"... aqui fica um conjunto de sugestões sobre o tema de fundo desta crónica, que certamente ajudariam a combater o despovoamento do território.
Primeira (porventura utópica mas que serve de emblema): a transferência da capital para o interior do país, com o aproveitamento de um núcleo urbano já existente ou a construção de raiz de uma cidade-modelo (a exemplo de Brasília ou Islamabad).
Segunda: a travagem imediata do encerramento de serviços públicos no interior (ou, quando isso não puder deixar de ser feito, a sua transferência para outro local também no interior).
Terceira: a construção de uma via rápida de Trás-os-Montes ao Algarve ligando as principais cidades do interior – Bragança, Guarda (com extensão a Viseu), Castelo Branco, Évora, Beja e Faro –, articulada com o TGV e o novo aeroporto.
Quarta: a criação de incentivos para profissionais liberais que queiram instalar-se na província – médicos, advogados, notários, arquitectos, etc. – ou empresários que aí queiram implantar indústrias, serviços ou complexos turísticos.
Quinta: a instalação de cursos qualificados e centros de investigação em zonas do interior.
Sexta: o paulatino regresso de certos serviços públicos a aglomerados do interior, acompanhando ou nalguns casos precedendo a fixação de pessoas.
Sétima: a recuperação do património histórico e arquitectónico, e sua divulgação, mobilizando associações locais e valorizando a oferta turística (neste campo, o Presidente da República tem vindo a dar uma boa ajuda).
PORTUGAL é uma estreita faixa de terra encostada ao Atlântico.
Não façamos essa faixa ainda mais estreita, com as pessoas a acotovelarem-se junto ao mar – o que trará problemas acrescidos ao nível da insegurança, desemprego, marginalidade, criminalidade, consumo de drogas, construção clandestina, etc.
É preciso repovoar o território e revalorizá-lo: isso é uma tarefa nacional.
Implica dinheiro?
Sem dúvida.
Mas sobretudo implica vontade.
E Portugal, na encruzilhada em que se encontra, precisa de grandes objectivos capazes de mobilizar as vontades e restituir aos portugueses o orgulho."
http://sol.sapo.pt/Blogs/jas/default.aspx
Com a maior e absoluta concordância, só acrescentava uma medida: "incentivar, através de apoios económicos, sociais e culturais, aposentados e reformados a viver com os netos na aldeia ou vila de origem".
ResponderEliminarPara tanto, os serviços de saúde de proximidade teriam que levar uma grande volta e as pensões teriam que ser decentes.
E há dinheiro. Está é mal distribuído e mal parado, sabe-se lá por onde, às vezes!