segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Centro Paroquial Santa Helena da Cruz em andamento

Segundo informações técnicas, dentro de semanas o edifício já terá telhado. As obras decorrem normalmente como se pode comprovar pela foto hoje tirada.

O edifício contíguo à casa, dentro de uma semana, levará a placa.

Este é o maior desafio, a nível de obras, que a paróquia tarouquense enfrenta depois que os nossos antepassados, há 7 séculos, edificaram a Igreja Matriz.

Um obrigado sentido a todas as pessoas que nos têm feito chegar a sua contribuição.

A grande maioria ainda o não fez, mas certamente o fará. Quem não poder dar o que pretende de uma vez, pode fazê-lo por fases, sem qualquer problema.
Todos o sabemos, dar para uma obra desta não é o mesmo que dar para uma festa ou uma associação. Trata-se de uma obra de muitos milhares...

Veja mais aqui

Porque é que não nos manifestamos pelos outros?

Desde a década de 90, deixámos de nos manifestar por ideais. Apenas nos mobilizamos por interesses.

E, mesmo aqui, é por interesses pessoais ou de grupo que saímos para a rua. Daí que as manifestações nos coloquem não tanto ao lado uns dos outros, mas uns contra os outros.

Habitualmente, só nos manifestamos quando as nossas coisas estão em risco. Porque é que não nos manifestamos pelos outros?

Fonte: aqui

O regresso à terra

Os centros comerciais tornaram-se os novos coliseus da era moderna. Chegou a altura de se perceber que só há circo quando há palhaços.
Numa época em que é mais fácil encontrar más notícias do que pedras soltas na calçada, não deixa de ser reconfortante constatar que há quem opte por fazer uma viragem de 180 graus na sua vida e tenha sucesso. Não o sucesso dos holofotes, mas o sucesso do prazer de viver e ser útil à sociedade.
Há umas semanas dávamos conta aqui na Tabu de jovens que optaram por se dedicar à agricultura e que se sentem bem nesse papel tão desconsiderado nas últimas décadas. Também nos últimos tempos tenho lido notícias de rodapé em que se revelam histórias de pessoas que trabalhavam no comércio - algumas das quais tinham investido e perdido o dinheiro em lojas de roupa e afins - e que optaram por se dedicar à agricultura biológica.
Historicamente a agricultura foi uma área a que se associava algum descrédito profissional. O estereótipo de trabalho braçal afastava muito boa gente, além de o ramo ser sinónimo de terceiro mundo. Quantas mais pessoas se dedicavam à agricultura, mais se relacionava o país com atraso. Uma sociedade desenvolvida tem de ter a maioria da população fechada em escritórios onde pouco se produz e onde as pessoas, regra geral, são infelizes.
A crise mundial, exceptuando os países emergentes, veio pôr a nu a fraqueza de sociedades que se reviam em enormes centros comerciais onde se consumia tudo e mais alguma coisa, mas onde se adquiria poucos produtos nacionais. A União Europeia, expoente máximo do novo-riquismo, até incentivava os novos aderentes a não produzirem e a ficarem quietos enquanto os enormes subsídios aguentassem as economias. Países como Portugal sofreram desse síndroma e houve como que um êxtase de centros comerciais e de uma fuga dos campos para as cidades.
Cidades que se transformaram num enorme amontoado de cimento com alguns bunkers de luxo onde os mais endinheirados se refugiam. Não me parece utópico que em Portugal se cultive um certo gosto pelo regresso à terra. Dispomos de capacidades muito aceitáveis para investir boa parte dos nossos recursos na agricultura biológica tão em voga nos últimos tempos. Basta pensar no vinho quando o mesmo, tirando duas ou três marcas, não conseguia conquistar as principais mesas do planeta. Hoje tudo é diferente. Apostou-se na renovação das vinhas e nos métodos de cultivo e Portugal não tem é área suficiente para responder às encomendas. Ou melhor: se vários pequenos produtores se unirem na produção de um único vinho, teremos mais hipóteses de conquistar mercados. Na agricultura de mirtilos e afins estará uma boa saída para a crise. Não temos capacidade para investir em quantidade, mas podemos e devemos fazê-lo em qualidade. Em todas as áreas.
Vítor Rainho, in Sol

domingo, 30 de janeiro de 2011

Um dia seremos todos precários?

Parece que a precariedade será cada vez maior, mas poderá depender de vários factores: se a economia cresce, se as empresas se movem para áreas de valor acrescentado, se os trabalhadores se especializam...
Todos, todos, talvez não. Mas quase. Ou, pelo menos, a maioria dos trabalhadores. Já são muitos e serão ainda mais. Não é um mau agoiro, nem um sinal de concordância com o rumo que as coisas seguem: é, diz quem estuda o Trabalho, uma constatação da realidade, tomando o peso das pressões (menos resistíveis agora que o país alcançou a noção da sua dependência do dinheiro dos outros) no sentido da progressiva liberalização da vida laboral.

Hoje, entre "recibos verdes", contratados a prazo ou temporários, quatro em cada dez trabalhadores são precários - uma proporção que tem vindo a aumentar, paulatinamente. O fenómeno atingiu uma dimensão tal que surgiram inúmeros movimentos civis de protesto, apesar da fraca tradição em organizações cívicas. Se, hoje, é esse o cenário global, o tipo de emprego que tem sido criado não perspectiva melhorias: nove em cada dez novos postos de trabalho são precários e raras vezes desembocam em contratos permanentes. E a Europa está cada vez mais envelopada pela "política da competitividade", em que a eficiência dos mercados, das empresas e do trabalho sobressai como incontornável, sem que os Estados sirvam de contrapeso.


De futuro, pode discutir-se que profissões serão mais afectadas, quantas pessoas assim viverão, o tempo que se demorará até lá chegar, quais as consequências sociais e humanas. Pode discutir-se, até, o que significa ser precário, se Portugal é mais ou menos do que outros ou até que ponto a sociedade aprenderá, ou não, a conviver com essa forma de trabalho.

Mas se o caminho será aquele que se fizer caminhando, o rumo seguido até agora desemboca numa vida mais instável. Assim o anunciou no fim do ano passado Herman Van Rompuy, o presidente do Conselho Europeu, ao prever que os historiadores olharão para este como o momento em que a globalização cumpriu a fase económica e abraçou a política.

E correspondeu a Comissão Europeia, ao transformar Análise Anual do Crescimento para 2011 num manifesto de liberalização do Trabalho.

Vale a pena nadar contra a corrente?

Licenças parentais longas podem ser "um impedimento ao desenvolvimento profissional", diz a Análise Anual do Crescimento para 2011, em que a Comissão Europeia dá orientações aos países da União. Os salários devem subir "em sintonia com a produtividade" e permitir o "ajustamento da competitividade dos preços", isto é, crescer pouco.

O subsídio de desemprego deve incentivar o regresso ao trabalho (jargão para dizer que deve baixar) e o valor depender do desempenho da economia. O professor do ISCTE António Dornelas olha para o texto como "uma investida ideológica da Direita". É um passo na direcção do sistema vigente, que "está a impor a renovação constante, a eliminação dos menos eficientes e a sobrevivência dos mais fortes", diz Monteiro Fernandes, também docente no ISCTE.

De Direita, de Esquerda ou realista? O documento traduz a actual corrente dos macro-actores mundiais: a competitividade tornou-se o objectivo último da economia e só se consegue com mais flexibilidade, na empresa e no trabalho. Há quem apoie a lógica e quem a recuse. Mas, qualquer que seja a sensibilidade, numa matéria mais política do que técnica, os professores universitários ouvidos pela JN concordam. Seremos todos precários no futuro? Todos não, mas a grande maioria. Ou, se a lei mudar, seremos todos menos seguros.

É possível inverter o caminho?

A economia é global, as empresas competem no mercado global, os Estados dependem de outros Estados e o capital flui sem travões para as paragens mais rentáveis. Resistir é "adiar o inadiável", diz Francisco Lima, do Instituto Superior Técnico. "Se os outros estão a flexibilizar, provavelmente eu também tenho que o fazer", admite Dornelas. É exactamente esse o argumento invocado por Helena André, ministra do Trabalho, para justificar propostas como reduzir as compensações por despedimento. E mais medidas de liberalização da relação laboral são pedidas pelas associações patronais.

Para Furtado Martins, professor convidado na Católica, as empresas contratam precários porque a protecção dos trabalhadores permanentes é excessiva, impedindo-as de substituir uns por outros, mais competentes. Por isso, ou Portugal mantém a lei tal como está e os precários aumentarão; ou flexibiliza, nivelando todos no mesmo grau de precariedade. "Quem paga a segurança com precariedade é quem chega mais tarde": os jovens, por norma os mais qualificados, diz.

António Dornelas não podia discordar mais: "O argumento de que reduzir a segurança dos permanentes permitira aumentar a dos precários não colhe. Os permanentes seriam menos protegidos e os precários continuariam iguais". Um só tipo de relação contratual, no extremo, nunca funcionaria, diz, porque haverá sempre tipos de trabalhadores diferentes, a precisar de enquadramentos legais diferentes e de políticas específicas.

É difícil encontrar posição unânimes sobre estas matérias. Veja-se o caso das consequências sociais da precariedade. Furtado Martins assegura que os jovens portugueses encaram como natural que os primeiros anos sejam precários, sem lhe dar uma conotação negativa, e que já se adaptaram a esse estilo de vida. Monteiro Fernandes recusa. "O caminho actual conduz ao aumento do "gap" de rendimentos, à pior distribuição de riqueza e quando se vê gente como Dominique Strauss-Kahn [presidente do FMI] ou [os investidores] George Soros e Warren Buffett a avisar para as consequências...".

Portugal é mais rígido do que os outros?

Depende. Por norma, quem diz que sim só olha para a lei, que proíbe o despedimento sem justa causa; quem diz que não lembra que cerca de 37% dos trabalhadores já são precários e que os países com leis liberais têm pessoal mais qualificado, um mercado laboral onde mais facilmente se encontra trabalho e ajudas substanciais no desemprego. É por isso que, na Dinamarca, o despedimento individual é fácil mas as pessoas vivem seguras, lembram vários dos professores ouvidos. "Fazer comparações internacionais olhando apenas para as leis só nos dá metade do quadro global", diz Monteiro Fernandes.

Há uns anos, a flexibilização do trabalho esteve em cima da mesa, quando a "flexigurança" aterrou no espaço mediático. A ideia é aceitar mais desprotecção no emprego a troco de mais protecção no desemprego e melhor formação, para ajudar a voltar depressa ao trabalho - isto é, mais despesa. O conceito, contudo, desapareceu tão depressa quanto chegou, por causa da "pesada componente orçamental", diz Paulo Pedroso, do Centro de Investigação de Estudos e Sociologia.

Desemprego continuará a aumentar

Em todo o caso, as empresas querem produzir mais e melhor, "contratar e reter bons trabalhadores", acredita Francisco Lima. As boas empresas e os bons trabalhadores, leia-se. "Se as pessoas se qualificarem serão mais seguras e se a economia subir na cadeia de valor criará emprego mais estável", diz. Mas um diploma (de liceu ou universidade) não chega para que as pessoas sejam mais produtivas e a boa formação profissional ainda tem um longo caminho a percorrer; e quase todos os indicadores apontam para uma recessão a curto prazo e, depois, uma quase estagnação. Sem mais riqueza é de esperar que o desemprego continue a crescer, "conduzindo a mais precariedade", diz Lima.

Paulo Pedroso avisa que "Portugal vai viver com um desemprego mais alto sustentado por trabalhadores precários", o que obrigará a "recalibrar o sistema" de apoios sociais, a escolher a quem e como ajudar. "Não há modelo social que resista à falta de dinheiro", diz Francisco Lima.
Alexandra Figueira, aqui

Protestos no Egipto já causaram mais de 100 mortos

Veja aqui.

E aqui.

sábado, 29 de janeiro de 2011

30 de Janeiro - Dia Mundial do Leproso

"A maior desgraça que vos pode acontecer é não serdes úteis a ninguém. Porque a única verdade é amar" -Raul Follereau

Veja no blog Paróquia de Tarouca.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nissan Leaf Carro Europeu 2011

Depois de uma longa ronda de votações, o Nissan Leaf foi nomeado o Carro Europeu do ano 2011.

Ao derrotar outros competidores como o Alfa Romeo Giulietta e o Opel Merica, o Leaf foi definido como um veículo revolucionário que mostra como será o futuro da mobilidade. “No futuro, estou convencido de que iremos ver outros automóveis eléctricos a serem nomeados como Carro do Ano”, disse Håkan Matson, presidente do júri, discursando na cerimónia.

O presidente da Nissan, Carlos Ghosn, afirmou também que o carro eléctrico é o futuro da indústria automóvel, representando uma nova visão de mobilidade sustentável à escala global.

Os 58 membros do júri do Carro do Ano «jornalistas altamente conceituados da área automóvel de 23 países europeus, indica um comunicado da organização escolheram o Nissan Leaf, em detrimento de seis novos automóveis convencionais que constavam na lista de finalistas.

O Nissan Leaf é alimentado por um motor eléctrico compacto, colocado à frente e que acciona as rodas dianteiras. O motor CA debita 80 kW de potência e 280 Nm de binário, o suficiente para uma velocidade máxima de 145 km/h. O motor eléctrico é «abastecido» por uma bateria de iões de lítio laminada, desenvolvida pela Nissan, com uma potência de mais de 90 kW.

O Nissan Leaf, o primeiro carro 100 por cento eléctrico a merecer a distinção nas 48 edições do prémio.

Fonte: aqui

A atenção aos jovens nunca é demais

Os dias passavam-nos a dormir e a curtir as bebedeiras, porque só funcionavam de noite

O Gustava e a Joana  têm um filho de 8 anos - o Pedro.
Um dia o Gustavo chegou a casa antes da mulher e pôs-se a brincar com o filho. No meio da brincadeira, saiu-lhe um pergunta que fez ao filho e que pode considerar-se uma insensatez.
- Diz-me de quem gostas mais, do papá ou da mamã?
O Pedro ficou um pouco calado e respondeu:
- De quem eu gosto mais é da Rosa e do Jacinto (o jardineiro).
 O pai ficou sério e perguntou-lhe a razão da sua preferência. O filho começou então o seu "discurso":
- Sabes, papá, por que gosto muito da Rosa? Quando chego a casa da escola, ajuda-me a tirar a mochila e o casaco e depois de me mandar lavar as mãos, serve-me o lanche. Eu já sei que tenho sempre à minha espera qualquer coisa de que gosto muito: ou bolachas que ela fez para nós, ou bolo de chocolate, ou um gelado de morango de que tanto gosto. Depois manda-me brincar um bocadinho, avisando que eu devo voltar logo que ela me chame, para fazer os trabalhos de casa.
Quando está bom tempo, manda-me brincar para o jardim, para o pé do Jacinto. Gosto muito dele também, porque me ensina o nome das plantas que cultiva, o nome dos bichos que aparecem; explica-me como se cuida das plantas e o que é preciso para sejam tão bonitas. Diz-me muitas vezes que "conversa" com as flores, pois que elas são como as pessoas - gostam que se lhes dê atenção. 'Olhe, menino, diz-me ele, o menino não gosta que falem consigo? Pois as plantas, apesar de não terem ouvidos, também gostam.'
O Gustavo ficou pensativo com o que ouviu e à noite teve um longa conversa com a mulher. Era preciso prestar mais atenção ao filho, mesmo que isso implicasse menos tempo fora de casa no trabalho profissional. Ainda estavam a tempo de  emendar o seu comportamento, porque o filho só tinha 8 anos.
Pensemos então  agora no drama da morte daquele adolescente que morreu em Espanha, quando integrado num passeio de fim do secundário.
O que li não foi novidade. O jovem interrogado disse que os dias passavam-nos a dormir e a curtir as bebedeiras, porque só funcionavam de noite. Assim é que eram férias: muito álcool, droga e sexo (seguro!).
Quem vigiava o grupo? Não sei. Sei que, quando era professora, calhou-me ter de acompanhar um grupo misto de finalistas do secundário. Primeiro, funcionavam de dia e, à noite, eu e a colega que ia comigo não nos deitávamos para acompanhar (discretamente) as raparigas numas inocentes serenatas que eles faziam, da rua debaixo do hotel onde estávamos, sim, porque eles... ficavam noutro hotel com dois professores.
Será que este drama fará pensar alguns pais na necessidade de prestarem mais atenção aos filhos?  Com 17/18 anos, sozinhos ou sem ninguém a ter mão neles, dá o resultado que aquele entrevistado relatou sem pudor.
Nada nas minhas palavras culpabiliza a família (pais, sobretudo) do jovem que faleceu - basta-lhes  a dor e as suspeitas estúpidas que alguma comunicação social já começou a levantar.
Maria Fernanda Barroca, in Jornal da Beira

A paz sem vencedor e sem vencidos

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"Hoje não se pode ter telefone fixo!"

São muitas as pessoas que se queixam disto mesmo. "Não se pode ter telefone fixo".
Além dos interesses comerciais que volta e meia nos invadem e nos chateiam, existe uma uma apetência  acentuada para peditórios via telefone. A crise acentua esta tendência.
Mas a situação não é fácil. É que a crise existe para todos. Por outro lado, subsiste sempre a dúvida: 'Quem estará realmente do outro lado da linha? Que interesses obscuros se poderão esconder sob as palavras mansas e chorosas que nos chegam?'
Mesmo que as situações sejam reais, não é possível socorrer a todos, ainda que com pouco.

Por normas, estes pedidos de auxílio vêm do litoral. É a este interior despovoado e pobre que o litoral rico se dirige. É a este interior, abandonado e carenciado, tantas vezes entregue à sua sorte, que o litoral, que tão pouco solidário é em termos de desenvolvimento, agora bate à porta.
Eu sei que quem mais ajuda os pobres são os pobres. Mas não tornemos as injustiças sociais ainda mais flagrantes. É no litoral que estão as grandes fortunas, as carteiras cheias, as empresas, os grandes comércios e os mais importantes serviços. Como diz o povo, no litoral é que "está a massa..."

Assinalo ainda um fenómeno generalizado. A tendência para bater e rebater à portas das Igrejas e dos cristãos praticantes. Perante um problema, uma necessidade grave de uma pessoa ou de uma instituição, a saída que imediatamente surge é esta: bater à porta dos padres, das Igrejas e dos praticantes.
Ora estes são os que mais dão. Já bastam as múltiplas causas e peditórios para que são convocados ao longo do ano. Ao sobrecarregá-los com a mais variada gama de peditórios, voltamos ao mesmo: acentua-se a desigualdade social. Por que razão hão-se ser sempre os mesmos a dar para tudo?
A solidariedade nasce da nossa humanidade. Se todos somos HUMANOS, todos somos chamados a ser SOLIDÁRIOS, crentes ou não.
Penso até que aqueles que não frequentam as Igrejas, têm mais obrigação de contribuir, porque são muito menos solicitados pelos vários peditórios para os quais os praticantes são convocados.
Trata-se, a meu ver, de uma questão de justiça.

Depois é interessante. Muitos quando falam da Igreja e dos católicos é só para denegrir, atacar, lançar na cara pecados, verdadeiros ou fictícios, enxovalhar. Mas na hora das apertadinhas, a quem se dirigem primeiramente é a eles...
Os cristãos já dão e querem continuar a dar. Dirijam-se antes àqueles que não dão. Incomodem-nos, despertem-nos, desinstalem-nos!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O DESEMPREGO

O trabalho é o grande factor de desenvolvimento das sociedades. Nada se faz sem trabalho. Esta é uma das razões para lamentarmos o número enorme de pessoas que hoje vivem desempregadas.
As causas do desemprego são muitas. De entre as mais citadas, pode-se enunciar: a crise da indústria, o desenvolvimento tecnológico e a globalização.     
As consequências, por sua vez, podem ser devastadoras, tanto do ponto de vista da pessoa do desempregado e de sua família quanto do ponto de vista social e político. A conta do desemprego, directa ou indirectamente, é paga por todos. É paga pelo aumento de impostos para cobrir despesas dos subsídios aos desempregados, despesas médicas e hospitalares, despesas com segurança e assim por diante.
Estudos comprovam que o desemprego aumenta os problemas relacionados com a saúde física e mental do trabalhador, fazendo com que se acentue a procura dos serviços profissionais ligados a esta área. Também está provado que a violência e o crime, de um modo geral, estão directamente relacionados com o desemprego. Este pode ainda provocar radicalização política, tanto à direita quanto à esquerda, bem como ampla desorganização familiar e social. Estudos já descobriram a relação entre aumento de desemprego e aumento de divórcios, apenas a título de exemplo.
Em Portugal, a taxa desemprego é muito grande e pode ainda aumentar. E são os jovens as principais vítimas. A taxa entre estes anda à volta dos 21,5 por cento e os números do Instituto Nacional de Estatística revelam que há cada vez mais jovens licenciados sem trabalho. Serão mais de cinquenta mil.
Combater o desemprego deve ser, por isso, a preocupação número um dos governos. E não vale dizer que só não trabalha quem não quer, pois há muitos campos por amanhar e muito mato para cortar. E quem lhes permite esse trabalho e lhes dá a respectiva paga?! Talvez algo mais possa ser feito nesse aspecto, mas há que haver quem lhes facilite as coisas. Dar subsídios sem dar que fazer também não resolve. Há que dar trabalho a tanta gente desempregada, pois o ócio é a mãe de todos os vícios.
In O AMIGO DO POVO

Caro amigo visitante, não quer ajudar também?

AQUI

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Crianças e jovens nos funerais?

Crianças e jovens nos funerais?
- Ai, isso não porque pode traumatizar os meninos e eles têm tempo para conviver com essas realidades - ouve-se.
Mas a morte não é o que de mais certo cada um de nós tem? Não faz parte da vida? Não deve ser lida a vida à luz da morte e a morte à luz da vida?
Uma sociedade evasiva e alienante, que foge às grandes questões que se colocam a cada ser o humano e a todo o ser humano. Donde vimos? O que fazemos aqui? Para onde vamos?
Uma sociedade que se arrasta sob o supérfluo, o contingente, o ilusório.

Violenta a morte? Tem, claro, violência psicológica que faz parte da nossa limitada realidade. mas é REAL!
Mas não há violência em tantos reclames, filmes, telenovelas, desenhos animados, jogos, internet, etc?
Não há violência psicológica gratuita e ferozmente agressiva em tantas famílias, nas escolas e na sociedade?
Então para se protegeram as crianças e jovens de toda esta violência, fechem-se numa redoma...
Há sempre que explicar, estar presente, ajudar a superar violências... Mas fugir é criar crianças alienadas e futuros alienadores.

Hoje no funeral vi crianças junto da urna. E choravam. Ofereci-lhes um sorriso amigo e compreensivo.
Mas quem está de parabéns são os seus pais corajosos que não os estorvaram da realidade.

Comentário de Mário Soares

"Cavaco foi rancoroso" e "escolha de Alegre é grave"
Nas primeiras palavras sobre as últimas eleições presidenciais, Soares critica o rancor de Cavaco e elogia Passos Coelho.
O histórico socialista lamenta os discursos que Cavaco proferiu no momento da vitória: "Em lugar de ser generoso e magnânimo para com os vencidos, foi rancoroso. O que além de lhe ficar mal, quanto a mim, representa um erro político grave que divide Portugal precisamente quando mais o devia unir", escreve hoje Soares no Diário de Notícias.
Para Soares "a verdade é que as últimas eleições mostram que o nosso país está mais dividido que nunca. E além disso desorientado".
Por isso, acrescenta "o Presidente ora reeleito deveria ter feito um discurso positivo, voltado para o futuro, e não um discurso que divide mais os portugueses".
Em contraste com o tom de Cavaco Silva, surge, no seu entender, Pedro Passos Coelho que "proferiu um discurso politicamente responsável, muito equilibrado e inteligente", conclui.
Sobre a casa socialista, Soares reitera que o PS errou "quando resolveu apoiar o candidato que já tinha sido escolhido pelo Bloco de Esquerda (...) um erro de Sócrates grave".
Em relação a Fernando Nobre, a surpresa nas eleições de domingo, Soares recusa ter empurrado o presidente da AMI para Belém. "Não fui eu que o empurrei para candidato. Ele [Fernando Nobre] limitou-se a consultar alguns amigos e eu fui um deles", lê-se no mesmo artigo.

Alguém comentou:
"Não será melhor para Sócrates governar á direita e ter Cavaco como Presidente que o inimigo Alegre ?
Além de que Alegre há muito que se encontra no B.E.
Para mim foi uma golpada inteligente do Sócrates queimou Alegre e ficou com Cavaco que lhe dá mais jeito para governar neste momento."


Pode ver aqui.

9,3% dos médicos em Portugal são estrangeiros

O número de médicos estrangeiros registados em Portugal passou de 3.736 em 2008 para 3.937 em 2010, representando 9,3 por cento da totalidade dos clínicos com autorização para exercer no país. A grande maioria é oriunda da União Europeia.
Dados da Ordem dos Médicos (OM) avançados à agência Lusa indicam que em 2008 estavam inscritos 39.473 médicos, dos quais 3.736 eram estrangeiros, número que subiu para 3.842 (de um total de 40.664) em 2009 e para 3.937 (de 42.031 registados) em 2010.

Uma coisa que nunca percebi. O motivo pelo qual há tanta restrição à entrada de alunos nas faculdades de medicina. E desde há muitos anos...
Entretanto o país necessita de médicos. Muitos mais do que aqueles que tem. Apesar dos estrangeiros, lê-se que há milhares de cidadãos sem direito a médico de família.
Também não compreendo totalmente a média exigida. Quem nos garante que um aluno com 19 será melhor médico do que um de 14 ou 16? Exercer medicina é mais do que capacidade intelectual, tem muito de carisma, de intuição, de paixão pela causa, de humanidade.
Por outro lado, a faculdade de medicina (penso que se exceptua a dentária) anda longe das universidades privadas. Porquê?

Temos imensos jovens que, para poderem seguir o curso a que aspiram, têm que emigrar para o estrangeiro. Centenas de alunos estudam medicina nas universidades fora de Portugal. E quantos depois por lá ficam? Entretanto nós vamos "importando" médicos estrangeiros, queixando-se certos utentes que têm dificuldades em os entender perfeitamente. E como é importante uma boa comunicação num consultório médico!!

Ouve-se falar no "lobbi médico" que pressiona para estreitar as portas de acesso às faculdades de medicina... Não tenho dados para o confirmar. Sabemos apenas que a saída de novos médicos tem estado longe de corresponder às necessidades do país. E alguém terá que ser responsabilizado por esta situação.
Ó decisor político será sempre o maior responsável. Acima dos lobbis, cabe-lhe velar pelo bem de todos.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Confundir para reinar

A estratégia não é de agora e foi alvo de denúncias há mais de 15 anos pela Santa Sé. Em causa, a tentativa (bem sucedida) por parte de alguns ‘lobbies’ feministas e ‘gays’ em mudar, ao nível das legislações mundiais, algumas palavras de significado claro, por outras mais ambíguas. Por exemplo, em vez de “sexo”, passar a usar-se a palavra “género”.
Subjacente está a tentativa de eliminar as diferenças entre homem e mulher, considerando-as um mero condicionamento sócio-cultural. “Sexo” é uma palavra que sublinha a diferença entre homem e mulher, enquanto “género” é muito mais abrangente, porque em vez de apenas dois tipos – feminino e masculino – a nova expressão da moda abrange cinco: feminino, masculino, homossexual feminino, homossexual masculino e híbrido.
Em Portugal, a esquerda rasga as suas vestes por a nossa Constituição (escândalo dos escândalos…!) ainda usar a palavra sexo… e propõe uma nova formulação do artº 13º para se eliminar, de uma vez por todas, esta expressão ultrapassada…
A estratégia de confundir para reinar, sempre foi uma estratégia de poder. É por isso que é sempre bom saber o que está por trás das boas intenções daqueles que nos querem baralhar.
Fonte: aqui

Eleições Presidenciais - Freguesia de Tarouca

Cavaco Silva reeleito

Cavaco Silva foi reeleito Presidente da República com 52.94% dos votos expressos.
Manuel Alegre obteve 19.75%, Fernando Nobre 14.10%, Francisco Lopes 7.14%, José Coelho 4.50% e Defensor Moura 1.57%.
A abstenção foi de 53,37% a maior registada em eleições presidenciais, os votos brancos foram 4.26% e os nulos 1.93%.

No concelho de Tarouca onde a abstenção foi de 60,28 %, Cavaco foi o mais votado com 66,39 %. Seguiram-se  Manuel Alegre com 13,89 %;  Fernando Nobre,  11,08 %; Francisco Lopes, 3,94 %; José Coelho 3,84 % e Defensor Moura, 0,86 %.

O povo decidiu, está decidido. Em democracia é assim.
Não gostei da campanha. Não apreciei muitas das intervenções dos líderes políticos  que ouvi na noite das eleições. Dos múltiplos comentários que surgiram, fiquei naquilo que me pareceu.

O que interessa agora é enfrentar  o presente e preparar o futuro. A politiquice foi-se.
O momento gravíssimo que atravessamos não perdoará mais faits divers.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Uma fé religiosa que está na alma de grande parte dos europeus

Hoje trago para aqui dois factos que mostram a realidade espiritual da Europa. O primeiro é fruto duma fé religiosa que está na alma de grande parte dos europeus. O outro é elucidativo da marginalização a que é votada a religião cristã nas mais altas instâncias da Europa, discriminando-a mesmo face a religiões muito minoritárias neste continente.


No dia 27 de Dezembro de 2010, o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Ángel Maria Villar, e o treinador da selecção espanhola, Vicente dei Bosque, deslocaram-se a Santiago de Compostela para oferecerem ao Apóstolo São Tiago a taça do Campeonato Mundial de Futebol, conquistada pela Espanha. Quando fazia a oferta, Villar recordou que em Fevereiro de 2010 representantes da Federação de Espanha estiveram em Santiago para celebrar o centenário da organização e pedir "ajuda para superar os desafios no futebol espanhol a partir de então".

Num breve discurso diante duma multidão de gente, Ángel Maria Villar destacou a "devoção" própria e do mundo do futebol pelo padroeiro da Espanha e recordou que no mês de Abril de 2010 jogadores e dirigentes da selecção tinham pedido a São Tiago o sucesso no campeonato do mundo de futebol, realizado na África do Sul. E agradeceu:

"Era muito o que lhe pedíamos, mas confiávamos que atenderia o nosso pedido. E atendeu. Estamos hoje aqui com a Taça nas nossas mãos para brindar pelo nosso sucesso, porque, o Senhor, São Tiago, também nos ajudou a ser campeões do mundo".

Em contraponto, depois de muitos protestos, a Comissão Europeia vai fazer uma errata à agenda escolar que distribuiu por 3,2 milhões de estudantes em toda a Europa. A agenda, que custou a Bruxelas mais de 5 milhões de euros, assinala todas as festas religiosas judaicas e islâmicas, mas não as festas cristãs, como o Natal e Páscoa.

Afinal , os que trazem sempre na boca a palavra democracia mais uma vez deixaram o rabo de fora para que saibamos bem quais são as ideias de quem nos governa.
In O Amigo do Povo

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Na Freguesia de Tarouca, vota-se Centro Escolar de Tarouca

Acabou a campanha eleitoral. Amanhã é dia de reflexão e no domingo os portugueses são chamados às urnas.São as eleições presidenciais.

Como tantos e tantos, também não gostei desta campanha eleitoral que praticamente nada trouxe de novo ao são debate político. As politiquices, as intrigras e os ataques pessoais só servem para desmotivar e afastar o eleitorado.
As pessoas não se viram retratadas nas mensagens dos candidatos e ... passaram ao lado.
Que lugar ocupou a Europa nas comunicações dos candidatos? Que projectos de futuro? Que contributos sérios e sustentáveis apresentaram os candidatos para ajudar Portugal a sair da crise? Que ideias trouxeram para renovar e aperfeiçoar o actual sistema político onde parece que os portugueses não se revêm? Não será preciso renovar o sistema político para preservar a democracia? Penso que hoje o maior problema não será um golpe de estado que possa pôr fim à democria. O maior problema é a debandada das pessoas da política, o desinteresse pela causa pública.

De qualquer maneira, ficar em casa no próximo domingo nada resolve. Puxe pelos colarinhos da sua condição de cidadão. E vá às urnas. Vote em quem entender, mas não permita que outros decidam em sua vez.

Empresas estatais empregaram 40 ex-governantes

In Jornal da Beira
(Carregue com o rato no texto para este aparecer maior)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Unidade, sim; unicidade, não

Estamos na Semana de Oração pela Unidade dos cristãos (18 a 25 de Janeiro).
Há quem pense que unidade é unicidade: tudo igualzinho! Ora a unidade enriquece-se na diversidade. Unidos na confissão da mesma fé; diversos na maneira de a celebrar e viver.
O papa João Paulo II  afirmou que a Igreja respira com dois pulmões (oriental e ocidental) e o Vaticano, quando recentemente anunciou a criação de um “Ordinariato Pessoal” nos territórios de Inglaterra e País de Gales, estrutura que visa acolher pastores e fiéis da Igreja Anglicana que desejem entrar em comunhão com a Igreja Católica, disse que tal visa “por um lado, assegurar a salvaguarda das venerandas tradições litúrgicas, espirituais e pastorais anglicanas, no interior da Igreja Católica; por outro lado, integrar completamente estes novos grupos e os respectivos pastores na Igreja Católica”.
Até mesmo dentro da Igreja católica há abertura para formas celebrativas diferentes como aconteceu há tempos quando Bento XVI autorizou a celebração da "missa tridentina" por parte dos que a apreciam, dentro de certas regras, claro.
Enquanto nas Igrejas Católicas Orientais os padres podem casar, na  Igreja Católica de Rito Latino é obrigatório o celibato.
Unidos na profissão da mesma fé e na comunhão com o Papa. Enriquecidos pela  diversidade de disciplina, de tradições espirituais e pastorais, de ritos celebrativos, etc.
«Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo. De facto, num só Espírito, fomos todos baptizados para formar um só corpo, judeus e gregos, escravos ou livres, e todos bebemos de um só Espírito. O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos». ( 1 Cor 12, 12-27)
Esta metáfora do corpo é interessante. São Paulo enaltece a riqueza da diversidade («muitos membros») em função da unidade que forma o corpo.

Na Semana da Unidade dos Cristãos, somos convidados a olhar para as várias Igrejas Cristãs (Católica, Ortodoxa e Protestantes) com a beleza e a fé de João Paulo II que afirma que " do amor nasce o desejo de unidade” – e continua: “O amor é a corrente mais profunda que dá vida e infunde vigor ao processo que leva à unidade”.
E depois precisamos da ousadia e da esperança do gande João XXIII que a respeito da almejada unidade dos cristãos afirma: "É muito mais forte aquilo que nos une do que aquilo que nos divide”.

Redução do número de freguesias em Lisboa

E entre nós? De que estamos à espera?
A reorganização administrativa é urgente. O país está de tanga. É urgente poupar recursos.

Veja aqui

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

TVI + FÁTIMA LOPES

Chama-se "Agora é que conta", passa na TVI" e é apresentado por Fátima Lopes.
O programa começa com dezenas de pessoas a agitar uns papéis.
Os papéis são contas por pagar. Reparações em casa, prestações do carro, contas da electricidade ou de telefone. A maioria dos concorrentes parece ter, por o que diz, muito pouca folga financeira.
E a simpática Fátima, sempre pronta a ajudar em troca de umas figuras mais ou menos patéticas para o País poder acompanhar, presta-se a pagar duzentos ou trezentos euros de dívida.
"Nos tempos que correm", como diz a apresentadora - e "os tempos que correm" quer sempre dizer crise -, a coisa sabe bem.
No entretenimento televisivo, o grotesco é quase sempre transvestido de boas intenções.

Os concorrentes prestam-se a dar comida à boca a familiares enquanto a cadeira onde estão sentados agita, rebolam no chão dentro de espumas enormes ou tentam apanhar bolas de ping-pong no ar. Apesar da indigência absoluta do programa, nada disto é novo. O que é realmente novo são as contas por pagar
transformadas num concurso "divertido".

Ao ver aquela triste imagem e a forma como as televisões conseguem transformar a tristeza em entretenimento, não consigo deixar de sentir que esta é a "beleza" do Capitalismo: Tudo se vende, até as pequenas desgraças quotidianas de quem não consegue comprar o que se vende.

Houve um tempo em que gente corajosa se juntava para lutar por uma vida melhor e combater quem os queria na miséria. E ainda há muitos que não desistiram. Mas a televisão conseguiu de uma forma extraordinariamente eficaz o que os séculos de repressão nem sonharam:
*Pôr a maioria a entreter-se com a sua própria desgraça.
*E o canal ainda ganha uns cobres com isso.
Diz-se que esta caixa mudou o Mundo.
Sim: consegue pôr tudo a render. Até as consequências da maior crise em muitas décadas.

Entretanto a apresentadora recebe 40.000EUR por mês.
Foi este o valor da transferência da SIC para a TVI. Uma proposta irrecusável segundo palavras da própria.

A pobre da Fátima Lopes só ganha 1290 euros por dia!!!
Brincando com miséria dos outros, pobre povo português, sem alternativas, mas miseravelmente felizes.
Este artigo de Daniel Oliveira é sobre aquilo que nunca vi na TVI, mas que se visse reagiria, também, com indignação. É algo de escabroso que se houvesse um pouco de decência já não estaria a ser transmitido. Usar os desgraçados é um abuso intolerável, é brincar com as pessoas e a sua miséria.
PAGAR AS DÍVIDAS e fazer disso um espectáculo é obsceno.
A TVI torna-se, assim, uma obscenidade !...
(enviado por email)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Um caso curioso

Ferreirim é uma freguesia do Concelho de Sernancelhe, deste despovoado e esquecido interior lusitano.
Pois, que eu saiba, são naturais de Ferreirim quatro sacerdotes diocesanos, três dos quais são párocos neste arciprestado tarouquense.
De duas famílias provieram os quatro sacerdotes. Da família Ramos vieram os Padres Manuel Ramos e José Ramos; da Família Seixeira, os Padres José Seixeira e Luis Seixeira.
Os irmãos Ramos e o José Seixeira são párocos neste arciprestado; o Luis Seixeira no de São João da Pesqueira.
Foi hoje o funeral da D. Maria, mãe dos Padres Ramos que´ultimamente vivia com o Pe Manuel Ramos em Mondim da Beira, onde hoje foi celebrada Missa, seguindo depois para a terra natal.
Assinalo um gesto comum nestas circunstâncias. Após o falecimento, na tarde de domingo, à noite os sacerdotes do arciprestado juntaram-se todos para um momento de oração e de presença amiga e solidária junto dos colegas enlutados.
Conheci bem a D. Maria. Era uma pessoa simples, lutadora,  muito acolhedora, disponível e determinada. Uma pessoa de grande fé.
Que esteja feliz nos braços de Deus para sempre!

"Portugal está a pagar hoje o custo de investimento de vários governos em projectos sem retorno"

"Deixemo-nos de folclore político eleitoral e comecemos o trabalho sério", atirou o empresário na apresentação do inquérito realizado pelo projecto Farol, que dá conta que a maioria dos portugueses desconfia das instâncias políticas nacionais.
Para Belmiro de Azevedo, "o objectivo [da campanha] não é esclarecer, é catequizar as pessoas no sentido de uma certa opinião", pelo que as declarações dos candidatos e políticos que nela intervêm se resumem a "três ou quatro frases que enchem a campanha toda".
"Políticos mais activos de certos partidos são obrigados a dizer coisas que não acrescentam em nada o debate sério", afirmou o dono da cadeia de hipermercados Continente.
Sobre o actual estado da economia, Belmiro de Azevedo sublinhou que "sem a economia real a funcionar, o resto acaba". "E andamos a trabalhar em sentido contrário", afirmou.
O empresário não tem dúvidas de que "Portugal está a pagar hoje o custo de investimento de vários governos em projectos sem retorno". E deixou a questão, com uma resposta imediata: "Como é que ainda importamos tantos cereais? Porque gerimos mal o Alqueva."
O patrão da Sonae fez ainda um paralelo entre a economia portuguesa e o desastre natural que se abateu no Brasil. "Portugal teve sempre um desequilíbrio na balança, mas neste momento já nem podemos falar de desequilíbrio, é um deslizamento de terras como o que aconteceu no Brasil."
Fonte: aqui

Metade dos portugueses diz que o país está pior do que antes do 25 de Abril

Quase metade (46 por cento) dos portugueses considera que as actuais condições económicas e sociais são piores do que há 40 anos. O desemprego é o maior desafio e a desconfiança face ao Governo e aos políticos é generalizada.

Estas são algumas das conclusões do estudo “As escolhas dos Portugueses e o Projecto Farol”, resultantes de um inquérito a 1002 pessoas realizado pela consultora Gfk.

Para 46 por cento dos inquiridos, o actual cenário económico e social é considerado pior, ou muito pior, quando comparado com a vida há 40 anos, antes do 25 de Abril. Se a comparação for feita com um período mais recente, as perspectivas são ainda mais desanimadoras. Mais de metade dos portugueses (58 por cento) vê a vida actual como pior ou muito pior face há 25 anos, antes da entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE).

Para 81 por cento dos portugueses, o principal problema nacional é o desemprego, seguindo-se o sistema de saúde e o endividamento das famílias, que reúnem o consenso de 26 por cento dos inquiridos. A esmagadora maioria (78 por cento) acredita que o país está a caminhar na direcção errada e mais de metade (53 por cento) considera que a situação económica e social do país será pior ou muito pior no prazo de dez anos.

O inquérito revela ainda que há uma grande desconfiança por parte dos portugueses no sistema político. Cerca de 90 por cento dos inquiridos dizem desconfiar ou confiar muito pouco na classe política e nos Governos, 89 por cento nos partidos políticos e 84 por cento na Assembleia da República. Os tribunais, os sindicatos e a administração pública reúnem também elevados níveis de desconfiança.

Em aparente contradição com esta desconfiança generalizada no sistema político está a convicção expressa pela maioria (74 por cento) de que o Estado deve contribuir sempre para a competitividade e o desenvolvimento de Portugal. Só depois vêm as empresas privadas e pública, os media ou a sociedade em geral. Além disso, 64 por cento dos portugueses considera o modo mais eficaz de influenciar a sociedade é votar nas eleições, o que parece contrariar a fraca confiança na classe política.

Parece ainda haver pouca propensão ao risco por parte dos portugueses, já que mais de metade (54 por cento) diz que não estaria disposto a lançar um negócio próprio.

Resultados revelam pessimismo

O presidente do grupo Sonae, Belmiro de Azevedo, admitiu hoje não ver “um caminho fácil para melhorar os indicadores deste estudo”, que surpreendeu em alguns aspectos os promotores do Projecto Farol. Este projecto pretende traçar um guia para o desenvolvimento do país até 2020 e tem como promotores Belmiro de Azevedo, Daniel Proença de Carvalho, Jorge Marrão, António Pinho Cardão, José Maria Brandão e Manuel Alves Monteiro

Para José Maria Brandão de Brito, os resultados do estudo mostram que os portugueses “estão particularmente deprimidos e pessimistas”. “Foram três anos de crise que marcaram muito”, considera, acrescentando que o facto de a situação actual estar muito marcada pelo desemprego contribui para um posicionamento face ao futuro bastante negativo.

Jorge Marrão considera mesmo que a sociedade portuguesa está mal informada sobre o grau de desenvolvimento do país. “Obviamente que Portugal está melhor hoje do que há 40 anos”, conclui. António Pinho Cardão acrescenta ainda que o estudo mostra que os portugueses percepcionam a política e os políticos como não tendo a mínima credibilidade, mas também revela “um país conservador, com enorme aversão ao risco e sempre pronto a recorrer ao auxílio do Estado”.
Fonte: aqui

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Vote em quem acreditar, mas vote, por favor

Não foi para estes lamaçais em tempo de chuva que Vítor Alves e Salgueiro Maia fizeram a Revolução.
Daqui a dias estaremos a votar para as presidenciais.
Pelo que a experiência de anteriores situações nos mostra, a abstenção neste tipo de eleições ronda os 50%.
Muitos cidadãos com direito de voto assumem um dos vários argumentos possíveis para justificar a sua atitude.
A saber:
- Eles, os políticos, que se entendam! Está frio e nada me leva a sair de casa. Para este peditório já dei.
- Não poderão dizer que foi pelo meu voto que chegaram ao poder. Porque, depois de eleitos, fazem o oposto do que juraram fazer quando eram candidatos. A legitimidade democrática que alegarão ter nunca lhes será dada pelo meu voto!
- Os partidos, as ideologias e os valores bateram no fundo da albufeira do Alqueva e. não sabem nadar. A divisão entre esquerda e direita deixou de ter um significado que possamos compreender. Os deputados da primeira fila, os que falam, parecem actores a representar personagens cujo boneco não lhes serve. Cobrem-se uns aos outros nos processos de corrupção, de abusos sexuais de crianças, de crimes contra a humanidade, ou para defenderem o petróleo dos donos do mundo. Eu não quero ser cúmplice dessas situações.
Cada um de nós poderá acrescentar a estes mais dois ou três argumentos.
Argumentos que, em síntese, são um sinal de descrédito na democracia.
Foi esta semana cremado Vítor Alves, um dos mais marcantes militares intervenientes no 25 de Abril. Morreu de cancro, como Salgueiro Maia, mas podia ter morrido de desgosto.
Não foi para estes lamaçais em tempo de chuva ou em tempo de seca que, quando eram jovens, eles fizeram a Revolução.
A democracia é um modelo com muitas limitações, mas os humanos ainda não inventaram outro que tenha provado servi-los melhor.
A indiferença de muitos portugueses perante os fait-divers lamacentos, com os quais alguns candidatos se agridem mutuamente (e que, espremidos, não chegam a dar um shot) é sinal de uma doença profunda cujos sintomas já não identificamos.
Recordo-me, a propósito, de um episódio - ou lenda histórica - do tempo do Marquês de Pombal.
Reinava D. José I, que entre caçadas e touradas gastava o seu real tempo, enquanto o plenipotenciário primeiro-ministro Sebastião José decidia bem e mal os destinos e as intrigas do Reino.
Um dia, nuestros hermanos invadiram-nos algures no norte do país. Pombal procurou o Rei, que assistia feliz a mais uma tourada em Salvaterra de Magos. Por má sorte, quando Pombal chegou, um touro - no seu pleno direito - tinha acabado de matar o Marquês de Marialva.
Carvalho e Melo, com voz gélida, interpelou Sua Majestade dizendo: enquanto os espanhóis invadem Portugal, Vossa Majestade perde a flor da nossa fidalguia em jogos primitivos.
É tempo de tomarmos consciência da força que pode ter o voto de 50% dos portugueses - uma vez que já não vivemos em monarquia absoluta.
Enquanto alemães, franceses e outros que tais nos tratam como adolescentes irresponsáveis, os staffs dos candidatos do regime atiram balões de água uns aos outros.
Não deixe que tal continue a acontecer. Por si, pelos seus filhos ou pelos seus netos, mude de atitude e arrisque votar no dia 23. Vote em quem acreditar, mas vote, por favor.
catalinapestana@gmail.com, aqui

O maior pregador

" O maior pregador do mundo é a morte e o mais antigo é o Céu" - Padre António Vieira

domingo, 16 de janeiro de 2011

Teve lugar na tarde deste dia o ENCONTRO DE LEIGOS DO ARCIPRESTADO TAROUQUENSE

15 horas. O Salão da Junta da Freguesia de Dalvares acolheu os leigos vindos de várias paróquias do arciprestado.
Após uma palavra de saudação, acolhimento e esclarecimento por parte do arcipreste, as pessoas dividiram-se em dois grupos e fizeram-no espontaneamente, independentemente da paróquia de origem.
Durante mais de uma hora trabalharam, partilharam, manifestaram-se dentro de um ambiente de sã convivência.
Também os sacerdotes presentes se reuniram e fizeram trabalho de grupo.
No fim, teve lugar o plenário, cabendo ao representante de cada grupo dar a conhecer as conclusões. Também o representante do grupo dos padres fez o mesmo.
Seguiu-se um tempo de livre partilha.
Por decisão do plenário, os secretários dos grupos vão agora juntar-se e elaborar a síntese global que será posteriormente enviada à diocese.
Terminámos cantando e rezando a oração que o Senhor nos ensinou de mãos dadas, entregando nas mãos de Deus este projecto "REPENSAR JUNTOS A PASTORAL DA IGREJA EM PORTUGAL".

Foi um momento muito belo. Pela convivência, pela espontaneidade, pela partilha, pelo interesse posto nos trabalhos, pelas conclusões. Maravilhoso!
Penso que as pessoas também gostaram e não deram por mal utilizado este bocado da tarde. Aliás, ouviu-se o apelo para que acções deste género se realizem mais vezes.
Vim com esta certeza sedimentada: É urgente que a Igreja ouça muitas mais vezess os seus leigos. Eles são Igreja e, como tal, uma riqueza imensa que importa assumir.

sábado, 15 de janeiro de 2011

O número de vítimas mortais chega agora a 543

As imagens que nos chegam da Austrália e do Brasil (à semelhança das que nos vieram do Funchal) põem em evidência uma coisa: quando a natureza se revolta, nada há a fazer senão fugir.

A diferença está em conseguir fugir antes e tentar fugir depois.

É que, na Austrália, a prevenção terá funcionado melhor. Uma cidade com dois milhões de habitantes foi evacuada.

Chuvas diluvianas fizeram 15 mortos. E já foi muito. No Brasil, porém, o número de vítimas já ultrapassou 500.

Aqui, a prevenção não funcionou tão bem.

Os riscos da construção são cada vez maiores.

E, de facto, a natureza não perdoa.

Dói imenso ver imagens destas.

Somos mesmo seres tão frágeis neste mundo.
Fonte: aqui

Um dia fora de casa

Conselho de Arciprestes
A manhã foi passada na casa de São José, em Lamego, participando na reunião do Conselho de Arciprestes.
Como sempre, foi muito agradável rever colegas, falar e partilhar com eles.
Fez-se uma análise à maneira como decorreu o Dia Diocesano e apresentaram-se algumas propostas para futuro. Partilhou-se o modo como cada arciprestado está a viver o projecto "Repensar Juntos a pastoral da Igreja em Portugal". Recebemos informações acerca das novas disposições sobre o desconta para a Segurança Social das paróquias.

No Porto
Porque tinha de partir para o Porto, nem pude marcar presença no sempre agradável convívio da refeição que os arciprestes partilham com o seu Bispo.
Mas sentia necessidade de estar com minha irmã que ontem fora operada. Após uma rapidíssima refeição em casa de meu pai, lá partimos nós rumo ao Porto. Felizmente minha irmã havia recebido alta médica e estava em sua casa.
Como tenho fraca memória geográfica, não me lembrava muito bem onde ficava a sua morada. E para cúmulo da azelhice, nem o GPS soube pôr a funcionar devidamente. Resultado: uma hora de atraso e uns telefonemas feitos...
Bom, mas felizmente encontrei-a confiante. A operação correra satisfatoriamente e estava a reagir bem. Vamos ver o que indicam daqui a umas semanas as análise pormenorizadas... Mas confio que tudo correrá de forma satisfatória.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O DESESPERO PODE MATAR

O desespero desfigura. O desespero transtorna. O desespero mata.

No Haiti, de que tanto se voltou a ouvir falar, uma mãe matou o seu filho.

Sim, leram bem. Uma mãe matou o seu filho.

Não encontrou quem o acolhesse. Ela, pelos vistos, não tinha condições para o ter.

Sem alternativa, enveredou pela opção fatal.

No fundo, o desespero é uma morte no coração de quem é tolhido por ele.

O crime de Nova Iorque, com os pormenores asquerosos que a todo o instante nos são servidos, mostra que, no fundo, houve duas mortes.

Carlos Castro foi morto. Mas Renato Seara, de certa forma, também morreu.

O espanto das pessoas que o conhecem revela uma coisa elementar. O acto que, alegadamente, praticou não condiz com o seu perfil, com a sua conduta.

Houve, portanto, uma desfiguração, quiçá ditada pelo desespero.

Era como se outra pessoa se tivesse apoderado dele.

Conseguirá Renato renascer, como se infere do étimo do seu nome?

Deixemos os juízos para quem tem de julgar.

Procuremos, sim, reflectir e inflectir.

O mundo é belo. Mas a ficar um lugar muito perigoso.
 Origem: este blog.

Vais vencer

Acaba de ser operada no IPO. Ainda não se sabe como decorreu a operação. Estou ansioso mas com esperança. Como toda a família.
Luta, mana! Vais vencer.
--
SENHOR,
Para quê pedir se sabes o que necessito!
Não valerá mais agradecer o que me dás
com toda a vontade e bondade?
Sei que estás atento a todos os meus passos
por isso te agradeço,
cada dia,
cada hora,
cada minuto,
cada momento...
Este instante.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Calendário sexy" 2011

Bairros Sociais e Zonas Antigas

Há dias, conversando com alguns amigos, falámos de muitas coisas. Problemas da vida que a todos nós vão afectando, ideias e projectos, pontos de vista.
Um deles, convicto do papel do Estado social, discordava da maneira como se tem organizado por esse país fora a habitação social, apenas pensada em termos económicos, visando o mais barato.Dizia que socialmente é um enorme erro juntar essas pessoas todas num prédio ou num bairro. Sendo muitas famílias desestruturadas, que cultivam erros comportamentais e de fraca formação cívica, juntas, tornam-se um problema grave quer para elas mesmas quer para o meio em que estão inseridas. Locais do vício...
E esse amigo acrescentava que seria sempre preferível deixar estar essas pessoas no seu meio, nos seus povos, construindo ou reconstruindo aí a sua casa condignamente. Que poderia até sair mais caro ao Estado, mas que socialmente era muito  rentável. No seu meio, beneficiando da pressão social e imbuídas nela, as pessoas eram estimuladas a outro tipo de auto-controle, favorecendo a paz e a hormonia social.
Outro amigo levantou a questão da  construção, lamentando que as partes antigas dos povos estejam a ficar abandonadas, porque as pessoas optam pela construção de novas casas em vez da reconstrução das antigas. E acrescentava: "É mais fácil, mais barato e menos burocrático construir de novo do que reconstruir."
Achava ele que as autarquias deviam estimular e favorecer a reconstrução com todos os incentivos possíveis, desburocratizando ao máximo o processo. E acrescentava num tom algo exagerado: "Qualquer dia, temos um círculo de lindas casas à volta de montões de pedra."
Um outro amigo, interveio então para manifestar a sua indignação quanto à maneira como é permitida alguma reconstrução em zonas antigas que, segundo ele, desfigura completamente o estilo construtivo existente. E acrescentava, indignado: " Por esse país fora encontramos verdadeiras aberrações no que toca à reconstrução em zonas antigas! Nem respeito pelo estilo, nem respeito pela zona envolvente..."

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vão desaparecer quase 50 mil postos de trabalho este ano

Acompanhe neste blog.

Cientistas cubanos anunciam desenvolvimento de vacina contra o cancro do pulmão

Veja aqui.

José Mourinho foi considerado pela FIFA como o Treinador do Ano

José Mourinho foi considerado pela FIFA como o Treinador do Ano e no comentário à distinção mostrou ainda estar emocionado.
«Recebi o prémio com grande emoção. Quem me conhece sabe que o que me interessa são os prémios colectivos, mas este é um troféu histórico para mim. Mas deixam-me ainda mais satisfeito palavras como as de Sneijder», recordou Mourinho, depois de o médio holandês ter dito que agradecia tudo ao técnico português e que para ele Mourinho era sem dúvida o número um.

Mourinho fez questão de receber o prémio em português e explicou porquê:«Sou português e orgulhosamente português. Além disso, faz bem ao ego do português este tipo de conquistas. É motivo de satisfação e Portugal estará contente, a não ser algum invejoso.»
Sneijder: "«Quero dizer que foi um prazer trabalhar com José Mourinho
e quero dizer-lhe que para mim ele é o melhor treinador do mundo.»

Conclusões de um encontro de amigos

Um grupinho de pessoas reuniu-se na noite de hoje. Agradeço a gentileza do convite.
Não nos juntámos para tratar de negócios, para discutir futebol, para falar de aventuras, para um espectáculo... Estivemos juntos para partilhar a amizade, pontos de vista, experiências, boa disposição e projectos de serviço. Foi muito bom.
Penso que posso sintetizar este encontro nos seguintes pontos:
- Como é bom conviver como irmãos! Na simplicidade,  na alegria, no à-vontade respeitoso...
- A pessoa livre segue a sua consciência rectamente formada e não o que os outros dizem...
- Somos cristãos por causa de Cristo. Quando endeusamos pessoas, estamos a enganarmo-nos. Mais tarde ou mais cedo vem a desilusão. "Só a Deus adorarás." Só Cristo vale a aposta total.
- Há pessoas fantásticas que sempre nos surpreendem pela pureza e beleza do  coração. São muitas felizmente.
- Há gente que tem por modo de vida ser "profissional da má língua." Sempre indisponível para qualquer tipo de colaboração porque esgota o tempo a denegrir quem trabalha. É o parasitismo no grau de extrema doença! E é tal a obsessão por "dar à língua" que nem se apercebem muitas vezes do rídiculo em que caem e da ignorância que demonstram.
- Só é falado quem faz alguma coisa pelos outros. Os que vivem em concha, fechados no seu egoísmo e centrados na sua vidinha, desses ninguém fala... Mas ser cristão não será "pegar na cruz de cada dia e segui-l'O"? Fechando na caixa da farinha as qualidades que Deus nos deu, só podemos ser "servos maus, inúteis e preguiçosos".
- É tão bom quando, com humildade, abertura e compreensão, nos abrimos à pluralidade dos sentimentos e de pontos de vista! Só nos enriquecemos e crescemos.
- A esperança comanda a vida. Para lá das nuvens, o Sol continua a brilhar. À luz da ressurreição, nenhuma cruz ou morte tem a última palavra. A esperança vencerá.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eu comovi-me ao ver este vídeo

Veja-o aqui.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Participei no funeral do Padre Samuel

16 horas deste domingo. Em Cujó, começavam as exéquias fúnebres. O Padre Samuel, natural daquela freguesia, tinha junto dos seus restos mortais o Bispo, imensos sacerdotes, muitos dos seus paroquianos, amigos e conterrânios. Tinha apenas 47 anos, 22 dos quais como sacerdote. Fora encontrado sem vida na manhã da última sexta-feira. Sem que ninguém contasse. Fulminante!
Era pároco de Vilarouco e de outras freguesias do arciprestado de São João da Pesqueira.
Estive presente. O texto que o P.e João António publicou no seu blog, resume muito bem  tudo o que ouvi e vivi.
Aqui deixo o texto

"Por muito ânimo que tentemos acumular no arranque do novo ano, acaba sempre por aparecer uma notícia que nos atinge no mais fundo da alma.

No ano passado, ficámos atordoados com o violento terramoto no Haiti, logo a 12 de Janeiro.

Hoje, 7 de Janeiro, acabo de tomar conhecimento da morte totalmente inopinada (se inopinada pode ser a morte) de um colega e amigo.

O Padre António Samuel Teixeira da Silva tinha apenas 47 anos. Ordenou-se um ano antes de mim.

Eu sei que é trivial dizer isto, mas, neste caso, é mesmo verdade. O Padre Samuel era um homem bom.

Discreto e afável, pautou a sua conduta por uma irrepreensível correcção.

A vida tem uma componente de mistério difícil de aceitar e quase impossível de decifrar.

A interlocução que mantemos com a morte deixa para ela o ponto final. Só não sabemos o momento em que o coloca no texto que é a nossa história.

A eternidade parece ter pressa em receber as pessoas de bem.

Fazem falta num mundo que parece não merecê-los.

Curvo-me, respeitosamente, ante a memória deste colega e amigo.

Estou certo de Deus já o recebeu.

A sua alma está em paz. Porque o Padre Samuel foi sempre um homem de paz."

O PODER DO AMOR

0 irmão Laurence, na obra The Practice of the Presence of God, disse isto:
«Tudo e possível para aquele que acredita; ainda mais para aquele que tem esperança; ainda mais para quem ama; e, sobretudo, para quem pratica estes três actos.»
In SÍNTESE

sábado, 8 de janeiro de 2011

Malucos!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A SUSPEITA VENDE, A SUSPEITA RENDE (e sobre as eleições não parece haver mais nada)

O que está a acontecer, no nosso país, só surpreende quem anda desatento, o que não é susposto acontecer com um cidadão minimamemte informado.

Não obstante, é deveras doloroso acompanhar o que está a acontecer.

As eleições para a presidência da república confirmam uma tendência que, há muito, se vem desenhando e infirmam qualquer vontade de acreditar que, afinal, o melhor ainda é possível.

Os candidatos apresentaram os seus manifestos com ideias e programas.

Contudo, a realidade reduzida à comunicação não se faz eco de qualquer ideia ou programa.

Não há ideias nem programas porque isso (supostamente) não cativa. Sobra a suspeita porque isso (supostamente) atrai.

Estas eleições estão para a política como, por exemplo, O Código da Vinci esteve para a literatura: a suspeita vende, a suspeita rende.

Como é habitual nestes casos, não se procura a globalidade. E desde Aristóteles é sabido que a verdade está na totalidade. O Estagirita dizia, na sua Metafísica, que a verdade era católica. Católico aqui não é confessional (Aristóteles viveu antes de Cristo), mas genuinamente etimológico, no sentido de universal, englobante.

Na suspeita, vale uma parcela, um alvitre. E, como se compreende, se a estratégia é a suspeita, nada melhor que conseguir uma suspeita sobre quem lança suspeita.

A suspeita facilmente conduz à desconstrução. As provas aqui são pouco relevantes. A predisposição parece contar mais.

E não há dúvida de que, hoje em dia, a predisposição para o o boato e o rumor é grande, é total.

A suspeita é tecida sob a forma de veneno letal e servido ao jeito do espectáculo.

Com a suspeita não se pretende questionar ou discordar. Com a suspeita visa-se atingir, denegrir, eliminar (pelo menos, a dignidade).

É só ver o ar impante e superior com que se fala destes assuntos. Esquece-se, porém, que, não raramente, a suspeita lança estilhaços imprevistos e ninguém está livre de apanhar com alguns.

Perturba olhar o olhar feliz de quem tem a última suspeita para apresentar. E como se faz moralismo para os outros.

O pior é que as novas gerações, ao entrarem na vida pública, já sabem com o que contam. Suspeitar de alguém é considerado mais aliciante que propor algo ou, legitimamente, criticar alguma coisa.

Nietzsche, Marx e Freud foram apontados como os mestres da suspeita. Em planos diferentes, têm discípulos que lhes levam a palma na perfídia e na astúcia.

Confesso que nada disto entusiasma. Todos acabamos por replicar aquilo que contestamos.

A comunicação social, que podia (e devia) exercer um papel terapêutico, parece excitar-se com tudo isto. Parece mesmo (sobre)viver bem neste território lamacento.

Até aposto em como a entrevista desta noite com mais um candidato vai andar em torno deste (penoso e já entediante) tema.

Custa viver num tempo assim. A honra é muito importante. A política é muito nobre.

Há quem me tenha alertado, desde há muito, para o facto de acreditar naquilo que não existe. Tem razão. O problema é que naquilo que existe é que não posso mesmo acreditar.

Apesar de tudo, creio que uma revolução silenciosa está a fermentar. A longo prazo, dará os seus frutos.

O bem não se compadece com pressas. É pena. Mas parece que é assim.
Texto retirado  DESTE blog