domingo, 25 de janeiro de 2009

No "início da conquista da Europa"

O bispo de Alepo, na Síria, denunciou hoje, em Fátima, que "no Islão há tendências fundamentalistas que fazem tudo, directa ou indirectamente, para fazer os cristãos partir" do Médio Oriente.
Em conferência de imprensa, que antecedeu a celebração nacional do Ano Paulino no Santuário de Fátima, D. Antoine Audo explicou que "há um discurso nos 'media' muçulmanos, nas mesquitas, nas escolas" de que o Islão está no "início da conquista da Europa".
"Na Europa, o secularismo e a exclusão de cristãos inquieta-nos e reforça os muçulmanos", sublinhou o prelado, lembrando o que os muçulmanos dizem: "Já não há fé, nem família, nem moralidade na Europa. Pacificamente, vamos pregar-lhes o Alcorão e vamos todos convertê-los ao Islão".
Para o bispo da Síria, "este é o discurso disseminado entre o povo".
"Como dar um futuro coerente às nossas igrejas? Temos a tradição de viver juntos com os muçulmanos na nossa sociedade", recordou D. Antoine Audo, que defendeu: "O Islão, nas suas afirmações, é uma grande questão. A Igreja deve dar uma resposta ao Islão, pelo seu modo de fazer, de compreender, de escutar, de acolher, de ser firme na fé".
O prelado disse também estar "muito preocupado" com a guerra no Iraque, interrogando-se se não será o fim da Igreja "com esta instabilidade e violência".
"Esperamos que com a mudança de Presidente nos Estados Unidos possamos ter um tempo de segurança e de paz", desejou o bispo, lembrando que "desde que há guerra e insegurança, a Igreja tem sido posta à prova", havendo cerca de 50 mil cristãos que abandonaram o Iraque.
Quanto à Síria, o prelado admitiu que é um "país relativamente calmo e moderado, mas sente-se crescimento do fanatismo, não no regime, mas entre o povo", exemplificando com a existência de "mais mulheres que cobrem o rosto".
Reconhecendo a inexistência de "um diálogo oficial ao nível teológico", o bispo de Alepo declarou, contudo, existir "diálogo de vida, de vizinhança" que "funciona bem".
D. Antoine Audo lembrou que a "política de bispos e cristãos é sempre encontrar boas condições de viver a solidariedade, assegurar um futuro, ser igrejas vivas, criar pontes de diálogo, não ceder ao medo".
Sobre Fátima, que visita oficialmente pela primeira vez, afirmou que "tem uma mensagem de paz".
"Fátima é um grande símbolo, o nome árabe é quase providencial", acrescentou.
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/3efde4cc4ec2c0935bb299.html

1 comentário:

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.