segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Recordações das férias

Estive uns dias de férias. Agradeço a colaboração do P.e Zé Guedes que, estando num tempo de descanso do seu labor missionário, colaborou no serviço paroquial.


A Família

Este ano fui de férias com familiares meus. Foram momentos muito interessantes de convívio, partilha, brincadeira, empatia.
Agradeço-lhes o carinho, o acolhimento, a gratuitidade.


Os Livros

Em férias, gosto de leituras leves, que enriqueçam distraindo.
Estes três foram os companheiros do tempo de descanso.
OS GRANDES MISTÉRIOS DA IGREJA
Ao longo dos séculos, a história da Igreja tem sido marcada por episódios polémicos, situações enigmáticas, experiências estranhas e personagens controversas. Há ainda muitos mistérios por esclarecer, mas o Antigo e o Novo Testamento contêm algumas respostas às principais inquietações dos crentes e não crentes. De facto, é precisamente nas Escrituras que se encontram respostas a dúvidas fundamentais: Quem é Deus? E o diabo, existe? Existem outras formas de vida além das que se encontram na Terra? Que segredo esconde Fátima? Os grandes mistérios da Igreja parte da análise dos principais textos sagrados e de uma profunda pesquisa da história da Igreja para dar resposta a estes e outros mistérios que têm perdurado ao longo do tempo.
IRRESPONSÁVEIS
Um livro polémico. Um autor que ataca os poderes instalados.
EQUADOR
Quando, em Dezembro de 1905, Luís Bernardo é chamado por El-Rei D.Carlos a Vila Viçosa, não imaginava o que o futuro lhe reservava. Não sabia que teria de trocar a sua vida despreocupada na sociedade cosmopolita de Lisboa por uma missão tão patriótica quanto arriscada na distante ilha de S. Tomé. Não esperava que o cargo de governador e a defesa da dignidade dos trabalhadores das roças o lançassem numa rede de conflitos de interesses com a metrópole. E não contava que a descoberta do amor lhe viesse a mudar a vida.


A Praia

Acima de tudo é uma necessidade que o médico me recomenda por causa dos ossos.  
Embora praticamente não saiba nadar, faço o exercício físico dentro de água que me é recomendado.
Só que a 2ª quinzena de agosto trouxe ao Algarve uma água normalmente fria, pouco recomendável, que magoava quem nela se atrevia a entrar. Pelo menos na zona onde estive.
Peguei o vício das caminhadas pela praia aos meus familiares. Assim, de manhã e de tarde lá largávamos alguns de nós pela extensa praia, o que tornava tais passeios ainda mais interessantes.
Por norma, o tempo esteve quente sem ser abrasivo. As noites suaves convidavam a sair de casa e a deambular por entre a multidão.

Algumas vezes saímos à noite para conhecer outras localidades à volta.
Gostei da Feira Medieval em Castro Marim. Um mundo de gente , o colorido, os  cheiros e paladares, a música, os jogos e danças, as tascas a abarrotar...
Achei Tavira uma cidade muito interessante e gostei de passar por Vila Real de Santo António, Monte Gordo e outras sítios. Não faltou uma tarde  em praias  de Espanha e uma noite em Ayamonte onde se viam portugueses sem conta.


S. João da Degola
Na Eucaristia do dia 23 de agosto em Cacela, o pároco anunciava a festa do São João da Degola a 29 de agosto em  Manta Rota, povoação da freguesia. E explicou que a denominação popular da festa tem a ver com o martírio de S. João Batista que foi mandado degolar na prisão por Herodes.
O referido pároco apelou à generosidade e colaboração das pessoas tendo em vista a construção de um capela em Manta Rota, que o turismo fez crescer imenso, mas onde não existe um espaço sagrado.
Como me revi neste apelo! Parecia que estava a ouvir-me a mim próprio. De repente, viajei a Tarouca e aos apelos em favor do Centro Paroquial...
Ao sair, estavam às portas do templo pessoas a recolher ofertas para a construção da tal capela. Embrulhado na ideia do Centro Paroquial, nem prestei atenção. Só que não me senti bem. Voltei atrás e entreguei a minha oferta. Só merecemos ser ajudados quando ajudamos. E experimentei então uma paz e uma alegria interiores que me enchiam a alma. É que, como diz São Francisco, a felicidade está mais em dar do que em receber.
Em 29 de agosto, 11 horas, teve lugar o chamado "banho santo". Em outros tempos, quando o mar era só para os pescadores, as povoações algarvias desciam da serra, montadas nos burros e cavalos, e vinham banhar-se ao mar, mantendo a crença de que aquela banho as protegia de doenças pelo ano fora. Após o banho, comiam no areal a merenda e faziam a festa.
A tradição mantem-se, só que hoje no meio de um mar de turistas. E lá chegaram elas em combinação e eles em ceroulas para o banho a que se seguiu o convívio num espaço cercado no areal, perante a explosão de água na boca dos turistas que, fora do cercado, contemplavam o arama dos petiscos.
Convém acrescentar que o "banho santo" tem a ver com o facto de S. João batizar no rio Jordão.
Pelas 19 horas teve lugar a Eucaristia no palco do recinto das festas. Estava um bom grupo de pessoas a participar.
A justificar a celebração da Eucaristia naquele espaço, o pároco falou da alegria de Deus, dizendo que um dos maiores pecados dos cristão é não serem alegres.


Os cães
Apesar da proibição estampada nas entradas para a praia, nunca vi tanto cão na praia como este ano. Uma situação a merecer a atenção das autoridades...
Não me apercebi de algum ataque canino, mas certamente não será elogiável a presença dos simpáticos bichos num espaço como aquele. A começar por motivos higiénicos e de saúde.
Mas até gostei de muitas cenas que presenciei. E com algumas ri-me à farta. Desde aqueles que não conseguiam entrar na água até aos que estavam sempre prontos para irem a banhos. E o que eles se espolinhavam na areia após cada molhadela! Resultado, mais um banho para tirar a areia...

As famílias
Nunca vi uma praia tão familiar como esta. Como nunca vi uma praia com tantos idosos e limitados fisicamente. E quanto carinho vi nos gestos de tanta gente! Desde aquele miúdo (talvez 10 anos) que levava a sua avô pela mão para esta ir molhar os pés na água, até àquele pais que levava o filho adolescente com clara deficiência pela praia fora, suportando o peso do filho...
Sobretudo a alegria de tantas famílias juntas. Conversas, passeios, jogos, brincadeiras, lanches... Graças a Deus pelo dom de tantas famílias felizes.


O Alentejo, Alqueva e Alpiarça





No regresso, gosto de vir pelo interior alentejano e os meus familiares fizeram-me a vontade.
A Alentejo encanta-me. Aquelas planícies a perder de vista, aqueles horizontes sem estacas, libertam-me, ampliam-me, fazem sonhar.
E depois aqueles povoados com a casas baixas, brancas, com as ruas limpinhas, são muito especiais.
Vinhedos e olivais a perder de vista, uma afirmação de agricultura moderna, seduzem para um futuro com sentido.
Jamais passara por Alqueva. Gostei de ver o maior lago artificial da Europa. Tanta água num Alentejo ressequido onde os montes "pedem a Deus a bênção de uma gota de água".
Depois do almoço em S. Mansos, passámos ainda, embora por apenas uns minutos, em Alpiarça. Após 11 horas na estrada, chegámos a casa de meu pai com o qual jantámos. Depois.... Cada um para seu lugar porque no dia seguinte o trabalho esperava. 

sábado, 15 de agosto de 2015

Taizé: A oração, «participar e manter-se juntos na espera de Deus»

Comunidade propõe ícone da misericórdia, uma "representação completamente nova"
O ícone da Misericórdia, uma representação completamente nova
Quando os irmãos de Taizé se levantam, assinalando o final da oração da noite de sexta-feira, há uma pequena corrida de dezenas de jovens para ocupar os lugares deixados vagos.
Segue-se o momento da adoração da cruz e muitos querem ser os primeiros. Ficarão depois horas na igreja, em oração.
“Dans nos obscurités, allume le feu qui ne s’éteint jamais...”, cantam ainda quatro mil vozes. “Nas nossas obscuridades, acende um fogo que não se apague nunca.” O ritmo é pausado, a melodia repete-se. Os cânticos meditativos “permitem a todos participar e manter-se juntos na espera de Deus”, lê-se num pequeno texto da comunidade sobre a oração comum.
Se a oração é o centro da vida da aldeia - três vezes por dia, os jovens que estão em Taizé são convocados pela torre sineira, a 100 metros da Igreja da Reconciliação –, a oração de sexta-feira à noite é um dos momentos centrais em Taizé. 
A pequena comunidade da Borgonha (França), que reúne monges católicos e de diferentes origens protestantes, organiza a vida na aldeia num ritmo semanal, como se cada Domingo fosse a celebração da Páscoa.
Entre sexta e domingo, reza-se actualizando o mistério central da fé cristã: a morte e a ressurreição de Jesus.
O rito da adoração da cruz é feito com o ícone da cruz, da tradição ortodoxa, pousado no chão, com os jovens prostrados sobre ele. Durante duas, três horas, sucedem-se os cânticos, com a igreja ainda cheia de jovens.
Sábado à noite, a oração celebra a luz pascal. Milhares de pequenas velas acendem-se para festejar a ressurreição de Jesus.
No domingo, a celebração da eucaristia, segundo o rito católico latino, mas com algumas fórmulas adaptadas ao espírito ecuménico de Taizé, conclui este ciclo.
Hoje à noite, em Taizé, ao carácter festivo que a festa da luz já tem, juntar-se-á um outro: este será o primeiro momento para celebrar os 100 anos do nascimento do irmão Roger e os 75 anos da sua chegada à aldeia.
Amanhã, com a participação de uma centena de responsáveis de igrejas cristãs e também de líderes muçulmanos, judeus, budistas e hindus, assinalam-se ainda os dez anos da morte do irmão Roger – precisamente a 16 de Agosto de 2005.
Para esse momento de memória e celebração, os irmãos da comunidade calculam que possam estar presentes umas sete mil pessoas na oração, que começa às 16h00 (15h00 em Lisboa).
Por essa razão, hoje à noite e amanhã à tarde, os tempos de oração decorrem ao ar livre, pois nem a vasta nave da Igreja da Reconciliação permite incluir tanta gente.
Para os tempos de reflexão e oração nos próximos meses, e durante 2016, a comunidade propõe três palavras centrais no pensamento e nos escritos do irmão Roger: alegria, simplicidade e misericórdia.
Por essa razão, um ícone da misericórdia foi colocado no altar da Igreja da Reconciliação e proposto como fonte de oração.
O ícone da misericórdia, uma representação completamente nova, mostra Jesus Cristo no centro, colocado de pé. Ao seu redor, uma faixa desdobra-se em seis cenas, que representam a parábola do bom samaritano: o ataque dos salteadores, o sacerdote e o levita que passam sem cuidar da vítima, o samaritano que chega e apoia o homem, levando-o depois para a estalagem. A última cena mostra a vítima, o bom samaritano e o estalajadeiro que partilham uma refeição.
Nas imagens da parábola, a vítima está representada com a mesma cor branca de Jesus e em algumas cenas a semelhança com momentos da paixão de Cristo é evidente.
A última cena, da refeição, remete para o ícone da Trindade, mostrando a harmonia restabelecida.
Num texto de apresentação do ícone, explica-se: “Se uma piedade que esquece o próximo, como a do levita e a do sacerdote que passam ao lado da vítima, é apenas uma forma de idolatria, o amor, a obra de caridade do bom Samaritano, é o que restaura a humanidade à imagem de Deus.”
Fonte: aqui

Veja AQUI muito mais sofre Taizé. Portugueses participantes, peregrinações cristãs, propostas, deputados e apelas do Papa, Taizé e a nova solidariedade.... E muito mais!

Há 36 anos

15 de agosto de 1989. Sé de Lamego, 11 horas. O Avelino, o José Manuel e eu fomos ordenados sacerdotes por D. António de Castro Xavier Monteiro, então Arcebispo-Bispo de Lamego.
Faz hoje 36 anos. Destes, 24 como pároco da Paróquia de São Pedro de Tarouca.
Perpassam hoje por mim os sentimentos, emoções, sonhos, generosidade, entusiasmo dessa primeira hora.

A vida foi retirando forças, sem esmorecer o entusiasmo.
A vida é sonho, porque tenho saudades do futuro.
A vida é generosidade, porque esta vence sempre as cicatrizes e os calos que a realidade vai semeando.
Emociono-me ainda perante o olhar de uma criança, a lição de vida e de fé que recebo de um doente, a felicidade dos nubentes, a generosidade dos jovens, a sabedoria dos anciãos, a a vivência da fé por parte da comunidade.
E sobretudo Cristo. Cada vez mais convencido que só ELE vale totalmente a pena.

Preocupa-me a construção do Centro Paroquial que não me larga de  noite e de dia...
Preocupam-me tantos casais que vivem como se Deus não existisse...É que a fé nasce e cresce ao colo da mãe com o exemplo do pai.
Preocupam-me tantas crianças e jovens para quem Deus não conta...
Preocupa-me a solidão de tantos velhinhos e doentes...
Preocupam-me os divórcios e os filhos como grandes vítimas da situação...
Preocupa-me a falta de emprego que leva tantos jovens para fora sem perspectivas de voltarem...
Preocupa-me uma Igreja que, em vez de ser uma comunidade viva, dinâmica, com garra apostólica, se fica no ritualismo, no clericalismo, no tradicionalismo...
Preocupa-me a situação de tanta gente situação difícil, porque não tem trabalho, ou não quer trabalhar, ou usufrui ordenados baixos...
Preocupam-me as notícias diárias: guerras, perseguições, mortes, refugiados, fome, miséria,  pouco respeito pela vida, desvalorização da dignidade da pessoa humana, corrupção, violência doméstica, fundamentalismos, falsidade nas relações entre as pessoas...

Mas quero que Cristo morto e ressuscitado seja o esteio da minha vida, a garantia  que a esperança não engana, a certeza de que o mal não terá a última palavra.

Senhor meu e meu Deus, que a tua providência me envolva, a tua misericórdia desça abundante sobre mim, a tua luz derreta a escuridão do pecado e dos limites.


Senhor que o teu amor se derrame abundante e generosamente sobre esta comunidade, os meus familiares, amigos e sobre aqueles que não gostam tanto de mim..

Está a causar grande polémica nas redes sociais…


Os alinhamentos e a edição dos media tradicionais são, cada vez mais, feitos fora das redacções, em milhões de computadores ligados em rede e têm o “like” como unidade de medida.
Já passaram oito anos desde a altura em que Barack Obama – ou os seus conselheiros políticos e de comunicação, assim é mais rigoroso – percebeu a importância fundamental das redes sociais e para aí deslocou uma parte importante dos esforços e dos meios da campanha eleitoral que o levou pela primeira vez à Casa Branca.
O caso tornou-se objecto de estudo de comunicação política, tal foi o profissionalismo, a eficácia e o contributo para a vitória atribuido à utilização das novas plataformas electrónicas de comunicação de massas pela campanha Obama 2007 – “Yes we can”, lembram-se?
O mundo não para e se há área que se desloca a uma velocidade maior é precisamente a da comunicação electrónica. Por exemplo, uma plataforma importante para Obama nessa altura foi o MySpace. Foi entretanto reduzida à irrelevância, mas era lá que estavam muitos dos jovens que depois migraram para o novo fenómeno, o Facebook.
As redes sociais crescem e hoje há gerações que ocupam com elas muito mais tempo do que a ver televisão e têm aí a sua principal fonte de informação e de entretenimento.
Há três meses, Hillary Clinton anunciou a sua candidatura às presidências americanas do próximo ano. Não o fez com um comunicado enviado às redacções, nem com uma entrevista a uma das principais cadeias de televisão, nem sequer com um discurso bonito dito num teatro histórico perante uma plateia de personalidades mais históricas ainda. Fê-lo com um vídeo de dois minutos e meio onde os protagonistas são americanos comuns e que tornou público através da sua conta de twitter. Foi assim que a América ficou a saber que Hillary é candidata.
Qualquer semelhança entre isto e o que se está a passar em Portugal limita-se a um capricho do calendário. O tempo que partilhamos é o mesmo mas quando se trata de tentar chegar aos eleitores da forma mais directa e eficaz, os políticos portugueses não são contemporâneos dos americanos. Lá já se está na web 3.0. Aqui continuamos no cartaz de 8×3.
Mas se a comunicação política portuguesa ignora a utilização sistemática, estudada e profissional das redes sociais, o facto é que estas não ignoram os políticos.
A recente polémica com os cartazes do PS – que depois este tentou exportar para os cartazes da coligação PSD/CDS – mostra como a comunicação de massas mudou na última década.
Mudou a velocidade de circulação da informação, que se tornou vertiginosa. Hoje já ninguém espera pelo telejornal das 8 e muito menos pelo jornal de amanhã para saber o que disse hoje um governante nem tem de esperar pelas 24 horas seguintes para saber como reagiu a oposição. Muitos assuntos nascem, vivem e morrem entre as 9 da manhã e as 9 da noite do mesmo dia.
Mudaram também os protagonistas. Há duas décadas só algumas dezenas tinham voz pública. Eram os políticos, académicos, jornalistas e comentadores com acesso aos media, que iam à televisão, falavam na rádio ou escreviam nos jornais. A comunicação era só de lá para cá e para o cidadão anónimo com vontade de intervir no espaço público era uma vitória ver publicada uma “carta ao director”. A internet e as redes sociais democratizaram a comunicação e a intervenção no espaço público. A elite perdeu essa exclusidade e isso é um bem em si mesmo. Tem aspectos negativos? Claro que tem. O “efeito de manada”, o seguimento acéfalo da corrente, é o mais óbvio. Mas é um custo da democracia que se paga muito bem.
Com a mudança de protagonistas está a mudar também a mediação da comunicação. O papel de “gate keeper” – os que decidem o que é e o que não é notícia -, então inteiramente entregue aos jornalistas, vai sendo diluido pela generalidade da comunidade. A quantidade de notícias que aparecem nas televisões, rádios ou jornais cujo “lead” é “Está a causar grande polémica nas redes sociais…” é o espelho mais perfeito dessa deslocação do centro de gravidade. A notícia já não é o facto em si mas sim o “bruááá” que ele causa junto do público, confirmado pelo número de “likes”, comentários ou partilhas feitos nas redes sociais.
A morte do leão Cecil por um dentista americano foi notícia pela indignação pública e global que causou na rede. A polémica sobre a mãe norte-americana que amamenta simultaneamente o seu filho e o de uma amiga estalou porque “a internet reagiu” (ontem, no jornal Sol). E o nosso notório caso dos cartazes de campanha eleitoral não o teria sido há uma década e agora também não o seria não fosse o impacto das redes sociais. Pouco importa se o caso tem ou não substância política – que não tem. Se é relevante na escolha que os portugueses vão fazer no dia 4 de Outubro – que não é. Se é apenas espuma e circo – que é.
Os alinhamentos e a edição são, cada vez mais, feitos fora das redacções, em milhões de computadores ligados em rede e têm o “like” como unidade de medida.
A verdadeira popularização da informação está aqui. O empolamento desporporcionado de temas fáceis, que não são mais do que giros ou caricatos, atropela os que são importantes. É a vitória do interesse do público sobre o interesse público. E se o jogo se está a inverter é por demissão de uma das funções mais nobres dos jornalistas: a selecção criteriosa entre os milhares de assuntos que todos os dias podem ser notícia.
Esta é a primeira eleição em Portugal onde o fenómeno das redes sociais se está a fazer sentir com toda esta crueza.
Com políticos impreparados para se tornarem protagonistas nessas plataformas e incapazes de se deslocarem para o sítio onde estão fatias cada vez mais importantes de cidadãos eleitores e com redacções rendidas à reacção popular imediata, o acessório está a vencer sobre o essencial.
É fácil ter opinião sobre o último cartaz de um partido. Mais difícil é perceber o que é o plafonamento das contribuições para a Segurança Social e ter opinião fundamentada sobre o tema. Mas entre um e outro não tenhamos dúvidas sobre qual é mais importante para a nossa vida individual e colectiva.

Paulo Ferreira, Observador 14/8/2015, lido aqui


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Abandonar idosos vai ser crime, maus tratos vão impedir herança

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A criminalização do abandono de idosos foi aprovada esta quinta feira em Conselho de Ministros, mas só será lei na próxima legislatura.
Para além de reconhecer como crime o abandono de idosos, a nova medida prevê a repressão de qualquer tipo de violência, abuso, exploração ou discriminação, tanto a nível físico como psicológico.
De acordo com o jornal Público, apesar de já ter sido aprovada, a lei só entra em vigor na próxima legislatura, uma vez que o Parlamento se encontra em período de férias.
Desta forma, não é possível aprovar o documento porque, para isso, será preciso alterar o Código Penal e isso só pode ser feito pela Assembleia da República.
No comunicado publicado pelo Conselho de Ministros, pode ler-se que “os cidadãos idosos estão amiúde expostos a práticas que atentam contra os seus direitos mais elementares, cuja defesa importa assegurar”.
Por isso, a partir da próxima legislatura, passam a ser crime ações como abandonar idosos em hospitais ou outros estabelecimentos de saúde e negar o acolhimento ou a permanência destes em instituições públicas por recusa em assinar uma procuração para “fins de administração ou disposição dos seus bens ou em efetuar disposição patrimonial a favor da instituição”.

Maus tratos vão impedir herança

Estão também previstas medidas de proteção jurídica às pessoas idosas e em situação de incapacidade, não permitindo que outros se aproveitem da sua condição.
Entre estas está o alargamento da indignidade sucessória, isto é, caso algum herdeiro pratique algum crime de violência doméstica ou maus tratos contra o idoso, será impedido de receber qualquer herança por parte do mesmo.
A estratégia prevê ainda a criminalização de negócios jurídicos feitos em nome do idoso sem o seu pleno conhecimento e destaca os crimes de injúria, difamação e o crime de burla.
O documento destaca o crescimento significativo da população idosa em Portugal, que passou de 708.569 idosos em 1960 para 2.010.064 em 2011, assim como o aumento da esperança de vida aos 65 ou mais anos – que era de 13,5 anos em 1970, tendo evoluído para 19,1 anos em 2013.
Fonte: aqui

INAUGURAÇÃO DAS OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO E BENEFICIAÇÃO DO CENTRO DESPORTIVO DE TAROUCA

O Presidente da Câmara Municipal de Tarouca, Valdemar Pereira, tem a honra de convidar todos os tarouquenses para a cerimónia de inauguração das obras de requalificação do Complexo Desportivo de Tarouca, presidida por Sua Excelência o Secretário de Estado da Administração Local, Dr. António Leitão Amaro, que decorrerá nó próximo dia 16 de agosto, pelas 18h15.

Programa:
18h15 - Descerramento da placa de inauguração
Intervenções:
Presidente da Câmara Municipal de Tarouca - Valdemar Pereira
Secretário de Estado da Administração Local - António Leitão Amaro
18h30 - Jogo de Futebol - Velhas Glórias vs Glórias Velhas   

MUNICÍPIO DE TAROUCA OFERECE LIVROS E MATERIAL ESCOLAR AOS ALUNOS DO 1ºCICLO

O Município de Tarouca vai atribuir um subsídio para aquisição dos livros e material escolar para o ano letivo de 2015/2016 aos alunos dos 1º ciclo do ensino básico do concelho com escalão A e B.
 
"As crianças são o nosso futuro e a aposta na sua educação de hoje reflete-se no amanhã, por isso a autarquia decidiu fazer este esforço para apoiar as famílias, em especial as mais carenciadas, aliviando os encarregados de educação desta despesa significativa e dando um contributo para aumentar o sucesso escolar", refere Valdemar Pereira, presidente da Câmara Municipal de Tarouca. 
 
Os encarregados de educação dos alunos com escalão A e B irão receber um vale, que deverá ser levantado no Serviço de Ação Social e Saúde da Câmara Municipal de Tarouca, para ser descontado no ato da compra nas papelarias do Concelho (ABC ou Avenida). Esta medida tem também como propósito incentivar e dinamizar o comércio tradicional e a economia local.  
 
Para mais informações deverá dirigir-se ao Serviço de Ação Social e Saúde da Câmara Municipal de Tarouca, ou através do email accao.social@cm-tarouca.pt . 
 
Cátia Rocha
TÉCNICA SUPERIOR

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Agradeço a Deus pelo dom da vida

Meu Deus, sei que com muita frequência as pessoas Te procuram para pedir ajuda e bênçãos, mas eu hoje  procuro-Te para agradecer! Agradeço-Te, Senhor, por todas as coisas boas e menos boas que me aconteceram na vida, pois sei que se o Deus grande colocou obstáculos em minha vida é porque confiou que eu podia ultrapassá-los e adquirir sabedoria através eles.


Ó Deus, agradeço pelas bênçãos que me tens  dado, agradeço pela minha saúde e pela saúde das pessoas que amo e sirvo, e pela proteção que recebemos diariamente da Tua Providência.

Agradeço por encontrar no meu caminho algumas portas abertas e, ainda que em momentos de revolta não entenda porque outras portas se fecharam, compreendo que Tu, Senhor, sabes o que é o melhor para mim.

 Ó Deus generoso, agradeço pelas lições que tenho aprendido ao longo de minha vida, mesmo que algumas delas me tenham trazido sofrimento. Hoje, quero ser mais humildade para aceitar os Teus desígnios e ter mais sabedoria para tentar aprender com a dor. Hoje, desejo ser uma pessoa melhor, mais compreensiva e forte. Hoje,  desejo mais maturidade para reconciliar-me com os meus erros e defeitos, e discernimento para entender as linhas que Tu, Senhor, traçaste para a minha vida.

Meu Deus, peço que continues a abençoar-me e a  proteger-me com as Tuas mãos poderosas,  agradeço por me confiares o dom da vida e comprometo-me a buscar a paz, a bondade e a felicidade!


Deus da bondade e da ternura, a Ti me confio, confiando igualmente nas pessoas boas, humildes e amigos que tornam mais esperançoso o meu caminhar.


Envolve-me, Senhor. Protege-me, Senhor. Seduz-me, Senhor!


Louvado sejas, Deus meu!
Concede-me um coração bonito parecido com  o de Jesus.

Holocausto inútil

Há 70 anos, em Agosto de 1945, a guerra continuava no Pacífico. Acabara na Europa no dia 8 de Maio e tinham já desaparecido três dos seus grandes protagonistas: F. D. Roosevelt morrera a 12 Abril sem que chegasse a ver a vitória aliada; Mussolini fora fuzilado no dia 28 de Abril por um grupo de partigiani, não se sabe ao certo às ordens de quem; e Adolfo Hitler, o discípulo de Wagner que fizera da Europa e do Mundo o cenário do seu Götterdamerung, suicidara-se a 30 no bunker da Chancelaria.

Mas ficara o Império do Japão, que os Estados Unidos tinham praticamente obrigado a ir para a guerra quando lhe cortaram o abastecimento energético em 1941. O Japão, depois de Pearl Harbour, lançara-se na guerra relâmpago, conquistando e dominando grandes extensões do Pacífico, da Indochina e da Insulíndia, até aí domínios coloniais franceses e britânicos. 
Parados em Midway pelos porta-aviões americanos, os guerreiros do Sol Nascente vão conhecer depois a retirada e a derrota. A guerra aérea com bombas incendiárias contra as suas cidades e a guerra submarina que lhes vai afundando os navios, os petroleiros e os transportes, vai ter um efeito devastador no sistema militar e logístico imperial.
No dia seguinte à vitória na Europa, os americanos concentraram-se na frente do Pacífico. Considerando o modo renhido e fanático da resistência japonesa, desde os aviadores kamikazes até ao encarniçamento da infantaria nas ilhas, pensava-se que a conquista final do Japão pudesse custar mais de dois milhões de baixas aos invasores e muitos mais às tropas e às milícias civis nipónicas.
O Projecto Manhattan começara nos Estados Unidos no pressuposto de que os alemães, cujos físicos eram pioneiros da pesquisa nuclear, estavam a construir a bomba atómica. Em Los Alamos, Novo México, J. Robert Oppenheimer dirigiu e coordenou a equipa que construiu as duas bombas que seriam lançadas sobre o Japão.
Perante os efeitos devastadores das novas armas, os japoneses render-se-iam, poupando os dois contendores ao preço de uma longa conquista. Os alvos iniciais foram Hiroshima e Quioto mas, por pressão do Secretário da Guerra, Stimson, Quioto foi retirada e substituída por Nagasaki. 
No dia 6 de Agosto, o Enola Gay lançou a primeira bomba, Little Boy, sobre Hiroshima, matando cerca de 80.000 pessoas de imediato e deixando outras tantas com vontade de ter morrido. Três dias depois, Nagasaki recebia a segunda: mais 40.000 mortos.
A justificação ‘humanitária’ de Truman e dos seus conselheiros viria a ser duramente contestada e a polémica ainda não terminou. Os responsáveis militares americanos - como Eisenhower e o almirante Leahy - condenaram a bomba por inútil, já que o Japão estava a ponto de render-se. O próprio general Douglas MacArthur, comandante-em-chefe do Pacífico, que não fora consultado, mostrou-se crítico. O Japão render-se-ia desde que a dinastia continuasse. Que foi o que veio a acontecer.
Jaime Nogueira Pinto | Sol | 11/08/2015, vi aqui

terça-feira, 11 de agosto de 2015

O cientista mais famoso da história vislumbra a necessidade racional da existência de Deus

Albert Einstein afirma: "A ciência conduz a um espírito imensamente superior"
Albert Einstein lettera studentessa Spirito superiore teoria relatività religiosità
Milhares de sites já reproduziram uma carta do grande físico Albert Einstein sobre Deus, dirigida a uma jovem estudante chamada Phyllis. Em 19 de janeiro de 1936, a garota escreveu para o cientista, então já famoso, perguntando-lhe algo que tinha sido discutido em sua escola:

"Os cientistas rezam? E a que ou a quem eles rezam?".

Na época, poucas pessoas poderiam representar com dignidade toda a elite dos chamados "cientistas". Einstein, certamente, era uma dessas pessoas. A simplicidade e a natureza da carta de Phyllis poderiam ter irritado um cientista de tamanha reputação, mas Einstein respondeu à jovem estudante com a mesma simplicidade com que ela lhe tinha escrito. E com rapidez: a carta do físico foi assinada em 24 de janeiro de 1936.

Einstein explica logo de cara que
 
"os cientistas creem, assumem que existem leis da natureza às quais cada coisa, cada evento e cada homem devem obedecer. Um cientista, portanto, não tenderá a crer que o curso dos acontecimentos possa ser influenciado pela oração ou pela manifestação sobrenatural de um desejo".

Mas acrescenta um porém:

"No entanto, temos de admitir que o nosso conhecimento real dessas forças é imperfeito; assim, acreditar na existência de um espírito supremo e definitivo depende de uma espécie de fé. É uma crença generalizada, mesmo diante das conquistas atuais da ciência".

Este é um ponto-chave: a ciência não anula "uma espécie de fé"; pelo contrário, até a provoca, em razão das suas falhas e limites.

O cientista ainda traz um parecer bem mais pessoal:

"Ao mesmo tempo, quem está verdadeiramente comprometido com o trabalho científico se convence de que as leis da natureza manifestam a existência de um espírito imensamente superior ao do homem. Desta forma, a investigação científica leva a um sentimento religioso de um tipo especial, que é muito diferente da religiosidade de uma pessoa ingênua. Cordiais saudações, A. Einstein".

Para nós, cristãos, isso tudo pode parecer bastante óbvio, mas é altamente relevante que uma pessoa da estatura intelectual de Einstein vislumbre uma faceta da virtude que chamamos de fé, uma virtude que confirma a verdade "católica" – universal – da Revelação cristã.

Em outra carta, muito breve, leiloada em 15 de fevereiro de 2015 nos Estados Unidos e escrita em italiano para o colega Giovanni Giorgi, Einstein escreve:

"Deus criou o mundo com mais elegância e inteligência".

A genialidade humana confirma a necessidade racional da existência de Deus. Fé e razão, afinal, são “as duas asas com que o espírito humano se eleva à contemplação da verdade” (São João Paulo II, Fides et Ratio).
Fonte: aqui

Semana Nacional das Migrações: luzes e sombras

Veja aqui

domingo, 9 de agosto de 2015

O que esteve bem. O que podia ser melhor...

Após análise pessoal, tendo ainda em conta a opinião de pessoas que escutei, apresento uma sucinta análise  da Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima a Tarouca.

I. O QUE ESTEVE BEM
1. O trabalho alegre, empenhado, gratuito de muita gente.
O Conselho Pastoral que reuniu, estudou e propôs; as pessoas que intervieram na elaboração do Guião de Oração (criação em grupo, composição e impressão); quem escolheu os cânticos para a Eucaristia e o Guião; tanta gente que esteve presente para levar em frente a passadeira de flores no trajeto próximo da Igreja, no enfeite do muro junto à escola e no Castanheiro do Ouro; pessoas que deram flores, tempo e outros haveres; os responsáveis pela ornamentação do andor da Imagem Peregrina; quem ofereceu os foguetes e os deitou na chegada e quem ofereceu a instalação sonora...
2. A enorme multidão que esperou a chegada da Imagem e a acompanhou na procissão de velas até à Igreja. Alguém dizia que "nunca se vira tanta gente junta em Tarouca"...
3. A Eucaristia celebrada e vivida na Igreja Paroquial.
4. A presença orante dos povos e dos grupos durante a noite e manhã. Realce especial para aquele grupinho de pessoas que aguentou toda a noite!
5. A Presença na procissão e na Eucaristia de várias entidades, entre as quais a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia, a Santa Casa, os Bombeiros, etc. Saliente-se também a colaboração da GNR.
6. A despedida. Aquele canto "De Vós me aparto, ó Virgem", entoada pelos presentes na Igreja quando o andor com a Imagem começou a descer pela Igreja rumo à carrinha e continuado até à Santa Casa,  ainda ferve nos corações.
6. A passagem frente à Santa Casa foi qualquer coisa de maravilhoso, que encheu os olhos e a alma!

II. O QUE PODIA SER MELHOR...
1. A organização precisa de rever a carrinha que transporta a Senhora. O veículo não aguentou o passo da procissão e teve que andar em frente, esperando a chegada da mesma procissão. Mas este problema não é nosso, é da organização.
2. Faltou um cordão humano que ajudasse as pessoas a caminhar na procissão, evitando a tentação de alguns poucos de acompanhar a Imagem pelos lados...
3. A Eucaristia deveria ter sido celebrada no adro da Igreja, pois esta é muito pequena para acolher tanta gente, o que provocou que muitas pessoas não tivessem participado adequadamente na Missa.. Ninguém pensou nisso, nem  fez sugestões. De qualquer maneira, aqui assumo que fui eu quem mais falhou. Quando tivermos o Centro Paroquial, temos este problema do espaço resolvido...
4. A criatividade não é monopólio de ninguém. Estas atividades exigem que todos ponhamos a criatividade a funcionar em prol do bem comum. Assim como Gondomar, por sua iniciativa, decorou o muro da escola, não poderiam os outros povos decorar um trecho do percurso?  Claro que muita gente, de todos os lados, interveio na implantação do tapete de flores no trajeto próximo da Igreja. Mas com mais criatividade e distribuição de tarefas, poder-se-ia ter ido mais além.
5. O apelo "Uma direta com Maria" foi muito pouco escutado. Pouquinhos o aceitaram. Penso que aqui esteve o maior falhanço da comunidade. É certo que estávamos em plena semana de trabalho e que haverá razões válidas para muita gente não ter ficado. Mas pergunto: os adolescentes e os jovens não estão de férias? Não gostam tanto eles da night? Não há muitos migrantes em férias? E os reformados? Não há gente que vai para as noitadas dos Remédios? Não há tainadas que duram pela noite fora?
6. Apesar dos vários e insistentes avisos e informações no fim das Eucaristias, apesar da divulgação diversificada e plural pela internet, apesar da afixação do programa no placard da Igreja, apesar do apelo insistente para que as pessoas levassem a informação aos seus familiares, amigos e vizinhos, o certo é que ainda apareceu gente a dizer que não sabia de nada, dizendo que tinha pena de não ter participado. Razão total tem o Papa quando insiste que os cristão partam para as periferias existenciais... Cada um de nós tem que despertar para a fundamentalidade do contacto pessoal.

Bispos contra o Papa?!


Publicamente, todos os bispos portugueses têm aplaudido o Papa. Ainda nenhum, que me tenha apercebido, criticou alguma das posições e das perspetivas que ele tem proposto para a Igreja. Admito que em privado façam eco de algum desconforto para com certas teses “bergoglianas”. Contudo, como noticiou o semanário "Sol", na sua última edição, chegar ao ponto de não respeitar o desafio que o Papa fez à Igreja de todo mundo para refletir o problema dos divorciados recasados, e enviar um documento votado por todos os bispos, incluindo os eméritos, em que, simplesmente, se lhes recusa o acesso à comunhão, parece-me inconcebível!

Situar o debate só em torno da questão de os católicos recasados poderem, ou não, comungar, é muito redutor. Assim posta a questão, é natural que se criem divisões entre os que defendem, e os que negam, essa possibilidade.

Ora, o objetivo do Papa não terá sido esse ao levantar essa questão (e outras). O que ele pediu à Igreja foi que reflita sobre a forma de conciliar a indissolubilidade do matrimónio com o acesso dos recasados à comunhão. Ou seja: como continuar a valorizar e a propor o matrimónio católico para toda a vida; e ter uma solução para aqueles que falharam nesse projeto e, por isso, se veem arredados dos sacramentos só por terem contraído uma nova união.

Assim sendo, a preocupação dos bispos deverá ser ler as sensibilidades e propostas da Igreja em Portugal. E, depois, enviar para o Sínodo sugestões, linhas de reflexão, pistas para que os bispos de todo mundo possam encontrar uma saída para este problema que, à primeira vista, parece irreconciliável.

Em muitos contextos, e por diferentes personalidades da Igreja, já foram sugeridas diversas soluções. Espera-se que os bispos portugueses, tendo ouvido as diferentes sensibilidades nacionais, consigam retirar das diferentes posições, por vezes diametralmente opostas, um contributo válido para o Sínodo. É crucial para a Igreja, no mundo de hoje, encontrar a solução para este e outros problemas que afetam a vida de pessoas concretas.

Por isso, limitarem-se a dizer ao Papa que se é a favor ou contra a comunhão dos recasados, é, manifestamente, muito pouco. Ele, seguramente, espera muito mais da reflexão dos católicos espalhados por todo o mundo.

 Fernando Calado Rodrigues (Texto publicado no Correio da Manhã de 07/08/2015), lido aqui

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ONDE ESTÃO? ONDE ESTÃO? ONDE ESTÃO?

Estado Islâmico executa 19 mulheres por recusarem relações sexuais

Um responsável curdo relata que o Estado Islâmico matou 19 mulheres, mantidas reféns na cidade iraquianade Mosul, por se terem recusado a ter relações sexuais com os jihadistas.Estado Islâmico executa 19 mulheres por recusarem relações sexuais

Segundo, Mimousini, porta-voz do Partido Democrático curdo, as execuções ocorreram no passado fim-de-semana, depois de o grupo de reféns se recusar a ter relações sexuais com os guerrilheiros.
A denúncia, à agência de notícias iraquiana, surge dias depois de uma responsável das Nações Unidas anunciar ter sido testemunha da circulação entre os membros do Estado Islâmico de uma "lista de preços" de crianças escravas na Sìria e no Iraque.
À Bloomberg,  Zainab Bangura, Representante Especial do secretário-geral da ONU para a Violência Sexual em Conflitos, relatou que as raparigas são "negociadas como barris de petróleo" e que por vezes são compradas para serem depois vendidas às famílias por milhares de dólares.
Neste mercado negro, as meninas entre um e nove anos de idade são as mais valiosas.
Zainab Bangura, responsável pela investigação do comércio sexual do Estado Islâmico, afirmou ainda que uma mulher pode ser comprada por seis homens diferentes.
Fonte: aqui



Diante desta barbárie, pergunto:
- Onde tão as feministas?
- Onde estão aqueles que tão aguerridamente se manifestaram contra a morte do leão Cecil?
- Onde estão os ecologistas?
- Onde estão os esquerdistas?
- Onde estão aqueles que (justamente) se batem contra o aborto?
- Onde estão os fundamentalistas?
- Só o Papa é que se bate contra a barbárie do Estado Islâmico???
Se deixamos de lutar, aqui e agora, contra todos os bárbaros atentados cometidos contra a dignidade  da pessoa humana, que andamos aqui a fazer?

Bispos portugueses divididos nas questões da família?


O semanário Sol, de 31 de julho, dá conta duma presumível divergência de posição dos bispos portugueses a propósito de algumas questões sobre a família e que, tendo ficado pendentes na reflexão sinodal da assembleia extraordinária do Sínodo que ocorreu em outubro de 2014, serão novamente objeto de reflexão na próxima assembleia ordinária do próximo mês de outubro.

Não esteve nem está em causa qualquer ponto de doutrina sobre a família ou sobre o matrimónio católico. Ou seja, sobre a formação e o papel da família à luz da doutrina da Igreja não há divergências entre os pastores da Igreja que vive em Portugal, bem como sobre a natureza e os fins do matrimónio católico.

Assim, não há aspetos propriamente progressistas nem conservadores sobre a indissolubilidade do matrimónio celebrado à face da Igreja. Não é anulável o matrimónio, a não ser o chamado matrimónio rato e não consumado (válido). De resto, é passível de declaração, pelos tribunais eclesiásticos, de inexistência ou de nulidade (neste segundo caso, matrimónio existente, mas não válido) do matrimónio. O matrimónio inexistente ocorre raramente, por exemplo, por falta de consentimento; o nulo, ocorre mais vezes, por exemplo, se o consentimento foi prestado por medo grave, com erro de pessoa, com impedimento dirimente não dispensado ou por falta de jurisdição do oficiante. O que supostamente dividirá os bispos portugueses é o tacto pastoral com as pessoas cujo matrimónio falhou e, por via desse facto, se encontram na situação de divórcio e novas núpcias à face das leis estaduais, e eventualmente com filhos do novo casamento e/ou do anterior.

Segundo o que alegadamente transpirou para o exterior, os bispos teriam que instruir com a sua posição coletiva os delegados da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa) à próxima assembleia sinodal (eleitos consensualmente, o cardeal patriarca de Lisboa, que é o presidente da CEP, e o presidente da Comissão Episcopal da Família). Aí terão surgido duas propostas: uma, no plausível pressuposto da obrigação eclesial de não exclusão, de possibilitar a comunhão sacramental após um percurso formativo, penitencial e casuístico a juízo do bispo diocesano; a outra ficar-se-ia pela simplificação dos processos de nulidade do matrimónio (demasiado dispendiosos). Dizem que a primeira (dita progressista) terá sido apresentada pelo bispo de Leiria-Fátima e que segue as pegadas do cardeal alemão Walter Kasper; e a segunda (dita conservadora) terá sido a do cardeal patriarca e presidente da CEP.

É certo que o direito canónico, ao considerar as pessoas que se voltaram a casar como infiéis ao primeiro cônjuge, prevê a sua exclusão dos sacramentos, entre os quais a comunhão sacramental. Todavia, deve anotar-se que a exclusão da comunhão sacramental não constitui uma pena, mas uma indicação de que não há consonância com a doutrina e disciplina da Igreja. Já a excomunhão é uma sanção grave, que implica também uma exclusão da comunidade e seus afazeres; e, como qualquer pena, tem de estar claramente tipificada na lei, o que não é o caso.

***

Sobre o caso, ocorre-me tecer algumas considerações. Primeiro, não percebo como é que uma sessão e documento, cujo conteúdo o plenário pretendeu que ficasse secreto, transpareceram para a Comunicação Social, rezando o comunicado final – e bem – que o assunto fora objeto de aprofundada análise por parte dos membros da assembleia da CEP. Será que em matérias tão sensíveis haverá veneráveis prelados que pretendam o indesejável vedetismo? Lucrará a CEP com a divulgação da fricção de tendências entre os alegados bispos progressistas do Centro e os restantes? Porquê, a ser verdade, se abriu excecionalmente a votação aos bispos eméritos? Se os estatutos o preveem para certas matérias neles tipificadas, não é de se falar de exceção. E que discurso terão no Sínodo os delegados se um pertence a uma tendência e o outro a outra?

Depois, o porta-voz da CEP fez um apontamento correto, mas redundante, dizendo que esta divergência é natural, que vai ao encontro do instrumentum laboris do Sínodo dos Bispos (o qual também aponta as duas sensibilidades), que sínodo significa caminho em conjunto, que a reflexão continuará lá e que a última palavra será do Papa, dado que o Sínodo tem caráter consultivo.

Além disso, não é lícito que se pressuponha que uma proposta defenda mais a doutrina da Igreja em detrimento da outra; o que está em causa, como se disse, é a atuação pastoral junto das famílias cuja situação não está literalmente em consonância com o perfil perfilhado pela Igreja.

Por outro lado, parece temerário dizer que os divorciados que voltam a casar vivem em adultério, estando por isso impedidos de comungar, ou pior, dizer que estão excomungados.

Tais afirmações parecem ter como subtexto o segmento discursivo de Cristo em Mateus (vd Mt 5,27-28):

“Ouvistes os que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, digo-vos que todo aquele que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério no seu coração.”.

Ora, este segmento discursivo tem em vista sobretudo estender a exigência dos atos aos pensamentos e aos desejos e não classificar de adultério uma situação permanente. E não condena o simples desejo da mulher pelo homem e vice-versa, mas o desejo consentido ou o desregramento da concupiscência. 

Ninguém de boa fé vai dizer que os casados civilmente ou os que vivem juntos (dizer “união de facto” não passa de um eufemismo aceite pela sociedade e pela lei) estão em situação de permanente “relação sexual” ou que os homens ou mulheres com tendência homossexual (irreversível ou não) – a viverem isolados, juntos ou casados civilmente – estejam em permanente situação de pecado. Que se saiba, os bispos não se pronunciaram sobre os homossexuais. Ou será que nesta abordagem surtiu unanimidade? Também estes devem ser tratados com respeito, sentido de inclusão e, se o quiserem, no âmbito da cooperação em Igreja.

Não faz sentido rotular de adulterinos os filhos nascidos de pessoa casada fora da constância do matrimónio católico ou ilegítimos os nascidos de mãe solteira (ou incógnita) ou de pai solteiro (ou incógnito) – o que só contribuiria para o regresso a tempos antigos, gerar ou alimentar conflitos culturais e, sobretudo, responsabilizar os filhos pelos atos dos pais (inadmissível).

Porém, voltando aos recasados, é inconcebível que numa diocese pequena e sem trunfos humanos significativos em Teologia um sacerdote (antipapa ou anticardeal?!) aponte “heresia” na posição do cardeal Kasper ou que pressuponha que o papa, ao passar o microfone ao predito cardeal, tenha acometido uma “imprudência” e ateado “um fogo difícil de apagar”. E, se o Papa persistir na linha do acolhimento mais intenso e alargado – repito – não está a anular a palavra de Cristo ou a “rasgar páginas da Bíblia”. Estará mais provavelmente a seguir a via Christi da não condenação, mas da compreensão e do perdão a quem muito amou (cf Lc 7,47-48.50; Jo 8,11).

A situação dos divorciados e recasados tem de ser encarada nos contextos que a sociedade atual apresenta e na teia das questões antropológicas e sociais com que os homens e mulheres se debatem e que originam situações factuais nem sempre as mais corretas e desejáveis – a precisar de mais apoio e de menos anátemas.

No entanto, a premonição de Gonçalo Portocarrero é oportuna quanto a divisões no seio da Igreja, pois, se a posição de Kasper for por diante, alguns, alegando a pureza doutrinal, persistirão na postura atual, incluindo anticanónica e, em certa medida, antipastoralmente a negação batismo a filhos de não casados catolicamente; mas, se o Papa optar pela manutenção do atual estado de coisas, alguns atirar-se-ão para a frente, passando os mais conservadores a capitalizar essa posição, como sendo estes os bons e os outros os hereges. 

***

O que disse hoje, 5 de agosto, o Papa na Sala Paulo VI, no quadro das suas catequeses sobre a família e frente aos acólitos que se encontraram em Roma?

. Disse claramente que os divorciados que voltam a casar “não são excomungados”; são, antes, “parte da Igreja”.

. Pediu que se distinguisse entre “quem foi confrontado com a separação e quem a provocou”.

. Aduziu que “a consciência que um acolhimento fraternal e atento, com amor e verdade, é necessário para os batizados que estabeleceram uma nova relação depois do fracasso de um casamento sacramental progrediu muito”.

. Insistiu: “Nada de portas fechadas. Todos podem participar, de uma forma ou de outra, na vida da Igreja”.

. Sublinhou a necessidade de a Igreja Católica saber integrar os casais divorciados ou recasados, frisando textualmente:

“Estes batizados, que estabeleceram uma nova relação depois da dissolução do seu matrimónio sacramental, precisam de um acolhimento fraterno e atento, no amor e na verdade, estas pessoas não foram excomungadas, e não podem ser tratadas como tal, elas fazem sempre parte da Igreja”.

. Esclareceu:

“A Igreja não ignora que a situação dos divorciados e recasados contradiz o sacramento do matrimónio, mas, por outro, o seu coração materno, animado pelo Espírito Santo, leva-a sempre a buscar o bem e a salvação de todas as pessoas”.

. Questionou como é que isso pode ser concretizado se estas pessoas em concreto são muitas vezes “mantidas à distância da vida da comunidade”.

. Vincou a responsabilidade das comunidades católicas de fazerem com que aqueles que viveram a “rutura do seu vínculo matrimonial”, ou iniciaram um novo caminho conjugal, “se sintam acolhidos e possam viver segundo uma fé convicta e praticada”.

. Acrescentou que isto é tanto mais importante, quando estão em causa também “muitas crianças” saídas destas relações, e que “são quem mais sofre com esta situação”, as quais devem ter e ver na Igreja uma mãe atenta a todos, sempre disposta à escuta e ao encontro.  

. Chegou ao ponto de dizer que os divorciados e novamente casados podem servir de porta de entrada na Igreja para os seus filhos.

***

Posto isto, onde é que está o rasgar das páginas da Bíblia ou a anulação da doutrina de Jesus? Não se verá aqui, antes, o apelo aos peregrinos lusos a “renovarem o seu empenho” na construção de uma Igreja “cada vez mais acolhedora” e onde todas as pessoas “experimentem a misericórdia e o amor de Deus”?

2015.08.05 – Louro de Carvalho

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

HÁ QUM PARTA FICANDO...




A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima partiu hoje de Tarouca, às 10.30m horas. 
A Imagem partiu, mas a MÃE ficou.
Ficou porque é nossa, património do nosso coração, referência obrigatória da nossa fé.
Aquela multidão que te recebeu no Castanheiro do Ouro e te acompanhou até à Igreja Matriz não sabe, não quer viver sem ti, santa e querida Mãe.
Obrigado, Mãe do Céu, por nos teres vindo visitar na tua veneranda Imagem!
Obrigado por presidires à caminhada da nossa fé.
Obrigado por celebrares connosco a Eucaristia, proclamando Cristo como Centro e Senhor da Igreja que somos!
Obrigado por seres mais forte do que o sono que vencemos para estar contigo!
Obrigado pelo trabalho dedicado, empenhado, alegre de tanta gente desta comunidade!
Obrigado pela presença amiga, serena, quente, de tantas crianças, jovens, adultos e velhinhos!
Obrigado pela paciência ternurenta com que sempre nos escutas!
Obrigado pela presença serena  das autoridades, autarquias, associações, irmandades!
Obrigado por nos aqueceres o coração com o calor da Graça de Deus que nos transmites como ninguém!
Obrigado por tantos irmãos de fora que se juntaram a nós para todos proclamarmos que sois a Nossa Mãe!
Obrigado por seres o nosso modelo de sermos crentes!




terça-feira, 4 de agosto de 2015

Ajuda-nos, Santa Mãe!


Neste dia da Tua Visita a esta comunidade paroquial de S. Pedro de Tarouca, nós Te pedimos, Virgem Santa e Imaculada, ajuda-nos a construir o Centro Paroquial.
Torna-nos atentos, unidos, generosos, partilhantes.
Preside `nossa esperança e motiva-nos para o futuro....

Livra-nos do desânimo, do individualismo, da divisão, da presunção.
Abençoa quem tem ajudado e desperta quem o não fez.
Livra-nos de todo o mal para que nada de ruim nos aconteça.
Surpreende-nos, Mãe de Fátima.
Intercede por nós ao Senhor.
A Ti confiamos, a Ti nos entregamos, nas Tuas Mãos depomos esta obra, casa do futuro, casa dos teus filhos, cada de Deus.




O corpo maior do edifício já tem a placa colocada. Preparamos agora o corpo mais alto para a receber.
Depois da placa, proceder-se-á à sua impermeabilização, recebendo depois relva por cima (no tocante à parte mais baixa).
Há depois que tratar da parte interior: teco, soalho, paredes, portas, janelas, envidraçados, móveis...

domingo, 2 de agosto de 2015

Eu alinho. E você?


"Recebamos, pois, amados irmãos e irmãs, a Virgem Peregrina, não apenas com simpatia e fidalguia, mas com o coração em festa e comovido, movido pelos mesmos fios da Palavra de Deus que Maria, com tanto amor, tecia e entretecia. Filha da Palavra, torna-se Mãe da Palavra. Um grande SIM a habita, uma grande Alegria irradia, um grande Amor lhe enche a vida. A bússola da sua vida é o seu Filho Jesus. É Ele que Maria embala e ostenta. É para Ele que aponta sempre. Que seja Jesus também, amados irmãos e irmãs, a bússola da nossa vida, agora e sempre."
(Bispo de Lamego)




Vamos todos alinhar...
... NUMA DIRETA COM MARIA?

A noite de terça-para quarta feira não é para o sono, É PARA MARIA!

Vamos algumas vezes a Fátima para estar com a SENHORA.
Agora é a Senhora que vem até nós!

Todo o tempo para Ela que tem sempre todo o tempo para cada um de nós e para todos nós.

Não dá para entender...

 Infelizmente quando se trata das barbaridades islâmicas, os direitos das mulheres islâmicas, etc., o silêncio mediático é quase total. Onde estão os movimentos feministas quando se trata dos direitos das mulheres...no Islão ???

sábado, 1 de agosto de 2015

"Só Sócrates pensa que é um preso político"

Afirmação é da deputada Ana Gomes.


Leia aqui