domingo, 18 de janeiro de 2009

"Está muito concorrido hoje..."

1. Sinto a consciência do dever cumprido. Nestes tempos reconheço que tenho trabalhado demais. Mas fica-me a tranquilidade de quem cumpriu o seu dever a tempo. Com perfeição? Não, porque tenho a certeza das minhas limitações. Mas dei o meu melhor.
Fiel ao Plano Pastoral, elaborei, imprimi e orientei as distribuição dos guiões para os encontros familiares. Obrigado a quem os dobrou e distribuiu.
Preparei a liturgia do próximo domingo: imprimi textos, fiz a visualização da Eucaristia para ser projectada, reuni com pessoas em ordem à sua intervenção, dei a conhecer os cânticos. Não esquecer que a Missa com Crianças merece sempre um tratamento especial.
Também já elaborei o guião para o Lausperene da Quaresma, pedi ao sr. Diácono que o lesse e desse a sua opinião, pedi que montasse o livrinho a partir das fotocópias que vou tirar.
Igualmente já elaborei os textos para a intervenção dos adolescentes nas Eucaristias Quaresmais e que vou distribuir e analisar com os catequistas na reunião geral da próxima quinta-feira para que estes depois os trabalhem com os catequizandos.
Também o boletim "Apelo" da Quaresma está pronto, bem como as cartas-convite aos que este ano fazem 50 e 25 anos de casados, solicitando a sua presença na Eucaristia que a eles é particularmente dedicada.
Claro que o jornal paroquial de Janeiro tem que aparecer na data indicada e tem-se vindo a fazer...
Bom, como arcipreste, fiz uma resenha da reunião arciprestal e elenquei os assuntos da próxima reunião de arciprestado. Tudo enviei aos colegas, juntamente com materiais que devia divulgar.

2. Gostei das Eucaristias deste domingo. Senti-me bem como sempre. Mas hoje houve um facto que me tocou. Um irmão, de repente, caiu no meio da Eucaristia. A comunidade movimentou-se no sentido de prestar todo o apoio e rapidamente chegaram os bombeiros. Tudo feito com a discrição possível no momento. Aquela gente, que louvava o Senhor, não O esqueceu no irmão tombado. Também desci para ver o que se passava. Parabéns, amigos! Senti orgulho pelo vosso comportamento.

3. No fim da Eucaristia das 11 horas, atendi muita gente. De tal maneira que uma pessoa, que se guardou para o fim, exclamou: "Hoje o senhor está muito concorrido!..." Os assuntos foram os mais variados como acontece na vida de um pároco. Alguns deixaram-me contente pela boa notícia trazida, pela simpatia das pessoas, pela adesão a este ou aquele projecto ou actividade. Um deixou-me deveras preocupado. Já o pus na mão de Deus e, no que depender de mim, tudo farei para que se resolva a contendo e na paz.

3. Muitas vezes tenho pensado nisto. Em Igreja as pessoas mais importantes são os párocos. Não por eles, mas pela missão que desempenham. Será presunção? Heresia? Penso que não, apenas a verdade. São os párocos que estão próximos das pessoas, que as ouvem, que as motivam, que as acolhem, que as conhecem. São eles os "peões" que estão no meio do seu povo, vivem para o seu povo e com o seu povo. Os bispos aparecem, os padres estão. São eles que estão constantemente sob mira dos seus superiores hierárquicos e do povo que servem. São ainda os párocos que sofrem os embates, ora vindos de "baixo" ora vindos de "cima". Quando é que a Igreja reconhecerá o papel único dos párocos? Normalmente quando lhes fala é só para recordar deveres...

2 comentários:

  1. Rev.mo Senhhor, querido Amigo:
    Obrigado pela reflexão e pela projecção epifânica da sua comunidade.
    Subscrevo o que diz. A missão mais determinante é, sem dúvida, a do pároco. É a mais difícil e, muitas vezes, a mais dificultada. Mas é também a mais bela.
    Quem está perto da base, está próximo do cume. Não é verdade que, como disse Agostinho, para Deus se sobe descendo?
    Nos simples está Deus.
    Mas é verdade que são sobretudo os párocos que «apanham» todos os embates.
    A minha homenagem. Que Nosso Senhor o abençoe.

    Abraço estremecido no Senhor.

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  2. Parabéns, Padre! O País hoje mais que nunca precisa de vós! Disso não tenho dúvida!

    Um abraço

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