Ficou conhecido como sendo o bom Papa João. Nasci dois anos depois de ele ter nascido...para o Céu. Cresci a ouvir falar do Papa bom. Tudo o que se recebe no berço é sagrado. Minha querida Mãe falava-me deste Homem com um enlevo contagiante.
Foi ele quem desencadeou o Concílio Vaticano II. Enviava beijos às crianças. Era de uma simplicidade desarmante e de uma bondade que só os humildes sabem ter. Por isso era sábio, muito sábio. O seu coração era do tamanho do mundo. Só uma vez se terá zangado a sério: foi quando não conseguiu harmonizar duas pessoas que estavam incompatibilizadas.
Tinha uma seriedade extraordinária. O seu Diário de uma alma é uma lição viva que não passa de moda.
Levou tempo a habituar-se à missão de Santo Padre. Conta-se que, uma noite, estava a pensar em determinados problemas e terá dito a si mesmo: «Bom, levarei isto ao Papa». De imediato caiu em si: «Mas agora o Papa sou eu». Rematou da seguinte forma: «Já sei,
entregarei tudo ao Bom Deus»!
Afirmou que «o mundo inteiro era a sua família». Daí que estivesse à vontade com toda a gente. Numa audiência a religiosas, uma delas apresentou-se assim: «Sou a superiora do Espírito Santo». Sua Santidade não deixou escapar: «Ah sim? Tendes muita sorte. Eu sou apenas o vigário de Cristo»!
Tudo isto estava escorado numa enorme vida interior, numa profunda exigência consigo mesmo. Mons. Giuseppe de Lucca exarou esta percepção: «Ninguém era mais aberto do que ele e, ao mesmo tempo, ninguém era tão inimigo da facilidade, do facilitismo».
As sementes de bondade que deixou ainda não se extinguiram. Jamais se apagarão do coração das pessoas!
Há pessoas que nos marcam na vida. João XXIII faleceu quando eu tenha 11 anos. Contudo ficou-me na alma. Como mais nenhum, pese embora o respeito e a admiração por todos.
A bondade deixa na vida sulcos inapagáveis. E João XXIII foi isso: O BOM PAPA JOÃO.
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