segunda-feira, 31 de julho de 2017

D. Carlos I, Rei de Portugal, assassinado em 1 de fevereiro de 1908

Foto de Carlos Lopes.
D. Carlos I, Rei de Portugal, assassinado em 1 de fevereiro de 1908


- Em 1901, foi publicado o primeiro Código da Estrada, que impunha um limite máximo de 10 km por hora.
- O Rei D. Carlos tinha 150 criados e passava quatro meses por ano entre caçadas, mergulhos no Oceano e viagens de iate.
- O infante D. Afonso, irmão do Rei D. Carlos, não exercia qualquer influência na corte. "Nunca tinha vintém. Os ajudantes ou oficiais às ordens não lhe emprestavam dinheiro, porque sabiam que ele não lhes pagava", desvenda Raul Brandão nas suas memórias. A partir de 1902, o irmão do Rei tornou-se comandante honorário dos bombeiros, pelo que dispunha de um telefone especial em casa para ser informado das principais ocorrências. Mas sobressaiu essencialmente devido à sua paixão pelos carros. Ganhou até a alcunha de Arreda – por ser esse o grito que dava aos peões para se desviarem do caminho, numa altura em que só havia uma centena de automóveis em todo o País.
- O Rei D. Carlos também gostava de automóveis e há relatos de que chegou a ter sete da marca Peugeot – três deles (um 12 cavalos, um 18/24 e um 20 cavalos) foram comprados no mesmo dia, em 1906, quando foi inaugurado o stand dos Restauradores, e onde esteve presente o próprio fundador, Armand Peugeot, que veio de França para cumprimentar o seu melhor cliente em Portugal. Foi nestas viaturas que os príncipes, Luís Afonso e Manuel, aprenderam a conduzir.
- D. Carlos tomava banho no seu fato de malha às riscas, que cobria os ombros e chegava aos joelhos. Depois de dar as suas braçadas, numa altura em que a maioria das pessoas não sabia nadar, saía do mar e ia a pingar até à barraca real, onde mudava de roupa – na barraca, sempre que o Rei estava na praia, era hasteada a bandeira nacional.
- D. Amélia e os príncipes preferiam tomar banho noutra praia, que é hoje conhecida como praia da Rainha. No fim da monarquia, as senhoras entravam no mar de vestido de cauda e com toucas de folhos, de mão dada com o banheiro, "que começava por lhes despejar um balde de água pela cabeça".
- O principal passatempo de D. Carlos em Cascais era explorar o mar no seu iate. A partir de 1896 desenvolveu 12 expedições para inventariar a fauna subaquática na costa portuguesa. As campanhas oceanográficas, pelo espaço que exigiam em alto mar para ter, por exemplo, um laboratório a bordo, levaram o Rei a adquirir sucessivamente quatro iates, todos baptizados com o nome da mulher.
- Longe do mar, o grande prazer do Rei era a caça. Nas férias em Mafra, as caçadas prolongavam-se por três dias. No palácio com 11 quartos dispunha de uma cama exactamente igual à que tinha em Vila Viçosa ou no Palácio das Necessidades, para não estranhar e atenuar insónias, segundo o livro "D. Carlos, Atirador de Caça", de Águedo de Oliveira.
- Alguns dos momentos mais felizes da família eram passados em Vila Viçosa, onde o paço era rodeado por uma tapada com cerca de 1.700 hectares, um terço dos quais destinado a caça. Deslocavam-se ali para passar férias na Páscoa, ou no início do Verão, mas com mais regularidade para descansar todo o mês de Dezembro ou todo o mês de Janeiro.
- Apesar das suas múltiplas deslocações, segundo Rui Ramos, o Rei só saía de Lisboa depois de obter licença do presidente do Conselho, e frisava que voltaria imediatamente se o governo entendesse que era necessário por qualquer razão.
(Excertos de artigo publicado na SÁBADO em 19.8.2010)

domingo, 30 de julho de 2017

"Isto é feio, é cruel, é criminoso"


30 de julho. Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas.
O Papa Francisco pronunciou-se mais uma vez contra o tráfego de pessoas, com acutilância e veemência. Disse:
*  “Desejo apelar ao compromisso de todos para que esta chaga aberrante, uma forma de escravatura moderna, seja adequadamente combatida”.
*  “Milhares de homens, mulheres e crianças” são “vítimas inocentes” desta exploração:
- “laboral 
-  sexual”,
-  de “tráfico de órgãos”.
* “Parece que nos habituamos a considerar tudo isso como algo normal. Isto é feio, é cruel, é criminoso
O Papa pediu aos presentes para rezarem juntos a Nossa Senhora “para que apoie as vítimas do tráfico e converta os corações dos traficantes”.


Sempre me revoltou a passividade/indiferença com que  a sociedade atual olha para esta violenta forma de escravatura moderna, o tráfego de pessoas.
Fazem-se "abaixo-assinados" por qualquer questão; repercute-se vozearia na comunicação social por causas da moda; mas estendem-se passadeira de silencio sobre aquele que penso ser o maior crime moderno: o tráfego de pessoas.
- Carrascos que, servindo-se da legítima esperança das pessoas, as enganam, prometendo mundos e fundos, sugando-lhes o quase nada que possuem, para depois as entregarem à sua sorte ou as conduzirem à escravidão sexual ou laboral.
- Isto não se passa só nos países mais pobres. Quantos portugueses não foram conduzidos por estes carrascos para o trabalho escravo ou abandonados à sua sorte?
- Quantas mulheres escravas no mundo do sexo! Gente que tinha uma esperança viva de um futuro melhor, que se desfez o pouquito que tinha para embarcar nessa esperança, pagando a criminosos, que depois as encaminham para a prostituição!
- E as pessoas que são enganadas(tantas vezes vendidas...) para o inqualificável negócio do tráfego de órgãos?
- E aqueles que são enganados e forçados a entrar no mundo sujo das drogas e das armas?


O "deus" dinheiro no seu melhor! Sempre sanguinário, sempre tirânico, sempre escravizador!
Um insaciável comedor  de pessoas pobres, simples, desprotegidas.
Este "deus" maldito tem sempre muitos sacerdotes pronto a prestar-lhe todo o culto e a imolar-lhe mais vítimas. São os traficantes.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

DIA DOS AVÓS

Porque hoje celebramos S. Joaquim e Santa Ana, pais de Maria e avós de Jesus, é Dia dos Avós.
Parabéns a todos os avós! Pelo que são, pelo que representam e pelo papel importantíssimo que têm na formação e educação dos seus netos.
O avô, a avó são uma bênção na família e para a família.

terça-feira, 25 de julho de 2017

"Valerá a pena manter o jornal?"

Há dias, uma assinante do Sopé da Montanha, que se encontra de férias, perguntou-me se recebia alguma coisa pelo meu trabalho como director do jornal. Fê-lo na sequência da conversa que ambos mantivemos sobre o trabalho que dá manter um jornal paroquial há perto de 23 anos.
Respondi à simpática pessoa que recebia muitas, muitas coisas.
- Recebo muitas e muitas  horas extra por mês, que tiro ao meu legítimo descanso;
- Recebo preocupações, incompreensões, críticas injustas, protestos descabidos;
- Recebo necessidade de dar ao dedo e à língua, pois, cada mês, são necessárias umas tantas chamadas, mais uns quantos emails, vários contactos com diferentes pessoas;
- Recebo chatices com as burocracias, pois as exigências da ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) nunca param, além de outras, claro;
- Recebo despesas (deslocações, contactos, papel, computador, máquina fotográfica, várias burocracias que vou pagando do meu bolso, etc);
- Recebo a necessidade de escrever sobre o que é preciso escrever-se e não sobre aquilo que gostaria de escrever;
- Recebo momentos de exaltação e de perda de paciência quando as coisas não correm bem. Nem imaginam o que é escrever textos que nos são enviados à mão ou ainda à maquina de escrever, ambos com acrescentos e rasuras, onde é preciso dar atenção a cada palavrinha do texto para procurar manter a fidelidade ao original;
 - Recebo horas  de trabalhos por mês com o Diretor-Adjunto, tendo em conta a composição do jornal. Digo que admiro a paciência para me aturar, nestas alturas, do Diretor-Adjunto. Não é fácil. Mudar de secção o artigo tal, dar mais relevo ao texto tal, mudar de letra neste texto, criar fundo naquele, organizar tudo para que caiba mais esta notícia que chegou à última hora, etc, etc;
- Recebo indiferenças da comunidade que pensa que o jornal é meu, quando é da comunidade paroquial. Como em muitas coisas, é mais fácil ficar a observar do que dar o corpo ao manifesto... As pessoas participam pouco e exigem muito;
- Recebo o egoísmo daqueles que pensam que o jornal tem que ter sempre as portas escancaradas para si e suas coisas, porque nada mais enxergam para além de si;
- Recebo despesas, nunca lucros. Jamais ganhei um tostão que fosse com o jornal. Pelo contrário...
- Recebo muitos nãos de alguns que dizem sim, mas depois o trabalho combinado não aparece e lá tenho que "me desenrascar".


A pessoa com quem conversava, faz-me então uma pergunta: "Valerá a pena manter o jornal?"
De imediato, respondi que sim. E justifiquei:
- Um filho nunca se abandona, quer nos momentos em que nos dá alegrias, quer quando nos dá despesas, aflições, incompreensões. Criei-o há perto de 24 anos para servir a comunidade paroquial tarouquense. Enquanto for possível, lutarei por ele.
- Confio nas pessoas. E se há gente que é indiferente ao jornal ou não gosta dele, também existe muita gente disposta a lutar comigo pelo Sopé da Montanha como elemento integrante da vida da comunidade paroquial.
- O jornal é um embaixador desta comunidade nos quatro cantos do país e do mundo. E leva a paróquia, seus povos, suas gentes, sua história, seus projetos ao mundo.
- Tem muitas limitações advinda da minhas limitações e das  pessoas que o servem. Não agrada a todos, pois tem uma linha e um rumo, mas procura unir, formar, informar, servir.
- Tem uma equipa dedicadíssima ao seu serviço, desde o Diretor- Adjunto, passando pelo Administrador, continuando naqueles que nele escrevem, o vendem ou recebem as assinaturas. A generosidade, gratuitidade e cuidado desta gente é merecedora de toda a gratidão.


A senhora que me ouvia, concluiu com uma palavra de forte incentivo. "Força! Vão em frente. Não liguem "aos bota-abaixo". Nunca nos deixem órfãos do amigo que mensalmente nos visita. Obrigado por tudo."

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Louvando a Cristo como nosso Rei

Foto de Carlos Lopes.
Foto de Carlos Lopes.
Naquele monte, de onde se tem uma panorâmica maravilhosa da natureza, só se poderia louvar a Cristo "pelo Qual tudo o existe foi feito".
Ali tudo nos convida à meditação, ao encontro connosco mesmos, à elevação.
A imponência da Natureza invade-nos e nós sentimo-nos libertos para louvar, agradecer e proclamar o Autor de tão belo quadro.

sábado, 22 de julho de 2017

O pão e o sinal vermelho

1. Uma pessoa chegou a casa e  trazia fome. Preparou o seu lanche e, no fim, reparou que não tinha pão nenhum a casa. Então dirigiu-se a uma família vizinha:
- Peço que me deem  pão. Tenho o lanche pronto, mas esqueci-me de comprar pão e não tenho nenhum em casa.
- Amável e sinceramente, da família vizinha escuta:
- Sim, senhor. Oferecemos com todo o gosto. E foram buscar um pão condignamente acondicionado.
- Oh! Não quero este. Quero pão de centeio.
- Mas o único pão que temos é o que lhe oferecemos. Aqui não usamos pão de centeio.
A pessoa que foi pedir devolveu o pão e debandou com cara de poucos amigos. Cá fora encontrou outros vizinhos e comentou:
- Aquela família é mesmo horrível! Imaginem que fui lá pedir pão e não mo ofereceu! Que família horrível! Não quero mais nada com aquela gente...
- Realmente! - concordaram os vizinhos, acenando para cima e para baixo.
 
Repare-se na ingratidão da pessoa que é de bradar aos céus. Repare-se igualmente como ela só disse aos vizinhos a parte que lhe interessava, porque se dissesse tudo, imediatamente os mesmos vizinhos lhe retiravam a razão. Repare-se como os vizinhos alinharam logo com a esta pessoa sem o cuidado de se informarem devidamente da situação...


2. Três cidadãos iam na estrada. A certa altura, apareceu, bem aberto, o sinal vermelho. O condutor da frente não ligou nada e continuou a circular. O condutor que vinha a seguir parou e esperou que o sinal virasse a verde, mesmo perante as apitadelas e protesto do carro que vinha atrás, que queria que o segundo cidadão não parasse, já que lhe convinha e não queria esperar.
Quem se respeitou a si mesmo e respeitou os outros? Não foi o condutor que cumpriu as normas, mesmo perante o mau exemplo do da frente e os protestos do que vinha atrás?
Quem, nestas circunstâncias, merece o elogio? Não é o segundo condutor que demonstrou conhecer as regras e respeitou as pessoas? A comunidade humana tem que ter regras, caso contrário, ninguém se entende.
 
Se quisermos, apliquemos estes dois casos à Igreja.
Quantas vezes se pede à Igreja aquilo que a Igreja não pode dar? A Igreja é para todos, mas não é para tudo.
E quantas vezes, na praça pública, fazemos alarme, nos queixamos e barafustamos porque a Igreja não fez o que pedimos, ocultando deliberadamente a verdade toda e salientando só aquilo que nos interessa?
E quantas vezes as pessoas que nos ouvem nos dão razão, sem terem o cuidado e a dignidade de se informarem devidamente da situação?
O que vale a dignidade da consciência para tanta gente?
 
Como comunidade, a Igreja, povo de Deus, tem que ter as suas normas. Não é em vão que Cristo disse a Pedro "Tudo o que ligares na terra será ligado no Céu..."
Parece  que muita gente só aprecia o porreirismo, quem não liga às normas, quem as transgride, quem não está para se chatear. Quem respeita a Igreja e as pessoas, cumprindo, é que é horrível, afasta, é retrógrado, impopular. Exatamente tudo ao contrário.
Bispo, padre, catequista, responsável que cumpram as normas é retalhado pela língua e pelo comportamento de muitos.
O que está a dar é ser bota de elástico... Que tristeza! Perdeu-se a consciência, a humildade, o respeito, a liberdade que o respeito oferece!
 
QUEM SAI DA IGREJA POR CAUSA DE PESSOAS, NUNCA ENTROU POR CAUSA DE JESUS.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

BOAS FÉRIAS!


As férias são um direito de cada cidadão a que, infelizmente, nem todos têm acesso. Penso:
- naqueles que têm doentes a cargo e não encontram quem fique com eles;
- naqueles cujas condições económicas não lhes permitem usufruir de férias;
- naqueles que têm que trabalhar durante o tempo de férias para assim poderem continuar a estudar;
- naqueles cujo trabalho específico não lhes dá tempo de férias;
- nos doentes e velhinhos;
- naqueles que, tão escravos do trabalho, não descobrem que as férias são indispensáveis para o reequilíbrio pessoal e para uma intervenção social humana e profícua...

 
Na praia ou no campo, viajando ou parando para pensar e meditar,
que tenha umas boas e recuperantes férias.

E já agora, férias com Deus. Nunca férias de Deus.
 
Boas ferias, amigo!
Boas férias, amiga!

quinta-feira, 20 de julho de 2017

A entrevista das polémicas

António Gentil Martins é um notável cirurgião português. Nasceu em Lisboa, no dia 10 de Julho de 1930 e liderou várias operações de separação de gémeos siameses. Foi bastonário da Ordem dos Médicos, campeão nacional e atleta olímpico na modalidade de tiro

Gentil Martins concedeu uma entrevista ao Expresso, que pode ler aqui, onde abordou temas sensíveis como a homossexualidade ou as barrigas de aluguer.
As reações não de fizeram esperar, tanto de apoio como de contestação.
Neste blog pode acompanhar toda a polémica, tanto pelos artigos aí colocados como pelos sites para que remete.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Truta volta a ser rainha em II edição de Festival promovido em Tarouca



O Município de Tarouca irá levar a cabo a II edição do Festival da Truta, que decorrerá nos dias 21, 22 e 23 de julho, com o objetivo de promover e projetar o Rio Varosa e Varosela, as diversas atividades a ele associadas, bem como as afamadas trutas do varosa, ex líbris da gastronomia típica do concelho.

Garantido o repovoamento do rio com o lançamento de aproximadamente 1000 trutas, o concurso de pesca, que irá realizar-se na Ponte da Cerdeira - Açude Calhau da Paixão, inicia no dia 21 de julho, pelas 18h00.

Paralelamente, no Centro Cívico da Cidade de Tarouca, nos dias 21 (20h30), 22 (12h30 e 20h30) e 23 de julho (12h30), decorrerá a mostra gastronómica, onde os amantes da boa gastronomia se poderão deliciar com as trutas confecionadas pelas associações locais.

A organização do II Festival da Truta é da responsabilidade da Câmara Municipal de Tarouca, mas tal evento só é possível com o envolvimento e empenho da Associação de São Martinho dos Esporões e do Clube de Caçadores de Tarouca detentor da concessão daquele espaço do Rio Varosela.

terça-feira, 18 de julho de 2017

O mundo num só dia



Um dia pode ser um resumo assertivo do que é a vida hodierna.
Hoje o mundo é uma aldeia global. As novas tecnologias alargam contactos e colocam-nos perante as mais variadas situações. O email, o messenger, o facebook, o skype, o telemóvel, o contacto direto (sempre mais rico e mais humano) sintonizam-nos com o mundo.
Hoje tive as mais diversas experiências no que se refere a contactos humanos:
 - Gente que contactou comigo para resolver problemas da comunidade. Encontro rico de humanidade onde a diversidade de pontos de vista enriqueceu a decisão final. Gente fantástica com quem foi bom debater, analisar, concluir.
- Gente com quem foi (mais um vez) bom celebrar a Eucaristia. Ambiente sereno, onde a participação de todos a todos enriquece.
- Gente amiga e humana  para quem o padre é também um amigo, um familiar. Por isso para ele há sempre um lugar à mesa e à partilha fraterna.
- Gente amiga mesmo que, embora ainda afastada a data, se preocupa com o meu aniversário, pois, como dizem esses amigos, se o padre não tem família, somos nós a sua família.
- Gente que só sabe refilar, contestar, julgando-se dona e senhora do mundo, defendendo as suas causas com um fundamentalismo que é alérgico a qualquer sã discussão. Esquece-se essa gente que o fundamentalismo é o pior inimigo das causas que defende. Para estes, as suas causas são as melhores do mundo, quem não bater palmas é inimigo,  toda a gente tem de andar a reboque dos seus interesses. Sem respeito pela idiossincrasia  de outras instituições e projetos que ousam pôr em causa só porque não são amenistas em relação às suas causas.
Como diz um amigo meu, "esta gente nunca mais cresce!"

segunda-feira, 17 de julho de 2017

É caso para dizer"cá se fazem, cá se pagam"!

Foto de Carlos Lopes.
Das coisas que me provocam riso compulvivo e imediato é ver alguém cair.
Certa vez, com mais colegas, descíamos umas escadas de madeira envernizada, em caracol. Um deles escorregou e desceu as referidas escadas todinhas de rabo, a uma velocidade supersónica. Só parou quando as escadas terminaram. E era o mais forte de todos! Os restantes colegas dirigi...ram-se preocupadamente à vítima, enquanto eu ria desalmadamente. Nem a preocupação com a saúde do colega obstou a que dominasse o riso.
Valeram duas coisas: o colega conhecia-me bem e, sobretudo, não se aleijou.

Noutra ocasião, numa rua inclinada, estava estacionado o carro que nos haveria de levar ao destino. O piso era areoso.
Um dos viajantes usava muletas. Não é que as muletas lhe fogem e foi encafuar-se todinho debaixo do carro! Porque estava mais perto, fui o primeiro a aperceber-me. Os outros deram conta através do meu riso e lá foram tirar o senhor daquela situação. Felizmente nada de mal lhe aconteceu.
- É bem escarnica! - comentou a vítima que me conhecia bem e, como tal, compreendeu o meu riso.

E ontem também me ri com a minha própria queda? Olhem foi a primeira coisa que fiz quando me levantei.

Não é fácil explicar. Não é rir-me com o mal dos outros. Nada disso. É uma reação forte e quase incontrolável em que nem a preocupação com o estado da pessoa sinistrada me consegue dominar o riso.

Eu sei que não é uma situação fácil. Nem para mim que faço má figura, nem para a vítima que se sente inconfortável perante o meu riso e o pode interpretar mal, caso não me conheça.
Felizmente estas cenas sempre me aconteceram com amigos e nunca houve consequências de maior.

Pode ser que a velhice me acalme...

domingo, 16 de julho de 2017

Fim-de-semana cheio, mas realizante

Depois de um sábado em que, além das Eucaristias vespertinas, presidi à celebração do Sacramento do Matrimónio com Batismo e a um funeral, sucedeu-se um domingo em que, para lá das Missas habituais, tive dois Batismos, a bênção de uma nova casa de um casal amigo e presidi à novena de Cristo Rei, na sua Capela.
Senti-me bem. O Matrimónio foi um oasis de simplicidade, onde não se jogou para o público, mas se celebrou com carinho o Deus que abençoa e santifica o amor humano. O mesmo se aplica ao Batismo.
As Eucaristias vespertinas decorreram em ambiente sereno, participado e acolhedor. O mesmo se diga das Missas de domingo. Na Missa das 11h, teve lugar a celebração de 2 batismos, sendo um dos batizandos já crescidinho. Que encanto e que elevação! O pequenito viveu aquele momento com uma serenidade e uma postura admiráveis.
Benzi a casa nova de um casal amigo. Gostei da construção, que fugindo ao trivial, oferece a sensação de simplicidade, acolhimento e bom gosto. A refeição fraterna esteve em sintonia com a casa benzida. A simplicidade, o bom gosto e a familiaridade onde me senti bem, em família. Obrigado.
Terminei em Cristo Rei, local paradisíaco, onde presidi à novena, uma vez que a Festa se realiza já no próximo domingo (12h). Belo momento celebrativo onde a participação, a serenidade, a escuta e a oração caminharam juntamente.
No fim, após uma pequena conversa com a Comissão, regressei a casa, cansado, mas feliz.
Como é bom viver e celebrar o Nosso Deus, na simplicidade, na comunhão e na esperança.
Mas como não há belo sem senão, já em casa, para aliviar os pés, descalcei os sapatos e calcei os chinelos, muito mais escorregadiços. Ao descer as escadas, fugiram-me os patifes dos chinelos e lá desci as referidas escadas de rabo - pum, pum, pum. Valeu a porta de entrada que pôs cobro a tão descontrolada descida.
Tirando algum desconforto muscular e ósseo, nada de mais me aconteceu. Mas que vou ter mais cuidado com os chinelos, lá isso vou!

sábado, 15 de julho de 2017

Já imaginaram uma Igreja a gosto de cada um?

Uma Igreja a gosto de cada um? Uma Igreja segundo a vontade, o sentir, o interesse de cada um?
Vejamos então alguns desses gostos:
1. A Igreja são os Bispos e o Papa. Eles é que mandam. Os outros só têm que obedecer e cumprir.
2. A Igreja são todos os batizados. A Igreja é assim o povo de Deus onde os diversos carismas, dons e serviços contribuem para o bem do povo de Deus.
3. A Igreja é a base. Não são precisos padres e bispos para nada.
4. A Igreja existe por causa de Cristo. Para viver, celebrar e anunciar Cristo.
5. A Igreja é uma ONG sócio-caritativa.
6. A Igreja só se deve preocupar com Deus. Só o espiritual conta.
7. A Igreja devia preocupar-se por arranjar mais fãs, mas adeptos, mais admiradores, pois o que interessa é agradar às pessoas e fazer-lhes todas as vontades.
8. A Igreja deve propor o discipulado a todos.  Ser discípulo de Jesus, "pegando na sua cruz para O seguir".
9. A Igreja deve evoluir mais,  aceitar modos de vida, ideias e formas de estar do mundo de hoje.
10. A Igreja deve ser mais rígida, apontar claramente a lei e condenar todos os comportamentos desviantes em relação à lei canónica.
11. A Igreja tem que evoluir, pois aquilo que antigamente era pecado, hoje já não é.
12. As modas passam, mas os valores permanecem. A Igreja tem de propor sem cessar os valores do Evangelho.
13. A Igreja tem que ser misericórdia, aceitar tudo, pois não tem nada que se pronunciar sobre atitudes, comportamentos e modos de vida das pessoas.
14. A Igreja devia retornar ao rito antigo, em Latim e com o celebrante de costas para o povo.
15. A liturgia é uma festa onde tudo o que mexe com a sensibilidade das pessoas deve ser permitido.
16. Os padres deveriam ser casados para compreenderem melhor o mundo atual.
17. Os padres devem continuar celibatários porque é tradição. 
18. A Igreja devia vender o seu valioso património para ajudar os pobres.
19. O património da Igreja pertence à humanidade. Perdê-lo seria uma ruina cultural sem retorno.
20. A Igreja deveria deixar de falar daquelas partes da Bíblia que chocam mais as pessoas deste tempo.
21. A Bíblia é um todo. Ou se aceita todo ou se rejeita todo.
22. A Igreja, para não fazer discriminação,  devia aceitar à mesa da Comunhão os recasados e os que vivem em união de facto. Igualmente as mulheres deveriam ter acesso ao sacerdócio.
23. A Igreja deve ser fiel a Cristo, mesmo perante a incompreensão, ofensa e perseguição.


Bom, podíamos continuar.... Cada cabeça, sua sentença.
Cada capricho, cada mania, cada sensibilidade, cada interesse queria uma Igreja à sua dimensão.
Num mundo marcado pelo relativismo religioso e moral, cada um julga-se a medida da Igreja.


Não mundanizemos a Igreja
cristianizemos o mundo!

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Dois jovens fantásticos!


São irmãos. Ele anda na Faculdade, ela no Ensino Secundário. Terminaram o ano com bons resultados, porque ambos são aplicados, conscientes e trabalhadores.
Qual o plano de férias que têm?
- Deitar às tantas e levantar às tantas?
- Namoriscar, namoriscar e namoriscar?
- Deambular pelos concertos da época?
- Fazer da night o seu modo de vida?
- Envolver-se nas novas tecnologias até ao tutano?
- Desgastar a pele nas piscinas e nas praias até à náusea?
NÃO. Nada disso.
PROCURARAM TRABALHO. Não foram os pais que lhe arranjaram trabalho. Foram eles que o procuraram. Claro que falaram com os pais, expuseram as suas razões, chegaram a consenso com os progenitores.
E estão a trabalhar. Ele numa atividade ligada à agricultura. Ela na restauração.
Foi interessante ouvir os seus motivos:
"Sabemos que os nossos pais fazem o que podem e não podem por nós, para que não nos falte o essencial. Então sentimos que só nos faria bem darmos o nosso contributo, mesmo pequeno.
Além disso, ao mergulharmos no mundo do trabalho, preparamo-nos melhor para o futuro.
Não ganhamos muito, mas para um estudante representa imenso.
Estamos a gostar. Faz-nos bem."


Com jovens assim, podemos realmente sonhar com um futuro diferente para todos.


Ainda há dias, ouvimos de um responsável local que existe enorme dificuldade em conseguir mão-de-obra para executar trabalhos.
Mas continuamos a ouvir gente que se queixa que não há empregos. Será porque muitos querem emprego, mas não querem trabalho?
Depois há o preconceito. "Este trabalho não é para mim... Era o que faltava! Tenho estes e aqueles estudos e ia fazer aquilo!?"
Sabem o meu desejo? Que até o trabalhador varredor de rua tivesse uma licenciatura.
A competência não se mede pelos diplomas, mas pela forma como exerce a profissão. O diploma só capacita para exercer mais competentemente a profissão.

Os stands de automóveis e os Batismos


Um homem precisava de trocar de carro. Decidiu-se por uma marca e um modelo.
Tirou um tempo, pôs o carro ao caminho e percorreu vários stands da marca pretendida.
O que viu e ouviu deixou-o perplexo. Muitas  diferenças de stand para stand quanto ao valor atribuído ao seu velho carro, ao preço do novo e às condições de compra. Depois, em casa, ponderou, analisou e decidiu-se.


Não é o que se passa com os batismos? Os pais percorrem várias paróquias (ou têm informações), veem as condições quanto a datas, preparação, burocracias e aceitação de padrinhos. Depois decidem-se pelo que lhes é mais conveniente. É triste, mas é assim em muitos casos!


Mais, quando os padrinhos chegam de uma paróquia diferente daquela onde se realiza o batismo devem trazer uma declaração de idoneidade (documento que prova que são idóneos para desempenhar o múnus de padrinho) da parte da paróquia onde residem.
Pensemos numa grande paróquia de uma grande metrópole ou seus subúrbios onde residem centenas de milhar de pessoas.  Que possibilidade tem a paróquia de saber da idoneidade desta ou daquela pessoa para ser madrinha/padrinho de batismo, quando se sabe que alguns só aparecem para este efeito? Quando até alguns chegam ao cúmulo de ocultar ou mesmo negar situações impeditivas...
Já para não falar de casos onde a paróquia de residência do candidato a padrinho atesta a sua idoneidade, mesmo que o referido candidato não reúna os requisitos estabelecidos pela Igreja.


Face a toda a problemática atual dos batismos, bem diferentes de épocas passadas, a Conferência Episcopal Portuguesa deveria tomar uma posição pastoral, clara e decisiva,  que evitasse esta confusão que mundaniza a vivência eclesial, causa a divisão, gera conflitos e perplexidades.


AOS PAIS
Um cristianismo de facilitismos  é um paganismo tingido de cristianismo. Um cristão vive a vida da sua comunidade, participa nela, aceita e acolhe a suas orientações, sabendo que é quando a comunidade está bem que cada um também estará bem.
"Quem quiser ser meu discípulo pegue na sua cruz e siga-Me" - Jesus Cristo
"Aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra" - S. Paulo
Atos cristãos que jogam apenas para o social, procuram satisfazer interesses e manias, satisfazem egos, merecem o nome de cristãos? NUNCA.
Preocupem-se em saber se são cumpridas as orientações da Igreja. Isto basta.


Mais uma vez me permito expressar a minha opinião, humilde e convictamente:
Acabem com os padrinhos! A lei canónica abre claramente essa porta.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Eliminar os padrinhos e madrinhas de Batismo e Crisma?


O Bispo de Melfi-Rapolla-Venosa, Dom Gianfranco Todisco, surpreendeu com a drástica decisão de eliminar por rês anos, mediante um decreto ad experimentum, os padrinhos e madrinhas de Batismo e Crisma. O decreto indica como motivo que, muitas vezes, falta a “responsabilidade de transmitir a fé com o testemunho de vida” entre os escolhidos.
No decreto, assinado em outubro de 2016 mas divulgado nos últimos dias, o Bispo explica que os párocos de sua jurisdição não podem garantir a idoneidade dos candidatos a padrinhos que os paroquianos apresentam.


Ora aí está um gesto profético de um bispo. Precisamos demais de gestos destes.
1. Os padrinhos são uma das maiores fontes de problemas nas paróquias.
Concordando plenamente com os critérios que a Igreja apresenta para quem vai ser padrinho/madrinha, deparamo-nos, a cada passo, com a necessidade de dizer "não" a quem não apresenta as condições necessárias para o ser, com o consequente cortejo de incompreensões, quezílias, revoltas, abandonos, agressividades...
2. Os pais não se escolhem. Mas os padrinhos escolhem-se!
Ao escolher, devem ser escolhidos de acordo com a orientação da Igreja à qual se pede o batismo para a criança.
Mas onde está o critério? O da Igreja? O dos interesses dos pais? O da conveniência? O do familiar que quer ser?
No geral, neste tempo paganizado em que se quer mundanizar a Igreja, tudo conta, menos os critérios da Igreja.
3. Os padrinhos são representantes da comunidade cristã e, como tal, têm de viver de acordo com a fé da comunidade.
Os padrinhos têm por "missão assistir na iniciação cristã ao adulto batizado [no caso de adultos], e, conjuntamente com os pais, apresentar ao batismo a criança a batizar [no caso de crianças] e esforçar-se por que o batizado viva uma vida cristã consentânea com o batismo e cumpra fielmente as obrigações que lhe são inerentes." (Cânone 872)


Agora perguntamos:
- Se os padrinhos "não ligam patavina" à vida cristã, como podem eles ajudar a que o batizado "viva uma vida cristã consentânea com o batismo e cumpra fielmente as obrigações que lhe são inerentes"???
- Se os padrinhos vivem à margem da lei cristã, como podem eles representar a fé da comunidade?
- Ser padrinho por causa do folar, da prenda, do prestígio, da festa, é motivo cristão? Não é. Para essas coisas têm o aniversário da criança.
- Quantos padrinhos, pela vida fora, se preocupam minimamente com a formação cristã do afilhado?  Muito, muito poucos.
- Então será de manter os padrinhos, que tantos problemas causam na comunidade e tão pouco proveito cristão acarretam???
Penso que não.
Estou completamente de acordo com a posição do bispo de Melfi-Rapolla-Venosa. Oxalá que mais bispos enveredem por esta atitude pastoral. Quanto bem fariam à Igreja!!!
 
Acabar com os padrinhos é atualmente, no meu entender, uma atitude de coerência, de verdade, de paz.
 
Obs.
É certo que a Igreja já deu um salto. Neste momento até já basta um padrinho/uma madrinha, desde que reúna os requisitos apontados pela Igreja.

É possível batizar SEM padrinho (s)?


O Código de Direito Canónico é a lei fundamental da Igreja Católica Apostólica Romana. É nele que se compilam as normas que regulam toda a vida da Igreja. O livro IV, intitulado “Do Múnus Santificador da Igreja”, possui um capítulo (IV) dedicado exclusivamente aos Padrinhos de Batismo (Cân. 872 e ss.). Aconselha-se a pais, futuros padrinhos e leigos em geral a leitura atenta do referido capítulo, no sentido de evitar quaisquer dúvidas a este respeito. Passamos a transcrevê-lo:


872.  Dê-se, quanto possível, ao batizado um padrinho, cuja missão é assistir na iniciação cristã ao adulto batizado [no caso de adultos], e, conjuntamente com os pais, apresentar ao batismo a criança a batizar [no caso de crianças] e esforçar-se por que o batizado viva uma vida cristã consentânea com o batismo e cumpra fielmente as obrigações que lhe são inerentes.

873.  Haja um só padrinho ou uma só madrinha, ou então um padrinho e uma madrinha.

874.1. Para alguém poder assumir o múnus de padrinho requer-se que:
1º seja designado pelo próprio batizando ou pelos pais ou por quem faz as vezes destes ou, na falta deles, pelo pároco ou ministro, e possua aptidão e intenção de desempenhar este múnus:
tenha completado 16 anos de idade, a não ser que outra idade tenha sido determinada pelo Bispo diocesano, ou ao pároco ou ao ministro por justa causa pareça dever admitir-se excepção;
seja católico, confirmado [crisma] e já tenha recebido a santíssima Eucaristia, e leve uma vida consentânea com a fé e o múnus que vai desempenhar;
49 não esteja abrangido por nenhuma pena canónica legitimamente aplicada ou declarada;
5a não seja o pai ou a mãe do batizado.
2. Um batizado pertencente a uma comunidade não católica se admita juntamente com um padrinho católico e apenas como testemunha do baptismo.

Assim sendo e no espírito da lei em vigor, a Igreja considera que aqueles que são casados apenas civilmente, os amancebados, os que vivem juntos (em união de facto) e/ou que não pratiquem a religião, não satisfazem as obrigações canónicas que lhes permitam exercer o múnus de padrinhos de batismo.

"Dê-se, quanto possível,
ao baptizado um padrinho..."
Então quer dizer que os padrinhos não são indispensáveis para a celebração do batismo. Basta reparar na expressão "quanto possível".
Quando não for possível encontrar padrinhos que satisfaçam os requisitos exigidos pela Igreja, a criança não fica por batizar. Baptiza-se sem padrinhos.
Testemunhas do batismo são todas as pessoas que participam na cerimónia. Por isso qualquer uma delas pode assinar como testemunha.

Observação:
Anda muita gente a invocar o nome do Papa Francisco em favor das suas pretensões ou desejos.
O Papa Francisco NÃO alterou  a lei canónica. Por isso, esta permanece atual.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Somos um povo generoso, mas a quem falta a generosidade da persistência


Acabei de ver um vídeo que me fora enviado pelo facebook, via messenger.
O que vi conformou aquilo que todos já sabemos sobre nós portugueses. Frente à calamidade que surge, reagimos com o coração, somos imbatíveis na generosidade. O problema está na continuidade, na persistência. Reagimos como se as pessoas só tivessem fome, sede, frio, necessidade de medicamentos, de assistência, de casa... naquele momento inicial. Esquecemos que as necessidades são de ontem, de hoje e de amanhã.
E esta falta de persistência na ação não é só dos cidadãos, é também dos governantes, das associações, dos movimentos.
O vídeo retrata o momento em que chega um carregamento solidário de Cáceres (Espanha) a Pedrógão Grande e não há ninguém para receber a oferta.
Igualmente refere o vídeo as muitas ofertas acumuladas mas que não chegam às pessoas que delas precisam a sério. E tantos necessitados que  não têm transporte para vir à procura daquilo que precisam!
O voluntariado, no início intenso, vai rareando.
As burocracias, que em Portugal são esmagantes,  impedem que os auxílios estatais e europeus cheguem a horas a quem necessita. E para quem precisa mesmo, uma hora é uma eternidade...
Primeira socorram-se as pessoas, ajudem-se as pessoas, acompanhem-se as pessoas, ajude-se a abrir estradas de esperança às pessoas.
Depois discutam-se as culpas e os culpados, peçam-se demissões, apurem-se os responsáveis, faça-se justiça. Mas não em cima do sofrimento evitável dos cidadãos!

segunda-feira, 10 de julho de 2017

O que estes homens trabalham pela comunidade!

No escaldo da festa de Santa Helena, trago hoje aqui o Conselho Económico. O que estes homens trabalham em prol da comunidade!
Quem os viu na tarde de ontem, ao fim da festa, podia sentir o cansaço que lhes escorria pelo rosto.
Na preparação da novena, durante a novena e, sobretudo, no sábado e domingo últimos, foram até à exaustão. Sem outro objetivos que não seja este: servir o melhor possível, fazer o melhor possível, atender o melhor possível. Absoluto voluntariado.
São estes homens que alicerçam o maior projeto da Paróquia de São Pedro de Tarouca nos últimos séculos: a construção do Centro Paroquial. Na diversidade de tarefas e na unidade de ação, contribuíram decisivamente para que o sonho se tornasse realidade. E o Centro aí está para servir a comunidade, perante o elogio das pessoas de bem e a admiração de quem o visita de fora.
Por isso, o Conselho Económico é credor da gratidão, do apoio e do incentivo de toda a comunidade.
E depois é sempre o mesmo. Ainda se não acabou uma obra e já estão a pensar nas outras. Está gente não dorme. Embora lute com os parcos recursos económicos da Paróquia, sonha, esmiúça, pensa, trabalha para que o pouco se transforme em muito.
Além do restauro interior da Igreja Paroquial - urgente - cuja candidatura a fundos estatais foi recentemente feita, com a colaboração da Câmara Municipal, há clara e decididamente a intenção de continuar  a melhorar o espaço de Santa Helena que passa desde logo pelo restauro do altar da Capela em mau estado.
Já este ano, embora em penúria económica, se restaurou a Imagem de Santa Helena e se contruiu o pequeno espaço onde vai ficar a central elétrica daquele espaço, que nos era exigido, com colaboração da Câmara é certo, mas com clara ação e despesa da Paróquia.
Saber reconhecer, agradecer, entusiasmar o trabalho de quem, voluntariamente, tanto faz em favor da comunidade é próprio de gente de bem.

Festa de Santa Helena de 2017

Veja aqui

sexta-feira, 7 de julho de 2017

"DEVOTOS ESPECIAIS" EM SANTA HELENA

Pela manhã, é vê-los junto à 'gruta de Carolina', saltando e brincando, sempre com as orelhas em sentido, não "vá o diabo tecê-las"...
Três coelhos bravos, felizes e contentes, que não se afastam da 'gruta de Carolina', confiados certamente na sua proteção...
Nunca foram vistos na Capela ou no seu adro. Os três coelhinhos acham que para eles o importante é vaguearem pelo monte junto à referida gruta....
Mas serão só os coelhos bravos a preceder assim?
Quantos seres humanos só conhecem a Serra até ao parque de merendas ou até ao recinto da feira?
Como os coelhos, há pessoas que revelam certa alergia à Capela...
Serra sem a Capela é como corpo sem cérebro.

Santa Helena: Dificuldades Económicas


Uma festa destas, num lugar isolado, exige sempre muito de muita gente. Na serra, não há nada. E é quando tudo falta, que se aprecia a grandeza de um gesto, a beleza da solidariedade.
Precisamos de rever os espaços celebrativos. A capela é pequena para muitas ocasiões, especialmente durante a novena . Por exemplo, na Festa da Senhora das Dores ( 2 de julho) foram mais as pessoas que não couberam no templo do que aquelas que couberam.
Por outro lado, se este ano conseguimos restaurar a Imagem de Santa Helena, o altar  precisa de restauro. Como está não dignifica o espaço.
Terminada a construção  do Centro Paroquial Santa Helena da Cruz, temos que nos voltar para o restauro do interior da Igreja Paroquial, melhoramentos em Santa Helena e outras obras.
Ao contrário do que muita gente pensa,  os rendimentos  económicos de Santa Helena são poucos e as despesas são mais do que muitas. Aliás, em cada ano, são prestadas contas à comunidade pelo mês de abril.
Só com os dinheiros de Santa Helena não vamos a lado nenhum. Tem valido a ajuda da Câmara e da Junta. Mas não podemos pedir para tudo ao mesmo tempo.
Uma Paróquia grande, com pouquíssimos recursos, gente que não é rica de modo algum, tantas e variadas necessidades de intervenção, a coisa não é fácil.
Há ainda quem pense que "Santa Helena é uma mina"! E mais, o afirme publicamente do alto da sua ignorância arrogante (às vezes, má fé!!!)
Mas reafirma-se. As contas são prestadas à comunidade em cada ano. Só que há quem não queira saber para assim ter libertinagem de  dizer o que lhe apetece.
E se falássemos menos e tivéssemos um coração mais generoso, mais afirmativo, mais colaborante? E se o bem comum da comunidade fosse a máxima preocupação? E se gastássemos menos em festas e festinhas e contribuíssemos mais para aquilo que fica, permanece e engrandece?