Isto só vem confirmar aquilo que aqui escrevi há uns anos: as estatísticas muitas vezes só servem para enganar as pessoas.
Creio que isso é mesmo verdade dum modo especial no que se refere às estatísticas sobre os casamentos católicos. Por um lado os casamentos feitos na igreja não contam para estas estatísticas se os noivos já tiverem casado pelo civil, por outro muitos padres nem sequer mandam as actas desses casamentos para o civil, pois acham que isso não adianta nada. E os que lidam com isto sabem que há bastante gente a casar primeiro pelo civil e depois é que começa a preparar as coisas para o casamento na igreja. E conheço casos de pessoas que já fizeram dois, três, e até mais casamentos pelo civil, o que acaba por deturpar também os dados.
Quanto a haver menos gente a casar, ninguém se espante. Nos últimos anos o casamento tem sido bastante desvalorizado pelos governantes, a ponto de os direitos de quem casa serem quase os mesmos de quem vive junto. Depois a facilitação do divórcio tem concorrido para o pouco valor que muita gente dá ao casamento.
No entanto, continuo a dizer – e muitos bispos o afirmam também – que, apesar de tudo, ainda há demasiada gente a casar pela igreja, pois não tem sentido fazê-lo se um e outro noivo estão completamente afastados da vivência da fé cristã. Claro que o que se diz do casamento diz-se de muitas outras coisas, como o de baptizar os filhos em criança, receber outros sacramentos, ser padrinho, etc., etc.. A coerência não fica mal a ninguém! E os cristãos que o são de verdade sabem que viver conjugalmente sem o sacramento também é uma incoerência.
In O Amigo do Povo
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.