Gostei da intervenção de D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima sobre a actual crise financeira. Pôs o dedo na ferida e disse verdades como punhos.
Defendeu ser imperioso "rever os sistemas de remuneração e gratificação dos dirigentes de instituições financeiras", sobretudo quando contribuíram para a actual crise, "e que são verdadeiramente escandalosos".
Disse ainda "o mercado financeiro, através de investimentos socialmente responsáveis, deve ser reorientado para o serviço de uma economia produtiva, que tenha em conta as exigências ambientais".
Por outro lado, apreciei a mensagem que o novo Bispo de Portalegre-Castelo Branco dirigiu às pessoas daquela diocese na altura da sua apresentação. Foi uma mensagem musculada, que fugiu ao barroquismo gongórico, tão comum em circunstâncias idênticas.
D. Antonino falou de uma "Igreja serva e pobre que sabe que, para ser credível, tem de viver de toalha à cinta..."
Indicou ainda "o serviço da caridade como parte constitutiva da nova evangelização e da pastoral de toda a comunidade ...”
Para uma hierarquia há tanto tempo calada, silenciosa - e a omissão é um dos pecados pelos quais todos nós devemos pedir perdão, pois, como dizia Paulo VI, "a omissão é o pecado dos nossos tempos", estes dois casos são uma lufada de ar fresco.
Oxalá sejam prenúncio de uma nova postura e não apenas um "sol de pouca dura".
Uma Igreja a "coçar para dentro" não vai a lado nenhum; uma Igreja aberta ao homem, fiel a Jesus Cristo, tem "promessa de vida eterna".
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.