segunda-feira, 31 de maio de 2021

O MÊS DE MARIA CHEGA AO FIM

 
Em 9 locais de culto da Paróquia Tarouquense - Igreja e capelas - celebrou-se diariamente o Mês de Maria. Em cada noite, 21 horas, pelo Facebook do Centro Paroquial e pelo Zoom, o Grupo de Jovens dinamizou e transmitiu o Mês de Maria.
Em 12 de maio, fez-se uma vigília de oração mariana, transmitida pelos meios acima referidos. 
Em 29 de maio, após a oração do Terço, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima percorreu toda a Paróquia em carro aberto. Um momento fantástico a que as pessoas aderiam com entusiasmo.
Não gosto da letra do cântico "De Vós me aparto, ó Virgem". Sei que ao sentimentalismo religioso popular tal cântico diz muito... 
Não, não quero apartar-me da Mãe. Quero caminhar com Ela, procurando segui-l'A como Estrela dos tempos novos. 
Quero continuar a pedir-lhe que visite a minha vida continuamente como visitou a sua parenta Isabel. 
Espelho da Luz divina, peço-Lhe que reenvie para mim essa Luz que sacude as trevas, derrete as lamas, levanta das fraquezas, reforça a esperança, seduz para as novidades de Deus.
Mãe de Misericórdia e Senhora do mais puro amor, Maria é-me completamente indispensável e não sei viver sem Ela. Com Maria, Jesus fica ali mesmo, à mão de semear e Jesus é o TUDO da minha vida.
Maria é o colo de Mãe que me acalenta, a mão que me segura, o sorriso que me enternece e aquece, os pés que me levam pelo caminho libertador de Jesus. 
Como nas bodas de Caná, quando interceu junto de Jesus pelos noivos a quem havia faltado o vinho, venho perdir-lhe como filhote ao colo da mãe:
- Mãe, livra-me do terrível cancro do egoísmo e faz-me sentir que o outro é meu irmão e caminho de salvação;
- Mãe, ajuda-me a viver a fé com o encanto da 1ª Comunhão;
- Mãe, que eu viva o sacerdócio com o entusismo e a entrega da 1ª hora;
- Mãe, presença de todas as horas, faz-me sentir mais viva a tua presença nos momentos de solidão, de incompreensão, de ingratidão, de frustração, de incerteza;
- Mãe, Senhora dos tempos novos, livra-me da tentação de saudosismos e eleva-me ao sonho de Deus, às Suas surpresas;
Mãe, que eu não perca o dom de sonhar, sempre com os pés na terra;
Mãe, que como Tu, eu saiba navegar, livre e consciente, no mar imenso da vontade santa de Deus;
Mãe, todo teu em maio e em cada dia do ano. Em todos os anos da minha vida. E na hora derradeira, seja  ainda o teu colo que me leve a Jesus.
Todo teu, senhora minha e minha Mãe!

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Breves - Semeadores de sofrimento, cuidadores de sofredores

 Fundamentalismo semeia morte e sofrimento em Moçambique


O Papa encontrou-se hoje no Vaticano com Lidia Maksymowicz, sobrevivente do Holocausto que foi deportada para Auschwitz-Birkenau aos três anos de idade, e beijou a sua tatuagem com o número de prisioneira.


Presidente de Malta contra o aborto: “Jamais assinarei e prefiro renunciar”



China prende bispo, sete padres e treze seminaristas


terça-feira, 25 de maio de 2021

 

segunda-feira, 24 de maio de 2021

"E é isto que andamos a alimentar nesta Igreja-supermercado de sacramentos de ‘vista’"

 

"Ó senhor padre, tem de ser que eu não tenho outra data

Ó senhor padre, tem de ser que eu não tenho outra data. Já está tudo marcado com o restaurante, os músicos e o fotógrafo. Depois da necessária suspensão por causa da pandemia, reagendaram a data do seu casamento para um domingo, e até querem manter a hora porque os convidados já estão informados. Ou seja, o último a saber da decisão e da remarcação é aquele que supostamente vai presidir à celebração. E tem de ser, porque já está tudo marcado, senhor padre. Olhe que eu até pensei que era mais fácil por ser ao domingo. Pois, os padres ao domingo estão, ironicamente, muito mais disponíveis, de facto. Não há outro padre? Sim, há padres aos magotes, que, ironicamente, nem têm de celebrar eucaristias dominicais nas suas paróquias. E é isto que andamos a alimentar nesta Igreja-supermercado de sacramentos de ‘vista’. Eu bem sei que estes noivos, como tantos outros, sofreram imenso com a suspensão do seu casamento. Mas é preciso haver, na mesma, uma santa paciência e um jogo grande de cintura para encontrar uma solução para o ‘tem de ser’ e manter um sorriso nos dentes quando nos apetece usá-los de outro modo."

Fonte: aqui

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Rádio Maria já emite em Portugal


 A Rádio Maria iniciou as suas emissões em FM, a 13 de maio, com a transmissão, em direto, do Rosário da Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima, e, em simultâneo, para as rádios Maria existentes em 82 países espalhados pelos cinco continentes. Este foi o primeiro momento das transmissões da Rádio Maria Portugal que foi acompanhado por cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo.

A Rádio Maria emite, 24 horas por dia, nas frequências de 102.2 em Lisboa e 100.8 no Porto e para o restante país e mundo através de streaming em www.radiomaria.pt

Uma rádio de Maria
A Rádio Maria é de total inspiração cristã e tem como pilares base da sua missão: a Oração, a Evangelização e a Promoção Humana. Neste sentido, a nossa programação pensada para 24 horas apresenta uma componente muito forte de Oração estando definidos programas para rezar: o Rosário, o Angelus, as Laudes, as Vésperas, as Completas, Ofício de Leitura, Terço da Divina Misericórdia e Missa em direto de várias paróquias e do Santuário de Fátima.
Na programação também haverá espaço para as notícias nacionais e internacionais relacionadas com a vida da nossa Igreja e, designadamente de cada diocese portuguesa. Assim como, vários programas que visam a promoção integral do Ser Humano.
Tendo em conta as palavras do Padre Livio Fanzaga, um dos fundadores deste projeto “A Rádio Maria é um presente de Nossa Senhora. Através da programação, de cada produto editorial e de todas as nossas atividades, devemos ser uma rádio de oração e evangelização com uma forte marca mariana e um chamamento à conversão”.
Com o objetivo de responder ao convite contínuo de Jesus: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a todas as criaturas” (Mc 16,15), a Rádio Maria Portugal pretende dar voz à Igreja com o seu carisma de oração, anúncio, evangelização e testemunho. Assim sendo, onde quer que exista, a Rádio Maria é um instrumento chamado a anunciar uma conversão aos seus ouvintes
e a partilhar com eles, principalmente, os mais pobres as suas preocupações e alegrias.

A força do voluntariado
A Rádio Maria constituída como associação civil procura estar ao serviço da Igreja Católica e trabalha para levar a todos os dons que advêm da divulgação do Evangelho: a salvação de todas as pessoas por meio de Jesus Cristo. Motivo pelo qual, a Rádio Maria dá especial atenção aos que sofrem no corpo e no Espírito, e entre eles, aos idosos, aos pobres, aos mais fracos e desprotegidos, aos que se sentem mais sozinhos e sem esperança.
Perante tudo isto, o projeto da Rádio Maria conta com a insubstituível colaboração de voluntários, que diariamente fazem a rádio para que a sua missão seja cumprida. A responsabilidade pelo que é transmitido é do diretor editorial que, na Rádio Maria, é sempre um sacerdote.
A Rádio Maria não tem publicidade comercial e o seu sustento e expansão pelo mundo são confiados à Providência Divina, que se expressa nos donativos dos ouvintes e benfeitores.
Presentemente a Rádio Maria alcança cerca de 500 milhões de ouvintes no mundo.


in Voz de Lamego, ano 91/27, n.º 4609, 18 de maio de 2021

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Símbolos do Espírito Santo

Os símbolos são representações visíveis de coisas invisíveis. A Palavra de Deus apresenta alguns símbolos para representar a pessoa do Espírito Santo.

1- ÁGUA

A água é indispensável para a vida, onde não há água não tem vida. Assim também é essencial a presença do Espírito Santo para que haja vida espiritual. A água lava, limpa, hidrata, umedece, refresca e dessedenta. As Escrituras referem-se ao Espírito Santo como chuvas (Joel 2.23); como torrentes (Isaías 44.3); como rios (Ezequiel 47.1-12) que seriam derramados ou fluiriam abundantemente em nosso meio (João 7.37-39). O Espírito Santo como água Ele nos traz tempos de refrigério.
Leia mais em: Água do Espírito.

2- VENTO

no hebraico Rûah e no grego pneuma, em várias passagens são traduzidos por “vento”, “ brisa”, “fôlego”, e “ar”. Em Gênesis 2.7 está escrito que Deus formou o homem do pó da terra soprou em suas narinas o fôlego [Rûah] de vida. Também em Ezequiel 37.7-10 um vento vem para dar vida aos ossos secos. E Jesus fez o mesmo com seus discípulos: “soprou sobre eles, e lhes disse: recebei o Espírito Santo" (João 20.22).
Aprenda mais em: Vento do Espírito.

3- FOGO

A Bíblia diz em Hebreus 12.29 que "Deus é fogo consumidor". Por isso acreditamos que o Espírito Santo se manifesta como fogo. Não somente para juízo, mas também para revestimento de poder e purificação (Mateus. 3.11). O fogo, aquece e ilumina (Isaías 4.4). Deus se manifestou várias vezes ao seu povo numa coluna de fogo (Êxodo 13.21), por isso relacionamos o fogo ao espírito Santo. No pentecostes o Espírito Santo desceu em forma de línguas de fogo (Atos 2.3).
Veja o Estudo em: Fogo do Espírito.

4- POMBA
Os quatro evangelhos insistem em mostrar a pomba como símbolo do Espírito Santo (Mateus 3.16; Marcos 1.10; Lucas 3.22; João 1.32) mostrando Sua brandura, doçura, amabilidade, inocência, suavidade, paz, pureza e paciência. Uma tradição Judaica traduz Gênesis 1.2 da seguinte maneira: “O Espírito de Deus como pomba pousava sobre as águas”. Além disso, a pomba era vista como um animal limpo (Gênesis 8.8-12) e símbolo de pureza. Cristo falou da pomba como uma simbologia de simplicidade, uma das mais belas características dos discípulos (Mateus 10.16).
A pomba também era ave usada no sacrifício; “dois pombinhos (Levíticos 1.14 e Lucas 2.24). É também um pássaro que leva um símbolo do amor em cantares de Salomão vemos várias citações da pomba como sinal de carinho: ”Os seus olhos são como os das pombas junto às correntes das águas, lavados em leite, postos em engaste” (Cantares 5.12).
Continue lendo em: Pomba do Espírito.

5- AZEITE

Azeite ou “Óleo precioso” (Salmos 133.2). O azeite tem vasta aplicação na vida oriental, servindo para alimentação, iluminação, lubrificação, vitalizar a pele e os cabelos, além de curar certas enfermidades e feridas. o azeite ou óleo representa frescor, abundância, luz e remédio. Os israelitas usavam um azeite especial para a unção de sacerdotes e Reis chamado de azeite ou óleo da “unção” (Êxodo 30.22-33). Com azeite se ungia os sacerdotes e Reis para o serviço do Senhor (I Samuel 10.1; 16.13; I Reis 1.39) era também chamado de óleo da alegria (Salmos 45.7). Jesus confirmou esta prática ordenando que se ungisse com óleo (Marcos 6.13; Tiago 5.14).
Veja o Estudo completo em: Óleo do Espírito.

6- SELO: 

O selo traz a ideia de possuir ou marcar propriedade (II Timóteo 2.19). Ao colocar o selo como um símbolo está sinalizado de quem pertence tal coisa como uma autenticação do dono. Isso serve para mostrar que os crentes em Jesus são propriedade particular de Deus (I Pedro 1.9). A Bíblia diz que somos selados com o Espírito Santo da promessa (Efésios 1.13). Os crentes têm sido selados (Efésios 4.30), mas devem ter o cuidado para não destruir a impressão deste selo (II Coríntios 1.22). Também em Apocalipse 7.2,3 diz que Deus mandará selar os seus para suportarem à grande tribulação e que os selados pelo Espírito Santo não receberão a marca da besta.
Continue lendo em: O selo do Espírito.

Você também é um símbolo do Espírito Santo!

CONCLUSÃO

   Até aqui falamos de 6 símbolos e ainda falta o sétimo. O que mais poderia representar o Espírito Santo? VOCÊ! Isso mesmo, pois somos o Corpo de Cristo (I Coríntios 12.27) e o “recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas” (Atos 1.8). Deus não quer usar apenas a água, o vento, o fogo, a pomba, o azeite e o selo, porque deseja habitar em nossas vidas como templo do seu Espírito (I Coríntios 3.16).

   Seja um símbolo vivo do Espírito Santo!

Fonte: aqui

domingo, 16 de maio de 2021

"Memórias do Coração"


O P.e Aniceto passou por aqui e teve a amabilidade de me oferecer o seu livro "Memórias do Coração". Agradeço penhoradamente.
Estou a lê-lo com interesse. Uma visão do mundo e da vida a partir de uma vivência pessoal e de um testemunho vivencial. A pandemia que vivemos propiciou ao autor oportunidade para introspeção e o fluir de recordações onde cada um, de uma forma ou de outra, se sente retratado.
Parabéns, amigo! Obrigado pelo teu livro.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Celebrações do 13 de Maio em Fátima

"A festa silenciosa e ordenada que deu voz à nossa dor e ao nosso clamor de esperança. Somos Igreja que dá testemunho do essencial da vida. Assim, sem gritos. Na paz do Espírito."
(Amaro Gonçalo)

D. José Tolentino Mendonça defende «novo começo» para a humanidade pós-pandemia
«O amor é o mais verdadeiro, o mais profético, o mais necessário desconfinamento», disse o cardeal português, perante 7500 peregrinosaqui

«Que todo este sofrimento nos torne melhores» – D. José Tolentino Mendonça - aqui

«A pandemia pode chegar e ir embora sem modificar o nosso coração», alerta D. José Tolentino Mendonça- aqui

terça-feira, 11 de maio de 2021

Justo campeão. Parabéns, Sporting!

Sou portista de alma e coração. Mas procuro sempre que a clubite não escureça a clarividência e o desportivismo.
Sporting Clube de Partugal, campeão nacional 2020/2021. Competente, consistente, persistente. Até ao momento, sem derrotas no campeonato.
Parabéns à estrutura do Sporting. Soube estar no tempo antes do tempo. Muito criticada pelo caro investimento em Rúben Amorim, veio a revelar-se comptente pelos resultados obtidos. Os bons dirigentes sabem ter razão antes do tempo...
Parabéns ao treinador Rúbem Amorim. Gostei das suas conferências de imprensa. Discreto, simpático, convicto, soube falar de futebol sem se refugiar em frases feitas, sem embarcar em ataques desculpabilizantes.
A aposta deste técnico nos jovens foi fantástica. Acreditou neles, lançou-os, ajudou-os a progredir. Que apostou o Benfica nos jovens? E o FCPorto, só bastante episodicamente, apostou nos seus jovens...
Os grandes derrotados foram o Benfica e o Porto. O Benfica contratou o Jorge Jesus que prometeu que o clube ia jogar três vezes mais e foi o que se viu... Depois de ter gasto uma fortuna em reforços. O Porto, campeão em título, foi a nível nacional uma desilusão. Não ganhou nenhum jogo aos seus 2 competidores diretos, perdeu pontos inesperadamente, apresentou um futebol aos repelões, falhou em consistência defensiva em demasiados jogos...A nível europeu esteve bem, ganhou uns tostões que tanta falta lhe fazem, mas internamente fracassou rotundamente.
O Sporting, partindo para a prova como o menos favorito dos três, foi o melhor corredor de fundo. Justíssimo o título conquistado.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O LV DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

 «“Vem e verás” (Jo 1, 46). Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são»

Queridos irmãos e irmãs!

O convite a «ir e ver», que acompanha os primeiros e comovedores encontros de Jesus com os discípulos, é também o método de toda a comunicação humana autêntica. Para poder contar a verdade da vida que se faz história (cf. Mensagem para o LIV Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de janeiro de 2020), é necessário sair da presunção cómoda do «já sabido» e mover-se, ir ver, estar com as pessoas, ouvi-las, recolher as sugestões da realidade, que nunca deixará de nos surpreender em algum dos seus aspetos. «Abre, maravilhado, os olhos ao que vires e deixa as tuas mãos cumular-se do vigor da seiva, de tal modo que os outros possam, ao ler-te, tocar com as mãos o milagre palpitante da vida»: aconselhava o Beato Manuel Lozano Garrido[1] aos seus colegas jornalistas. Por isso, este ano, desejo dedicar a Mensagem à chamada a «ir e ver», como sugestão para toda a expressão comunicativa que queira ser transparente e honesta: tanto na redação dum jornal como no mundo da web, tanto na pregação comum da Igreja como na comunicação política ou social. «Vem e verás» foi o modo como a fé cristã se comunicou a partir dos primeiros encontros nas margens do rio Jordão e do lago da Galileia.

Gastar as solas dos sapatos

Pensemos no grande tema da informação. Há já algum tempo que vozes atentas se queixam do risco dum nivelamento em «jornais fotocópia» ou em noticiários de televisão, rádio e websites que são substancialmente iguais, onde os géneros da entrevista e da reportagem perdem espaço e qualidade em troca duma informação pré-fabricada, «de palácio», autorreferencial, que cada vez menos consegue intercetar a verdade das coisas e a vida concreta das pessoas, e já não é capaz de individuar os fenómenos sociais mais graves nemas energias positivas que se libertam da base da sociedade. A crise editorial corre o risco de levar a uma informação construída nas redações, diante do computador, nos terminais das agências, nas redes sociais, sem nunca sair à rua, sem «gastar a sola dos sapatos», sem encontrar pessoas para procurar histórias ou verificar com os próprios olhos determinadas situações. Mas, se não nos abrimos ao encontro, permanecemos espectadores externos, apesar das inovações tecnológicas com a capacidade que têm de nos apresentar uma realidade engrandecida onde nos parece estar imersos. Todo o instrumento só é útil e válido, se nos impele a ir e ver coisas que de contrário não chegaríamos a saber, se coloca em rede conhecimentos que de contrário não circulariam, se consente encontro que de contrário não teriam lugar.

Aqueles detalhes de crónica no Evangelho

Aos primeiros discípulos que querem conhecer Jesus, depois do seu Batismo no rio Jordão, Ele responde: «Vinde e vereis» (Jo 1, 39), convidando-os a permanecer em relação com Ele. Passado mais de meio século, quando João, já muito idoso, escreve o seu Evangelho, recorda alguns detalhes «de crónica» que revelam a sua presença no local e o impacto que teve na sua vida aquela experiência: «era cerca da hora décima», observa ele! Isto é, as quatro horas da tarde (cf. 1, 39). No dia seguinte (narra ainda João), Filipe informa Natanael do encontro com o Messias. O seu amigo, porém, mostra-se cético: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?» Filipe não procura convencê-lo com raciocínios, mas diz-lhe: «vem e verás» (cf. 1, 45-46). Natanael vai e vê, e a partir daquele momento a sua vida muda. A fé cristã começa assim; e comunica-se assim: com um conhecimento direto, nascido da experiência, e não por ouvir dizer. «Já não é pelas tuas palavras que acreditamos; nós próprios ouvimos…»: dizem as pessoas à Samaritana, depois de Jesus Se ter demorado na sua aldeia (cf. Jo 4, 39-42). O método «vem e verás» é o mais simples para se conhecer uma realidade; é a verificação mais honesta de qualquer anúncio, porque, para conhecer, é preciso encontrar, permitir à pessoa que tenho à minha frente que me fale, deixar que o seu testemunho chegue até mim.

Agradecimento pela coragem de muitos jornalistas

O próprio jornalismo, como exposição da realidade, requer a capacidade de ir aonde mais ninguém vai: mover-se com desejo de ver. Uma curiosidade, uma abertura, uma paixão. Temos que agradecer à coragem e determinação de tantos profissionais (jornalistas, operadores de câmara, editores, cineastas que trabalham muitas vezes sob grandes riscos), se hoje conhecemos, por exemplo, a difícil condição das minorias perseguidas em várias partes do mundo, se muitos abusos e injustiças contra os pobres e contra a criação foram denunciados, se muitas guerras esquecidas foram noticiadas. Seria uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a democracia, se faltassem estas vozes: um empobrecimento para a nossa humanidade.

Numerosas realidades do planeta – e mais ainda neste tempo de pandemia – dirigem ao mundo da comunicação um convite a «ir e ver». Há o risco de narrar a pandemia ou qualquer outra crise só com os olhos do mundo mais rico, de manter uma «dupla contabilidade». Por exemplo, na questão das vacinas e dos cuidados médicos em geral, pensemos no risco de exclusão que correm as pessoas mais indigentes. Quem nos contará a expetativa de cura nas aldeias mais pobres da Ásia, América Latina e África? Deste modo as diferenças sociais e económicas a nível planetário correm o risco de marcar a ordem da distribuição das vacinas anti-Covid, com os pobres sempre em último lugar; e o direito à saúde para todos, afirmado em linha de princípio, acaba esvaziado da sua valência real. Mas, também no mundo dos mais afortunados, permanece oculto em grande parte o drama social das famílias decaídas rapidamente na pobreza: causam impressão, mas sem merecer grande espaço nas notícias, as pessoas que, vencendo a vergonha, fazem a fila à porta dos centros da Cáritas para receber uma ração de víveres.

Oportunidades e insídias na web

A rede, com as suas inumeráveis expressões nos social, pode multiplicar a capacidade de relato e partilha: muitos mais olhos abertos sobre o mundo, um fluxo contínuo de imagens e testemunhos. A tecnologia digital dá-nos a possibilidade duma informação em primeira mão e rápida, por vezes muito útil; pensemos nas emergências em que as primeiras notícias e mesmo as primeiras informações de serviço às populações viajam precisamente na web. É um instrumento formidável, que nos responsabiliza a todos como utentes e desfrutadores. Potencialmente, todos podemos tornar-nos testemunhas de acontecimentos que de contrário seriam negligenciados pelos meios de comunicação tradicionais, oferecer a nossa contribuição civil, fazer ressaltar mais histórias, mesmo positivas. Graças à rede, temos a possibilidade de contar o que vemos, o que acontece diante dos nossos olhos, de partilhar testemunhos.

Entretanto foram-se tornando evidentes, para todos, os riscos duma comunicação social não verificável. Há tempo que nos demos conta de como as notícias e até as imagens sejam facilmente manipuláveis, por infinitos motivos, às vezes por um banal narcisismo. Uma tal consciência crítica impele-nos, não a demonizar o instrumento, mas a uma maior capacidade de discernimento e a um sentido de responsabilidade mais maduro, seja quando se difundem seja quando se recebem conteúdos. Todos somos responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas informações que damos, pelo controlo que podemos conjuntamente exercer sobre as notícias falsas, desmascarando-as. Todos estamos chamados a ser testemunhas da verdade: a ir, ver e partilhar.

Nada substitui o ver pessoalmente

Na comunicação, nada pode jamais substituir, de todo, o ver pessoalmente. Algumas coisas só se podem aprender, experimentando-as. Na verdade, não se comunica só com as palavras, mas também com os olhos, o tom da voz, os gestos. O intenso fascínio de Jesus sobre quem O encontrava dependia da verdade da sua pregação, mas a eficácia daquilo que dizia era inseparável do seu olhar, das suas atitudes e até dos seus silêncios. Os discípulos não só ouviam as suas palavras, mas viam-No falar. Com efeito, n’Ele – Logos encarnado – a Palavra ganhou Rosto, o Deus invisível deixou-Se ver, ouvir e tocar, como escreve o próprio João (cf. 1 Jo 1, 1-3). A palavra só é eficaz, se se «vê», se te envolve numa experiência, num diálogo. Por esta razão, o «vem e verás» era e continua a ser essencial.

Pensemos na quantidade de eloquência vazia que abunda no nosso tempo, em todas as esferas da vida pública, tanto no comércio como na política. «Fala muito, diz uma infinidade de nadas. As suas razões são dois grãos de trigo perdidos em dois feixes de palha. Têm-se de procurar o dia todo para os achar, e, quando se encontram, não valem a procura».[2] Estas palavras ríspidas do dramaturgo inglês aplicam-se também a nós, comunicadores cristãos. A boa nova do Evangelho difundiu-se pelo mundo, graças a encontros pessoa a pessoa, coração a coração: homens e mulheres que aceitaram o mesmo convite – «vem e verás –, conquistados por um «extra» de humanidade que transparecia brilhou no olhar, na palavra e nos gestos de pessoas que testemunhavam Jesus Cristo. Todos os instrumentos são importantes, e aquele grande comunicador que se chamava Paulo de Tarso ter-se-ia certamente servido do e-mail e das mensagens eletrónicas; mas foram a sua fé, esperança e caridade que impressionaram os contemporâneos que o ouviram pregar e tiveram a sorte de passar algum tempo com ele, de o ver durante uma assembleia ou numa conversa pessoal. Ao vê-lo agir nos lugares onde se encontrava, verificavam como era verdadeiro e frutuoso para a vida aquele anúncio da salvação de que ele era portador por graça de Deus. E mesmo onde não se podia encontrar pessoalmente este colaborador de Deus, o seu modo de viver em Cristo era testemunhado pelos discípulos que enviava (cf. 1 Cor 4, 17).

«Nas nossas mãos, temos os livros; nos nossos olhos, os acontecimentos»: afirmava Santo Agostinho,[3] exortando-nos a verificar na realidade o cumprimento das profecias que se encontram na Sagrada Escritura. Assim, o Evangelho volta a acontecer hoje, sempre que recebemos o testemunho transparente de pessoas cuja vida foi mudada pelo encontro com Jesus. Há mais de dois mil anos que uma corrente de encontros comunica o fascínio da aventura cristã. Por isso, o desafio que nos espera é o de comunicar, encontrando as pessoas onde estão e como são.

Senhor, ensinai-nos a sair de nós mesmos,
e partir à procura da verdade.

Ensinai-nos a ir e ver,
ensinai-nos a ouvir,
a não cultivar preconceitos,
a não tirar conclusões precipitadas.

Ensinai-nos a ir aonde não vai ninguém,
a reservar tempo para compreender,
a prestar atenção ao essencial,
a não nos distrairmos com o supérfluo,
a distinguir entre a aparência enganadora e a verdade.

Concedei-nos a graça de reconhecer as vossas moradas no mundo
e a honestidade de contar o que vimos.

 

Roma, em São João de Latrão, na véspera da Memória de São Francisco de Sales, 23 de janeiro de 2021.

sábado, 8 de maio de 2021

 

terça-feira, 4 de maio de 2021

SEMANA DA VIDA 2021 (9 a 16 de maio): “A vida que nos toca, a vida que sempre cuidamos”.




Aproxima-se a Semana da Vida (9 a 16 de Maio), com o tema “A vida que nos toca, a vida que sempre cuidamos”. A vida que se faz no agir de cada dia, a vida que acontece na história, a vida que se realiza na doação, a vida que é novidade quando buscamos incansavelmente o “ser mais”, a vida que é missão quando tocada pela força do evangelho “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo. 14,6).
No contexto de pandemia que temos vivido, a nossa vida, marcada por tantas privações e dificuldades, veio mostrar-nos de forma mais clara a nossa fragilidade, mas por outro lado, conduziu-nos a saborear a vida como um bem tão precioso. Foi-nos possível redescobrir o sentido da família, onde a vida acontece, valorizar a importância dos amigos, quando tantas crianças e jovens se viram privados de se encontrarem, estimar o lugar dos idosos na família e na sociedade que marcados por uma profunda solidão, nos fizeram sentir a necessidade e o valor do encontro.
É a partir deste contexto que a Semana da Vida nos há de tocar cada um de nós, a não perdermos tempo na vida, mas a gastarmos tempo uns com os outros. Temos tanto para dar e para receber. É urgente amarmos a vida mesmo no meio das dificuldades e das dores.
Os evangelhos dão-nos o verdadeiro sentido da vida, que não se esgota nas nossas limitações humanas, mas que vai muito além das nossas fragilidades. Jesus toca, e salva aqueles com quem se cruza ou d’Ele se abeiram. No evangelho de Marcos, Jesus toca a sogra de Pedro (1,31), toca o leproso (1,41), a filha de Jairo (5,41). São exemplos claros que estes encontros fazem a vida acontecer. Vida que não se fecha em si mesma, mas que se abre ao outro como fonte de realização e de descoberta. Vida que é relação com o meio ambiente na preocupação pela casa comum, vida que se quer de ternura em qualquer fase da vida, vida que é entrega e generosidade perante a necessidade do irmão, vida que sempre cuidamos.
Celebrar a Semana da Vida é não ficarmos confinados a alguns dias, mas um caminho que se abre a que sejamos capazes de não ficarmos estagnados, a encetarmos um caminho feito de entusiasmo e alegria, onde a rotina dá lugar à surpresa, onde o lamento dá lugar à esperança, onde a coragem é mais forte que o desânimo, onde o encontro quebra a solidão, onde o tocar a vida nos conduz ao cuidado.
Neste ano de S. José, figura ímpar na história da salvação, ensina-nos a acolher a vida com serenidade, a vivê- -la com ternura, e a cuidarmos com coragem criativa (cf Patris Corde, Papa Francisco).
Que o Ano “Família Amoris Laetitia”, seja um incentivo para vivermos a vida como um projeto de amor, de nos deixarmos tocar por Cristo e a disponibilidade para cuidarmos da casa comum e dos irmãos.
 
Pe. Francisco Ruivo; Assistente do DNPF

sábado, 1 de maio de 2021

 

Dia Mundial do Trabalhador

«Um jovem com o ordenado mínimo que dignidade poderá ter?» aqui

1º de Maio: Desrespeito pelos direitos dos trabalhadores reflete-se nas famílias e gera «problemas de saúde e educação» aqui

«A precariedade existia num grau muito superior àquilo que normalmente admitíamos» aqui

 Papa: «Nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho» aqui

O trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho. Peçamos a #SãoJoséOperário para encontrarmos caminhos onde possamos nos comprometer em dizer: nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!