terça-feira, 28 de outubro de 2008

Será que todos os castigos são maus?

Ninguém, com os cinco sentidos aferidos, defenderá os castigos de antigamente, com reguadas, varadas, bofetadas a esmo, por tudo e por nada.
Recordo-me de cenas na escola primária que eram bárbaras. As crianças da 4ª classe todas a chorar alto por causa das reguadas e varadas que levavam porque não respondiam bem às perguntas de História ou não resolviam os problemas de Matemática...
Recordo-me de pequenos do 1º ano (actual 5º ano) que ficavam com sulcos azulados e salientes na pernas, provocados por varadas, por cometerem erros nas retroversões para Latim quando era a sua vez de as fazer no quadro...
Tempo, tempo, vai e não volta!

Actualmente caímos no extremo. Não se pode tocar no menino que fica traumatizado!!! Ah! E alguns pais nem querem que se fale mais alto ao menino!!!
Se penso que em algumas crianças é crime bater, noutras o crime está em não levarem umas boas palmadas! Na hora exacta, só lhes fazia bem. Caíam-lhes como uma luva educativa.
Temos hoje miúdos maus. Há que dizê-lo e assumi-lo. Sem regras, desafiantes, incontornáveis, poços de vícios. Que infernizam famílias (bem-feito aos pais que não sabem educar!), escolas, sociedade. Que não só se estorvam a si mesmo, como - mais grave - estorvam os outros.
E depois lá vêm não sei quantas reuniões disciplinares na escola, não sei quantos casos assinalados para a comissão de crianças e jovens em risco, não sei quantas situações enviadas para o ministério público...Quando toda a gente vê que com umas palmadas a situação se resolveria.
Tudo serve para desculpar o mau comportamento. Ele é a hiper-actividade, ele é o ambiente sócio-económico, ele é a genética, ele a família desestruturada, ele é a comunicação social, ele é o ambiente social... Coitadinho do mal comportado! É uma vítima! Tudo justifica o mal que faz e que é! Nunca é responsabilizado seriamente pelo mal que escolhe fazer.
E depois o mal está no professor! Quantos docentes têm que gastar tempos infindos a pôr ordem e disciplina na sala de aula? Exactamente, o tempo que deveria ser para aprender. Às vezes parece que as coisas estão mais orientadas para o professor ser "domesticador de feras" do que para ser o orientador, motivador e incentivador das aprendizagens. Tristes tempos!

Hoje é assim. Aprender sem esforço. Tudo o que cheire a trabalho, esforço, empenho, sacrifício, está calado! O que importa é oferecer a papinha feita e muito bem embrulhada. Ah! E de fácil digestão.

Esta geração, um dia, erguer-se-á contra a actual geração - a começar logicamente pelos actuais governantes - e há-de condená-la, porque não a soube nem quis preparar para um futuro que se imagina bem exigente.

3 comentários:

  1. Eu foi criado nesse tempo das palmadas, das reguadas, e tambem levei algumas, e hoje reconheço que só me fizeram bem,vou contar um pequeno episodio, andava eu na quarta classe, e no caminho para a escola tinha um quartel, de militares onde éra dada recruta aos mancebos, Três dias seguidos o Antonio faltou á escola, ao quarto dia a contina da escola, foi a minha casa saber qual o mutivo de eu não ir á escola, minha mãe, na hora que eu cheguei a casa, procurou-me, filho tu não tens ido á escola, eu, cheio de medo chorei, e disse a verdade á minha mãe, éla só me respondeu, amanhã sou eu que te acompanho á escola, ao chegar minha mãe contou ao sr.professor Soares, o motivo das minhas faltas, e disse, sr.professor, dele umas palmadas, que ele bem as merece, minha mãe saiu da sala, e novamente tive que contar em voz alta, o que eu tinha feito para não vir á escola, depois de relatar mais uma vez os factos, recebi duas valentes palmadas, das mãos do mestre nunca mais faltei á escola AS PÁLMADAS DADAS NO MOMENTO CERTO É EDUCAÇÃO.

    Antonio Assunção ( VOZ DO GOULINHO )

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  2. Boa tarde!
    Eu sou da mesma opinião, quando o aluno não se sabe portar decentemente, o professor ou educador devia castigar, dar até uma palmada, impor o respeito, pois antigamente era assim e tudo corria bem, havia um ou outro aluno mais arrebitado, mas não passava disso mesmo. Nós nem nos atreviamos a contar aos nossos pais pois ainda ouviamos, ou éramos castigados em casa. Havia respeito, havia alegria, lembro-me que na Escola EB 2,3/S de Tarouca, os alunos respeitavam os professores e éramos respeitados, brincavamos, aprendiamos e divertiamo-nos, juntavamos o útil ao agradável e "éramos felizes", coisa que hoje em dia não se vê. tenho pena de ver que a minha filha, que até gosta da escola, dos colegas e dos professores, não se divirta ao máximo como nós faziamos antigamente e não venha a ter uma boa recordação dos tempos de estudante. Há que mudar o sistema da educação, senão estes jovens não serão os homens e mulheres do amanhã.
    TC

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  3. Também não concordo que o mau comportamento seja excessivamente desculpabilizado por questões de ordem social, económica, afectiva e por aí fora...Em certas idades e em suposto amadurecimento crescente, essas deficiências até deviam contribuir para corrigir tais condutas, no sentido de as não querer prolongar e, sobretudo, de as não transmitir aos outros se elas são más para nós!
    Mas o que eu acho mesmo é que estes maus comportamentos se devem à audácia dos alunos. Sabeis porquê? Porque eles sabem que podem fazer tudo, porque é crime, até para os pais (imaginai para os professores), bater nos meninos e nas meninas; porque eles sabem que os professores estão sobre pressão; porque eles sabem que, mesmo sem estudarem e sem se esforçarem, vão conseguir passar de ano...Há alunos a transitar de ano com 5 ou 6 negativas!!! É claro, que tendo a vida facilitada para que hão-de estar a chatear-se com tudo isso? Antes pelo contrário, boicotam as aulas, perturbam o professor e divertem-se!!! Nada mais emocionante!
    Faltam-lhe sim, umas palmadinhas, que já deviam até ter sido aplicadas...mas pronto, tenhamos ao menos paciência, para os ouvir, repreender inúmeras vezes; esperança, para que as repreensões surtam algum efeito e coragem, para não desanimarmos!

    Beijinho sereno***

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