Ontem, ao dar uma vista de olhos por vários blogues, encontrei este post: "
Os padres também vão ser avaliados…" - http://sepadume.blogspot.com/
Achei piada à ideia.
Será que a Igreja está assim tão sintonizada com o governo de Sócrates que até quer imitar a maior aberração deste executivo, que é o actual modelo de avaliação dos docentes? Bem, que publicamente a hierarquia nunca se delimitou suficientemente deste governo, é um facto conhecido... Mas imitar o actual modelo de avaliação dos professores, seria um absurdo.
Mas que critérios presidiriam à avaliação dos padres? Quem os avaliaria? E já agora, quem avaliaria os Bispos? Iríamos ter padres e padres titulares? Em que consistiria a progressão na carreira? Será que os titulares ascenderiam a arciprestes, professores do seminário, párocos das melhores paróquias, secretários diocesanos dos movimentos, responsáveis pelos serviços centrais? Quem ascenderia ao topo da carreira? O mesmo é perguntar, quem seria o vigário-geral e o pró-vigário-geral?
Quais os critérios de avaliação? Melhor administração dos bens paroquiais? Melhor contribuição económica para a cúria? Mais obras realizadas na paróquia? Criação de lares?...
Será que também iríamos ter Missas assistidas, reuniões assistidas, oração assistida? Visitas aos doentes e às famílias assistidas?
Que peso teriam na avaliação do padre a participação em retiros, acções de actualização e idas à Sé? E já agora, que peso na avaliação teriam o tempo que o padre passa em casa e o tempo que gasta no café e no contacto com as pessoas?
O povo de Deus seria chamado a avaliar o seu padre e o seu bispo? De quanto em quanto tempo teria lugar a avaliação? E os padres que não obtivessem suficiente, o que lhes aconteceria? Seriam destituídos? Seriam obrigados a voltar a frequentar o curso teológico? E aqueles que denotassem "fragilidades" em administração económica e em orientação de obras, teriam que frequentar economia e arquitectura?
Eu não acredito que a Igreja perca tempo com estas bizarrices. Só pode mesmo ser uma brincadeira, e já agora, de mau gosto.
Então quer dizer que tenho medo da avaliação? De modo nenhum. Tenho medo que a Igreja, à semelhança dos bizantinos, se entretenha a discutir " a cor dos olhos de Nossa Senhora, o sexo dos Anjos e o que acontece à mosca que caiu na água benta: contaminou a água benta ou foi ela que ficou contaminada?" Isto enquanto os turcos estavam às portas do império...
Ou crescemos unidos na oração e no anúncio, ou, voltados para questiúnculas internas, somos engolidos pelos "turcos modernos"...
Mas é evidente que os padres são avaliados. Diariamente, hora a hora. São avaliados pelo que dizem (e pelo que não dizem), pelo que fazem (e pelo que não fazem) como qualquer outra pessoa. Quantas vezes de uma forma bem exigente e implacável...
ResponderEliminarMas nesta matéria quero acreditar que frutifica, verdadeiramente, a avaliação que cada um, tornado sujeito, faz a si próprio. Soubessemos todos fazê-la! Com este modelo só surgem vencedores:) Incrível, não é?
Um abraço
Fá