sábado, 30 de junho de 2007

SANTA HELENA, A ROMARIA DA BEIRA

No dia 30 de Junho, começa a NOVENA, às 19 horas.

Em cada dia, haverá novena às 8 horas e às 19 horas.

Em 1 de Julho, Festa da Senhora das Dores, às 19 horas.

No dia 8 de JULHO, encerra a novena, com a Missa das 9.30 horas.

No dia 8 de JULHO, a Missa da Festa será às 11.30 horas, com a celebração do Sacramento do Crisma.
Centenas de jovens, de várias paróquias, vão ser crismados.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Desnorte no Ministério da Educação

DREN extingue escola premiada

Um organismo internacional reconheceu mérito educativo, pela primeira vez, a uma escola pública portuguesa. Quando entregar o prémio, a escola já foi extinta.


A escola EB 23 Padre Agostinho Caldas Afonso foi extinta pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) em Abril passado. Fecha as portas em Agosto.
Na semana passada, o conselho executivo recebeu o aviso de que a escola tinha sido escolhida para receber o "Prémio Iberoamericano de Excelência Educativa 2007" por um organismo internacional não governamental.
"A princípio, julgámos que se tratava de uma brincadeira", confessou João Vilar, responsável do estabelecimento de ensino. Mas não estavam a brincar.
Em Setembro, no Panamá o Conselho Iberoamericano para a Qualidade Educativa, aguarda a presença dos dirigentes da escola para lhe entregar o prémio, em cerimónia oficial.
"Não decidimos, ainda, o que vamos fazer", diz João Vilar. Nessa altura, de facto, já a escola estará fechada e os professores – presidente do conselho executivo incluído- estarão colocados noutro estabelecimento de ensino.
http://www.expresso.pt/Artigo/?id=402734

É caso para perguntar: quo vadis, Sócrates?!
Para onde vais e para onde nos levas!!!

Sócrates passa a 14 pontos negativos

A sondagem da Marktest publicada hoje no Diário de Notícias e na TSF dá ao PS e ao governo o pior resultado do ano.
De acordo com o estudo, desde o mês passado os socialistas desceram 9% nas intenções de voto, e os actuais 40% não garantem a maioria absoluta.
A oposição sai beneficiada da queda, com o PSD a registar 29%, o PCP 10%, o Bloco 9% e o CDS 7%.

A sondagem revela também a queda de popularidade do governo, atribuída em parte a dois factores que marcaram o debate político das últimas semanas: o caso do professor suspenso pela DREN e a descoordenação dos membros do governo no que respeita à localização do novo aeroporto internacional. Prova disso é a performance de Mário Lino neste painel, em que desce 23 pontos em apenas um mês. Mas os outros ministros não têm razões para alívio já que a tendência negativa afecta todo o elenco, à excepção do estreante Rui Pereira, da pasta da Administração Interna.

O primeiro-ministro não escapa a esta vaga de desagrado e de um saldo positivo de 2 pontos no mês passado, José Sócrates passa agora a 14 pontos negativos.

Manuel Alegre critica exoneração de directora por causa de cartaz

O deputado do PS Manuel Alegre considerou hoje "desproporcionada" e "intolerante" a decisão do ministro Correia de Campos de exonerar uma directora de centro de saúde que se recusou a retirar um cartaz.

A directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso, foi exonerada pelo ministro da Saúde por não ter retirado um cartaz das instalações do centro contendo declarações de Correia de Campos "em termos jocosos".

Em declarações aos jornalistas, o ex-candidato presidencial Manuel Alegre disse ter lido o despacho publicado no Diário da República, classificando-o como "confuso" e sem "um português claro".

"Em todo o caso, penso que se está perante uma reacção desproporcionada e pouco conforme com a tradição de tolerância e de espírito crítico dos socialistas", declarou Manuel Alegre.
Segundo o deputado socialista, pelo despacho, "é difícil perceber-se o que se terá passado no Centro de Saúde de Vieira do Minho".

"Mesmo assim, por causa de um cartaz afixado num centro de saúde uma pessoa ser exonerada, penso que se trata de uma decisão desproporcionada e pouco conforme com o espírito de tolerância", disse.

Manuel Alegre deixou ainda um recado para o interior do PS e para o Governo.
"Pretendi educar muita gente no PS dentro desse espírito de tolerância, mas, pelos vistos, sem resultados", acrescentou.

RTP, hoje

Festa de São Pedro, o Padroeiro

Veja reportagem fotográfica em:

http://blogmiradouro.blogs.sapo.pt/

quinta-feira, 28 de junho de 2007

29 de Junho: solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo

Desde o século III que a Igreja une no mesma solenidade os Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, as duas grandes colunas da Igreja.

Pedro, pescador da Galileia, irmão de André, foi escolhido por Jesus Crista como chefe dos Doze Apóstolos, constituído por Ele coma pedra fundamental da Sua Igreja e Cabeça do Corpo Místico. Foi o primeiro representante de Jesus sobre a terra. S. Paulo, nascido em Tarso, na Cilícia, duma família judaico, não pertenceu ao número daqueles que, desde o princípio, conviveram com Jesus. Perseguidor dos cristãos, converte-se, pelo ano 36, a caminho de Damasco, tornando-se, desde então, Apóstolo apaixonado de Crista. Ao longo de 30 anos, anunciará o Senhor Jesus, fundando numerosos Igrejas e consolidando na fé, com as suas Cartas, as jovens cristandades. Foi o promotor da expansão missionária, abrindo a Igreja às dimensões do mundo.

Figuras muito diferentes pelo temperamento e pela cultura, viveram, contudo, sempre irmanados pela mesma fé e pelo mesmo amor a Cristo. S. Pedro, na sua maravilhosa profissão de fé, exclamava: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo», E, no seu amor pelo Mestre, dizia: «Senhor, Tu sabes que eu Te amo». S. Paulo, por seu lado, afirmava: «Eu sei em quem creio», ao mesmo tempo que exprimia assim o seu amor: «A minha vida é Cristo»!

Depois de ambas terem suportado toda a espécie de perseguições, foram martirizados em Roma, durante a perseguição de Nero. Regando, com o seu sangue, o mesmo terreno, «plantaram» a Igreja de Deus.2 000 anos depois, continuam a ser «nossos pais na fé».

Honrando a sua memória, celebramos o mistério da Igreja fundada sobre os Apóstolo. Que a sua intercessão nos obtenha a perfeita fidelidade ao ensinamento apostólico.

Momento de humor

Nos EUA fabricaram uma máquina que apanha gatunos.
Testaram-na em **New York** e em 5 minutos apanhou 1500 gatunos.
Levaram-na para **China** e em 3 minutos apanhou 3500.
Na África do Sul em 2 minutos apanhou 6000 gatunos.
Trouxeram-na para **Portugal** e num minuto, roubaram ... a MÁQUINA !

O Portugal social

Se dividirmos os rendimentos do trabalho pelo número de trabalhadores e compararmos o resultado com a média europeia, chegamos a um salário baixíssimo. Mas, se dividirmos a riqueza produzida pelo mesmo número de trabalhadores, a produtividade é ainda mais baixa. Eis uma equação que, parecendo tão simples, põe toda a gente em polvorosa: os trabalhadores, com razão, exigem salários melhores; as empresas argumentam que, para aquilo que produzem, eles já ganham de mais.

Mas uma coisa é o quanto se produz, outra coisa é a forma como essa produção se distribui. Se pensarmos na Suécia e dividirmos os rendimentos dos 20% mais bem pagos pelos rendimentos dos 20% mais mal pagos, chegamos a 3,3. A média da Zona Euro é de 4,7. Entre nós é de 8,2. Dos 27 países que hoje integram a União Europeia, Portugal é aquele que mais injustamente distribui a riqueza que obtém. Percebe-se o desencanto: viver em Portugal e ser pobre é de uma tristeza sem fim.

Depois, há o desemprego, hoje dos mais altos da Europa, onde cerca de metade é de longa duração. Há o limiar da pobreza, a que fechamos os olhos para não ver. E há a educação, o suporte de tudo o resto, com níveis de tal modo baixos que nos fazem corar de vergonha. Repare-se: 40% dos jovens entre os 18 e os 14 anos abandonam os estudos precocemente, quando este número não vai além de 5% em países como a República Checa, a Eslovénia e a Polónia. Como é que se sai disto?

Da má distribuição da riqueza pode sair-se de duas maneiras: através da fiscalidade e através dos salários. No primeiro caso, independentemente da carga fiscal global, é sempre possível substituir impostos indirectos, de aplicação uniforme, por impostos directos, de aplicação selectiva. No segundo caso, independentemente da massa salarial global, é sempre possível privilegiar o salário mínimo e aplicar a outros escalões taxas diferenciadas de crescimento. Falta organização e vontade política…

As outras questões são bem mais complexas. E têm na origem uma política erradíssima que nos persegue há séculos: a política de educação, causa primeira do insucesso escolar. Daí que, a par do esforço que está a ser feito a nível do ensino, sejam também necessários investimentos selectivos noutras áreas. Um exemplo recente pode servir-nos aqui de modelo: é a política seguida por Tony Blair, ao utilizar o investimento público para corrigir as desigualdades sociais do tempo da senhora Thatcher.

Quando defendi nesta coluna a não redução da carga fiscal, ao arrepio de uma corrente de sinal contrário que então começava a formar-se, era também este modelo que tinha em mente: a realização de investimentos selectivos, politicamente orientados e vincadamente sociais. E, para isso, mais do que controlar o défice, é imperioso reduzir a dívida, de modo a criar a almofada necessária para os financiar. O que inviabiliza nesta fase qualquer baixa de impostos.

Não tenhamos ilusões. Quando se trata do social, e das dotações que é necessário fazer, uma de duas: ou as faz o Estado, ou não as faz ninguém.

Daniel Amaral, http://expresso.clix.pt/COMUNIDADE/blogs/daniel_amaral/archive/2007/06/11/39912.aspx
Nota: Os sublinhados são da nossa responsabilidade.

Frase sa semana

"Devido à velocidade da luz ser superior à do som, algumas pessoas parecem inteligentes até as ouvirmos".
Louro de Carvalho

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Os 7 horrores da nossa zona

A 7 de Julho vão ser anunciadas, em simultâneo, as novas 7 Maravilhas do Mundo e as 7 Maravilhas de Portugal. Mas Portugal não tem só maravilhas. Também tem horrores.
O jornal Público propõe aos seus leitores que votem e escolham os 7 Horrores de Portugal entre 58 edifícios apresentados.
http://www.publico.clix.pt/7horroresDePt/default.asp

E se fizéssemos um exercício semelhante em relação à nossa zona? Quais serão os 7 horrores da nossa zona? Pense nos muitos edifícios. Escolha. Envie-nos a sua escolha. Ficamos à espera.
Obrigado.

Arguedeira

Visite este blog. Então se gosta mesmo de desporto, não pode prescindir de o visitar.

www.arguedeirafut.blogspot.com

terça-feira, 26 de junho de 2007

Somos um povo de emigrantes

Há muito poucos anos, raramente se via um estrangeiro por estas bandas. Hoje basta sair à rua e logo aparecem gentes de outros povos e de outras raças que aqui vivem e trabalham.
Por outro lado, sempre fomos um povo de emigrantes. Um quinto da população portuguesa anda por esse mundo fora. Então esta zona é marcada por uma forte corrente migratória, a ponto de, em algumas aldeias mais pobres e isoladas, ficarem por cá praticamente só os velhos e uma ou outra criança. Claro que o movimento migratório não se realiza só para o estrangeiro, mas também para o litoral do país, mormente Lisboa.

É justo salientar a importância que têm para a economia portuguesa as remessas de abundantes devisas. Hoje toda a gente reconhece a importância vital que essas remessas tiveram em épocas mais conturbadas da nossa vida colectiva, como por exemplo, a seguir ao 25 de Abril. Nessa altura, foi o dinheiro dos emigrantes que evitou que o país mergulhasse no naufrágio financeiro.
Os actuais governantes sofrem da psicose mórbida de encerrar tudo o que acarrete encargos. E vários consulados foram obrigados a encerrar as portas. E a febre é tal que o Presidente da Répública sentiu a obrigação de, na véspera das comemorações do Dia de Portugal, vir chamar a atenção do Governo, em acto solene, para a situação complicada e grave que estava a ser criada a milhares de emigrantes. Até o "Porte Pago" aos jornais regionais cortaram! Esses mesmos jornais que fazem a ligação afectiva dos emigrantes com o seu torrão natal.

Mas, dada a crise que o país atravessa, o fenómeno migratória tem-se reforçado. Migrações silenciosas, aos milhares. Às vezes com situações de trabalhadores portugueses mantidos em semi-escravidão, como os jornais têm abundantemente noticiado. "Empresários" sem escrúpulos valem-se da miséria e sofrimento de muita gente para a enganarem, a usurparem e depois a colocarem em situações desumanas. Temos que estar alerta, a começar pelos governantes, seguindo pelos interessados e terminando na sociedade. Cuidado com certas ofertas de trabalho no estrangeiro!

Aos imigrantes, a todos os que vindos de outro país vivem e trabalham em Portugal, a receita parece simples: assim como queremos que os nossos sejam bem tratados no estrangeiro, também devemos acolher e tratar bem os estrangeiros que aqui vivem e trabalham. Se há povo que tem obrigação de perceber bem o fenómeno migratório, esse povo é o português. Sempre fomos "uma pátria pelo mundo repartida".
Nesta "aldeia global" em que o mundo se transformou, a terra é cada vez mais a pátria comum de toda a humanidade.

Os migrantes, por esta altura do Verão, visitam, em merecidas férias, as suas origens. É um momento de alegria para eles, suas famílias e suas terras. O Verão permite-nos, assim, uma tomada de consciência do povo que somos, através do reencontro com os nossos que partiram. Desejo a todos os migrantes óptima viagem, retemperadoras férias e feliz reencontro com o torrão natal.

Por último, penso que quem nos governa devia facilitar a residentes e migrantes, todo o esclarecimento em relação a investimentos. Ouve-se muitas vezes a queixa, sobretudo dos emigrantes: "queria investir umas poupançazitias, mas não sei onde nem como..." Por falta de orientação e de esclarecimento de quem de direito, acontece que muitas vezes ou não investem ou investem em negócios que depois têm que encerrar por serem inviáveis.

Caros migrantes, saudo-vos com alegria. Que na VERDADE e na HUMILDADE, sejais no mundo testemunhas daqueles valores pátrios que moldam a nossa cultura e são sustentáculo da verdadeira civilização com rosto humano.
Boas Férias!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Mais um Mestre!

Há poucos dias encontrei uma mãe feliz. Tinha ido à defesa da tese de mestrado de seu filho. Ele saiu com nota máxima! Foi um momento indescritível. Com todos aqueles professores que o interogaram a dar-lhe, no fim, os parabéns... E ele tinha respondido a tudo com prontidão e muita calma.
As nossas mães são assim. Vibram com os êxitos dos seus filhos como se fossem delas a dobrar. Mas também sofrem em triplicado os inêxitos dos seus filhos. Mistérios de um coração materno.

Felizmente que, de há anos a esta parte, muitos jovens desta comunidade concluiram cursos superiores e alguns seguiram para especializações. É óptimo. Fico feliz.
Muitos rapazes e raparigas estão neste momento às voltas com os exames na universidade. Vê-se até pelo site dos jovens que, neste momento, está praticamente parado. São as aflições de Junho e Julho que tanto dão que fazer à malta nova. Mas penso que, com maior ou menor dificuldade, todos vão passar. Torço por isso e rezo por eles.

Também muitos jovens mais novos andam à volta com o 11º e 12º anos e com exames do 9º ano. Oxalá que todos consigam alcançar aquilo que mais desejam e que as expectativas não saiam defraudadas.
Decorrem ainda nestes dias as reuniões de avaliação nas escolas. Como seria óptimo que nenhum aluno desta comunidade reprovasse! Mas se a alguns acontecer, ao menos que estes saibam tirar as devidas conclusões. Às vezes há passos para trás que se transformam em corrida imparável.
Ser aluno é como um rio. Caminha sempre em direcção à foz. Mesmo quando parece parado, está sempre a andar.
Força, jovens! Conquistai a pulso o vosso próprio caminho na vida.

domingo, 24 de junho de 2007

ONDE ESTAVA DEUS?

Naquele fim de tarde, ela apareceu. Disse que queria falar comigo e perguntou quando o poderia fazer. Respondi que naquele dia nada tinha marcado de especial. Portanto que estava à sua disposição.
Vinha muito revoltada, sobretudo contra Deus. O seu melhor amigo tombara na estrada devido a uma manobra perigosa de ultrapassagem de um condutor que albarroara o carro do seu amigo. E olhe que ele não perecia. Era um colega cem por cento, amigo, honesto, sempre disposto a ajudar, alegre. Ele!? Porquê? Que estava Deus a fazer para permitir morte tão injusta? E ficou longo tempo, deixando as palavras morrer devagarinho nos lábios…
Mas um mal nunca bem só. A sua mãe. Nunca vira pessoa assim. Vivera sempre para os outros, para o marido, para os filhos, para quem precisava da sua ajuda. Reformara-se há pouco tempo. Agora, com os filhos criados, todos esperavam que ela pudesse ter um pouco mais de descanso e de calma. Ao menos uma velhice tranquila. Mas qual o quê? Começaram a aparecer as doenças e está quase dependente dos outros para tudo. Isto é uma injustiça! Deus não podia consentir tal coisa… Como pode Ele permitir que sofra tanto quem passou a vida a fazer o bem!?
Parou. A custo conseguiu dominar um soluço fundo, sentido, vindo das entranhas da alma. “Sabe? Às vezes apetece-me a gritar que Deus não existe; outras vezes, ralho tanto com Ele! Ralho, ralho, ralho! Mas depois sinto-me mal comigo mesma. Não O queria ter tratado assim. Não foi essa a educação que me deram.”
E eu ouvi. Sempre. Procurei sentir com ela, despojar-me de mim.
Levantou-se, foi à torneira, encheu um copo de água que foi bebendo aos poucos. Sentou-se, recompôs-se e questionou-me: “Então não me diz nada?” Disse-lhe que talvez não precisasse de muitas palavras minhas; precisava antes que eu a ouvisse com os ouvidos do coração. “Isso também verdade. Agora que desabafei, sinto-me mais leve por dentro.”
Depois conversámos. É que questionar a nossa fé é dar passos na fé. Questionar Deus na nossa vida é sentir que Ele existe, embora possa não ser como queremos. Questionar-nos e questioná-l,O é bom. Nunca questionar pode ser apenas a prova de que Ele não nos incomoda, nem para o bem nem para o mal. A prova de que Ele não conta para nós. Para a ela conta, senão não estava ali a falar comigo e com Ele, através de mim.
De repente, lembrei-me de algo que li e que me marcou. Dizia mais ou menos isto: “Sabes, amiga, Deus existe, muito embora nos apeteça, muitas vezes, que Ele não exista para justificar muitas outras coisas. Ele não precisa que acreditemos que Ele existe. Porque existe mesmo sem isso. A resposta às tuas perguntas, ou dúvidas, busca-as na melhor imagem que conheço. Uma relação de amor. Imagina as tuas relações de amor. Têm os seus momentos. Bons, menos bons, maus. Mas nunca deixas, se fores verdadeira no teu amor, de amar essa pessoa. O que precisamos é de alimentar essa relação. Umas vezes a pessoa que amamos parece estar longe, ocupada, distante, estranha. Mas continua no nosso coração. Continua a dar-nos vontade de viver para a amar. O que precisamos é de alimentar essa relação. Nem sempre está como gostaríamos ou age como pretenderíamos. Mas continua sendo a mesma pessoa que amamos. Podemos não a compreender bem ou não a conhecer como gostaríamos. Mas continua sendo a pessoa que dá sentido à nossa vida, à nossa felicidade. O que precisamos é de alimentar essa relação. Imagina que Deus é essa pessoa que amas, e descobre as respostas por ti...”
No fundo dos olhos, brilhava agora uma luzinha. “Vou tentar descobrir…”
Disse obrigado e partiu.

Novo Sacerdote

A Diocese de Lamego conta, a partir de agora, com um novo sacerdote, o P.e Sérgio, natural de Quintela da Lapa. Foi hoje ordenado sacerdote na Sé Catedral.
Parabéns, P.e Sérgio! Votos de fecundo e realizador ministério sacerdotal.

sábado, 23 de junho de 2007

OS TRÊS SANTOS POPULARES NA NOSSA COMUNIDADE



Aqui festejam-se os três Santos populares de Junho. Santo António, em Arguedeira; São João Baptista, em Gondomar; São Pedro, que é o Padroeiro da Freguesia.

Chamado desde o seio de Isabel.

A Liturgia Cristã apresenta-nos, amanhã, dia 24, a solenidade do nascimento de S. João Baptista, que toma o lugar do XII domingo comum. Normalmente, a Igreja celebra o dia da morte dos santos e não o do seu nascimento. Com S. João Baptista procede-se de outro modo – celebra-se primeiro o dia do seu nascimento e depois o da sua morte. Deve-se isto ao facto de S. João Baptista ter sido consagrado a Deus e cheio do Espírito Santo, ainda no seio materno de Isabel, sua mãe, quando esta recebeu a visita de Maria, que trazia Jesus em gestação dentro do seu seio.
O evangelho anuncia-nos que João Baptista é o profeta sem igual, que prepara os caminhos do Senhor, de que é precursor e testemunha. O nome de João, que lhe foi dado pelos seus pais, significa que ele é “dom de Deus”, não apenas a seus pais, mas, e sobretudo, ao seu povo, Israel.
A primeira leitura coloca nos lábios de João Baptista as próprias palavras do profeta Isaías. “O Senhor chamou-me desde o seio de minha mãe. Fez da minha boca uma espada afiada. Tornou-me semelhante a uma seta aguda”.
O profeta não se faz a si mesmo, nem é eleito pelo povo. É alguém que recebe de Deus a vocação que o constitui profeta. Deve manter-se como a “boca” de Deus, isto é, anunciar no momento certo a palavra certa, portadora da boa nova de salvação. Isto exige muita fidelidade a Deus e aos tempos, uma energia constante.
Na segunda leitura, apercebemo-nos de que o verdadeiro profeta não conhece fácil acomodação; o seu dever é peremptório, porque vive estimulado pela vertigem da presença e da seriedade divina. Assim, João Baptista, enviado a preparar os caminhos do Salvador, usa sempre de sinceridade e lealdade a toda a prova. Na sua missão evita equívocos e confusões. Diz: “Eu não sou quem julgais; mas, depois de mim, vai chegar Alguém, a quem eu não sou digno de desatar as sandálias dos pés”. E, como todos os profetas, a sua vida acaba no martírio, porque continuou sempre a ser a “voz” ou a “boca” de Deus, mesmo nos momentos mais difíceis.
Todo o cristão participa na vocação profética de Jesus Cristo. Por isso, é seu dever anunciar a boa nova da salvação e denunciar, pela palavra e pelo testemunho de vida, tudo o que a ela se opõe, mesmo à custa da sua própria vida, prestígio, fama.
S. João Baptista interpela-nos, hoje, fortemente, a repensarmos a nossa vocação cristã na linha da profecia. Não podemos calar o que é anti-evangélico, seja no terreno eclesial, seja no secular. Estou eu disponível para isso? Estou suficientemente liberto para poder exercer, responsável e destemidamente, esta minha vocação?

Bispos aprendem a comunicar

Os bispos portugueses receberam formação na arte de presidir e de comunicar porque o século XXI "exige qualidade estética" - disse à Agência ECCLESIA D. Carlos Azevedo, Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
De 18 a 21 de Junho, realizaram-se, em Fátima, as Jornadas Pastorais do Episcopado subordinadas ao tema: "O ministério do Bispo e a arte de presidir e de comunicar". Com esta iniciativa demonstrou-se o "reconhecimento da necessidade de formação numa Os lamentos são frequentes.

Muitas vezes, os bispos "queixam-se que a Comunicação Social não está preparada para nos questionar e não está por dentro dos mecanismos da Igreja". "Mas também acontece o contrário, nós não estamos preparados para entender os mecanismos da Comunicação Social" - sublinha D. Carlos Azevedo. Em relação à comunicação dentro da própria Igreja, o secretário da CEP realça que esta, "muitas vezes, não funciona" .

O conteúdo e a mensagem da Igreja "tem valor e é muito rico" mas "necessitamos de novas formas de cuidar do embrulho". A forma é fundamental na "transmissão da fé" - frisou. Ao olhar para as celebrações, D. Carlos Azevedo nota que as "músicas são de fraca qualidade e os nossos gestos não têm beleza". E avança: "A beleza também fala de Deus". Depois de ouvir os conselhos dos oradores, o secretário da CEP afirma que as "homilias têm que ser muito bem preparadas e pensadas para que a mensagem passe". Até, os improvisos têm que ser "muito bem preparados". área onde houve um descuido" - referiu o Secretário d CEP.

D. Carlos Azevedo realça que "não adianta estarmos a dizer verdades muitos interessantes quando as pessoas estão distraídas". Uma homilia que tenha "mais de dez minutos sujeita-se a não ser assimilada". E acrescenta: "É preciso saber como captar a atenção dos fiéis".

E conclui: "Andamos muito na rotina" mas "temos recebido vários avisos - decréscimo das vocações, diminuição da prática dominical e abandono dos jovens da igreja".

ecclesia

sexta-feira, 22 de junho de 2007

ORAÇÃO, falar com Deus!

A Oração é um enigma para muitos que a consideram como algo místico e um problema para outros que têm dificuldade em estabelecer o hábito da oração.
A raiz deste mal está no próprio homem, que possui uma grande tendência para complicar as coisas simplicíssimas ligadas à vida espiritual.

Orar é conversar com Deus, Jesus e com o Espírito Santo; e isto deve ser feito com naturalidade, é um diálogo.

Onde orar?
Fale com o Pai no lugar onde estiver.
Por exemplo:
Quem dirige: ore nas estradas, no trânsito!
Quem caminha: ore na rua, nos campos!
Quem está em casa: Ore em casa!
Quem está na igreja: Ore na igreja!
Quem está no trabalho: Ore no trabalho!
Quem faz desporto: ore enquanto o pratica!

Resumindo, devemos estar sempre ligados ao Pai, e isto independentemente do local onde estivermos ou da nossa ocupação.
Não nos limitemos às orações decoradas, como se de tal dependesse a oração perfeita.
Perfeita deve ser a nossa comunhão com o Pai.

Acalma o meu passo, Senhor!

Desacelera as batidas do meu coração,
acalmando a minha mente.

Diminui o meu ritmo apressado com uma
visão da eternidade do tempo.

Nas confusões do dia a dia, dá-me
a tranquilidade das montanhas.

Retira a tensão dos meus músculos e nervos
com a música tranquilizante dos rios de águas
constantes que vivem em minhas lembranças.

Ajuda-me a conhecer o poder mágico e
reparador do sono.

Ensina-me a arte de tirar pequenas férias:
reduzir o meu ritmo para contemplar uma
flor, falar com os amigos, afagar uma
criança, ler um poema, ouvir uma música.

Acalma o meu passo, Senhor, para que eu
possa perceber no meio do incessante
labor quotidiano dos ruídos, lutas, alegrias,
cansaços ou desalentos, a Tua presença
constante no meu coração.

Acalma o meu passo, Senhor, para que eu
possa entoar o cântico da esperança,
sorrir para o meu próximo e calar-me
para ouvir a Tua voz.

Acalma o meu passo, Senhor, e inspira-me
a enterrar as minhas raízes no solo dos valores
duradouros da vida, para que eu possa
crescer até as estrelas do meu destino maior.

Obrigado Senhor, pelo dia de hoje,
pela paróquia que me deste, pelos meu trabalhos
e sobretudo pela Tua presença em
minha vida.

Socialistas católicos consideram "escandaloso" isenção pagamento taxas moderadoras

Um grupo de socialistas católicos considerou hoje "escandaloso" o anúncio feito pelo ministro da Saúde que isenta do pagamento das taxas moderadoras as mulheres que recorrerem ao Serviço Nacional de Saúde para fazer uma interrupção voluntária da gravidez.

Cláudio Anaia, dirigente do PS/Barreiro e porta-voz do grupo que hoje se reuniu em Setúbal para debater este anúncio, criticou vivamente a decisão do ministro Correia de Campos que "repudia".

"Achamos que é escandaloso que certas pessoas com doenças graves paguem taxas moderadoras e que o aborto livre tenha cada vez mais as portas ´escancaradas´ para legalização do direito a não nascer", disse Anaia em declarações à Agência Lusa.

Militante honorário da Juventude Socialista e destacado activista contra a legalização do aborto, o porta-voz deste movimento que hoje reuniu três dezenas de militantes socialistas lembrou que ser de esquerda "não é isto" e esta (a que isentou do pagamento) "não é a esquerda humanista".

As mulheres que recorram ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) para fazer uma Interrupção Voluntária da Gravidez (IGV) não vão pagar taxas moderadoras ao abrigo do regime de isenções previsto para as grávidas", revelou hoje o ministro da Saúde.

"Não pagam taxas moderadoras neste momento e não haverá uma nova taxa" para este serviço, disse António Correia de Campos durante uma conferência de imprensa para apresentar a portaria que regulamenta a lei da IGV e que entra em vigor a 15 de Julho.

Cláudio Anaia contesta ainda que o Governo socialista possa fechar maternidades enquanto permite que se abram clínicas de aborto: "Este não é o caminho certo", salientou.

O grupo de socialistas católicos qualifica de "erro e incoerência" que a mulher empregada que interrompa a sua gravidez até às dez semanas tenha direito a uma licença de maternidade com a duração mínima de 14 dias e máxima de 30" conforme prescrição médica, e que o montante do subsídio seja de 100 por cento da remuneração de referência.

"Não concordamos", frisou Anaia, adiantando que o grupo vai pedir uma audiência a Correia de Campos para que o ministro "possa dar uma explicação".
Lusa/Fim

quinta-feira, 21 de junho de 2007

TRÊS CRIANÇAS MARAVILHOSAS

Ontem, em sessão apropriada, os alunos de cada ano de escolaridade que venceram o concurso "Olimpíadas da Ortografia"receberam os respectivos diplomas e prémios.
No que toca ao 5º ano de escolaridade, três dos meus alunos ficaram nos três primeiros lugares. O Samuel, que foi o vencedor, e ainda o Rodrigo e a Sabrina. Acrescento ainda que, além de alunos, são paroquianos. São três crianças maravilhosas.
Fico feliz por eles. Desejo profundamente que, com o apoio da família, da escola e da comunidade, trilhem o seu caminho, deixando pegadas indeléveis na história.
Parabéns a todos os que participaram, porque participar já é vencer.

ONDE ESTÁ A ESPERANÇA DA IGREJA?

Está muito interessante e constitui um desafio à reflexão e ao debate.

Veja em:
http://blogs.periodistadigital.com/21rs.php/2007/06/18/idonde_esta_la_esperanza_de_la_iglesia

Seminários Menores: sim ou não?

Em conversas com sacerdotes e outras pessoas mais comprometidas, põe-se muitas vezes esta questão: hoje terão razão de existir os Seminários Menores?
Confesso que, pessoalmente, não tenho uma resposta conclusiva.

Se verificamos que em muitos anos de Teologia, os alunos são maioritariamente provindos de "fora", do "Pré-seminário"; se tivermos em conta que, num ou noutro ano, nenhum candidato, provindo do Seminário Menor, ingressa no Seminário Maior; se advertirmos que são muito poucos os seminaristas que vindos do Menor ingressam no Maior ... então a questão coloca-se.
Por outro lado, manter uma estrutura como um Seminário não é fácil nos tempos que correm. Está tudo muito caro e as exigências não param de aumentar. Depois, põe-se a questão dos "activos humanos". São precisos alguns sacerdores para manter o Seminário os quais, naturalmente, vão fazer falta noutro campo de serviço pastoral. E pergunto: com um ou dois sacerdote a tempo inteiro no despertar, promover e acompanhar as vocações "cá fora", não obteríamos melhores resultados? E com menos meios humanos, económicos e logísticos...
Surgiria naturalmente a questão: que fazer do Seminário Menor? Aqui haveria várias pistas de solução, naturalmente a enquadrar tendo em vista os interesses da comunidade diocesana.

Por outro lado, há o apego histórico-afectivo da diocese aos seus seminários. E o Seminário Menor aparece como uma garantia (?) de vocações.

Sinceramente, não sei. Embora me incline bastante mais para o encerramento do Seminário Menor e consequente reanimação de uma postoral vocacional "aguerrida"virada para "fora".
Penso é que não nos devemos furtar à reflexão e ao debate.

Kaká: um exemplo a seguir

O último número da edição italiana da revista Vanity Fair traz em primeiro plano o que é considerado o melhor jogador do mundo – Kaká. Mas o tema central da entrevista não foi o futebol, nem a recente vitória da sua equipa, o Milan, na Liga Europeia dos Campeões, ou sua candidatura à Bola de Ouro 2007. Foi a sua revelação de que nunca teve qualquer relação sexual até ao casamento, nem com a sua noiva nem com qualquer outra pessoa.
A entrevista provocou uma enxurrada de comentários. E relançou o debate que parecia, até hoje, exclusividade da Igreja católica: a virgindade ainda é um valor no terceiro milénio?

A declaração de Ricardo Izécson Santos Leite – o célebre jogador Kaká – que não é católico mas cristão evangélico, abriu um verdadeiro debate sobre tal assunto. A ideia de um jogador de futebol casto parece inacreditável num mundo em que a maioria das raparigas sonha namorar craques ricos e lindos como o campeão brasileiro. E todos conhecemos como hoje é fácil encontrar rapazes e raparigas que não pensam sequer nas consequências de se entregar sem mais a verdadeiras orgias de sexo.

Kaká explica:
– Sou um jovem normal. Não foi fácil chegar ao casamento sem nunca ter estado com uma mulher. Eu e Caroline (sua mulher) nos beijávamos e o desejo existia. Mas soubemos nos conter. Se hoje a nossa vida é mais bonita, acho que é porque esperámos pela hora certa.

«Por mais que estas declarações estejam fora de moda, não é esse o tipo de consciência e responsabilidade que todo pai e mãe sonham que os filhos tenham?» – exclama uma jornalista. E Berlusconi – o patrão do Milan – comentou numa entrevista:
– Kaká é o genro ideal, pena é que já esteja casado.

O referido jogador é mesmo um bom rapaz. Cumpridor de suas obrigações, franco e equilibrado, ele é o protótipo de um jovem exemplar. Nunca foi visto em lugares esconsos, ou a discutir com o técnico e muito menos a ser envolvido em escândalo dos paparazzi italianos, que levou um punhado de fotógrafos para a cadeia no início do ano por chantagear jogadores (entre eles, alguns brasileiros) com fotos comprometedoras.

É um modelo de jovem que toda a gente aprecia mas que só se consegue ser com muito esforço e com a capacidade de dizer não a tantas tentações que em vez de trazerem a felicidade só deprimem e degradam quem a elas se sujeita.
M. V. P.

O ONTEM já é história. O amanhã é um mistério. O hoje é uma dádiva.

Aproveitemos o tempo
Imagine que tem uma conta corrente e a cada manhã acorda com um saldo de 20 euros. Só que não é permitido transferir o saldo dum dia para o dia seguinte. Todas as noites o seu saldo é posto a zero, mesmo que não tenha conseguido gastá-lo durante o dia. Que fazer? Gastar cada cêntimo, é claro! Todos nós somos clientes deste banco que estou falando. Esse banco se chama Tempo. Todas as manhã é creditado para cada um 86.400 segundos. Todas as noites o saldo é debitado, como perda. Não é permitido acumular este saldo para o dia seguinte.

Todas as manhãs a sua conta é reinicializada, e todas as noites as sobras do dia se evaporam. Não há volta. Tem de viver, gastando no presente o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor, na saúde, felicidade ou sucesso! O relógio está correndo. Faça o melhor para o seu dia-dia.

Para poder apreciar bem o valor de UM ANO, pergunte a um estudante que repetiu de ano.
Para perceber o valor de UM MÊS, pergunte a uma mãe que teve o seu bebé prematuramente.
Para saber o verdadeiro valor de UMA SEMANA, pergunte a um editor de um jornal semanal.
Para apreciar bem o valor de UMA HORA, pergunte a quem está à espera de se encontrar com alguém que ama.
Para perceber o valor de UM MINUTO, pergunte a uma pessoa que perdeu o comboio ou camioneta.
Para dar conta do valor de UM SEGUNDO, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.
Para valorizar mesmo uma FRACÇÃO DE SEGUNDO, pergunte a alguém que venceu a medalha de prata numa Olimpíada.

Valorize cada momento que lhe é dado viver! E valorize-o mais ainda porque o pode partilhar com alguém que precisa da sua companhia ou ajuda. Lembre-se: o tempo não espera por ninguém. O ONTEM já é história. O amanhã é um mistério. O hoje é uma dádiva. Por isso é chamado de PRESENTE!!!
Autor desconhecido

quarta-feira, 20 de junho de 2007

À ESQUINA DA NOTÍCIA

88% dos portugueses considera
que a situação económica nacional é «má»

A maioria dos portugueses (88%) considera que a situação económica nacional é «má», contra 10% que dizem ser «muito boa» e «boa», segundo estima um Eurobarómetro hoje divulgado em Bruxelas.
O grau de satisfação dos portugueses com a situação económica do seu país está muito abaixo da média europeia, de 52%.
Segundo o Eurobarómetro 67 sobre a opinião pública na União Europeia (UE), Portugal está no fundo da tabela de satisfação dos cidadãos com o estado económico, empatado com a Bulgária e apenas ultrapassado pela Hungria, onde só nove por cento disseram estar satisfeitos com a economia.
Em comparação com o Eurobarómetro 66, realizado no Outono passado, a quantidade de portugueses insatisfeitos aumentou um ponto percentual.
No outro extremo da tabela estão os dinamarqueses, com um grau de satisfação com a economia nacional de 99 por cento, seguidos pelos holandeses, com 93 por cento.
A sondagem foi realizada entre 10 de Abril e 15 de Maio último nos 27 estados-membros da UE, pela empresa TNS Opinion & Social que, em Portugal, fez 1.011 de um total de 29.222 entrevistas a maiores de 15 anos.
Diário Digital / Lusa, 20-06-2007 12:24:00

Vaticano sugere punição
para os clientes de prostitutas

O novo documento do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI) apresenta as realidades da prostituição e dos meninos de rua como prioridades na acção da Igreja, perante as mudanças da sociedade actual.

As "Orientações para a Pastoral da Estrada", apresentadas hoje em conferência de imprensa, classificam a prostituição como "uma forma de escravidão, uma ofensa à dignidade humana e uma grave violação dos direitos fundamentais", afirmando que "é hora de condenar com vigor" todas as formas de violência sexual contra as mulheres, "dando vida a instrumentos apropriados de defesa".

"No início do terceiro milénio, não podemos continuar impassíveis e resignados diante deste fenómeno", observa o documento, no qual se pede "uma verdadeira mudança cultural em relação ao comércio sexual". Além disso, defendem-se alterações do código penal, para penalizar quem abusa e utiliza a prostituição, associando-o à "condenação social colectiva".

O texto explica que também o "cliente" das prostitutas é de um certo modo um "escravo", uma pessoa que "deve ser ajudada a resolver os seus problemas mais íntimos e a encontrar modos coerentes de orientar as suas tendências sexuais".

Crianças de rua
O Vaticano debruça-se também, neste documento, sobre o fenómeno das crianças de rua, que actualmente são cerca de «100 milhões de jovens, uma verdadeira urgência social», e sobre o resultado da «desagregação crescente das famílias, de tensões entre os pais ou de comportamentos agressivos, violentos e por vezes perversos para com as crianças».

Para resolver o problema, a Igreja propõe que se passe da «pastoral da espera» à «pastoral do reencontro», ou seja que se vá ao encontro «dos jovens onde estes se encontram, ou seja, nas ruas (...) nas boîtes e discotecas e nas zonas mais quentes das metrópoles».

Quanto aos sem-abrigo, o CPPMI lamenta que os pobres "já não suscitem compaixão" e pede que a Igreja "vá ao encontro das pessoas sem morada fixa", para combater o isolamento em que vivem.
ecclesia

SAÚDE MAIS CARA PARA OS POBRES

Veja em:

http://padrejoaoantonio.blogs.sapo.pt

Hoje é o Dia Mundial dos Refugiados

Estima-se que haja no mundo 10 milhões de refugiados. A maior vaga de deslocados - dois milhões - está actualmente no Paquistão, vindos do vizinho Afeganistão. Seguem-se o Sudão, Somália. Congo, Burundi,...

Ainda que um português, António Guterres, seja o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, isso não fez mudar a situação de Portugal ser o país da Europa com menos pessoas a pedir asilo. Vá-se lá saber-se porquê!
No entanto temos um centro de acolhimento para refugiados, na Bobadela, que é considerado de excelência. E, numa reportagem que ouvia agora pela manhã, e que recolhia testemunhos de alguns dos que ali estão, parece que estavam bastante contentes pelo acolhimento. Graças a Deus, por isso.

http://nasacristia.blogspot.com

terça-feira, 19 de junho de 2007

TEM SIDO UMA EXPERIÊNCIA FANTÁSTICA DE COMUNHÃO

O Conselho Pastoral é uma importante estrutura na vida da Igreja, quer a nivel paroquial quer diocesano. É um órgão de participação na comunhão. É certo que não vincula, mas na realidade vincula mesmo....
Quando há anos senti necessidade de o criar na paróquia, pedi e procurei vários exemplares de estatuto do Conselho Pastoral. Depois, de acordo com esta realidade, foi estrurando o estatuto do Conselho Paroquial desta paróquia. Consultei pessoas entendidas, auscultei paroquianos, refecti, rezei. Uma vez feito, enviei-o para a diocese.

Depois foi todo um paciente e demorado trabalho de o explicar à comunidade através dos diferentes meios à minha disposição.

Havia um problema: como se havia de proceder para a eleição dos representanes dos povos e dos grupos? Quanto aos grupos, era mais fácil. Cada um escolhei o seu representante. Mas os povos? É que são muitos. A minha ideia era que existisse mesmo uma verdadeira participação. Depois de muito matutar, acabei por arriscar. Houve mesmo eleições. Vai de voltar a explicar à comunidade o sentido específico desta eleição, sem propagandas. Pedi e insisti que cada pessoa escolhesse em consciência, tendo em consta a especificidade do órgão a eleger.

No dia marcado, ao fim das Eucaristias dominicais, foi entregue um boletim a cada pessoa, onde apenas escrevia o nome do seu povo e a pessoa que elegia. Quem não sabia ler, acolhia-se àquele (a) em que confiasse. Todos tinham trazido caneta, embora houvesse algumas disponóveis para os mais esquecidos. Muita gente a apoiar: distribuir e a recolher boletins, com canetas, a prestar algum esclarecimento. Em 5 minutos tudo se realizou. Com imensa paz, com enorme organização, com participação muito boa. Os votos em branco foram praticamente insigmificantes. Brincalhões, dois ou três nas primeiras eleições. Porque nas segundas, nenhum! Fantástico!

A comissão responsável pela contagem dos votos realizou o seu trabalho. E no domingo seguinte cada povo pôde analisar o processo e conhecer os resultados. Mas nas duas Eucaristias nos povos, porque eram menos pessoas, estas quiseram saber o resultado logo ali. Toda a gente assistiu. E no fim uma salva de palmas deu as boas-vindas ao eleito (a).

Tem sido uma experiência maravilhosa de comunhão. Jamais a esquecerei. É por isso que o Conselho Pastoral tem "autoridade". Ela vem-lhe do voto dos seus irmãos na fé.

Claro que, além dos eleitos pelos povos e pelos grupos, há os "inatos": pároco, diácono, representante das religiosas. E existe ainda o grupo dos nomeados em representação da família e da sociedade civil.

São reuniões sempre longas as do Conselho Pastoral e que me acarretam - não o nego - algum stress. Mas gosto. Mesmo. Os grupos partilham suas dores e angústias, mas também suas alegrias e sucessos; os povos fazem chegar as suas achegas e as suas propostas; a paróquia é reflectida; o plano pastoral é elaborado e analisado; quando necessário, faz-se uma comunicação ao povo de Deus, como acontece sempre pela Páscoa.
Há muitos anos, era ainda um jovem sacerdote, uma colega de escola, católica consciente, dizia-me que faltava nas comunidades um órgão onde as pessoas se pudessem exprimir institucionalmente, que o discurso na Igreja era sempre vertical, de cima para baixo, que as pessoas nunca tinham vez de se exprimir ... E acrescentava que isso talvez explicasse um certo "corte e costura" contra os padres e a hierarquia. Ficou-me. E como sou um apaixonado pela participação dos leigos na vida da Igreja, compreendem a minha enorme satisfação pela existência deste órgão de participação e comunhão.

Claro que é preciso ter humildade para saber ouvir, até muitas críticas injustas, muitas sugestões utópicas, muitos desafios. Mas também é espaço privilegiado para aprender a ouvir, propor, explicar, movimentar, aprender, unir.

Mas gostava mesmo que todas as paróquias e todas as dioceses tivessem mesmo um Conselho pastoral a funcionar. Todos lucrávamos, acreditem.

Asas da Montanha com novo cabeçalho

O Blog Miradouro teve a amabilidade de apresentar uma proposta para o cabeçalho do Asas da Montanha. Gostei muito.
Só que, aselha como sou nestas coisas das novas tecnologias, não consegui colocá-lo, apesar de toda a permenorizada informação que o Blog Miradouro gentilmente me forneceu.

Mais uma vez bato à porta do Luis e da Rosvita. E mais uma vez sou atendendido. E eis o Asas da Montanha com uma carita nova. Só espero que gostem tanto como eu.

Tanto o Blog Miradouro ( http://blogmiradouro.blogs.sapo.pt) como o casal Luis&Rosvita são fantásticos. A eles a minha gratidão.
Muito obrigado.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

O fácil e o difícil na vida

-Fácil é ocupar um lugar na agenda telefónica.
-Difícil é ocupar o coração de alguém.
- Fácil é julgar os erros de outros.
-Difícil é reconhecer os nossos próprios erros.
-Fácil é ferir quem nos ama.
-Difícil é curar essa ferida.
-Fácil é perdoar a outros.
-Difícil é pedir perdão.
-Fácil é exibir a vitória.
-Difícil é assumir a derrota com dignidade.
-Fácil é sonhar todas as noites.
-Difícil é lutar por um sonho.
-Fácil é orar todas as noites.
-Difícil é encontrar Deus nas pequenas coisas.
-Fácil é dizer que amamos.
-Difícil é demonstrá-lo todos os dias...
-Fácil é criticar os demais.
-Difícil é melhorar-nos a nós mesmos...
-Fácil é pensar em melhorar.
-Difícil é deixar de pensá-lo e realmente fazê-lo...
-Fácil é receber.
-Difícil é dar.

http://www.raizesdomundo.blogspot.com

AÍ ESTÃO OS EXAMES!

Cerca de 280 mil alunos iniciaram hoje os exames nacionais obrigatórios para a conclusão do ensino básico e secundário.

No básico, mais de mil alunos realizam terça e quinta-feira os exames nacionais de Língua Portuguesa e Matemática, respectivamente, provas que valem 30 por cento da classificação final das duas disciplinas.
Ao longo de 90 minutos, os alunos vão testar conhecimentos relativos a toda a matéria leccionada nos três anos do terceiro ciclo, sendo as pautas afixadas a 11 de Julho.

Já no ensino secundário, são quase 170 mil os estudantes que iniciaram hoje a primeira fase dos exames nacionais, que se prolonga até 26 de Junho.
O número de alunos a realizar as provas do 11º e 12º anos desceu quase cinco por cento relativamente ao ano passado, com menos 7.227 inscritos.

Dos 169.567 que este ano se inscreveram para os exames, quase dois terços vão fazer as provas com a intenção de concorrer ao Ensino Superior.
As raparigas continuam em clara maioria entre os inscritos, representando 57 por cento do total, uma tendência que se verifica já há vários anos.

A classificação no exame nacional vale 30 por cento da nota final da disciplina e varia entre os 35 e os 50 por cento para a nota de candidatura às universidades e institutos politécnicos.

A segunda fase dos exames do ensino secundário decorre entre 12 e 17 de Julho, sendo os resultados afixados a 27 do mesmo mês.

Os alunos que concluírem todos os exames na primeira fase podem candidatar-se ao Ensino Superior entre 9 e 13 de Julho, enquanto os estudantes que forem à segunda fase de provas concorrem entre 27 de Julho e 3 de Agosto.
Lusa/SOL

A todos os alunos, a começar pelos da minha escola, desejo o maior sucesso nos exames.

A minha terra

Li hoje num jornal da região que a minha terra acaba de inaugurar a sede da Junta de Freguesia.
Pelo que vi nas fotografias, gostei. Espero ver ao vivo brevemente.
Parabéns ao seu jovem e dinâmico presidente da Junta e a todos os conterrâneos.

domingo, 17 de junho de 2007

E o interior, Senhor?

Um amigo costuma dizer, meio a brincar, que se Portugal não liga ao interior, então que o ceda a Espanha. Ao menos os que cá vivem teriam melhor nível de vida.
Escolas e maternidades fecham por toda a parte. Alguns até já vão nascer a Espanha e outros nascem nas estradas deste país! As estruturas intermédias de decisão vão partindo, umas após outras, para o litoral. A agricultura é um campo esquecido dos decisores políticos. Os incentivos à fixação de pessoas e de empreas no interior são uma miragem. Em muitas zonas, as vias de comunicação deixam muito a desejar.
Então volta o êxodo silencioso dos portugueses. Todos os anos partem milhares em busca de um pão mais farto e de um futuro com algum sol. Nas aldeias, praticamente entregues a si próprios, ficam os idosos, os velhos e aqueles "que nem habilidade têm para emigar", no dizer de alguém.

Entretanto Lisboa absorve os políticos, os decisores, a comunicação social. Ele é eleições para a Câmara Municipal, ele é o novo aeroporto na OTA ou em Alcochete, ele é TGV, ele é as duas novas pontes para a travessia do Tejo... No tempo da "outra senhora", dizia-se que Portugal era Lisboa e que o resto era paisagem. E agora?
Que Lisboa esteja esteja entre as 50 cidades com mais qualidade de vida entre 215 em todo o mundo, é bom. Péssimo é a diferença entre o nivel de vida lisboeta e o da província. Parece que se trata de dois países diferentes! Onde está a tão propalada coesão nacional? Que fazemos da solidariedade entre concidadãos? Não era nestes campos que a política deveria ter um papel que se visse?

Tendo em conta que o interior se diz esmagadoramente católico, é de perguntar: onde estão os profetas do interior que denunciem o abandono do povo pelo poder central e pelos centros de decisão?
A começar pelos senhores Bispos. Muitas reuniões e poucas intervenções a favor dos novos marginalizados, abandonados, descriminados e esquecidos da sociedade portuguesa...

NESTA COMUNIDADE SÃO DEZ


Ministros Exaordinários da Comunhão. Nesta comunidade são dez. Semanalmente visitam cerca de 50 doentes, sem contar o Lar e o Hospital.

Quanta paz me traz o serviço que estes 10 irmãos prestam aos que sofrem! Eles não vão em nome próprio, vão em nome da comunidade. Em Igreja ninguém se anuncia a si mesmo, mas somos sempre voz e vez da comunidade, coração, pernas, braços, língua da comunidade. E a comunidade existe por Cristo e para Cristo.


Os Ministros Extraordinários da Comunhão prolongam a Eucaristia pela paróquia fora, levando-a à queles que a ela não conseguem vir. Levam-lhes o Pão da Vida.


Eles são a presença da comunidade que ouve, atende, acolhe, conforta e ajuda os irmãos mais débeis, os nossos queridos doentes.


Eles desempenham um papel fundamental. Não dá nas vistas, mas é indispensável. E como o desempenham com alegria!


Os doentes anseiam por esta visita semanal. Acolhem-na com tanta satisfação. Não terá sido assim no princípio - pelo menos com muitos deles - mas agora não a dispensam. E como eu sei que este momento é tão importante para eles!


Senhor, Tu operas maravilhas.

Dia Mundial da Desertificação e da Seca


Hoje em todo o mundo celebra-se o Dia Mundial da Desertificação e da Seca, com o lema «Desertificação e Alterações Climáticas: um desafio global».
A comemoração coincide ainda com o arranque em Sevilha do Fórum Internacional da Seca que até quarta-feira reúne mais de centenas de especialistas de dezenas de países, entre eles Portugal.

Portugal é um dos três países mais desertificados da Europa segundo as últimas análises realizadas pela Agência Espacial Europeia e pela Desert Watch.
A análise da AEE, feita com base em imagens obtidas pelo seu sistema de satélite e que destaca ainda a desertificação em Itália e na Turquia, insere-se num projecto que está a ser desenvolvido em conjunto com a Convenção das Nações Unidas para a Luta contra a Desertificação (UNCCD).

Segundo o projecto DesertWatch da AEE, o nível de desertificação nos três países - Portugal, Itália e Turquia - é dos mais elevados da Europa, sendo crucial melhorar agora os modelos de análise, que começou a ser feita em 2004.

Estimativas da AEE indicam que a desertificação, um processo de degradação da terra induzido parcialmente pela actividade humana, põe em risco a saúde e o bem-estar de mais de 1. 200
milhões de pessoas de mais de 100 países.

Neste XIº Domingo do Tempo Comum...

«Os teus pecados estão perdoados.» Lc. 7, 48

Pai Santíssimo;
Tu que abominas o pecado
Mas não abandonas
Nem marginalizas o pecador;
Te agradeço o poder recomeçar
O poder levantar-me!
De saber que,
Mesmo quando recuso o teu amor,
Tu continuas a amar-me…
Sem reserva…
Sem medida!

Quero descobrir-Te, bom Pai,
Como o Senhor mais que justo…
O Senhor Misericordioso!

Ensina-me a, como Jesus, acolher e perdoar;
Ensina-me a verdadeira humildade;
Para ter a coragem de não esconder ou justificar
Os meus erros e pecados
E apenas confiar na tua bondade,
Que sempre me auxilia a recomeçar
E me chama constantemente à santidade!
http://tocarlos.blogspot.com/

sábado, 16 de junho de 2007

Por uma Igreja não clerical nem clericalizada

"Existe na Igreja diversidade de funções, mas unidade de missão.
Aos Apóstolos e seus sucessores, confiou Cristo a missão de ensinar, santificar e governar em seu nome e com o seu poder. Mas os leigos, dado que são participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, têm um papel próprio a desempenhar na missão do inteiro Povo de Deus, na Igreja e no mundo."

"E sendo próprio do estado dos leigos viver no meio do mundo e das ocupações seculares, eles são chamados por Deus para, cheios de fervor cristão, exercerem como fermento o seu apostolado no meio do mundo."
DECRETOA SOBRE O APOSTOLADO DOS LEIGOS, CAP. I, 2

Durante esta semana , dois Bispos portugueses enalteceran o trabalho dos leigos nas suas dioceses. Gostei.
Se queremos uma Igreja "casa e escola de comunhão" jamais devemos esmorecer na tarefa de cativar, formar, motivar os leigos para a missão. Eles são a maioria esmagadora dentro da Igreja. Eles também são Igreja!
Há que fazer tudo para que eles descubram a sua missão no interior da comunidade e, sobretudo, no mundo. Urge valorizar os ministérios laicais , dar-lhes espaço e autonomia dentro da comunhão da Igreja. Há que confiar neles. Sem os clericalizar. Respeitando a sua
idiossincrasia laical.
Não esquecer nunca que o campo específico do apostolado dos leigos é a secularidade. É na família, no trabalho, no sindicalismo, no patronato, na comunicação social, no desporto, no café, na escola, nas associações juvenis, no divertimento que os leigos são chamados a ser "sal, luz, fermento do Evangelho". Penso que ou Cristo chega aí pelo testemhunho e acção dos leigos ou não chegará...

Claro que não é tarefa muito fácil. A começar pelos próprios leigos. Durante séculos instalados numa mais ou menos tranquila passividade, revelam agora alguma resistência em assumir-se como Igreja. Em muitos, está mais marcada a ideia de "carroça" do que de "motor". Poucos se mostram disponíveis para a "sua" missão. Poucos procuram formação (tantas vezes a rejeitam!). Poucos estão disponíveis para o risco alegre do anúncio. Preferem, em geral, ficar na concha. É-lhes mais cómodo olharem para a Igreja como "supermercado de sacramentos" do que como comunidade a construir em Cristo, evangelizada e evangelizadora.
Claro que também há sacerdotes que lá no fundo mantêm uma certa desconfiança em relação aos leigos. "Os leigos podem colaborar desde que façam o que eu quero", ouvi certa vez a um colega. Ora isto também não é nada. Apenas clericalismo puro e bafiento.

A ideia, penso eu, é a celebração continuada da comunhão (comum união) entre todos: bispos, padres, leigos e religiosos. No respeito pelo múnos específico de cada um.

Dá que pensar! Por que será que em alguns foruns católicos se discutem muito mais as funções, atitudes e posturas dos sacerdotes do que dos leigos? E olhem que a maioria são leigos.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Uso-o como ventoinha de tecto!

Um cidadão morreu e foi para o céu. Enquanto estava em frente a São Pedro, nas Portas Celestiais, viu uma enorme parede com relógios atrás dele. Ele perguntou:
- O que são todos aqueles relógios?
São Pedro respondeu:
- São Relógios da Mentira... Toda a gente na Terra tem um Relógio da Mentira. Cada vez que alguém mente, os ponteiros movem-se mais rápido.
- Oh! - exclamou o cidadão. - De quem é aquele relógio ali?
- É o da Madre Teresa. Os ponteiros nunca se moveram, indicando que ela nunca mentiu.
- E aquele, é de quem?
- É o de Abraham Lincoln. Os ponteiros moveram-se duas vezes, indicando que ele só mentiu duas vezes em toda a sua vida.
- E o Relógio do Sócrates, também está aqui?
- Ah! O do Sócrates está na minha sala.
- Ai sim? - espantou-se o cidadão. - Porquê?
E São Pedro, rindo:
- Uso-o como ventoinha de tecto!
http://apostolosnavegantes.do.sapo.pt/

Nem todos são estadodependentes...

Ficou órfão de pai muito novo. Nos tempos livres da escola, enquanto os amigos jogavam à bola, ele, criança ainda, ia comercializar baga de sabugueiro para a sua subsistência e a da mãe. Já mas crescido, aproveitava as férias grandes para trabalhar em restaurantes de familiares e assim ganhar para as despesas da escola. Acabado o secundário, não pôde seguir para a universidade porque não tinha meios económicos.
Aos 19 anos, abriu uma livraria. Depois, seguindo a sua formação de base, entrou no ramo da contabilidade. Tudo com calma, com os pés no chão, sedimentando os processos que levam ao sonho. Fundou a Eurogestão que não pára de crescer e de irradiar. Mais tarde, como estudante nocturno, fez a sua licenciatura.

Hoje esteve comigo na rádio. Foi uma maravilha ouvi-lo.
A par da sua actividade empresarial, mantém uma vida familiar intensa e uma participação cívica digna de registo. Já foi preseidente da Junta de Freguesia; é actualmente presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tarouca.
Fala dos Bombeiros com enorme paixão e com muita razão. Frisa constantemente o elevado grau de profissionalismo dos "soldados da paz"; não aprecia protagonismos, porquem esses pertencem ao Corpo Activo e ao Comando; precupa-se que não faltem meios lógísticos e técnicos à actividade dos Bombeiros; fala com convicção daquela casa como espaço de vivência e de promoção da cidadania.

Gostei da maneira como repetidamente se referiu aos trabalhadores da empresa que dirige. Chamou-lhes sempre colaboradores. Afirmou que a sua empresa, tendo logicamente uma estrutura hierarquizada, é um espeço vertical, onde todos se sentem empresa, onde todos, cada um a seu modo, participam nos lucros. Referiu o empenho que coloca na promoção dos colaboradores, sempre instigados a cultivar-se, a saber mais, a continuar os estudos, a ter melhor preparação. Referiu ainda que, a par de uma grande atenção às situações humanas das pessoas, existe uma exigência profissional no sentido de cada uma dar o seu melhor, numa atenção permanente aos clientes e ao público.

No amigo Dr. Domingos Nascimento, quero homenagear todos os pequenos empresários honestos que, na agricultura, na indústria, no comércio, na construção e nos serviços lutam contra todas as adversidades actuais para manter a sua empresa e os postos de trabalho que gera.
Esta gente passa, tantas vezes, por dificuldades tremendas, vividas quase sempre num sofrimento que poucos ou ninguém conhece, mas que não deixam de lutar por construir o seu caminho.

Estou mais que convencido que urge uma educação para a criatividade, para a inovação. Teremos que lutar contra o velho vício português de sermos ums estadodependentes, uns camerodependentes. Até porque a tendência é para despedir funcionários públicos, não para os admitir.
Quanto mais livres forem as pessoas em relação aos políticos, mais liberdade têm de os "pôr nos eixos!" E não é disto que muitos precisam?

“Revesti-vos de Cristo”

O Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, celebra-se nesta sexta-feira.

Esta iniciativa - criada a 25 de Março de 1995 pelo Papa João Paulo II - tem contribuído "para alargar no Povo de Deus a estima e a oração pelos seus sacerdotes, particularmente necessárias quando eles envelhecem e escasseiam, não podendo aliás ser sempre substituídos onde estejam".

"Cada sacerdote é um dom de Deus à Igreja, que se agradece, acompanha e estimula pela oração de todos. E o mesmo se diga das vocações na sua origem, em que se aliam a iniciativa divina e a colaboração dos crentes", diz D. Manuel Clemente, Bispo do Porto.

Nesse sentido, D. Clemente deixa votos de que este Dia de Oração sirva para "que se renove em todas e cada uma das paróquias e comunidades da Diocese a oração quotidiana e fervorosa pelo dom do sacerdócio ministerial e pela sua realização em sacerdotes santos, onde se manifeste a caridade pastoral que ardia no coração de Cristo".

"Bem sabemos que aqui é diferente..."

Num dia desta semana, regressava da escola. Pelo caminho encontro um casal de velhos amigos. Amigos mesmo. Foi uma festa!
Disseram que vinham muitas vezes por estes lados, mas, embora gostassem, não me procuravam com receio de me ocupar o tempo, que bem sabiam que tenho muito que fazer. Procuravam e insistiam por que razão não aparecia lá por casa como antigamente. Bem, já sabiam que não está no meu feitio andar a cirandar por paróquias onde já estive. Mas que não percebiam... Não havia mal nenhum ... sentiam a minha falta. Que me ouviam, sempre que possível na rádio à sexta-feira, que liam o jornal. Mas que nada substitui a presença do amigo.

A conversa continuou. Falámos dos filhos, que felizmente só lhes têm dado alegrias, da saúde, que nem sempre é muita, da sua terra, da vida. Recordámos alguns episódios do passado, todos bem agradáveis. A determinada altura, solto uma gargalhada.
- Já tinha saudades do seu riso franco e aberto - disse ela. - Aliás parece-me agora mais pesado, mais tristonho, mas solitário do que antigamente. Será só da idade?...
- Lembra-se como gostava de ir ao café, de alegrar a "malta" com as suas histórias e piadas, de jogar as cartas, de aparecer nas festas? - continou ele. - Bem, jogador de cartas nunca foi grande coisa! Quando jogava consigo, fazia-me sempre perder a paciência... Era cada "calinada!"
- E dançar também nunca dançou - acrescentou ela.
- Pois...

Bem sabemos que aqui é diferente. Tem que se proteger mais. E mesmo assim deve ter que mudar de roupa várias vezes, tal é o "corte" que por aí se ouve.
- Ó mulher, não sejas assim! Sei que tem cá grandes, grandes amigos. Pessoas que o estimam, apreciam o seu trabalho, colaboram e o defendem. E até muita gente que nem pratica por aí além...

Disse-lhes que, acima de tudo, era uma questão de idade. A idade, em princípio, torna-nos mais serenos, mais prudentes. E naturalmente, mais pesados, menos saltariquentos. Que gosto imenso da paróquia. Que problemas há em todo o lado, mas que as pessoas, por regra, são maravilhosas. E depois, " cada terra com seu uso e cada roca com seu fuso"! Há que nos sabermos adaptar à maneira de ser da comunidade se queremos ajudá-la a crescer.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Uma obra que honra a Diocese


Acabo de regressar do Seminário, onde assisti à apresentação livro A finitude do Infinito. O itinerário teologal do Homem em Xavier Zubiri, da autoria do Cón. Doutor João António Pinheiro, Reitor do Seminário Maior.
Trata-se da tese com que o autor obteve, com a classificação máxima, o grau de Doutor em Teologia Fundamental.
O nosso Reitor escolheu este dia, porque, se o seu pai fosse vivo, faria 104 anos. Desta forma, quis nobremente homegear o seu progenitor.
A apresentação foi feita pelo Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, e pelo seu Orientador, Prof. Doutor Jacinto Farias. A presidência coube ao senhor Bispo de Lamego, D. Jacinto Botelho. Houve ainda lugar para a canção e para a recitação de textos da obra. No final, o autor autografou o livro a quem lho solicitou.
Estava bastante gente, felizmente. Muitos sacerdotes e leigos amigos.
Felizmente, o Seminário vai proporcionando à Diocese belos momentos culturais. Que me recorde, foram pelo menos três. D. Manuel Clemente veio falar sobre o Conde de Samodãos, esse leigo que soube estar tão belamente no meio do mundo do seu tempo; sobre o grande Miguel Torga, que fora aluno do nosso Seminário; agora a apresentação desta obra, que no dizer do Prof. Jacinto Farias, honra Lamego, a Diocese e o Seminário.
Parabéns, bom amigo! Ficamos à espera de mais.

Condecoração Merecida

10 de Junho - Dia de Portugal - foi marcado por condecorações honrosas como reconhecimento de valores e obras de algumas pessoas, tantas vezes esquecidos, que merecem ser apresentadas para exemplo dos outros portugueses.

Entre as várias condecorações recorto a do Bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins.

O nosso Presidente da República esteve atento à vertente social do percurso de D. Manuel Martins quando Bispo de Setúbal: ao seu interesse pela causa dos desempregados e dos pobres, à denúncia que corajosamente fez dessas situações dramáticas, à sua luta perante os governantes de então para que a miséria de muita gente de Setúbal não fosse mais negra ainda.

D. Manuel, à semelhança de Jesus pregava o Reino de Deus e ajudava aqueles que precisavam de pão. "Tinha pena daquela multidão faminta".A sua luta contra a pobreza foi reconhecida sobretudo pelo povo de Setúbal e a condecoração honrosa da Ordem de Cristo agora concedida é expessão desse reconhecimrnto.

A condecoração deste extraordinário Bispo, de estilo de vida simples e humilde, tem uma projecção incalculável: enaltecea própria Igreja, que tantas vezes é alvo de ataques injustos, e repercute-se de algum modo no Episcopado e nos sacerdotes e é uma glória e estímulo para todos os cristãos católicos.

Mário Salgueirinho

Não saber entender, não querer entender...


Uma história

Ao pequeno almoço, a esposa olha pela vidraça da janela e comenta para o marido:
- Já viste a roupa da vizinha? Toda encardida, mal tratada, mal estendida... Uma vergonha! Não sei como pode haver gente tão descuidada.

O marido olha pela vidraça, mas não comenta.

Nos dois dias seguintes, repete-se a história. No terceiro dia, a esposa olha e, admirada, comenta para o marido:

- Parece que a vizinha ouviu o que eu disse. Olha como está a roupa estendida. Tudo bem arrumadinho, bem tratadinho... Vês, como fiz bem em falar!

O marido levanta os olhos, passeia o olhar pelo estendedoiro da roupa e responde:

- Hoje levantei-me antes de ti e lavei as nossas vidraças...


Não saber entender ... não querer entender...



Há gente que não é capaz de entender o que ouve ou lê, por mais clara e explicada que seja a mensagem. Tem as vidraças da inteligência sujas.

Se há, ao menos, um bocado de humildade, reconhece a sua limitação; se à limitação intelectual junta a arrogância, então nada a fazer. Nada mais insuportável que a arrogância do ignorante. Pronuncia-se sobre o que não sabe ou não entende, tece juizos a torto e a direito, ousa julgar toda a gente... sente-se o melhor. Nem sequer se apercebe do ridículo em que se movimenta. É como a esposa da história... Neste caso, estamos perante a evidência do "pobre coitado".



Mas há quem não queira entender. São os que têm as vidraças do coração sujas. Julgam o que ouvem ou lêm segundo a sua própria sujidade, os seus preconceitos, as suas manias, as suas perversidades. Como são, ouvem, lêem, analisam. Não é a mensagem em si que analisam, mas aquilo que eles lá projectam, ou que aí gostavam de ver para se poderem afirmar.

Cegos de coração, projectam na luz a sua própria escuridão.



Qual das duas situações é mais abominável? Qual delas denota maior escravidão?

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Para pensar...

  • Nem tudo o que luz é oiro...
  • Nem tudo o que se ouve é para se dizer.
  • Nem tudo o que parece é.
  • Nem só de pão vive o homem.

  • É o que sai do interior do homem que o torna impuro.

  • Quem não vive para servir não serve para viver.

  • Sê sempre o terminal da autoestrada de toda a má língua.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Santo António de Lisboa


Santo António nasceu em Lisboa, provavelmente a 15 de Agosto de 1195, numa casa junto das portas da antiga cidade (Porta do Mar), que se pensa ter sido o local onde, mais tarde, se ergueu a Igreja em sua honra.
Tendo então o nome de Fernando, fez na vizinha Sé os seus primeiros estudos, tomando mais tarde, em 1210 ou 1211, o hábito de Cónego Regrante de Santo Agostinho, em São Vicente de Fora, pela mão do Prior D. Estêvão.
Ali permaneceu até 1213 ou 1214, data em que se deslocou para o austero Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde realizou os seus estudos superiores em Direito Canónico, Ciências, Filosofia e Teologia.
Segundo a tradição, talvez um pouco lendária, o Santo tinha uma memória fora do comum, sabendo de cor não só as Escrituras Sagradas, como também a vida dos Santos Padres.
As relíquias dos Santos Mártires de Marrocos que chegaram a Coimbra em 1220, fizeram-no trocar de Ordem Religiosa, envergando o burel de Frade Franciscano e recolher-se como Eremita nos Olivais. Foi nessa altura que mudou o seu nome para António e decidiu deslocar-se a Marrocos, onde uma grave doença o reteve todo o inverno na cama. Decidiram os superiores repatriá-lo como medida de convalescença.
Quando de barco regressava a Portugal, desencadeou-se uma enorme tempestade que o arrastou para as costas da Sicília, sendo precisamente na Itália que iria revelar-se como teólogo e grande pregador.
Em 19 de Março de 1222 em Forli, falou, perante religiosos Franciscanos e Dominicanos recém ordenados sacerdotes e, tão fluentemente o fez que o Provincial pensou dedicá-lo imediatamente ao apostolado.
Fixou-se em Bolonha onde se dedicou ao ensino de Teologia, bem como à sua leitura. Exercendo as funções de pregador, mostra-se contra as heresias dos Cátaros, Patarinos e Valdenses. Seguiu depois para França com o objectivo de lutar contra os Albijenses e em 1225 prega em Toloso. Na mesma época foi-lhe confiada a guarda do Convento de Puy-en-Velay e seria custódio da Província de Limoges, um cargo eleito pelos Frades da região. Dois anos mais tarde instalou-se em Marselha, mas brevemente seria escolhido para Provincial da Romanha.
Assistiu à canonização de São Francisco em 1228 e deslocou-se a Ferrara, Bolonha e Florença. Durante 1229 as suas pregações dividiram-se entre Vareza, Bréscia, Milão, Verona e Mântua. Esta actividade absorvia-o de tal maneira que a ela passou a dedicar-se exclusivamente. Em 1231, e após contactos com Gregório IX, regressou a Pádua, sendo a Quaresma do ano seguinte marcada por uma série de sermões da sua autoria.
Instalou-se depois em casa do Conde de Tiso, seu amigo pessoal, onde morreu em 1231 no Oratório de Arcela.
O facto de ter sido canonizado um ano após a sua morte, mostra-nos bem qual a importância que teve como Homem, para lhe ter sido atribuída tal honra. Este acto foi realizado pelo Papa Gregório IX, que lhe chamou "Arca do Testamento".
Considerado Doutor da Igreja e alvo de algumas biografias, todos os autores destas obras são unânimes em considerá-lo como um homem superior. Daí os diversos atributos que lhe foram conferidos: "Martelo dos hereges, defensor da fé, arca dos dois Testamentos, oficina de milagres, maravilha da Itália, honra das Espanhas, glória de Portugal, querubim eminentíssimo da religião seráfica, etc.".
Com a sua vida, quase mítica, quase lendária, mas que foi passando de geração em geração, e com os milagres que lhe foram atribuídos em bom número, transformou-se num taumaturgo de importância especial.
in ecclesia

segunda-feira, 11 de junho de 2007

A Igreja deve vir para a praça pública

“... a Igreja não tem sabido entender este mundo e acompanhá-lo”. “... deve vir para a praça pública, porque mesmo que lhe criem dificuldades ou lhe tirem o seu lugar, como acontece, deve assumir corajosamente e sem medo o seu papel”.

A Igreja descura e cala os valores humanos, “e a situação do trabalho em Portugal é disso exemplo”. A Igreja tem de pronunciar-se “mas de forma a ser ouvida, não é com papeis ou documentos” de forma a que “o desenvolvimento seja acompanhado de solidariedade e manifeste a preocupação de considerar o homem como elemento responsável na construção da história”.

A situação actual do país “merece uma atenção tão grande que nos devíamos pronunciar de uma forma mais visível”.

O trabalho, a economia “acente numa filosofia neo liberal”, a flexisegurança “considera cada vez menos o homem”, conferindo-lhe uma posição “exclusiva de produtor” e acrescente ser “repugnante ouvir falar em flexisegurança e na mobilidade, quando sabemos que o essencial não é garantido”.

As questões da vida são outra preocupação para o Bispo emérito. Em contexto da lei do aborto, D. Manuel Martins ironiza a importância “vital de uma lei, quando 80% dos médicos vão invocar objecção de consciência”, destaca. A cultura da morte toma conta da sociedade “mesmo quando uns quantos se reúnem para apregoar o valor da vida e para discutir questões ambientais”, evidencia, referindo-se ao encontro do G8.

Mas a Igreja é essencialmente política na medida em que prega os grandes valores humanos e a dignidade do homem”, porque considera que a dignidade humana “se situa numa posição política que não tem nada a ver com a forma como actualmente é encarada”.

A política “que é tão nobre tornou-se em algo evitável”. Porque a verdadeira está “só ao serviço do homem, coisa que agora não acontece”, pois os direitos e valores estão “ausentes”, afirma.

D. Manuel Martins, ecclesia, hoje

domingo, 10 de junho de 2007

E se continuasse a ter púlpito...

O Bispo Emérito de Setúbal, D. Manuel Martins afirmou hoje que o povo de Setúbal é um dos mais interventivos e que não se deixa comer, ao recordar o tempo em que barafustava com o governo.
"O povo de Setúbal é considerado o povo de Portugal mais interventivo, porque não se deixa comer. Uma das marcas da cidadania é não se deixar comer, não se deixar manipular, não se deixar gozar", disse D. Manuel Martins.

"O Bispo D. Óscar Romero dizia aos seus fiéis: por favor nunca andem a pedir de chapéu na mão aquilo a que têm direito. E D. António Ferreira Gomes, bispo do Porto, que foi exilado, dizia: diante dos homens sempre de pé; de joelhos só diante de Deus", disse D. Manuel Martins, acrescentando que esta é a grande mensagem da Igreja.

O Bispo Emérito de Setúbal falava aos jornalistas pouco depois de ter sido agraciado pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com a Grande Cruz da Ordem Militar de Cristo, durante as comemorações do 10 de Junho, em Setúbal.
D. Manuel Martins mostrou algumas reservas em relação a este tipo de homenagens, mas acrescentou que não se sentia no direito de recusar a distinção que lhe foi atribuída, prometendo que a Grande Cruz da Ordem Militar de Cristo ficaria na cidade do Sado.

Questionado sobre os motivos que levaram o Presidente da República a agraciá-lo, D. Manuel Martins admitiu que poderia ter sido a "ajuda que deu ao governo" nos tempos em que era Bispo de Setúbal.
"Se analisar profundamente, era capaz de descobrir como razão a contribuição que dei ao governo daquela altura, barafustando, discordando, mostrando o meu desacordo em tantas e tantas coisas. E se continuasse a ter púlpito, eu continuava porque há tanta coisa mal a nível do emprego", disse D. Manuel Martins, que considerou o desemprego como um dos maiores flagelos das famílias portuguesas.

Lusa

Peregrinação das crianças

Espectacular!
Em Fátima, um mundo de crianças...
No interior do recinto, estiveram 20 mil crianças vindas de todo o país para participar nas cerimónias em peregrinações de autocarros organizadas pelas respectivas paróquias e Dioceses.

Os doentes, os pobres, os padres e a cultura

O jornal "Correio do Vouga" apresenta uma retrospectiva dos primeiros seis meses de D. António Francisco como Bispo de Aveiro. Parece-me que a frase que melhor define o perfil do Bispo é esta:

"... quem se encontra com D. António Francisco experimenta: serenidade, afabilidade e também firmeza do Pastor."

D. António falava muito de serenidade. E, entre muitas coisas, ficou-me esta palavra. Sobretudo porque nele assenta como uma luva. Não é uma figura de retórica. É algo que nasce de dentro, que se sente, que lhe é conatural.


"Se pudermos resumir no mínimo de palavras, são estas as prioridades do Bispo de Aveiro: os doentes, os pobres, os padres e a cultura." - refere o citado jornal.
Dentro da mundivalência que absorve a atenção de um Bispo, penso humildemente que D. António "acertou na mouche". A caridade, como vínculo da perfeição; a comunhão presbiteral; a evangelização do mundo da cultura, tantas vezes tão afastado...
"... o Bispo de Aveiro percorreu toda a diocese, encontrando-se com todos os padres, pelo menos a nível arciprestal..."
Fantástico, D. António! E apenas em seis meses.
Penso que é esta a melhor forma de fazer e fazer crescer a comunhão entre o presbitério. O Bispo que desce, que sai, que aparece, que ouve, que partilha, que acolhe, que motiva, que estimula...
Penso que valerão de muito pouco os "sermões" de Quinta-Feira Santa se depois o Bispo for uma ausência continuada na vida dos seus padres.
Pelo que pude ler na "espuma das palavras" do artigo citado, há um carinho muito grande e uma aceitação agradável do novo Bispo de Aveiro. Esta Diocese sempre foi apresentada como vanguarda na actualização pastoral, graças não só a um clero muito interessado mas nada acrítico, como também ao empenho, dedicação e serviço do seu laicado.
Claro que uma plêiade de grandes Bispos tem puxado pela Diocese. D. Manuel, D. Marcelino e agora D. António, só para falar nos últimos.
Fico feliz por si, amigo D. António.

sábado, 9 de junho de 2007

O exterminador implacável

Salvador Dali era conhecido pela sua modéstia. Que era pouca. José Sócrates, muito provavelmente leu as palavras do pintor espanhol: "aos seis anos queria ser um cozinheiro. Aos sete queria ser Napoleão. E a minha ambição continuou a crescer ao mesmo nível deste então". Não se duvida que Sócrates seja o Dali português. Sem os bigodes.

O primeiro-ministro português quer que cada português tenha um computador. Como se isso fosse o seu passaporte para a tecnologia e o tornasse o homem socrático perfeito. Mas quem é este habitante que Sócrates quer criar em Portugal? Um robot perfeito, capaz de enviar sms, e-mails e de combater no mundo da globalização tecnológica. Sócrates acredita que, com um computador na mão e um telemóvel na outra, o português será o "exterminador implacável" do futuro. Será mais frio, incansável e competente do que um indiano ou um chinês. No Parlamento ele vendeu isso como a sua cartilha de futuro. Isso é o que é, na sua óptica, importante para tornar o país a "matrix" do futuro. Para que é que os portugueses precisam de saber escrever na sua língua para lá do linguarejar que vemos num sms enviado por um "teenager" e que ninguém com mais de 25 anos entende? Para que será necessário os jovens portugueses aprenderem filosofia? Isso é uma chatice, até porque na sociedade do homem socrático, aprender a questionar, a reflectir ou a pôr em causa é algo que não nos torna competitivos no mercado. O homem socrático já está a ser testado: na DREN.

fsobral@mediafin.pt