2. Compreendo que a arte, toda a arte, tem uma capacidade especial para dizer o indizível.
3. Compreendo que os milhões de peregrinos que procuram Fátima e aí deixam as suas esmolas têm direito a um mínimo de condições materiais para a celebração, vivência e enriquecimento da sua fé.
4. Compreendo que os Santuários - e cada vez mais - são referências na vida de muitos cristãos. Também na arte, na liturgia e no aprofundamento da fé.
5. Compreendo que muita campanha feita "contra a construção da nova Igreja" vem do laicismo mais ferrenho e despudorado, que não perde uma oportunidade para "atacar" a Igreja.
6. Compreendo que os tradicionalistas fiquem chocados com alguns elementos arquitectónicos e esculturais. Como alguns progressistas ficam irritados pela presença de elementos que, na sua perspectiva, ferem o ecumenismo. Como se aquele templo não fosse uma Igreja Católica!
Mas...
1. Não quis Nossa Senhora que aquele espaço fosse um lugar de simplicidade? Não escolheu Ela para seus interlocutores três crianças muito simples?
2. "Quem meu filho beija, minha boca adoça". Não ficaria Maria Santíssima mais feliz se muitos dos milhões de euros ali gastos fossem aplicados em minorar os sofrimentos de tantos "templos vivos"? Não esqueçamos os 2 milhões de portugueses à boca da pobreza, para já não falar de tanta miséria por esse mundo fora...
Sem choradinhos nem emoções baratas, Nossa Senhora não gostaria mais se dessem uma casita decente a alguns dos muitos que a não têm?
3. O amor arrasta, seduz, edifica. É uma arte perene ao alcance de toda a compreensão. Veja-se o caso de Madre Teresa de Calcutá. Penso que é por aí que a Igreja se pode e deve afirmar.
4. Sabemos que nas obras megalómanas do Estado há mais derrapagem nas contas do que houve com a nova Igreja de Fátima, onde não foi gasto dinheiro dos nossos impostos, porque esse fora dado voluntariamente pelos peregrinos.
Mas os nossos critérios são os do Estado? A igreja não tem nem anuncia outros valores???
Que aquela grande obra nos toque a todos para a realização de uma obra muito maior que é a solidariedade, o compromisso no amor para com quem sofre.
A começar por Fátima. A começar por cada um de nós.
Olá Padre Carlos,
ResponderEliminarEu sou leitora assidua do seu blog, e não concordo com muitas coisas que as veses o Sr. Padre diz, mas tb não faço comentários, porque cada um tem as suas convicções e eu sei respeitar! Agora este texto tinha que comentar, porque acho que o Sr. Padre esta coberto de razão, ja me perguntei a mim mesma, porque? Porque está tanta gente a morrer a fome, e se gasta dinheiro desta forma? Porque que tanta gente não tem sequer uma casa digna para viver, e se gasta tanto dinheiro deta forma? Acho mesmo que Nossa Senhora ficaria mais contente, e nós atentos as dificuldades e a toda miseria deste mundo que é o nosso, também.
Gostei muito das suas palvras, e vou le-lo mesmo que não esteja de acordo!
M.
Obrigado pela sua participação.
ResponderEliminarApareça sempre, quer seja para discordar quer para concordar.
Quando participamos sinceramente, estamos a enriquecermo-nos mutuamente.
Um bom fim-de-semana.
Asas da Montanha
Sabemos que a riqueza no mundo está mal distribuída porque as nações são dirigidas por políticos e estes são gananciosos...
ResponderEliminarE a Igreja? Que exemplo dá ao mundo? Pudemos perguntar para quê aquela enormidade de igreja...como pudemos perguntar a quem serve a riqueza do vaticano? Será esta a vontade de Deus? Não, de certeza.
Filó
Obrigado pelo seu comentário.
ResponderEliminarComo o Mário Soares diz, oxalá nunca percamos o "direito à indignação."
Bom domingo.