A vida surpreende-nos todos os dias com gente simpática. É uma criança que nos sorri, jovens que nos atendem delicadamente, adultos e idosos que nos rodeiam de amabilidade.
Mas a vida oferece-nos também no dia a dia profissional ou social e mesmo familiar, contactos com pessoas impertinentes e incompreensíveis. Temos de estar preparados para atender gente desta espécie, que cada vez é em maior número neste mundo angustiado. É necessária uma dose extraordinária de paciência. Lê-se no “Principezinho” de Saint-Êxupérye: “Disse a flor ao Principezinho: é preciso que eu suporte duas ou três larvas, se quiser conhecer as borboletas”.
A virtude da paciência tem de acompanhar-nos para caminharmos serenamente através da vida.
Certa senhora entrou num táxi, a caminho da estação do caminho de ferro. Precisava de apanhar um determinado comboio. Ao ver que o taxista não seguia o caminho mais rápido disse-lhe apontando-lhe outra rua: Por esta rua chega mais depressa. O taxista, homem de nervos cansados pelo seu trabalho extenuante, gritou-lhe: Mas a senhora quer saber melhor que eu? Ando nesta cidade há muitos anos.
A senhora viu que estava diante de um homem difícil, exaltado e respondeu-lhe com delicadeza: Desculpe! Afinal enganei-me. O senhor sabe muito melhor que eu...
A viagem continuou e a passageira verificou que o taxista virou à direita para seguir precisamente a rua que ela indicara.
Chegaram à estação. Pagou. E o taxista, com um sorriso humilde disse-lhe: Muito obrigado por me ter sugerido o caminho mais curto de que eu não me lembrava. Reconhecera que a cliente tinha razão.
Quantas vezes temos de ceder a razão aos impertinentes e cansativos, pois é a melhor forma de voltar a razão para o nosso lado...
Mário Salgueirinho
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