Gosto da celebração no Quartel dos Bombeiros. Em cada ano, no dia do aniversário do nascimento da Associação, ali é celebrada a Eucaristia.
Aquela grande garagem onde se guardam os carros que voam para socorrer doentes, acidentados, casas e florestas em chamas, é preparada para celebrar o Deus que "voa" ao encontro do homem, porque para Ele é festa estar "no meio dos homens."
Uma fé que não se limita ao templo, mas é celebrada no "templo" do viver, agir, servir humanos. Ou uma Igreja fora das igrejas.
Hoje simpáticos finalistas da escola vieram falar comigo sobre a Eucaristia que é habitual celebrar em cada ano. Como todos os anos tenho feito, procurei explicar-lhes que teria todo o sentido que a mesma fosse celebrada no seu mundo, na escola. Ali onde se trabalha e se estuda, se convive e se cresce, se tecem amizades ou desilusões... Levar Deus à escola, feita templo da presença amiga e ofertante de Deus que ama e compreende os jovens, que é sentido e força para uma vida sonhada.
Confesso que, em cada novo ano, alimento a esperança de que os jovens alinhem, compreendendo o sentido da mudança. Como no passado, também agora surgiu alguma desilusão. Que não senhor, que sempre fora na Igreja, que todos queriam na Igreja, que lá é que tinha que ser...
Como lhes disse, os seus argumentos soaram-me "a kota". Apelar para tradições? Só isto? Sem capacidade de voar mais alto, de inovar, de pensar mais com os "olhos da tradição" do que com os olhos da fé que mergulha no mundo, não foge do mundo.
Tantas vezes os jovens rejeitam os valores porque lhes cheiram a outros tempos. Exactamente os valores que estão sempre na moda. Depois, nestas questõezinhas são inflexíveis e conservadores...
Estão por evangelizar a vida, os sentimentos, a inteligência, as opções... Está por evangelizar uma religião de conveniências, mas vazia de compromisso.
Em algumas escolas, os alunos crentes - que são a esmagadora maioria - afirmam a sua fé em momentos fortes. Comunhão Pascal, celebração de certas datas eloquentes para eles, etc.
Tenho pena que noutras... Nada!
Mas continuo a sonhar com um mundo jovem que se deixa libertar pela novidade do Evangelho.
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