quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Todas as medidas da nova vaga de austeridade

Principais Medidas
de Consolidação Orçamental - OE 2011
Aumento de impostos e corte nos salários da função pública estão confirmados. O subsídio de Natal sobreviveu.

REDUÇÃO DA DESPESA



1. Congelamento do investimento até ao final do ano (já em 2010)


2. Corte de 5% dos salários da Função Pública


3. Redução da despesa com ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções, bem como impossibilitar a acumulação de salários públicos com pensões (já em 2010)


4. Congelamento das pensões durante o ano de 2011


5. Redução em 20% com o Rendimento Social de Inserção


6. Redução da despesa com indemenizaçoes compensatórias e subsídos às empresas


7. Congelamento de promoções e progressões na carreira


8. Redução em 20% na frota automóvel do Estado


9. Congelamento das admissões e redução do número de contratados na Função Pública (já em 2010)


10. Congelamento do abono de família para os rendimentos mais elevados (já em 2010)


11. Redução das transferências para os fundos e serviços autónomos, para as autarquias e para as regiões.


12. Reduzir as despesas no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente com medicamentos e meios complementares de diagnóstico (já em 2010)


13. Reduzir os encargos da ADSE (já em 2010)


14. Reduzir as despesas com o PIDDAC


15. Extinguir/fundir organismos da Administração Pública directa e indirecta


16. Reorganizar e racionalizar o sector Empresarial do Estado reduzindo o número de entidades e o número de cargos dirigentes


AUMENTO DA RECEITA


1. Aumento da taxa máxima do IVA para 23%


2. Revisão das tabelas anexas ao Código do IVA


3. Imposição de uma contribuição ao sistema financeiro em linha com a iniciativa em curso na UE


4. Revisão das deduções à colecta do IRS


5. Revisão dos benefícios fiscais para pessoas colectivas


6. Convergência da tributação dos rendimentos da categoria H com regime de tributação da categoria A


7. Aumento em 1 ponto percentual da contribuição dos trabalhadroes para a Caixa Geral de Aposentações (já em 2010)


8. Código Contributivo


9. Outras receitas não fiscais previsíveis resultantes de concessões várias: jogos, explorações hídricas e telecomunicações

Fonte: aqui e aqui

Observação:
Esta é a proposta do Governo. Não sabemos se o Orçamento passa ou não na Assembleia da República, uma vez que o PS não tem maioria absoluta. Vai depender muito da atitude dos outros partidos...
Face à grave crise económica que o país atravessa, há algumas medidas que me parecem ter razão de ser. Sublinho, na redução da despesa, os números 1, 3, 8, 9, 15, 16. Quanto ao aumento da receita, agrada-me particularmente o nº 3.
Há contudo outras que me parecem demasiado pesadas,como o ccongelamento das pensões durante o ano de 2011 (que será dos idosos e doentes que têm pensões de miséria?); aumento  da contribuição dos trabalhadores para a Caixa Geral de Aposentações (então se os salários não só não sobem como os trabalhadores da Função Pública ainda vão ser penalizados no seu vencimento, como podem descontar mais para a CGA?); aumento do IVA (estrangula as empresas)....
 

A vergonha da pobreza

O POBREZA SÓ EXISTE POR CAUSA DA RIQUEZA...

"E a Igreja Católica o que podia fazer como instituição a favor da pobreza? - Muito, devia denunciá-la sem medo e apontar claramente quem são os principais responsáveis por ela... Se tal acontecesse o mundo tremia e a Igreja fixava-se no essencial da sua missão, ser profeta à maneira de Jesus de Nazaré. Afinal bastava que o Evangelho fosse vida para a vida dos homens e mulheres concretos de cada tempo."


Veja aqui esta interpelação...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

29 de Setembro: Feriado Municipal

Consulte aqui outras imagens da Feira Anual.
AQUI o vídeo do Espectáculo Piromusical .

29 de Setembro. A Igreja celebra S. MIGUEL, S. GABRIEL e S. RAFAEL, Arcanjos.
No concelho de Tarouca tem hoje lugar o feriado municipal. Na maioria dos concelhos, o feriado municipal coincide com a festa do padroeiro da paróquia-sede. Neste caso, deveria ser São Pedro, que é o padroeiro da paróquia de Tarouca. Mas a tradição tem muita importância. E pronto, é São Miguel quem dá origem ao feriado municipal.

Não tem celebrações religiosas especiais, tirando a Eucaristia às 11 horas. É sobretudo uma feira, actualmente com menos gente, mas outrora muito concorrida.
Duas tradições culturais têm a ver com o S. Miguel: a marrã e o bazulaque. E tenho pena que, sobretudo o bazulaque, esteja a cair em desuso, já que é um prato típico tarouquense. Apelo aos tarouquenses que não deixem cair esta tradição culinária.
Apesar dos tempos serem outros, continua a haver muita gente que não dispensa uma ida às tendas para comer um fêvera. Dizem as pessoas que aí tem especial sabor. É a tal marrã.
Este ano, teve mesmo lugar no Centro Cívico a Feira da Marrã em 25 e 26 de Setemmbro.
De tarde há futebol no recinto desportivo e durante todo o dia animação popular pelas ruas. à noite, continuam manifestações no Centro Cívico, sobretudo de índole musical.
A marrã penso que tem a ver com o ciclo da carne. Em tempos que já lá vão, não havia a abundância que hoje há. O grande abastecimento de carne tinha a ver com a carne de porco, cujo início da matança coincidia com o ciclo das colheitas. Daí a festa e a alegria desta data. Significava a novidade da chegada da carne.
Penso também que o bazulaque tinha então a ver com os pobres. Não tinham dinheiro para comprar cabritos, cordeiros , etc. Então aproveitavam os "miúdos" destes animais que os mais ricos desperdiçavam. Nascia assim um prato popular que se tornou património de todos.

O Bebé e o cachorro

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Fernando Rocha em Tarouca

Pode ver aqui.

Festas de S. Miguel

Corrida de Cavalos - Galope
Veja aqui as fotos.


Marcha Encantada 
 Veja  aqui as fotos


As oito recomendações da OCDE para mudar Portugal

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A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico  ) recomendou hoje a Portugal uma subida do IVA e do IMI, de forma a alcançar uma consolidação orçamental «credível», que restabeleça a confiança dos consumidores. A organização recomenda ainda a manutenção do congelamento salarial na Função Pública.


Para a (OCDE), o Governo deve estar preparado para subir novamente os impostos, concentrando-se naqueles que «menos distorcem o crescimento», tal como o IVA e os impostos sobre o património predial (IMI).

As oito recomendações:
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1) AUMENTO DE IMPOSTOS

Um dos primeiros avisos deixados pela OCDE é que "o Governo deve estar preparado para aumentar mais os impostos". E o agravamento fiscal deve ser feito, segundo a organização, no IVA e no IMI e numa amplitude que compense a redução das contribuições para a Segurança Social (outra das recomendações). Notando que o IMI português está abaixo da média da OCDE, a organização recomenda subir esse imposto apenas nas transacções iniciais e abolir a maioria das isenções. No longo prazo, aconselha também, as autoridades devem considerar substituir o IMT pelo IVA na venda de casas novas. Em termos fiscais, também se sugere uma simplificação do regime fiscal que amenize os custos das PME.

2) SALÁRIOS CONGELADOS

O congelamento de salários é apresentado como condição para alcançar os objectivos orçamentais, dado ser imperativo, na avaliação da OCDE, baixar os custos unitários de trabalho e melhorar a competitividade. Por essa razão, até 2013, recomenda-se o congelamento de salários na Função Pública, sinal que deverá ser replicado no sector privado. "As negociações devem assegurar que os salários não crescem mais do que a produtividade", avisa.

3) CORTE NOS BENEFÍCIOS E DEDUÇÕES FISCAIS

Para a OCDE "o Governo deveria ir mais longe no corte das despesas fiscais" já que em Portugal utiliza-se em demasia as deduções e benefícios fiscais que normalmente até "beneficiam mais os contribuintes com rendimentos mais elevados". No documento também se lê que "o sistema fiscal português é caracterizado por muitas despesas fiscais, que estreitam a base contributiva e por isso obrigam a taxas de impostos mais elevadas do que seria necessário".

4) REVISÃO DO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO

Uma das recomendações deixadas pela OCDE é a revisão de toda a arquitectura do subsídio de desemprego. Notando que o trabalho em Portugal está fortemente segmentado em contratos temporários e contratos definitivos, a OCDE recomenda que se alivie a protecção no emprego (mais flexibilização) aos trabalhadores com vínculo para amenizar as diferenças entre os dois regimes. Redução do período para se ter acesso ao subsídio de desemprego é outra sugestão da organização, que espera que algumas medidas anti-crise nesta área sejam mesmo "temporárias".

5) MAIS COMPETITIVIDADE E FLEXIBILIZAÇÃO LABORAL

Outras recomendações deixadas por Angel Gurría é um incremento de flexibilidade na relação entre patrões e trabalhadores com vista, também por esta via, a melhorar a competitividade no país. E neste campo exige-se que se continue a apostar nos sectores exportadores tradicionais, como os têxteis e o turismo, e ao mesmo tempo que se vão transferindo recursos para os sectores com mais potencial de crescimento, como o tecnológico.

6) CONTROLO E TRANSPARÊNCIA NAS CONTAS PÚBLICAS

A OCDE diz também que Portugal deve controlar a despesa em todos os corredores do Estado, e não apenas a nível central, e deixa um apelo para uma transparência total nos contratos celebrados em regime de Parcerias Público-Privadas (PPP). Também se recomenda a imposição de um tecto para o crescimento da despesa pública.

7) EDUCAÇÃO NO TOPO DA AGENDA

Melhores resultados na educação não serão alcançados sem o reforço da promoção de igualdade de oportunidades, avisa a OCDE, que alerta para a elevada taxa de retenção em Portugal, elogiando, ao mesmo tempo, os programas do Governo neste campo, nomeadamente as Novas Oportunidades.

8) INFRA-ESTRUTRURAS DE TRANSPORTES SÃO ESSENCIAIS

Reconhecendo que adiar algumas obras foi uma decisão acertada dada a crise financeira, a OCDE argumenta que para um pequeno país periférico como Portugal as infra-estruturas na área dos transportes são fundamentais. Por isso aconselha a que a construção do novo aeroporto de Lisboa se torne novamente uma prioridade assim que houver condições financeiras

Fonte: aqui.

A propósito das recomendações da OCDE, leia aqui a opinião de António Balbino Caldeira em "Sócrates cedeu".

domingo, 26 de setembro de 2010

Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?

Ouvi em tempos a um conferencista que, no geral, os portugueses se acham "doutores" em três aspectos:
- Futebol
- Família
- Política
E eu acrescentaria outros: construção e religião.


Imagino o sorriso sarcástico, o encolher de ombros, o manear de cabeça, tanta vez até a revolta, de um treinador, um perito em família, um verdadeiro político, um arquitecto ou engenheiro, um teólogo ao ouvirem as pessoas falar com ar catedrático daquilo que não sabem, pensando que sabem. De facto a ignorância sempre foi atrevida...
Já diz a sabedoria popular: "Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?"


Nem todos são bons em alguma coisa; poucos são os peritos em alguma coisa; ninguém é perito em todas as coisas. Aliás os verdadeiros sábios tem a grandeza humilde de confessar: "Só sei que nada sei."


Como dizem os jovens, urge "cair na real." Há que ter a dignidade de reconhecer as limitações e a humildade de querer aprender com quem realmente sabe. Até por uma questão de respeito para connosco próprios: evitar dizer disparates para não nos expormos ao ridículo.
Querer e gostar de aprender é fantástico; sentir que não se precisa de aprender porque se acha que se sabe tudo é ridículo.


No futebol são conhecidos os chamados "treinadores de bancada". Ai do treinador e da equipa que siga atrás dessas opiniões! Desce de divisão pela certa.
Então na família, nem lhes conto nem lhes digo... Cada família julga que sabe tudo, nada precisa de aprender e demonstra alergia por qualquer proposta de reflexão ou de formação. Os resultados estão à vista de todos!
Na política, embora os políticos sejam alguém a quem as pessoas recorrem porque precisam, mas estejam sempre debaixo do fogo da desconfiança, as opiniões são muitas vezes sectárias, moldadas pela partidarite, influenciadas pelo individualismo, despojadas da ideia de bem comum, vazias de conhecimentos.
Na construção, toda a gente se acha engenheiro e arquitecto. E tanta vez as opiniões roçam o desprezível e o atentatório ao bom gosto, atentam contra a solidez do edifício, ignoram a visão do todo e o resultado final.
Na religião, ui! É cá cada sentença de fazer miar um elefante!!! Cada bufarada de tirar o fôlego ao mais impávido dos entendidos! E se alguém convida para um curso de formação, a resposta vem como um relâmpago: "Isso? Não preciso. Sei mais do que quem dá o curso!"


Aprender até morrer. Sempre.

FEIRA DA MARRÃ ( Gastronomia Tradicional)

Pelas 18.30 horas de 25 de Setembro, teve lugar no Centro Cívico da Cidade Tarouquense a abertura oficial da Feira da Marrã.
Recorde-se que a marrã e o basulaque são pratos típicos da tradição tarouquense.
A animação do evento foi feita por um grupo de concertinas.
Estamos em plenas festas de São Miguel, que é o feriado deste Concelho. Para quem queira saber o programa todo pode vê-lo aqui.

Pelas 22 horas, iniciou-se a IV MARCHA ENCANTADA.

sábado, 25 de setembro de 2010

Parábola imensa

A parábola que nos é dado escutar neste Domingo XXVI do Tempo Comum, conhecida por «O rico avarento e o pobre Lázaro, é imensa.
É como uma faca apontada ao coração dos RICOS de hoje, que, reunidos em Nova Iorque, nos passados dias 20-22 de Setembro de 2010, na Cimeira sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, não vão cumprir os objectivos estabelecidos em 2000 para erradicar doenças e reduzir para menos de metade a pobreza extrema. A pobreza afinal é dos outros, que nós não conhecemos de lado nenhum, ainda que estejam doentes e esfomeados ali à nossa porta! Pensam como o RICO da parábola.


Veja aqui toda a reflexão.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Servindo com discrição

"O barulho não faz bem e o bem não faz barulho."

Ontem acompanhei pessoas do GASPTA (Grupo sócio-caritativo) numa deslocação para angariar produtos para a tenda deste grupo na Feira de São Miguel. Será a tenda da solidariedade. Ali tudo o que se obtiver terá um destino: apoiar quem precisa.
Fiquei edificado com a alegria,o entusiasmo, a dedicação dos elementos do GASPTA, tudo dentro de um discrição admirável.
Senti-me tocado com a generosidade simpática de quem nos acolheu e a quem manifesto gratidão.

Hoje reuni mais uma vez com o Conselho Económico, com o Centro Paroquial como pano de fundo. A mesma vontade de  caminhar, de ajudar, de motivar. Sempre na verdade, na paz e em prol da  harmonia entre toda a gente, evitando a conflitualidade de que está a sociedade saturada e que destrói, desune, arrasa.

A verdade acaba por vir sempre à tona da água. Não é quem mais grita que tem razão, já o sabemos. Há invernadas gritadas e silêncios de verdade que urge saber perscrutar. Haverá estofo interior para saber perscrutar a verdade do silêncio?

De novo.

"Aquilo que se chamou Ocidente - impropriamente, como se o mundo não tivesse hemisfério sul... -, perdeu a vontade de combater. Há-de descer ao suplício do inferno antes de ressurgir - quando ressurgir! - com carácter e força. A perda da vontade de combater, que não é exclusiva dos Estados, pois também afecta as comunidades e os indivíduos, é uma característica das sociedades ricas e ociosas, que preferem o consumo ao investimento, o conforto ao risco e, no cúmulo da sua abundância, tornam-se escravas dos bárbaros que exploram o seu medo, as constrangem a obedecer à sua vontade e lhes extorquem dinheiro. A redenção moral só ocorrerá após esta rendição material. Quando a purificação da pobreza as revigorar e encontrarem, no fundo da alma, a razão de ser. De novo."
António Balbino Caldeira, aqui

Questão religiosa e o fim da I República

D. Carlos Azevedo e Fernando Rosas debateram relacionamento entre Igreja e Estado

Pode ler aqui.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Será executada esta noite

Depois de ter passado sete anos em solitária, na prisão de alta segurança para mulheres do estado da Virginia, EUA, Teresa Lewis será executada esta noite, às 21.00 horas locais (2.00 horas da manhã em Portugal).

Leia aqui a notícia.

E a questão é esta: CONCORDA COM A PENA DE MORTE?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Peço-lhe, amigo visitante...

Sempre que tiver a amabilidade de visitar este humilde blog, passe também por aqui:

http://paroquiadetarouca.blogspot.com

Obrigado.

Serão as novas tecnologias a panaceia para tudo?

O primeiro-ministro, José Sócrates dirigiu-se esta quarta-feira de manhã de metropolitano para a Feira Internacional de Lisboa (FIL), onde foi inaugurar a Mostra 'Portugal Tecnológico'.
Um jornalista abordou o primeiro-ministro sobre as últimas notícias acerca da dívida. José Sócrates disse que não estava ali para falar disso, mas das novas tecnologias. Então o jornalista insiste, dizendo que era preciso dar respostas aos problemas país real.
Em tudo o que cheire a novas tecnologias aparece o primeiro-ministro que tem andado numa roda viva. Até parece que as novas tecnologias são a panaceia para tudo!
Já chega de lebres para distrair os cidadãos dos reais problemas que nos afectam. Chega de propaganda e de banha da cobra!!!
Pensem, reflictam, ouçam o povo, decidam! Deixem-se de eterno eleitoralismo!

Despesa dispara com José Sócrates
No Governo de Sócrates os gastos correntes subiram 14,6 mil milhões de euros, diz o Correio da Manhã.
Dá que pensar!

Quem prometeu 150000 empregos diz agora que o desemprego vais aumentar!
No Parlamento, a ministra do Trabalho admitiu hoje que a tendência do desemprego não se vai inverter nos próximos tempos.

Por volta das cinco da tarde de hoje, chega o Outono

Se a Primavera nos fascina, o Outono também tem o seu encanto.
A Natureza, revestida de tons amarelos, transmite melancolia e palidez, mas deixa ressumar serenidade e apela à interioridade.
A maior solidariedade (já dizia Edith Stein) é ir do interior de mim ao interior do outro.
Então um feliz Outono para todos.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Há silêncios carregados de razão

Há silêncios carregados de razão,
Há gritarias para esconder a razão que se não tem,
Há julgamentos sem conhecimento dos factos,
Há quem finja desconhecer os assuntos por conveniência,
Há quem desista por oportunismo,
Há quem, sem moral, se arbore em referência ética,
Há quem fale para agradar,
Há "umbigos" do tamanho do universo,
E consciências com a dimensão da formiga,
Há quem não queira perceber a razão dos outros
E propague a sua não razão,
Há quem não saiba perder
Porque não sabe ganhar,
Há quem sofra calado
A revolta da injustiça,
arrogâncias e jactâncias a pintar o vazio,
Há silêncios espezinhados...

E da sabedoria do povo vem a sentença: "O que fica por dizer é sempre o melhor."
E muitas vezes é verdade.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

FESTAS POPULARES SÃO IMPORTANTES?

A última sondagem, com o título "FESTAS POPULARES SÃO IMPORTANTES?", obteve os seguintes resultados:

O povo tem direito de se divertir, pesada já é a vida quotidiana - 57%

Nalgumas terras, há festas a mais - 57%

Esbanja-se dinheiro inutilmente - 21%

Neste tempo de crise, não há razão para tanta festa - 7%

Nesta altura, uma festa por freguesia chegava - 21%

As festas populares já não dizem nada aos novos, que preferem outros locais de divertimento - 7%

Dada a crise, era melhor que o dinheiro gasto nas festas fosse canalizado para a solidariedade -21%

Muito obrigado aos visitantes que tiveram a amabilidade de responder à sondagem.

Papa supera expectativas no Reino Unido ajudado pelo poder das pessoas

A multidão ouve o Santo Padre no Hyde Park, Londres. Foto: The Telegraph.
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A Voz de Bento XVI fez-se ouvir
apesar das polémicas
e foram as multidões
que ajudaram a mudar
as prioridades mediáticas

«People power», o poder das pessoas: foi este o segredo do sucesso da difícil visita de Estado que Bento XVI realizou ao Reino Unido de 16 a 19 de Setembro, a primeira de um Papa.

Apesar de todas as polémicas que envolveram a presença papal, Bento XVI conseguiu fazer ouvir a sua voz, como reconheceu o próprio primeiro-ministro britânico David Cameron, e centrar as atenções na mensagem que queria deixar na sua 17ª viagem ao estrangeiro.

Foram as pessoas e o entusiasmo com que reagiram à presença do seu líder espiritual que ajudaram a mudar a imagem do Papa e o tratamento mediático que lhe foi dado, particularmente a nível televisivo.

O clima de festa, o peso das palavras de Bento XVI e a capacidade de abordar directamente temas previsivelmente delicados, como os abusos sexuais de menores ou a relação entre religião e secularismo foram apostas que deram os seus frutos.

Alguma imprensa escrita insistiu em temas fracturantes, como o aborto ou a contracepção, mas de forma geral os balanços apresentados avaliam com nota muito positiva a passagem do Papa por Edimbrugo, Glasgow, Londres e Birmingham.

O antigo Arcebispo da Cantuária (anglicano), George Carey, escreveu no «News of the World» que Bento XVI “chegou, viu e venceu”.

Outros jornais falam num Papa de palavras serenas que “encantou muitos” ou da “grande coragem moral” com que enfrentou temas mais quentes, podendo por isso deixar o país “com um sorriso nos lábios”.

Alguma discussão foi alimentada em torno da expressão utilizada pelo Papa para manifestar o seu desgosto («sorrow») pelos abusos sobre menores cometidos pelo clero, debatendo-se se havia ou não um pedido de desculpas às vítimas, embora se tenha sublinhado o facto destas situações terem sido apresentadas como “crimes” e não apenas como “pecados”.

Manifestações de protesto como a do dia 18 de Setembro, que juntou mais de 10 mil pessoas, foram acolhidas “sem surpresa” como garantiu o Vaticano, até porque o Papa sabia, de antemão, o que iria encontrar.

Isso ficou claro nas várias referências à longa tradição cristã e democrática do Reino Unido, à coragem com que muitos resistiram ao regime nazi, aos desafios levantados por uma sociedade cada vez mais secularizada e multicultural que tende a “marginalizar”, quando não mesmo “ridicularizar”, a religião.

Bento XVI falou à sociedade, no seu conjunto, apresentando-se como defensor de valores fundamentais e apelando a princípios éticos na vida política e económica, com grande destaque para o discurso no Westminster Hall, um dos mais representativos do pensamento deste Papa.

Além das palavras, são os gestos que irão ficar na memória desta viagem: a oração na Abadia anglicana de Westminster, o encontro privado com vítimas de abusos, a visita a uma residência de idosos e a beatificação do Cardeal Newman sintetizam, quase na perfeição, as preocupações que Bento XVI trouxe consigo.

No Reino Unido, o actual Papa mostrou ter aprendido nos últimos anos a dizer as coisas certas na altura certa, mas não há dúvida de que a força de milhares de católicos espalhados pelos locais por onde passava foi essencial para que estas palavras não fossem abafadas por vozes contestatárias e «fait-divers».
Ecclesia

domingo, 19 de setembro de 2010

sábado, 18 de setembro de 2010

Taparam os pobres com as vitórias dos ricos

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social defendeu na última quinta-feira, em Fátima, que "só uma revolução na mentalidade dos gestores e dos agentes políticos" provocará uma "mudança profunda do estilo de vida" e "implicará compromisso comunitário".

Durante a homilia da missa que encerrou a XXVI Semana da Pastoral Social, Carlos Azevedo lembrou as reflexões feitas ao longo dos últimos três dias, onde os 500 participantes olharam "para a condição pecadora da sociedade".

"Somos solidários no mal moral ou no pecado. Pode parecer estranha a expressão 'solidariedade do mal', mas é poderosamente verdadeira", disse o responsável, adiantando que "todo o corpo social é afectado pelo assédio da maldade, sem respeito pelo bem comum, insensível aos pobres".

Para D. Carlos Azevedo "o pecado social fere sobretudo os pobres e excluídos, chegando a destrui-los como pessoas". Aliás, "a gravidade do pecado pessoal pode medir-se pela intensidade dos seus vínculos com o pecado social", sustentou.

Romper, por isso, com o "pecado do mundo", lutar contra o mal "é caminho de conversão", frisou o responsável. "Fomos educados no pecado de não 'ver isto'. Taparam os pobres com as vitórias dos ricos. A sede de triunfo particular envenenou o ambiente, debilitou em muitos corações o serviço humilde dos outros".

Para o bispo auxiliar de Lisboa "superar o pecado, seja dos drogados ou dos banqueiros, só acontece por um encontro que aproxime do dom, chegue à delicadeza do perdão, converta o interior e transforme a posse em dádiva".

"Não podemos inibir-nos" alertou Carlos Azevedo, adiantando que à Igreja resta opor-se "com energia sempre refeita, ao pecado do mundo, na sociedade portuguesa e em cada um de nós, para construir a solidariedade da graça, o dar-se de verdade".

"Teremos de inovar caminhos para muito coesos, ir ao encontro de soluções justas e dignas" defendeu o bispo.

In Jornal de Notícias

Em Cuba, o Estado vais despedir 500.000 funcionários

Não foi uma surpresa. A entrevista à Atlantic de Fidel Castro e as reformas de Cuba não mereceram uma linha aos comentadores de esquerda. O que disse Fidel? Condenou implicitamente a política externa de Cuba e o protectorado da URSS. E o que são as reformas? São o regresso possível, e brutal, a uma forma primitiva de capitalismo. Mas vale a pena ir devagar. Quando Fidel apareceu, a "inteligência" europeia (com Sartre à cabeça como sempre), "desiludida" com a URSS, porque a evidência sobre a suposta "Pátria do Socialismo" já não permitia qualquer espécie de ilusão ou mentira, descobriu um novo herói, que lhe devolvia a "pureza" original da "revolução". Toda a gente que era gente peregrinou com fervor e zelo a essa nova terra prometida e o poster de Guevara acabou por se tornar no emblema (espúrio) de uma geração.

Os milhares de pessoas que Fidel matou ou prendeu não importavam. Nem o milhão e meio de emigrantes, que fugiu para Miami. Não importava sequer que Cuba se tivesse, de facto, transformado num enclave semicolonial, que a Rússia explorava para a seu benefício económico e estratégico. Fidel estava do "bom lado"; e estava contra a América. Isso bastava. Fidel nunca inteiramente perdeu o seu prestígio, depois de 1991, a classe média da Europa não se envergonhava de passar as férias nas "reservas" para ricos, com a infinita miséria de Cuba à volta. Agora, este espectáculo grotesco chegou ao fim. A desgraça que em quase meio século se criou não é salvável com paliativos.

O Estado, para o qual trabalhava 80 por cento da população, vai despedir 500.000 funcionários para começar e tenciona despedir mais tarde 800.000. A Central de Trabalhadores declarou: "O Estado não pode nem deve continuar a manter meios de produção e companhias da área de serviço com prejuízos na sua actividade e quadros inflacionados." Para epitáfio do "socialismo", não é nada mau. Daqui em diante a populaça que se arranje e faça por enriquecer. A esquerda portuguesa que anda por aí a prometer a defesa do Estado social e a jurar que sem ele não há democracia, não percebeu ainda ao que leva essa tão benemérita política: leva inevitavelmente a um colapso como o do "fidelismo". A realidade não se muda com demagogia. Ou, se preferirem, com bons sentimentos.

Vasco Pulido Valente, in Público

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eles partem, eles partem...

Tenho dado comigo a pensar muitas vezes nesta situação. Eu sei que não é só de hoje, mas continuamos a sentir-lhe pesadamente os efeitos.
Tantos jovens e casais novos que partem!
A desertificação do interior continua imparável.
Aqui não há emprego e as pessoas são forçadas a partir da sua terra.
Os jovens cumprem a escolaridade obrigatória. Uns seguem para a universidade; outros fazem este ou aquele curso específico. E depois concluída a univerdade? Terminado o curso técnico? Têm de sair. Por aqui não têm emprego.
Lisboa e o litoral são o destino mais comum.
Temos ainda uma multidão de pessoas, muitos com baixas qualificações, que são forçados a emigrar, sendo a Suíça o país que, na actualidade, mais tarouquenses acolhe.

A riqueza que perdemos! Tanta e tanta gente válida que nos deixa! Que contributo humano, económico, sócio-cultural, político, associativo, eclesial, desportivo vamos perdendo...

Há anos, uma senhora dizia-me, com exagero, que lá na sua freguesia as pessoas mais válidas tinham saído. Só ficavam na terra os velhotes e aqueles que nem para emigrar tinham habilidade.
Não é o caso aqui. Temos cá gente muito válida. Mas que perdemos gente que muitíssimo tinha a dar à comunidade, isso perdemos.

Até quando esta hemorragia? Quando é que políticos e empresários começam a olhar para o interior como terra portuguesa? Quando é que os políticos abrem os dois olhos (interior e litoral) em vez de continuar fechada ou semi-cerrada a vista do interior? Estamos fartos de ver Portugal reduzido a uma faixa de 20 km junto ao mar...
As regalias vão para o litoral, mas os impostos pagam-nos todos...
Mas não deixa de ser significativo: os políticos originários do interior, quando chegam às cadeiras do poder, rapidamente esquecem as regiões de origem.

Aos que só vêem os males da Igreja

Aos propagandistas anti-Igreja, que não cessam de vozear como donos da verdade os males da Igreja através dos tempos, talvez lhe faça bem ler os textos que a seguir se indicam. Um pouco de humildade fica bem a toda a gente e encaminha para a honestidade intelectual.

1.A repressão dos católicos em Inglaterra

2. Wayne Rooney é impedido de falar da sua fé em público

Consulte: aqui.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Janelas da Vida

O acidente de viação que há poucos dias vitimou e feriu alguns turistas portugueses a caminho de TETUAN (Marrocos) fez-me reflectir sobre a viagem da vida.
A vida é efectivamente uma viagem mais longa, menos longa, mais bela, menos bela, mais alegre, mais triste.
Certo indivíduo gostava imenso de viajar de avião. Marcava sempre o seu lugar junto de uma janela. Encantava-se ao ver o avião subir, furar as nuvens, enfrentar o sol nascente, ver o mar imenso, montanhas alterosas, jardins deslumbrantes. Extasiava-se com o panorama que descobria, com a beleza que seus olhos captavam. Depois da aterragem saía lentamente sem correr para as escadas.
Mas a sua vida profissional evoluiu e teve de viajar diariamente de cidade para cidade, de país para país. A profissão enriqueceu-o, mas mudou-lhe a vida: tirou-lhe o mundo belo oferecido através da janela do avião.
Tinha de sair do avião correndo para entrar noutro. Começou então a marcar o seu lugar na fila central para ser dos primeiros a sair. A vida passou a ser-lhe sem graça, sem prazer, sem beleza. Uma vida monótona, corrida, sem poder contemplar a beleza inesgotável que aquela janela lhe proporcionava.
A vida é realmente uma viagem com muitas janelas para observar o mundo e colher momentos felizes. Mas muitas vezes sem tempo para olhar pelas janelas da família, dos amigos, dos companheiros. Para muita gente é uma corrida desabrida, sem pausas para reflectir, para orar, para sorrir, para servir, para amar.
Se a nossa vida se transformou numa corrida doentia atrás do dinheiro, do poder, da glória, transformou-se numa viagem acidentada e triste.
Vale a pena um esforço para viver serenamente de janelas abertas para a beleza criada por Deus para sermos felizes.
Mário Salgueirinho

Começou hoje a Visita do Papa ao Reino Unido

O Papa visita o Reino Unido entre 16 e 19 de Setembro, passando pelas cidades de Edimburgo, Glasgow, Londres e Birmingham.

Eram 10h17 quando o avião que transportava Bento XVI aterrou no aeroporto de Edimburgo, na Escócia, procedente de Roma. A passagem de Bento XVI pelas artérias de Edimburgo, desde o palácio de Holyrood até à residência episcopal, juntou mais de 125mil pessoas nas ruas da cidade.
No primeiro discurso proferido no Reino Unido, Bento XVI pediu respeito pelas expressões tradicionais e culturais que as “formas mais agressivas de secularismo" não admitem.

“Hoje, o Reino Unido esforça-se por ser uma sociedade moderna e multicultural. Que neste nobre desafio ele guarde sempre o seu respeito pelos valores tradicionais e as expressões da cultura que formas mais agressivas de secularismo não apreciam nem sequer toleram”, assinalou o Papa.
Na alocução pronunciada no palácio de Holyrood House, em Edimburgo, Bento XVI pediu para que “não se obscureçam os fundamentos cristãos” que sustêm as liberdades dos povos residentes no país e faz um apelo para que esse património inspire o “exemplo” que o país “dá aos dois mil milhões de membros da Commonwealth e à grande família das nações de língua inglesa”.

Perante a rainha de Inglaterra, Isabel II, que discursou em primeiro lugar, o Papa frisou também que o influência do Reino Unido no contexto mundial “impõe uma especial obrigação de actuar com sabedoria com vista ao bem comum”.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Passe por aqui

- Hoje, 15 de Setembro, é dia da Senhora das Dores.

- Programação do Ano Catequético Paroquial.

( Carreggue no título e será levado às notícias)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social critica o modelo de desenvolvimento que «tem pautado a sociedade»

Uma entrevista que merece ser escutada atentamente. E divulgada!

Festas de S. Miguel - Tarouca 2010

Veja aqui
--
o Programa

Um ponto de vista

A escolha do novo Patriarca de Lisboa
e a autonomia da Igreja portuguesa

Veja aqui.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Desistir e fugir

Duas situações possíveis

1ª situação:
A Elisa sempre gostou de participar na vida da sua comunidade. Rapariga alegre, pestável e empenhada, mesmo quando foi estudar para Aveiro, continuou ligada à vida da sua associação cultural, ao coral da paróquia e ao grupo de jovens. Aos fins-de-semana, nas férias e sempre que podia, aí estava ela, sorridente e participativa, dando sempre o seu melhor, sem procurar protagonismos, apenas imbuída pelo gosto de servir. Alérgica ao mexerico, jamais se deixou apanhar nas suas teias.
A Elisa completou os seus estudos superiores e foi colocada no Baixo Alentejo. É-lhe agora impossível participar nas actividades dos grupos a que pertencia, por causa do trabalho e da distância. Falou com os responsáveis, expôs-lhes o seu caso, que foi logicamente compreendido, e mostrou disponibilidade para continuar a colaborar pontualmente de acordo com a sua nova situação. Entregou os seus cargos, já que não os podia exercer continuadamente.
A Elisa NÃO desistiu nem fugiu.
Não desistiu, pois continua a colaborar pontualmente sempre que lhe seja possível.
Não fugiu. A vida é que fugiu com ela para o Baixo Alentejo. Não foi por querer esquivar-se aos problemas e chatices que sempre surgem. A vida é que a levou para outras paragens.
A Elisa continua presente.

2ª situação:
O Ernesto tem um feitio muito próprio. Rapaz activo e dinâmico, empenhado nas actividades da associação humanitária, do grupo desportivo e do grupo de jovens aos quais pertenceu, foi sempre muito sensível a qualquer tentativa de exibicionismo e de protagonismo de outrem que o deixava revoltado, insatisfeito e com vontade de desistir. Mesmo quando se manifestava contra o mexeriquismo, ele acabava por alimentar outra forma de mexerico. Sabendo do seu voluntarismo e capacidade de serviço, os responsáveis dos grupos a que pertencia lá o iam animando, falando-lhe ao coração. E o rapaz continuava....
Terminados os seus estudos superiores em Coimbra, fora colocado na Guarda.
Pura e simplesmente deixou de aparecer. Nem uma palavra de explicação. Revelara apenas a um ou outro amigo que abandonava tudo, que se fartara, que não estava para aturar protagonismos, manias e mexericos.
O Ernesto desistiu e fugiu.
Desistiu porque deixou de dar qualquer colaboração aos grupos a que pertencia.
Fugiu. Não foi a vida que fugiu com ele, ele é que fugiu dos problemas. Não foi capaz de encarar de frente as situações e de oferecer o seu contributo para as ultrapassar. Faltou-lhe estofo e humildade, algo que caracteriza as pessoas superiores.
Mas foi pelo facto do Ernesto desistir que desistiram os problemas? Não será a fuga uma forma de covardia baixa?

Obrservação: Este texto é virtual. Não se refere a pessoas, situações e locais verdadeiros.
Apenas um humilde contributo para todos pensarmos no que andamos a fazer na vida.

domingo, 12 de setembro de 2010

Comandante Operacional Municipal





Na tarde de 12 de Setembro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Tarouca, em Sessão presidida pelo Presidente da Câmara, Mário Ferreira, e que contou a presença do Governador Civil de Viseu, entre outras individualidades, tomou posse o comandante operacional municipal, Dr Humberto Sarmento, natural e residente em Tarouca e há muito ligado aos Bombeiros locais.
Licenciado em Geografia, professor do ensino público, há muito dedica parte do tempo disponível a actividades relacionadas com o serviço dos Bombeiros onde integra a estrutura do comando. Estudioso e aplicado, tem frequentado vários cursos e desempenhado serviços relacionados com a formação.
É o primeiro comandante operacional municipal, uma estrutura criada por lei e ligada à protecção civil a nível concelhio. Que o exigente cargo directivo de que acaba de tomar posse traga evidentes benefícios na área para os cidadãos.

Todo o pai dá três coisas aos seus filhos

Conhece a parábola do FILHO PRÓDIGO (Lc 15,1-32)?
Se não conhece ou não se recorda bem, então veja aqui.

Todo o pai dá três coisas aos seus filhos: o pão, todos os dias; roupas novas, nos tempos festivos; a herança, uma única vez na vida, pouco antes de morrer.
O pedido deste filho pródigo - "Dá-me a parte da herança que me cabe" - assume, portanto, um imenso dramatismo. Fazendo o pedido que faz, este filho como que mata o pai, ao mesmo tempo que morre como filho! Não quer mesmo mais ser filho nem depender de nenhum pai.

Parte para longe, gasta tudo, torna-se um assalariado desamparado, guarda porcos, vive abaixo de porco (não lhe é sequer permitido comer com os porcos, como os porcos!). É o seu ponto mais baixo. Pensa então em voltar para casa, mas como assalariado, não como filho. É então que a surpresa enche outra vez a cena. Quando nós regressamos a casa, a Deus, nunca encontraremos um Pai distraído, ou que mudou de residência, ou que responde de forma brusca e fria. Está lá sempre à nossa espera, de braços abertos, reabilita-nos como filhos fazendo-nos vestir «o primeiro vestido», o que tínhamos abandonado, o de filhos, faz uma festa, mata o vitelo gordo, prepara um banquete, chama uma orquestra! Alegria excessiva deste Pai pródigo de amor e misericórdia!

É aqui que surge o outro filho, retratado como um bom cumpridor de ordens, um «justo» fariseu, igualzinho aos fariseus »justos» que tinham aparecido no início da história. Tal como estes, também este filho se acha com direitos sobre Deus. Em Deus não vê um Pai, mas um patrão que tem de lhe pagar, pois «nunca transgrediu uma ordem dele». Sempre igualzinho aos fariseus que no início da história citicavam Jesus porque acolhia e comia com os pecadores, também este filho critica o seu pai por acolher e ter tudo preparado para comer com um pecador! O Pai implora-lhe que entre para o banquete da alegria. Mas a história termina sem nos dizer se este filho, que somos também nós, entra ou não entra. Final estratégico. Afinal a história de Jesus foi contada para os fariseus, e nós devemos ter compreendido que devemos tomar lugar ao lado deles, para sermos atingidos em cheio pela história. A história termina sem nos dizer se aquele filho, fariseu, entrou ou não entrou na sala da alegria. Não nos esqueçamos que a história foi contada para nós. É então a nós que cabe tomar a decisão! Como vemos Deus? Como um Pai ou um patrão? E os nossos irmãos são para nos alegrarmos com eles ou para os insultarmos?
Fonte: aqui.

sábado, 11 de setembro de 2010

Jogo de gala

Eu sei. Ainda estamos no início do campeonato. Ainda muita coisa pode acontecer. O futebol é "uma caixinha de surpresas".

Mas gostei imenso de ver na TV o belo espectáculo com que Porto e Braga presentearam hoje os que apreciam bom futebol.

O Braga está bem, jogou bem e marcou dois espectaculares golos.
O F C Porto viu-se a perder duas vezes, recuperou sempre e ainda ganhou o desafio. Grande atitude, belo espírito de equipa num esquema de jogo que não inibe a criatividade, mas a supõe em ordem ao colectivo. Uma equipa serena a quem o facto de ter que recuperar não desequilibrou psicologicamente.

Os jogadores são bons, jogam com entusiasmo, "à Porto", vivenciam o espírito de equipa e de entreajuda, estão a crescer. Até onde poderá ir o Porto 2010/2011? Se tudo correr bem, penso que chegará muito longe.

Parabéns, senhor Bispo!

D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, Bispo de Lamego, completa hoje 75 anos de vida.
Natural de Vila da Rua, concelho de Moimenta da Beira, estudou nos nossos Seminários diocesanos. Após a ordenação sacerdotal, prosseguiu em Roma os seus estudos, especializando-se em História da Igreja. De volta à diocese, exerceu o múnus sacerdotal, dedicando-se especialmente ao Seminário Maior onde foi professor, prefeito e vice-reitor.
Era Vigário Geral da Diocese quando foi nomeado Bispo Auxiliar de Braga, regressando 4 anos depois como Bispo de Lamego.

Parabéns, senhor Bispo! Ad multos annos! Que o Deus da Misericórdia lhe conceda tudo quando de bom e de belo deseja o seu coração.

Também hoje celebram o seu aniversário os P.es Joaquim Dionísio que, em tempos, trabalhou nesta comunidade; P.e José António Rebelo Ferraz, pároco de Foz-Côa; P.e Luis Alberto Ferreira Seixeira, pároco de Ervedosa.
Parabéns, amigos!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ESTUDAR PARA O TESTE, PREPARAR PARA A VIDA (eis a educação)

1. Mais um ano lectivo traz consigo um caudal de canseiras e um vendaval de esperança.

A educação, que já foi apontada como paixão por um governo, é erigida ao patamar de prioridade por qualquer responsável político. Aliás, já dizia Kant que «o Homem não pode tornar-se Homem senão pela educação».

E, no entanto, também neste domínio se sente um desconforto por parte dos mais diversos agentes.

É natural que, num mundo em contínua (e acelerada) mudança, também a educação passe por transformações.

2. Não há dúvida de que se tem apostado muito nas infra-estruturas e nas tecnologias.

As condições logísticas em que, hoje em dia, ocorre o acto de ensinar superam, de longe, as que se verificavam há anos não muito distantes.

Há uma maior quantidade de serviços de apoio. Há factores acrescidos de acolhimento e integração.

Tudo isto é importante. Tudo isto é necessário. Mas nem tudo isto é suficiente.

Há uma grande insistência na preparação de profissionais para o futuro. Urge, porém, que haja uma aposta mais decidida na formação de pessoas, de cidadãos.

Os valores não podem ser colocados numa posição inferior à dos conhecimentos. Sem eles, há uma amputação da personalidade que afectará, irremediavelmente, todo o percurso existencial.

É claro que a escola não pode ser vista como o único agente da educação. Ela pressupõe uma interacção com outras instituições com a família em lugar de destaque.

Dadas, contudo, as circunstâncias, a escola é chamada a exercer um papel liderante e uma missão insubstituível na estruturação da personalidade.

3. Acontece que a escola tende a replicar, cada vez mais, o que se passa na sociedade. Em vez de ser a alternativa, ela arrisca-se a ser a redundância.

Devia ser a sociedade a subir ao nível da escola. Mas é, frequentemente, a escola que desce ao nível da sociedade.

Dir-se-á que é inevitável. Cabe-nos, entretanto, apurar se é o mais correcto.

Há quem defenda que a escola deve retratar a sociedade. Creio, no entanto, que o fundamental é que a escola ajude a transformar a sociedade.

Os casos de violência na escola são um sinal de alerta e um indicador de algum alarme.

A recorrência deste fenómeno indicará que o crescimento não consegue evitar uma certa decadência.

4. A indispensável transformação passará por um renovado enfoque na relação.

O Estado tem de revitalizar a missão do professor como formador da pessoa.

A carga burocrática, a que se vê submetido, retira-lhe capacidade de iniciativa junto do aluno.

Os governos têm um papel importante na coordenação das políticas de educação. Mas seria bom que percebessem que o fundamental na educação não está no governo. Está no professor e no aluno. Em suma, está na escola.

Mesmo num país não muito grande como o nosso, não se deveria homogeneizar em excesso o processo educativo.

Há muitas variáveis que só quem está no terreno consegue apurar e logra compreender.

5. Está muito difundida a percepção de que, nos tempos que correm, há muita escolarização e não muita educação.

Impõe-se atender a este dado e debruçar-se sobre o que lhe subjaz. Apesar do aumento do tempo escolar, o curto prazo ainda condiciona bastante.

Os agentes vêem-se compelidos a pensar no fim do período, no fim do ano. É hora de olhar mais longe.

Não chega estudar para o teste. É urgente preparar para a vida. Até porque a vida é o maior teste e a permanente lição.

É ela, a vida, que, em último caso, vai aferir o que se recebe na escola.

Como adverte Augusto Cury, «o maior papel de um mestre não é educar para o mercado de trabalho, mas para a vida».

6. Há muita expectativa sobre a escola. Às vezes, também há pressão.

Espera-se muito da escola. É normal. Demos tempo à escola. Confiemos na escola. Deixemos respirar a escola.

Um feliz ano lectivo.


http://theosfera.blogs.sapo.pt/

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Atenção aos desconhecidos!

"Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém", diz o povo.
"Sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas”, aconselha Jesus.

Hoje a insegurança é muita. O tempo em que as chaves ficavam nas portas quando a família saía ou dormia já se foi. Infelizmente.

Muitas vezes o ladrão, malfeitor, agressor, pessoa indesejada, apresenta-se amável, até se pode fazer passar por doutor, engenheiro, fiscal, membro de uma repartição qualquer, padre, amigo da pessoa que procura, portador de um recado, etc...

Muita atenção às informações pessoais que fornecemos a desconhecidos! Podemos estar a colaborar com criminosos!

Nunca, mas nunca, forneça o número de telemóvel pessoal a ninguém sem a autorização da pessoa a quem pertence!!!

Conta-se que em tempos, numa terra desta zona, sempre que aparecia um estranho a perguntar quem era e onde morava o senhor fulano ou beltrano ou a resposta era sempre a mesma: "Não sei."

Perante um desconhecido que pede uma informação pessoal, antes de lha darmos, devemos solicitar a sua identificação clara e inequívoca. E avisar o visado imediatamente.
Em caso de dúvida, usemos a restrição mental: "Não sei".
Em algumas situações, em vez de indicarmos quem é a pessoa pretendida e onde mora, podemos solicitar que dê o seu contacto para que o procurado o possa depois contactar.

Não vale depois "chorar pelo leite derramado". Há é que evitar que elas aconteçam.
Hoje precisamos todos de estar vigilantes e atentos, porque situações desagradáveis podem chegar a cada pessoa.
Unidos, prudentes, vigilantes e solidários somos uma força!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

D. Amélia

SINOPSE:
Uma rainha não foge, não vira costas ao seu destino, ao seu país.
D. Amélia de Orleãs e Bragança era uma mulher marcada pela tragédia quando embarcou, em Outubro de 1910, na Ericeira rumo ao exílio. Essa palavra maldita que tinha marcado a sua família e a sua infância. O povo acolheu-a com vivas, anos antes, quando chegou a Lisboa. Admirou a sua beleza, comentou como era alta e ficou encantado com o casamento de amor a que assistiu na Igreja de São Domingos. A princesa sentia-se uma mulher feliz.
Mas cedo começou a sentir o peso da tragédia. O povo que a aclamou agora criticava os seus gestos, mesmo quando eram em prol dos mais desfavorecidos. O marido, aos poucos, afastava-se do seu coração, descobriu-lhe traições e fraquezas e nem o amor dos seus dois filhos conseguiu mitigar a dor. Nos dias mais tristes passava os dedos pelo colar de pérolas que D. Carlos lhe oferecera, 671 pérolas, cada uma símbolo dos momentos felizes que teimava em não esquecer.
Isabel Stilwell, autora best-seller de romances históricos, traz-nos a história da última rainha de Portugal. D. Amélia viveu durante 24 anos num país que amou como seu, apesar de nele ter deixado enterrados uma filha prematura que morreu à nascença, o seu primogénito D. Luís Filipe, herdeiro do trono, e o marido D. Carlos assassinados ao pleno Terreiro do Paço a tiro de carabina e pistola. De nada lhe valeu o ramo de rosas que tinha na mão e com o qual tentou afastar o assassino. Outras mortes a perseguiriam...
D. Amélia regressou em 1945 a convite de António de Oliveira Salazar com quem mantinha correspondência e por quem tinha uma declarada admiração. Morreu seis anos depois em França, seu país natal, na cama que Columbano havia pintado para ela. Na cabeceira estavam desenhadas as armas dos Bragança.
Fonte: aqui

Nota:
Li com gosto as 554 páginas deste romance que os meus sobrinhos me haviam oferecido em férias, sabendo como aprecio romances históricos.
Entre a agonia da Monarquia e o nascimento da República, este romance retrata de forma viva a situação. E quem lê a obra fica com esta impressão: quem, especialmente, acabou com a Monarquia foram os monárquicos.
As divisões, as querelas constantes, a ânsia de protagonismo , o afastamento do sentir popular, o laxismo, o snobismo, a intriga permanente, a corrupção, a conspiração, o oportunismo marcaram o fim dos tempos monárquicos, abrindo auto-estradas ao republicanismo.

Podemos sempre aprender mais

Apesar de ter familiares a estudar numa escola dos Maristas, confesso que pouca sabia sobre este Instituro de Vida Consagrada.
Ontem, com a passagem por aqui de um Irmão Marista, fiquei a saber mais alguma coisa sobre os Irmãos Maristas das Escolas - F.M.S.
Fundados em França nos inícios do século XIX, estão de 1947 em Portugal. Os Maristas não têm Padres, só Irmãos.
A sua missão é a educação cristã da juventude, dentro de um carisma de simplicidade cristã . Por isso, não admira que se dediquem também ao ensino através de escolas que dirigem.
Pelo que me foi comunicado, também este Instituto não foge ao contexto geral de falta de vocações.

domingo, 5 de setembro de 2010

Nisto estou totalmente de acordo!

Passos criticou a despesa de35 milhões de euros e disse que em Inglaterra os ministros vão andar de transportes públicos.

"É um sintoma dos tempos que vivemos que em Inglaterra a notícia seja a de que o primeiro-ministro decidiu que os membros do Governo, por norma, tivessem de se deslocar em transportes públicos e que em Portugal a notícia seja a de que o Estado decidiu comprar até ao final do ano mais 2500 viaturas, gastando 35 milhões de euros. Esta é a diferença", criticou Pedro Passos Coelho.
Fonte: aqui.

China recorre à educação sexual cristã, ante o fracasso das suas políticas

AQUI

Presidente da República em Tarouca



Na tarde deste dia 5 de Setembro, o Presidente da República esteve em Tarouca.
- 15:00 - Sessão Solene na Câmara Municipal onde lhe foi entregue pelo Presidente da Câmara
a Chave de Ouro da Cidade de Tarouca.

- Seguiu-se a Visita à Capela da Misericórdia, tendo aí lugar a apresentação do livro “ Santa Casa da Misericórdia de Tarouca – subsídios para a sua história”.
- 16:15 - Homenagem ao Emigrante jundo ao Monumento ao Emigrante, em Tarouca.

- Visita ao Centro Escolar de Tarouca, onde o Rancho Infantil actuou para o Presidente e respectiva comitiva.
Na Câmara Municipal, o Presidente da República centrou a sua intervenção na emigração, desemprego e necessidade de criação de emprego.
«O maior drama que atinge o nosso país é o desemprego. Cerca de 600 mil portugueses fazem diligências para encontrar emprego e não conseguem. É uma obrigação de todos nós contribuir para que se avance no combate ao desemprego», disse.
«Para isso é preciso colocar Portugal numa trajectória de recuperação económica e, aí, precisamos do contributo das pequenas e das grandes empresas, dos grandes e dos pequenos concelhos, das comunidades do litoral e do interior», afirmou Cavaco Silva.
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Na Capela da Misericórdia enalteceu o papel das Misericórdias no apoio aos mais necessitados, alertando para uma redobrada atenção ás crianças carenciadas.
Assinale-se uma presença bem razoável de público, sobretudo tendo em atenção que a visita presencial se realizou na tarde de um domingo quando Tarouca costuma ficar deserta.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Condenados

Todos os arguidos do processo casa Pia, à excepção de Gertrudes Nunes, foram esta sexta-feira condenados no Campus de Justiça de Lisboa a penas que oscilam entre os 5 e os 18 anos de prisão. Para os juízes, ficou demonstrado ser impossível que tenha havido um «plano perverso» das vítimas contra os acusados. Os advogados contestam a forma resumida como foi lida a sentença.

(Carregue no título para ver a notícia.)

No dia 11 de Setembro, pelas 16 horas, será a apresentação

Carlos Manuel Albuquerque, natural de São João de Tarouca, reside na cidade de Tarouca. É o autor do livro "Moinhos do Vale Encatado" que será apresentado ao público no próximo dia 11 de Setembro pelas 16 horas, no Salão Nobre da Câmara.
Antes de mais, parabéns, Carlos Manuel!
São muitos os moinhos edificados ao longo do Varosa e seus afluentes nesta zona.
As gentes ligadas à moagem, os caminhos que levavam até aos moinhos, a arquitectara deste tipo de construções, o seu estado de conservação, histórias de pessoas que fizeram deste trabalho o seu ganha-pão... tudo vai passado nesta obra com a vibração de um tarouquense convicto.
Vale a pena ler.

O "Bom gigante"

José Torres faleceu esta sexta-feira, depois de travar uma batalha
de anos contra a doença de Alzheimer. O Bom Gigante foi um
dos símbolos do Benfica da década de 60, juntamente com José Augusto, Coluna, Eusébio ou António Simões. "Deixem-me sonhar" ficará na história do futebol luso.
Veja aqui e aqui.

Cavaco Silva vai estar na região durante dois dias



Veja aqui.

Vejam lá se em Portugal não é muito parecido...

"Na democracia podemos dizer o que queremos, mas ninguém liga àquilo que a gente diz", ditado popular moçambicano

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Interior discriminado

Lemos no "Jornal de Notícias": «Os fundos comunitários desviados das regiões mais pobres para Lisboa já ultrapassam 154 milhões de euros, o suficiente para construir três centros materno-infantis no Porto. Foi um aumento de seis milhões em meio ano, tendo o ritmo de aprovações abrandado. A quantia dada às regiões mais pobres de Portugal, mas que será investida em Lisboa ao abrigo das excepções às regras dos fundos comunitários, continua a subir. Em Junho deste ano, os fundos comunitários destinados ao Norte, Centro e Alentejo, e que serão contabilizados como se lá tivessem sido gastos mas que, na realidade, serão investidos na capital, ultrapassavam 154 milhões de euros, contra 148 milhões em Dezembro do ano passado.»

Lemos e ficamos abismados. Então Lisboa – a região mais rica de Portugal – ainda "come" o pouco que é dado ao interior? E dizem os governantes que querem ajudar as regiões mais pobres!...

Assim compreendemos que muita gente abandone estas terras e vá morar para Lisboa. Só lá ficam os idosos. E quem vai tratar deles?!

Há tempos a ministra da Educação anunciou que vão ser encerradas mais 700 escolas primárias com menos de 20 alunos. Com mais este lote de encerramentos, passam a ser 3.200 as escolas primárias encerradas nos últimos cinco anos de governo socialista. É mais uma machadada nestas terras do interior. Suprimiram-se carreiras para as aldeias, porque não eram lucrativas; fecharam-se centros de saúde, maternidades, urgências, tribunais, entre muitos outros serviços. Há quem diga que a maior parte do país caminha para o encerramento. E depois queixam-se que os campos ficam por amanhar e as matas por limpar, com os consequentes incêndios.

Por outro lado, nas cidades há cada vez mais bairros problemáticos. Cresce o número de habitantes e dispara o crime. "Muita gente junta não se salva" diz o povo e com razão. Esta política, que não é só deste governo, vai pagar-se cara. Mas quem vai conseguir inverter isto?
In O Amigo do Povo

A Governanta

Foi um dos livros que li em férias. De fácil leitura, muito simples, mesmo leitura de férias!
Muito se falou sobre uma possível relação amorosa entre Salazar e a sua governanta. O livro em causa desfaz equívocos - até com provas médicas.
Salazar teve muitos defeitos - nunca fui salazarista nem pouco mais ou menos - mas há uma faceta que faria corar de vergonha os actuais governantes se eles a tivessem... O respeito total pelos dinheiros públicos, sem tirar qualquer proveito económico do posto que ocupou durante décadas. Viveu e morreu pobre.
Apenas um pormenor que o autor nos oferece. Durante a Grande Guerra houve racionamento em Portugal. Salazar cumpriu escrupulosamente as regras sem se valer do cargo. De tal forma que o café do então primeiro-ministro chegou a levar sal em vez de açúcar!

A Esfera dos Livros lançou em Maio A Governanta, obra de Joaquim Vieira dedicada a Dona Maria, a governanta de Salazar.

Sobre o livro: «Vendo chegar a viatura oficial com o porta-bagagem carregado de lenha, o chefe do Governo gritou irado à sua governanta: “Os carros do Estado não são para carregar lenha! Não consinto!” A mulher não se ficou e gritou no mesmo tom: “Merda! A lenha não é para mim, é para o Salazar!”
Quem se atreveu a gritar assim a António de Oliveira Salazar, homem temido e respeitado por todos, foi Maria de Jesus Caetano Freire, a sua dedicada e fiel companheira ao longo de toda uma vida.

Nascida no seio de uma pobre família camponesa no lugar de Freixiosa, distrito de Coimbra, aos 31 anos começou a servir os universitários e amigos Manuel Gonçalves Cerejeira e António de Oliveira Salazar. Seguiu este último para Lisboa e só o abandonou quando, aos 81 anos, o ditador morreu por doença. Maria de Jesus tinha cumprido a missão da sua vida. Nunca casou, nem teve filhos.

Joaquim Vieira traz-nos a história de A Governanta, D. Maria ou Menina Maria, como Salazar gostava de tratá-la. Ninguém esteve tão perto do estadista durante o seu percurso de poder. Ninguém o conheceu tão bem, nem partilhou tantos momentos de intimidade. Recluso e celibatário, Salazar tinha no diálogo diário com a sua governanta o único contacto com a realidade dos portugueses. Fica a questão: até que ponto a sua influência não pesou nalgumas opções governativas do homem que comandou o país durante quatro décadas?

Mulher dura, forte, atenta, de uma dedicação canina, foi intendente, organizadora das lides domésticas, secretária, companheira, portadora de recados e pedidos, informadora de murmúrios e opiniões que mais ninguém se atrevia a expressar, conselheira e até enfermeira, nos seus últimos tempos de vida, do fundador e líder do Estado Novo. D. Maria foi tudo isto, e por isso merece um lugar de destaque na História do século XX português.»

Fonte: aqui