O Bispo de Leiria-Fátima defendeu hoje ser imperioso "rever os sistemas de remuneração e gratificação dos dirigentes de instituições financeiras", sobretudo quando contribuíram para a actual crise, "e que são verdadeiramente escandalosos".
Segundo o prelado, a sociedade actual deve "interrogar-se sobre as práticas especulativas que visam a rentabilidade máxima a curto prazo".
Falando em conferência de imprensa antes do início da peregrinação aniversária de Outubro ao Santuário de Fátima, D. António Marto referiu-se hoje pela segunda vez - a primeira foi na homilia da missa da manhã - à crise financeira que afecta o mundo, exortando a que "a economia desenvolva um recurso mais razoável ao crédito".
Por outro lado, "o mercado financeiro, através de investimentos socialmente responsáveis, deve ser reorientado para o serviço de uma economia produtiva, que tenha em conta as exigências ambientais".
Sublinhando que em Portugal "existe um desnível, um fosso, entre ricos e pobres dos mais altos da Europa", D. António Marto criticou um sistema financeiro "que vive da avidez do lucro imediato" e que faz sobressair a "necessidade de criação de instituições nacionais e internacionais de orientação e regulação dos mercados financeiros".
"Quando a finança se põe a si mesma como fim na avidez do lucro imediato, perde a cabeça. E as primeiras vítimas são os mais pobres ou mais desfavorecidos", disse o prelado.
In Lusa/Fim
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