O último relatório das Nações Unidas sobre a condição feminina nas sociedades muçulmanas nos últimos cinco anos é claro: a Arábia Saudita é o país onde as mulheres têm menos direitos – nem sequer o de usar saltos altos.
Entre as muitas restrições a que estão sujeitas as mulheres na Arábia Saudita poderá juntar-se mais uma: quando saírem à rua, se não usarem um lenço que lhes oculte todo o rosto, só poderão mostrar um olho. É o que determina uma “fatwa” (édito religioso) proposta pelo xeque ultraconservador Muhammad al-Habadan, defensor de “um reforço das regras da modéstia”.
Para o xeque, que respondia a dúvidas de ouvintes no canal de TV por satélite al-Majd, “a revelação dos dois olhos encoraja as mulheres a usar maquilhagem [que é proibida] e atrai demasiada atenção, o que é um comportamento corrupto, em conflito com os princípios islâmicos.
"Como fazer então a vida diária apenas com visão parcial? Explica o xeque, muito popular entre os crentes masculinos: “Quando forem às compras, as mulheres poderão retirar totalmente o pedaço de tecido que tapa um dos olhos para poderem usar os dois... num limitado período de tempo.”
No Irão, está em discussão um modelo de bicicleta que esconda as pernas e a parte de cima do corpo da mulher. Neste país, embora as mulheres possam conduzir carros (o que não acontece na Arábia Saudita), só têm licença para circular em motorizadas como passageiras. Nos autocarros, há uma divisória que as separa dos homens. E, recentemente, foi criado um serviço de táxis só para elas.
(Com base in Padres Inquietos)
É isto que me espanta em certos activistas dos direitos humanos. Vêm para a rua protestar com ímpeto contra a prisão de Guantânamo e contra a invasão da Faixa de Gaza, lançando palavras de ordem contra os Estados Unidos e Israel. Ao mesmo tempo, nem uma palavra, nem uma manifestação contra as ofensas à dignidade humana nos países muçulmanos, onde as mulheres são as principais vítimas.
E os movimentos feministas, sempre tão susceptíveis a qualquer gesto que entendam apoucar a dignidade das mulheres no ocidente, fecham completamente os olhos ao que se passa com as mulheres nos referidos países muçulmanos.
É o caso mais acabado de hipocrisia, de falta de coragem, de verdade.
Para terem credibilidade, estas organizações que denunciem os atentados aos direitos humanos onde eles existam, com imparcialidade, sem medos.
Claro que é muito fácil criticar, denunciar, manifestar-se, até queimar bandeiras, quando os visados são sociedades democráticas, porque sabem que nada de mal lhes acontece. Mas quando se trata de países onde a democracia fica a milhas... oh! Não que ele!...
Não será tempo de pensarmos por nós mesmos, renunciando ao pensamento único que certas televisões e alguns jornais querem impor? Ao vermos certas reportagens, interroguemo-nos que verdade nos oferecem, que verdades nos ocultam.
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