. Junto das pessoas!" - http://padrejoaoantonio.blogs.sapo.pt

2. Eleições autárquicas em Lisboa
O socialista António Costa ganhou hoje as eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa (CML), mas sem maioria absoluta, garantindo seis dos 17 mandatos em jogo, correspondentes a 29,54 por cento dos votos.
Num sufrágio marcado pela forte abstenção, o independente Carmona Rodrigues, ex-presidente da CML, então apoiado pelo Partido Social Democrata, garantiu três lugares na vereação, com 16,70 por cento, suplantando mesmo a candidatura social-democrata, encabeçada por Fernando Negrão, que se ficou pelos 15,74, embora elegendo também três vereadores.
A outra independente entre as 12 listas candidatas, a ex-socialista Helena Roseta, conseguiu dois mandatos, com 10,21 por cento, à frente da Coligação Democrática Unitária, liderada por Ruben de Carvalho e agregando o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista "Os Verdes", que obteve 9,53 por cento e também dois postos na vereação.
No sexto lugar, conseguindo a reeleição para o lugar de vereador, surge José Sá Fernandes, do Bloco de Esquerda, com 6,81 por cento, enquanto o democrata-cristão Telmo Correia falhou a eleição, ficando-se pelos 3,70 por cento, seguido pelo cabeça-de-lista do PCTP/MRPP, Garcia Pereira, que atingiu 1,59.
As restantes listas, do Partido Nacional Renovador (0,77), do Partido Nova Democracia (0,61), do Movimento Partido da Terra (0,54) e do Partido Popular Monárquico (0,38), ficaram abaixo de um por cento de votos, enquanto os votos em branco ascenderam aos 2,31 por cento e os nulos cifraram-se em 1,53.
As eleições foram convocadas na sequência da "queda" do executivo municipal de Carmona Rodrigues, após o ex-edil lisboeta ter sido constituído arguido no denominado caso Bragaparques.


3. Que se pode concluir destas eleições?
  • Elevadíssima abstenção: A taxa de abstenção nas eleições intercalares da Câmara Municipal de Lisboa (CML), que consagraram o socialista António Costa como presidente, cifrou-se hoje em 62,61 por cento, registando-se 2,32 por cento de votos em branco e 1,58 de nulos. Será que tamanha a abstenção terá só a ver com as férias, a praia e o Verão??? Não será também um enorme cartão vermelho mostrado à classe política??
  • Mau resultado para o PSD. «O resultado é mau. A responsabilidade é minha», assume Marques Mendes. O secretário-geral do PSD vai antecipar as eleições directas para a liderança do partido e anuncia que será candidato.
  • Vitória escassa para o PS. O PS jogou tudo nesta campanha, apesar disso não foi além dos 29,54%, claramente a milhas do resultado que obteve nas últimas eleições legislativas. Apesar das fragilidades várias da oposição. Claramente um castigo para quem (des)governa o país. E só prova que, com uma oposição séria e credível, que dê vazão ao descontentamente geral e apresente soluções viáveis e mobilizadores, tudo pode ser diferente.
  • Os independentes Carmona Rodrigues e Helena Roseta obtiveram bons resultados. O 1º ficou em 2º lugar, à frente do PSD e a 2ª, à frente das restantes forças políticas. Não terão os aparelhos partidários de reflectir? Não deverão romper o colete de sete forças em que se deixam prender para se espraiaram em direcção à sociedade civil da qual andam distraidamente distantes?

Só nos fazem bem!

Hoje de tarde fui ao encontro de um grupo de sacerdotes. Foi um momento muito bonito. Conversámos, partilhámos, rimos, passeámos um pouco, tomámos uma refeição juntos.
Se é sempre importantísiima esta experiência de comunhão sacerdotal, ela sabe ainda melhor nesta altura do ano em que o cansaço e o desgaste se fazem especialmente sentir.
Um sacerdote, meu mestre em tanto e tanto, costuma dizer frequentemente: "Só padre entende padre". Realmente, após estes momentos de partilha, sinto-me melhor, mas renovado, menos cansado, mais fortalecido.
É pena que encontros destes não se possam realizar com a frequência desejada, dados os muitos trabalhos que nos envolvem. Só nos fazem bem.

sábado, 14 de julho de 2007

Tempo Comum - 15º Domingo

«E quem é o meu próximo?»
Jesus, tomando a palavra, disse:
«Um homem descia de Jerusalém para Jericóe caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio morto.
Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante. Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou adiante. Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse:
‘Trata bem dele; e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar’.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?»
O doutor da lei respondeu:
«O que teve compaixão dele».
Disse-lhe Jesus:
«Então vai e faz o mesmo».
( Lc 10, 29-37)

Vinte e sete quilómetros de estrada, chegaram para mostrar duas direcções diferentes, no caminho entre Jericó e Jerusalém:
1. Primeiro, a direcção circular dos que giram e vivem a partir de si e para si, seguindo espontaneamente os seus desejos, projectos e instintos. É o caso dos ladrões que vêem no homem caído apenas um objecto a acrescentar à sua riqueza… ou o caso dos sacerdotes e levitas que vêem no homem meio-morto, pouco mais que um dejecto, com quem não vale a pena sujar as mãos. Todos estes vêem o pobre Homem a partir de si. E é porque vêem assim, que passam ao lado. Estes só conhecem o sinal de sentido único: o do seu próprio interesse e satisfação.
2. Ao contrário, há um homem que vai noutra direcção: a dos que se vêem e revêem, a dos que vivem, para o outro e a partir do outro. É o caso de um samaritano, que estava de viagem e, por sinal, não ia em peregrinação. Ele chega a Deus, desviando-se, para o próximo. O samaritano não vê primeiro, para só depois se aproximar. Ao contrário, ele aproxima-se primeiro, para depois começar a ver. É precisamente porque se aproxima, que vê e se compadece. Este homem cumpriu a regra principal do código da aliança: o “outro” goza sempre de prioridade, na estrada da sua vida.
O que é teu é meu, pensaram os salteadores. O que é meu é meu, pensaram o sacerdote e o levita. O que é meu é teu, pensou o Samaritano... que usou de compaixão... vai e faz o mesmo tu, também!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Baga de sabugueiro

Importante para o concelho de Tarouca!

Veja em:

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=45127

O meu condiscípulo Adriano Alberto

Dos 56 garotos que em 1963/64 entraram no Seminário Menor, dois estão no exercício do sacerdócio ministerial: o P.e Dr Adriano Alberto e a minha humilde pessoa.
Uma grande amizade nos une, apesar de alguma distância que nos separa. Aliás essa amizade estende-se às nossas famílias. Várias vezes nos encontramos e já participámos e organizámos viagens ao estrangeiro juntos.
A convite seu, algumas vezes estive nas suas paróquias, mormente ao serviço da proclamação da Palavra. E sempre vim edificado. As paróqias a que preside são comunidades crentes, bem estruturadas, participativas, onde senti um laicado empenhado.
Aprecio sobretudo a sua relação com a comunidade. Próximo, acessível, atencioso, delicado, conciliador. Mas vê ao longe. Com uma postura calma, sabe orientar a sua comunidade, avançando para as reformas que se impõem. Não tem de forma alguma um estilo populista, evitando naturalmente o "porreirismo" tão em voga em alguns casos. Sabe estar para ajudar a caminhar.
Pessoa sensata, não avança segundo impulsos do momento. Gosta de refectir, medir bem as coisas, para descobrir o caminho certo. É assim em tudo na vida. Nem que seja a compra de uma roupa ou de um carro.
Deus ornou-o de muitas qualidades e capacidades. Além de uma maneira de ser estupenda, é um músico por excelência. Licenciado em Música e Teologia, exerce a docência da disciplina de Educação Musical na escola pública. Procura sempre estar actualizado, recorrendo à leitura e aos muitos cursos que tem frequentado. É um organizador nato e uma pessoa atenta. Como prova, aí está o Centro da 3ª Idade que se encontra já na fase final (internato), respondendo assim a carências graves patenteadas polos idosos da Serra do Montemuro.
Arcipreste de Cinfães há dois mandatos, por vontade do Bispo e por aceitação unânime dos colegas que aí trabalham, tem desenvolvido um óptimo trabalho quer na coesão do clero quer na dinamização pastoral do arciprestado.
Dou comigo muitas vezes a pensar se o meu condiscípulo - e outros sacerdotes como o grande amigo, P.e Dr Armindo da Costa Almeida, não precisariam de outra largueza de trabalho para melhor poderem "dar corda aos sapatos". Claro, sem qualquer desprimor para com as comunidades que servem. Parece-me que precisariam de outros horizontes e outros desafios para melhor vazarem as enormes potencialidades que o Senhor lhes deu. Mas Deus, a Igreja e eles é que saberão. Que a Luz do Espírito a todos ilumine e seduza.
Aquele abraço, Adriano Alberto!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Sabe quem foi Gil Vicente?

Hilariante

"A obra dramática de Gil Vicente"

"A obra dramática de Gil Vicente" - Os alunos que temos para vergonha de 30 anos de ensino que o Estado fornece e nós pagamos .

«Eu não tenho dúvidas que o Gil Vicente é muito importante, apesar de nunca ter ganhado o campionato de futebol. É importante porque ás vezes ganha ao Benfica, otras ao Sporting e otras ao Porto, tirando a eles o primeiro logar. E também por isto é que a sua obra é dramática porque é um drama para os benfiquistas, os sportinguistas e os portistas quando ganha.»

Esta foi a a resposta de um aluno do secundário a uma pergunta sobre a obra dramática de Gil Vicente, transcrita no Público de 11.8.2004.

En viado por email

Missa em Latim...

Passados 40 anos...!!!???

A Missa tridentina é um termo usado para designar a Missa celebrada, em Latim, de acordo com as formas sucessivas do Missal Romano tal como foi promulgado em 5 de Dezembro de 1570 por São Pio V, implementando a decisão do Concílio de Trento, (Tridentina é a forma adjectival de Trento), e posteriormente revista por outros papas em 1604, 1634, 1888, 1920, 1955 e 1962. A Missa tridentina é também conhecida por Missa tradicional, Missa de São Pio V ou "Missa de Sempre", embora houve muitas diferências entre a Missa de 1570 e a Missa dos primeiros séculos em Roma, antes do Papa Gregório I - para não falar das formas da Missa em ritos que não são o romano. O missal de 1962 é utilizado pelas principais comunidades católicas tradicionais. O Missal Romano de 2002 é a forma actual do Rito Romano da Missa, modificada segundo as instruções do Concílio Vaticano II.

Em 7 de Julho de
2007, o Papa Bento XVI promulgou o Motu Proprio "Summorum Pontificum", em que liberaliza o uso do Missal Romano editado em 1962 como forma extraordinária do rito romano, sendo a forma ordinária o Missal Romano publicado por Paulo VI.

Esta decisão de Bento XVI pretende satisfazer a exigência de uma facção tradicionalista de padres e bispos, a Fraternidade de S. Pio X, fundada pelo bispo Marcel Lefèbvre, excomungado por João Paulo II por ter ordenado bispo sem autorização de Roma, além de negar a autoridade papal.
Ultimamente, aquela associação teve diversos contactos com Bento XVI que se mostrou disponível a permitir a celebração da missa de S. Pio V, como forma de aproximação aos padres tradicionalistas, no sentido de eles retomarem a comunhão com a Igreja de Roma.
Analistas no Vaticano consideram que esta é uma vitória das facções tradicionalistas católicas.
A chamada missa de S. Pio V (século XVI) vigorou até 1965, quando o Vaticano II decidiu permitir rezar a missa em latim, mas segundo a fórmula actual: o padre voltado para o povo e uma participação mais plena dos fiéis na celebração, como a leitura de textos bíblicos.
Na missa de S. Pio V o padre realiza o culto de costas voltadas para a assembleia, as orações da missa são na sua maioria ditas em voz baixa, as leituras bíblicas são apenas feitas em latim e os fiéis não podem acercar-se do altar para qualquer tipo de participação, como por exemplo, a "oração dos fiéis", que não existia na missa tradicionalista.
Para o especialista em liturgia Pereira da Silva, enquanto, na missa de Pio V, assiste-se; no rito actual, participa-se.

Insistir no rito tridentino significa, na maior parte dos casos, não o simples voltar à Liturgia tridentina, mas sim o negar a legitimidade do Concílio Vaticano II. A questão não é meramente litúrgica, mas teológica e, particularmente, eclesiológica.


QUESTÕES PERTINENTES:

  • Irão os lefebvrianos reconciliar-se com a Igreja Católica com esta mudança? Suspeito que não.
  • Irá o regresso ao rito tridentino significar o regresso ao calendário litúrgico (incluindo o Santoral) pré-conciliar? Espero que não.
  • Estender-se-á o rito tridentino à celebração de todos os sacramentos, incluindo a Ordem, e com a terminologia pré-Conciliar?
  • Com esta decisão, agora a missa passa a ter quorum mínimo? Mínimo de 30 fieis e um padre que queira celebrar. É estranho, porque andámos tanto tempo a dizer que Eucaristia não é exclusivo de nenhum grupo é de todos, andamos a ensinar que não há Missa das crianças mas sim Missa com Crianças e agora vamos ter a Missa dos latinistas, dos tradicionalistas???
  • Muda também o conceito de comunidade paroquial em que os diversos movimentos tem que estar inseridos. Agora quem quiser, de forma bastante democrática pode organizar a sua própria paróquia e ganha grátis um relíquia pré conciliar, o Missal de Pio V.
  • Muda por fim a visão da Igreja/Hierarquia de ver o mundo. Face aos problemas em vez de procurar soluções, volta-se para trás para tentar ver se tudo volta a ser como era.
  • E já agora que é que está a dividir não serão aqueles que durante 40 anos colocaram tantos obstáculos à unidade, refugiaram-se na medievo, renegaram o concílio e tentaram semear a divisão na igreja? E não agora são os mesmo a falar de obediência à hierarquia, da defesa da íntegridade da fé católica?

http://www.padre-inquieto.blogspot.com/

Que fique totalmente claro que ninguém é obrigado a celebrar a Missa em Latim! Felizmente! Com o exotismo que se vê por aí em tantos actos religiosos, mormente casamentos e baptizados, não faltaria quem, para aumentar o exotismo, quisesse a Missa em Latim! Como diz o povo, por mim "podem tirar o cavalinho da chuva"!

Profecia e Reivindicações

Os Bispos admitem mal-estar com o Governo... E motivos não faltam, conforme se pode verificar por aquilo que aqui publicámos noutro post.

Só que colocadas assim as coisas, a Igreja não se livra de as suas justas preocupações serem vistas como "reivindicações corporativias". Para quem está de fora, as preocupações dos Bispos são equiparadas às preocupações de outros grupos profissionais. Apesar de o Secretário da CEP ter claramente afastado esse enfoque.
É que ao ficar só por questão que directamente lhe dizem respeito, os seus jornais, as suas escolas, os seus capelães, a concordata... não se livra do referido "corporativismo" perante uma comunicação social sempre pouco compreensiva em relação à perspectiva eclesial.

Quanto aos problemas graves das pessoas, das quais me parece que os Pastores deviam ser voz e vez, continuam montanhas de silêncio!
O desemprego, a gritante desigualdade social, o autoritarismo de quem está agora no poder, as falências, o desprezo pelas regras (mudam-se as regras a meio do jogo - basta ver a função pública), as reformas de miséria, o caos da saúde, a situação aflitivo dos agricultores, o despovoamento do interior, o pessimismo reinante, enfim...
Mas não, quer queiramos quer não, a Igreja ao invocar as razões que invoca para o seu mal-estar, não consegue afastar a ideia de se colocar ao nível do corporativismo e de calar a profecia.!

Bispos apresentam preocupações em áreas como a educação, a acção social ou a imprensa

Uma delegação da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) será recebida hoje, pelas 15h00, por José Sócrates na residência oficial do Primeiro-Ministro. O encontro acontece depois de, na passada terça-feira, os Bispos terem lamentado a falta "diálogo" por parte do Governo, na relação com a Igreja Católica.
O secretário da CEP, D. Carlos Azevedo, admitindo algum "mal-estar" perante o acumular de situações que permanecem por resolver. Após a reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal, que decorreu em Fátima, o Bispo Auxiliar de Lisboa alertou para as "situações preocupantes" vividas pelas pessoas que estão integradas nas comunidades cristãs e as Instituições que estão ligadas à Igreja.

Os Bispos falam, em especial, de problemas em áreas como "a educação, a solidariedade social, o sector da comunicação social, o acompanhamento espiritual dos doentes e dos presos, o apoio à família e à natalidade", para além da falta de apoio à construção de espaços litúrgicos.

Não escondendo que existe "bastante preocupação", D. Carlos Azevedo disse aos jornalistas que acredita que o "diálogo é possível". Nesse sentido, revelou que a audiência com o Primeiro-Ministro foi marcada ontem e deverá decorrer nos próximos dias.

Na raiz do "mal-estar" referido, o secretário da CEP coloca o crescimento da "mentalidade laicista" e os atrasos na regulamentação da Concordata, assinada em 2004.
In ecclesia

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Tarouca na Quinta da Malafaia


No âmbito do Programa "Rejuvenescer Tarouca", a Câmara Municipal organizou uma visita à Quinta da Malafaia (Minho). Participaram 300 pessoas, quase todas as que estão abrangidas pelo referido Programa.
Quando chegámos, foi celebrada a Eucaristia na qual todas as 10 freguesias participaram (leituras e cânticos). Depois segiu-se o almoço, findo o qual teve lugar o arrail minhoto que se prolongou até às 18 horas.
Foi uma tarde divertida, cheia de música e onde muita gente deu ao pezinho até mais não.

Todos os anos a Câmara organiza um passeio para os idosos do concelho, só que este ano abrangeu os do "Rejunenescer Tarouca". Penso que é uma medida justa. Esta gente trabalhou toda a vida de sol a sol, quase nunca teve férias, deram tudo à sociedade e esta tão pouco lhes dá!... Basta ver a pobreza das reformas que os idosos recebem.

Como neste mês se celebra o Dia dos Avós, procurou-se centrar a homilia no papel indispensável que os avós são chamados a desempenhar na educação humana e cristã dos seus netinhos. Disse-lhes para serem "chatos" com os filhos quanto à formação na fé dos netos. Os pais de hoje, por motivos vários, andam demasiado distraídos da educação cristã dos seus rebentos. E é aqui que os avós são chamados a "entrar"! Quer actuando directamente nos netos, quer alertando com paciência e perseverança os filhos no tocante ao seu indispensável papel educativo.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Humor e poder de encaixe

Temos um Governo que transpira crispação por todos os poros. Tirando talvez Santos Silva, que me parece dotado de fleuma britânica, o que mais há são ministros sem ponta de humor e/ou poder de encaixe. A começar pelo primeiro de todos, o eng.º José Sócrates, um autêntico vidrinho de cheiro. Mas está bem acompanhado. Há ministros sem sentido de humor, esquecidos de que quem anda à chuva se molha e de que quem governa se sujeita a críticas, a que se deve responder, não com repelões, mas com esclarecimentos.

Mas não é isso o que se vê. Por exemplo, o eng.º Mário Lino, que acumula gaffes, dá o flanco com frequência e responde com exaltação, quase de cabeça perdida, como sucedeu numa reunião com economistas, um dos quais lhe fez uma pergunta incómoda.

A ministra da Educação também não é flor que se cheire. Tem uma voz doce, mas um génio azedo aos membros de uma comissão que lhe fez qualquer crítica, pô-los todos na rua com o argumento de que "quem não está bem muda-se".

O ministro da Agricultura tem, igualmente, a sensibilidade à flor da pele. A um pescador que gritava que a UE anda a desgraçar-nos, respondeu "Peça para sair da União Europeia!". Simplesmente sublime!

Mas, para mim, dificilmente algum bate o dr. Correia de Campos. Claro que se a saúde anda pela hora da morte não é só culpa dele - e até por isso poderia ter mais sentido de humor. Mas viu-se o que sucedeu com a directora de um centro de saúde - exonerou-a porque não retirou um recorte do JN afixado no seu local de trabalho e a que um médico acrescentara um comentário que significava apenas uma coisa que tem sentido de humor, ao contrário do dr. Correia de Campos.

Sucede que esse comentário resultava de uma declaração no mínimo dúbia feita pelo próprio ministro acerca dos SAP. No entanto, o comentário era praticamente inócuo - para mim, que tenho sentido de humor, mas não para o visado. E alguém acabou por pagar as favas dos maus humores ministeriais.

Ora, com um Governo a transbordar de sensibilidades tão femininas (passe o machismo...), não é admirar que os estrangeiros considerem que somos um povo tristonho. De facto, e pelo que está a ver-se, quando resolvemos brincar um bocadinho, apanhamos uma trancada nas costas. Bem se diz que "o calado é o melhor"!

Sérgio de Andrade, Jornalista, in JN 10/07/2007

The Day After

É sempre especial o dia a seguir à Festa de Santa Helena. A descompressão, por estranho que pareça, acentua a saudade. Na sexta à noite, penso sempre: "Ah! Quem cá dera domingo à noite e que tudo corra bem!" Mas depois na segunda, volto e os últimos dias, vividos intensamente, desfilam vezes sem conta pela mente e pelo coração, carregados de sensações.
Não é fácil e o stress é muito, de modo especial para quem sofre congenitamente de ansiedade. E já são 16 anos! O problema que mais me preocupa é a feira. Eu sei que o conselho económico é espectacular na maneira como planeia, orienta e marca presença. Mas... Onde há dinheiro, calor e copos, nunca se sabe... Felizmente, tudo tem corrido bem. Depois são os mil problemas que surgem, condicionados pelo isolamente da serra. Onde há tanta gente, podem surgir - e surgem - as situações mais imprevistas e é preciso responder adequadamente. Com presença de espírito. Ele é a presença junto do conselho económico; ele é o atendimento aos pregrinos; ele é a preparação dos actos litúrgicos; ele é as confissões - dezenas de pessoas aproximam-se do Sacramento da Reconciliação -; ele é a atenção à Irmandade, à casa, até à cozinha, aos mesários, à instalação sonora, ao stress dos colaboradores.... Então este ano com o Crisma, imaginem!
Felizmente que um vasto grupo de pessoas desempenha responsavelmente diversas tarefas.
Eu sei que as pessoas requerem atenção e que muitas vezes não é possivel dar-lha. "Então, já nem liga! ... Conhece-me? ... Precisava de falar consigo... Queria marcar um casamento... ou um baptizado... " Por mais que se explique que certas situações não são para levar para aquele dia, elas aparecem.

Hoje foi um dia terrível. Reuniões na escola. Fala-se de Simplex, mas na educação parece que aumenta o complex... papéis, mais papéis, tanto papel! Com menos tempo gasto com papéis e mais tempo para as pessoas, todos lucraríamos!!! Ao meio dia, presidi à Eucaristia de acção de graças em Santa Helena e almocei lá. Voltei para a escola. De tarde tive o serviço paroquial marcado e à noite foi para a revisão de provas do jornal que tem que entrar amanhã de manhã na tipografia. E já está atrasado 8 dias, por causa de Santa Helena... E depois, parece que é nestes dias que o telefone mais toca, que mais gente me procura... Dio!!!
Estou completamente cansadito, mas sem sono. Então, olhem, massacro a paciência dos meus amigos leitores. Enquanto escrevo, desabafo, descomprimo. Mas estou feliz.
Uma boa terça-feira para todos. Façam o favor de quererem ser felizes!

domingo, 8 de julho de 2007

Muito obrigado!

O Senhor Bispo mais uma vez presidiu à Festa de Santa Helena. Este ano crismou, com o senhor Vigário-Geral, 112 jovens de várias paróquias. Muito Obrigado.
O senhor Cónego Melo foi o pregador da novena. Muito obrigado.
Os sacerdotes do arciprestado de Tarouca marcaram presença amiga e fraterna. Muito obrigado.
Dezenas de jovens oriundos de Cimbres, Dalvares, Gouviães, Mondim, S. João de Tarouca, S. Pedro de Tarouca e Várzea foram crismados. Felicitamo-los vivamente, bem como seus pais, padrinhos e catequistas.
Ao Conselho Económico da nossa Paróquia, sempre incansável, generoso, presente e organizador, dizemos muito obrigado, que estendemos a suas esposas e famílias.
À Irmandade de Santa Helena e seus zeladores, o nosso obrigado.
Aos novenistas, aos corais da novena e da festa, aos leitores, arranjadores dos andores, ofertantes de flores, sacristão, condutor da carrinha, cozinheiras, dizemos muito obrigado.
A todos os que tiveram gestos de amizade, de partilha e de oferta, muito obrigado.
A Todos os peregrinos, obrigado pela vossa presença, pela vossa fé, pela vossa ajuda.
A todos os que se deslocaram à serra e à GNR, o nosso obrigado. Há muitos anos que não havia uma noite de festa tão calma em Santa Helena.

Apreciei mais uma vez a postura calma, serena, crente do nosso Bispo. Tenho várias vezes a sensação que o seu silêncio fala. Gostei da homilia (talvez um bocadinho longa?), especialmente daquele momento em que se virou para os crismandos e falou com eles, olhos nos olhos. Foi claro, directo e falou-lhe como um pai na fé.

Gostei da presença do senhor Vigário Geral, Cón. Joaquim Dias Rebelo. Um velho e grande, grande amigo. Veio pela 1ª vez a Santa Helena na Festa e disse que gostou. Aqui crismou pela primeira vez e todos gostámos. Aquele bocadinho em que falámos os dois foi magnífico. Com larga experiência paroquial, compreende os párocos às mil maravilhas. Foram uns intantes de partilha pastoral, de projectos e dificuldades. Homem muito inteligente, metódico e sereno, com larga experiência de gestão no mundo escolar, estou totalmente convicto que fará um óptimo papel na vigararia geral. Torço por isso e falei do assunto a Santa Helena.

Gostei da presença dos sacerdotes. Uma Crisma interparoquial foi uma acção arciprestal, que envolveu quase todos os sacerdotes que aqui trabalham. Dois, por motivos sérios e dignos, não trouxeram jovens a este Crisma. Abração, Padres Ramos, Matias, Armindo, Zé Manel.
O Cón. Melo, pregador da novena, é uma amigo da casa. Estou-lhe grato pela amizade e pela colaboração.
O "nosso patriarca", P.e Costa Pinto, marcou presença no trabalho e na amizade. Bem-haja.

Mas senti falta de muita gente. Ninguém tira o lugar dos amigos. Ficaram lugares vazios, sobretudo na mesa da amizade. P.e Víctor e P.e Seixeira, que por razões válidas, não puderam estar presentes (as melhoras, P.e Víctor); o meu grande amigo senhor Reitor do Seminário, Cón. João António também não pôde vir (estive até ao fim da refeição com uma vista na janela a ver se chegava); O senhor Presidente da Câmara, bom amigo e confrade portista, em virtude de ter ido ao encontro dos emigrantes, dez-se represebtar por senhores vereadores. Já agora, quando é que o meu enorme amigo Adriano Alberto me faz uma visita neste dia??? Pronto, é arcipreste de Cinfães, já não liga aos pobres! Ahahahah
E muitos, muitos mais...

Quem esteve e em cheio foi a nossa juventude! Espectáculo, meus! Que festa linda. E olhem que eram miúdos à volta dos 15 anos! E aguentaram em pé cerca de 3 horas (contando o ensaio). Ambiente maravilhoso. Naqueles circuntâncias não seria possível mais.
A esta hora da noite, ainda estou trauteando algumas das vossas músicas. Também "tou bué feliz! O Espírito é fixe!"
Obrigado pelo vosso canto, pela vossa alegria, pela vossa postura. Espero que não fiqueis por aqui. Não ides ficar, pois vamos "dar-vos nas orelhas"!!! Vós e o Espírito não deixareis!

E só para terminar, quero dizer, repetindo, aquilo que disse aos meus reguilas no fim de tudo: "adoro-vos"!
Obrigado, Laidita, João Pedro, Rui, D. Alda. Não tenho palavras. Sois espectaculares. Obrigado aos outros catequistas que os acompanharam no seu percurso catequético. Obrigado, Ir Teresa e Diác Amorim.

sábado, 7 de julho de 2007

São uns amores!

Trinta e três "reguilas" da Paróquia de São Pedro de Tarouca vão ser crismados neste domingo.
D. Alda, Dra Laida e João Pedro, os três catequistas mais ligados à preparação próxima para o Sacramento da Confirmação, têm -se revelado satisfeitos com a atitude destes adolescentes.
Eles são reguilas, traquinas, questionadores, contestários. Mas são uns amores. Desde que se sintam compreendidos, aceites, respeitados correspondem, trabalham, autocorrigem-se e aceitam correcção, empenham-se, caminham.
Muitas vezes, nós, adultos esquecemos muito depressa que já fomos adolescentes e falta-nos, por isso, alguma sensibilidade para saber lidar com eles. Claro que não é fácil para os pais e educadores tratar com os problemáticos adolescentes. Mas também não é fácil para eles esta fase da vida. Acreditem.
Estou feliz com eles e por eles. Trabalharam muito nos ensaios e em toda a preparação. Foram assíduos e colaborantes. Abração para vós, malta! Sois bué fixes.
Rezo para que o Espírito Santo que vão receber em plenitude no Crisma, os unja com os seus dons e lhes aqueça o coração e a mente para jamais desistirem de ser felizes. Com Cristo no coração.
A seus pais e padrinhos; a todos os catequistas que os acompanharam ao longo do seu percurso catequético; à D. Alda, Dra Laida, João Pedro e Ir. Teresa, os meus parabéns e muito obrigado em nome da comunidade paroquial.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Vidros sujos

Certa manhã, enquanto tomavam o pequeno alomoço, a esposa olha pela janela e comenta para o marido:
- A nossa vizinha é mesmo "porquinha"! Olha como tem a roupa estendida! Toda encardida, enrodilhada, mal apresentada...
O marido levanta a cabeça, olha e volta à sua refeição.
No dia seguinte, a mulher volta a olhar pela janela e comenta:
- Realmente... Como é possível ser tão descuidada! Que maneira de tratar a roupa a da nossa vizinha! Eu cortava o pescoço se fosse assim tão má dona de casa!
O marido levanta a cabeça, olha e continua a refeição.
No terceiro dia, a esposa olha pela janela e comenta:
- Ah! a nossa vizinha deve ter ouvido o que eu disse! Olha como ela tem a roupa! Toda compostinha, bem tratada, bem estendida... Vês como vale a pena falar!?
O homem levanta a cabeça, olha e responde calmamente:
- Hoje levantei-me antes de ti e limpei a nossa janela!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

A dança das transferências

Os jornais, em papel ou online, enchem páginas e páginas com transferências de futebolistas. Sabem que este assunto apaixona os apaniguados e então há que dar realce a transferêcias reais, possíveis ou boateiras...
Ressalta que, quando um dos colossos europeus pretende um futebolista que actua num clube português, é quase certo que este parta. Nenhum clube português tem possibilidades económicas de competir com os ricos clubes europeus. Os casos de Anderson e de
Nani é paradigmático.
Por outro lado, as equipas portuguesas reforçam-se como e onde podem - quase sempre para lá do que podem. Por isso, não é de estranhar o déficit monumental que apresentam.
E a aposta na formação? Que fazem os clubes dos jovens formados nas suas camadas? Ou os emprestam - o caso do meu clube de coração é sintomático - ou os despacham. Quantos futebolistas portugueses jogam actualmente nos principais clubes nacionais??? Com a agravante de a nível internacional não fazermos má figura a nível de futebol jovem. Tantas vezes dou comigo a perguntar por que razão têm os treinadores tanto receio de apostar nos jovens. Honra seja a Paulo Bento que vai lançando miúdos saídos da cratera de Alvalade.
Não sei se não seria de dar passos em frente, rumo a uma solidariedade social e desportiva, pese embora a força do lobby dos grandes clubes europeus. Por exemplo, limitar o número de estrangeiros por clube, ou fixar um tecto para as transferências, evitando a loucura dos milhões, escândalo para uma humanidade com multidões famintas.

O "Apito Dourado" continua a dar que falar e a ser filão para jornalistas desportivos e não só. Porquê este cerco da justiça aos clubes do norte, mormente ao FCP? Será que no sul não há corrupção? Será que só alguns clubes do Norte e seus dirigentes é que podem ser corruptos? A justiça, para ser justa, tem que tratar os cidadãos todos por igual. É isto que se passa?
Longe de mim condenar ou absolver seja quem for. Compete à justiça. Só desejo uma justiça justa.

Que o futebol seja cada vez mais transparente, mais desporto, mais festa do povo. Sem guerras, sem ameaças, sem intolerâncias, sem arruaceiros (Ai, essas claques!!!). Sem corrupção. Que se viva com paixão o nosso clube, sem jamais ver inimigos em qualquer clube adversário.
Os dirigentes desportivos fariam um óptimo serviço à sociedade se falassem menos, se não incendiassem, se cuidassem mais e melhor do desporto em Portugal. Até porque em colaboração resolveriam muito melhor os problemas que os afectam.

Permitam que o diga - que me desculpem os meus confrades portistas - o meu clube não tem crescido em número de adeptos ao ritmo das conquistas alcançadas, porque os dirigentes o têm deliberadamente circunscrito a uma região, talvez para unir forças. Mas ao entrincheirar-se, rejeita, repele, afasta, cria anticorpos. E eu gostava de ver o meu FCP como um clube de dimensão nacional tal como a tem internacionalmente. Um clube carismático, valente, corajoso, mas leal e admirado por todo o país. Com muitossssssssssssssssssssss mais portistas.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Cães perigosos: Nova lei prevê multas até 45 mil euros

Ora aqui está uma lei com que eu concordo plenamente. Já não era sem tempo! Há que ser absolutamente rigoroso para com quem tenha animais perigosos que ponham em causa a integridade, saúde e vida das pessoas. Chega de notícias de pessoas atacadas, às vezes mortalmente, por esses animais perigosos.
Já sei que vêm sempre os defensores dos animais: "Coitadinhos, eles não têm culpa. O mal é de quem os tem que não os sabes educar..." Pois, pois, o que é certo é que a vida humana não tem preço. Por muito que se goste de animais, e eu até gosto, nada é comparável à dignidade e vida da pessoa humana.

Respeite-se o animal. Mas super-respeite-se a dignidade da pessoa humana!


Novos requisitos para a posse de «animais perigosos» foram hoje aprovados na especialidade no Parlamento, exigindo aos proprietários exames de aptidão física e psicológica e um registo criminal limpo, além de impor multas máximas de 45.000 euros.
As alterações à lei que estabelece o regime jurídico para a detenção destes animais foram aprovadas por unanimidade na Comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, segundo um texto conjunto das bancadas do PS, do PSD e do CDS.
Aos proprietários de «animais potencialmente perigosos», a lei exige agora exames de aptidão física e psicológica, e um registo criminal limpo de crimes contra a vida e a integridade física, contra a liberdade pessoal ou a autodeterminação sexual e contra a saúde a paz públicas.
A nova lei regula igualmente a «imposição de um atestado de capacidade física e psíquica [dos proprietários de animais perigosos], bem como a proibição da publicidade à comercialização destes animais».
Foram também fixadas coimas para quem não cumpra os requisitos, estando o valor mínimo fixado em 500 euros e o montante máximo em 44.890 euros, agravado em 30 por cento no caso de reincidência.
Estes valores representam um aumento face à lei actual, que estipula multas de 50 a 1.850 para pessoas individuais que não identifiquem os seus animais e até 22 mil euros, caso se trate de pessoas colectivas.
Os criadores e reprodutores «só poderão exercer a actividade mediante uma licença emitida pela Direcção Geral de Veterinária, que obriga a indicar a espécie, a raça» e todos os dados referentes ao animal, a constar no chip electrónico de identificação.
As raças ou cruzamentos «potencialmente perigosas» são sete: o cão de fila brasileiro, o dogue argentino, o pit bull terrier, o rottweiller, o staffordshire terrier americano, o staffordshire bull terrier, e o tosa inu.
Estas alterações resultam de propostas apresentadas ao Parlamento em Abril pelo CDS-PP e pelo PS, que visavam apertar as regras para os proprietários de animais potencialmente perigosos, um mês depois da morte de uma mulher atacada por quatro cães em Sintra.
As duas propostas acabaram por ser aprovadas por unanimidade na generalidade em plenário, a 26 de Abril, um consenso que se repetiu agora na especialidade.
Diário Digital

"A Santa com mais devoção em Portugal é a santa ignorância"

Vai já a meio o triénio que a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) decidiu dedicar ao tema genérico da Transmissão da Fé. Os desafios que se colocam à Igreja Católica nesta missão essencial têm sido abordados pelos Bispos do nosso país de uma forma sistemática, nas suas Assembleias de Primavera e Outono, embora os resultados nem sempre sejam perceptíveis para o comum dos fiéis.

"... a maioria dos católicos portugueses ... foi baptizado em pequenino, teve uma catequese rudimentar que correspondeu mais à infância e adolescência do que à juventude e à adultez, portanto não temos cristãos adultos na fé."

"Notámos que há uma deficiência na iniciação à oração: dizemos às pessoas que têm de rezar, mas elas não sabem como. Também na Doutrina Social da Igreja as pessoas estão muito longe do corpo doutrinal que a Igreja propõe sobre a relação com o Estado, com a economia, com a política. "

"... temos consciência de que os cristãos católicos não querem formação. Querem religião, mas não querem formação. "

"A Igreja, toda ela, actua no meio cultural: começou assim no diálogo com o judaísmo, com o mundo helénico, e ao longo dos tempos tem dialogado sempre com a cultura ambiente porque é uma fé que tem reflexão, porque é uma fé que usa a razão e tem de recorrer aos mecanismos culturais para poder fazer-se entender e poder fazer passar a mesma mensagem, mas com linguagens diferentes. Se mantivermos a linguagem, passamos a já não dizer o mesmo que queremos dizer, temos de mudar a linguagem para dizer a mesma coisa e não adulterar a linguagem. "


D. Carlos Azevedo, Secretário da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa ) à ecclesia

terça-feira, 3 de julho de 2007

O GOVERNO SÓCRATES AMA O CHICOTE (SAIBA PORQUÊ)

Tenho andado para aqui a matutar: porquê? Porquê esta sucessão de casos em que o Governo aparece travestido de carrasco da liberdade de expressão, a chicotear o lombo a quem se atreve a pecar contra essa extraordinária coisa a que chama devotamente "autoridade do Estado". Um professor larga uma piadola sobre o primeiro-ministro? Corra-se com o professor. Um blogue mais mexido anda a levantar dúvidas sobre o impoluto currículo de Sócrates? Enfie-se o autor do blogue em tribunal. Um médico coloca uma fotocópia comentada nas paredes de um serviço de saúde? Pontapé na directora, que não arrancou o papel à velocidade que se exigia. A rapaziada que manda no País anda com os nervos à flor da pele. Por este andar, qualquer dia vai ser preciso bater a continência cada vez que passarmos em frente a São Bento.

Matutemos em conjunto: porquê? É que, convenhamos, tudo isto é um bocado burro. O que se ganha em meter funcionários públicos e cidadãos anónimos "na ordem" não compensa minimamente o desgaste que tal provoca na popularidade do Governo. Entre as próprias fileiras do PS há sempre um Manuel Alegre que não perde a ocasião para recordar os tempos de Caixas e sublinhar que "a esquerda" não pode fazer destas coisas. Então, porque é que os ministros se deixam enredar em questiúnculas da treta, que só servem para se queimarem? A minha tese é esta: eu diria que é assim porque eles não conseguem que seja de outra forma - bramir o pingalim é uma espécie de segunda natureza dos governos reformistas em Portugal.

Estranhamente, aqui na terriola não se consegue ter o melhor de dois mundos. Ou se tem governos panhonhas que não se mexem (género Guterres ou Durão), ou se tem governos esforçados, com vontade de mudança, mas que depois acham que toda a gente tem de dobrar a espinha ao seu extraordinário esforço patriótico (género Cavaco ou Sócrates). Uns não fazem nem chateiam; os outros fazem e por isso acreditam sinceramente que lhes devemos estar muito agradecidos por isso. Isto não é falta de cultura democrática - é mesmo falta de cultura de competência. O primeiro-ministro, a ministra da Educação ou o ministro da Saúde acham, à sua maneira, que são special ones - ou, pelo menos, que fazem parte de um special governo, que está finalmente a pôr o País na ordem. E, por isso, não acham graça nenhuma às pequenas rebeldias de indígenas ingratos. Aqui, sim, falta-nos uma terceira via: sermos um dia governados por gente que perceba que reformar é o seu trabalho natural, e que ao mesmo tempo possa ouvir uma crítica sem de imediato soltar os cães. Um dia. Quem sabe um dia.

jmtavares@dn.pt

O Senhor Bispo de Aveiro passou por Santa Helena


Hoje o Senhor Bispo de Aveiro e um simpático grupo de sacerdotes daquela diocese passou por Santa Helena, visitando ainda a Igreja Paroquial de Tarouca.
Não tinha sido feito nenhum aviso público acerca desta visita. O que é certo é que as pessoas que durante a novena estão na serra, mal souberam da visita de D. António Francisco dos Santos, juntaram-se e cumprimentaram-no. Tal o carinho que esta gente sente por ele. Foi um simpático gesto que creio D. António também apreciou.

D. António sente mesmo esta diocese. Notava-se nas palavras e explicações que ia dando aos seus padres.

Penso que os sacerdotes também gostaram. Foi um monento da sã partilha sacerdotal. Gostei de os ter por cá. Ficamos a aguardar por mais.

Zapatero apoia natalidade oferecendo 2500 euros por criança

O primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, anunciou no Parlamento que a partir de hoje «cada família com residência legal em Espanha receberá 2500 euros por cada novo filho»

Com esta medida, Zapatero espera incentivar a criação «de mais famílias com mais filhos», que «necessitam de apoio para ter essas crianças e mais recursos para criá-los».

Enfim, alguns países ocidentais, depois da liberalização do aborto, tentam agora o remendo: subsidiar o nascimento de mais crianças. Outros, como Portugal, nem remendo... E Portugal apresenta na União Europeia a mais baixa taxa de natalidade.

Nunca apoiaremos qualquer tentativa de cercear a vida desde a sua concepção até à morte natural. Apoiaremos toda a tentativa séria de promover, dignificar e estimular a vida.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Aquele espaço físico-humano é único

Longe vão os tempos em que as instalações de Santa Helena não chegavam para os pretendentes. Hoje, com estrada e a familiaridade do automóvel, as pessoas vão, mas não ficam.
Todavia é muito agradável o ambiente humano que se experimenta na serra durante estes dias. Na serra não há nada, o que torna as pessoas mais próximas, mais vizinhas, mais solidárias, mais colaborantes.
Há gente que aproveita para dar belos passeios pelo silêncio da serra. Cada um colabora, à sua maneira, na realização de tarefas que a novena e a festa sempre urgem. A partilha de teres e haveres decorre com muita naturalidade. As pessoas conversam e brincam sem se ofenderem. Há lugar para o encontro pessoal com Deus. Respira-se um clima empático que seduz.

Aquele espaço físico-humano é único. Só o entende quem o experimenta.

domingo, 1 de julho de 2007

Obrigado, irmãos de Paio Pires!

Bonito. Dezenas de pessoas deslocaram-se em autocarros de Paio Pires (Seixal) a Tarouca para rezar e homenagear P.e Duarte Teixeira. Este sacerdote jesuita era natural daqui e nos últimos anos de vida sacerdotal paroquiou Paio Pires. Faleceu há um ano e os seus restos portais repusam no nosso cemitério.
Acompanhados pelo actual pároco, celebraram a Eucaristia na nossa Igreja Paroquial, que ficou completamente cheia, e seguiram depois em romagem até ao cemitério para um momento de oração e colocação de uma placa alusiva.
Por ser o dia que foi, não tive liminarmente ocasião para estar com eles. Mas fiquei sensibilizado.
Ainda há pessoas para quem a palavra gratidão diz alguma coisa; ainda há gente que reconhce a importância do sacerdócio ministerial; ainda há paroquianos que não esquecem tantos anos de dedicação, de entrega, de acolhimento; ainda há crentes que sabem apreciar e agradecer a quem tão belamente lhes falou de Deus.
Porque a gratidão é a memória do coração, então o melhor túmulo dos mortos é o coração dos vivos.
Obrigado, irmãos de Paio Pires, por este testemunho tão carregado de humanismo e tão belamente cristão.

1º Domingo de Julho: Nossa Senhora entre nós...

De manhã, Quintela, Vila Pouca e Ponte das Tábuas fizeram a Festa à Mãe, invocando-a com o título de Senhora das Necessidades.
A Capela da Senhora das Necessidades é um pequeno templo hexagonal, líndíssimo. Merece uma visita, até porque já tem uma estrada alcatroada que facilita o acesso.
À tarde, na Serra de Santa Helena, voltamos a estar com a Mãe, agora invocada como Senhora das Dores.

Celebrar Maria é sempre uma festa para o povo. Oxalá o faça com a alma em festa.

O DIA 1 DE JULHO EM NOTÍCIA

1. A partir de hoje, Portugal assume a presidência da União Europeia (UE). Durante meio ano, o nosso país desempenhará esta presidência.
Torcemos pelo êxito. Que não se fique apenas e só pelas questões relativas ao Tratado. Que os valores, mormente a justiça social, o combate ao desemprego, o acesso à plena cidadania, estejam na primeira linha das preocupações da presidência lusa.

Gostaríamos ainda de não ver distracções do Governo em relação às questões internas. E oxalá que não se aproveite o facto de todos os holofotes da comunicação social estarem virados para as questõies da União Europeia, para fazer passar subrepticiamente leis ainda mais penosas para a população.


2. Hoje é o Dia do Vinho. Use mas nunca abuse.