Manuel, o jovem de 15 anos que disparou contra a mãe e o tio, em Vila Meã, Amarante, anteontem à noite, não mostra arrependimento e na família ninguém o quer recolher. "Ele é muito mau e com a droga fica ainda mais violento. Dá-lhe as fúrias, parte tudo. Depois disto, temos medo", desabafa Laura Carvalho, avó do menor.
Correio da Manhã, online
Pois é. A sabedoria popular bem avisa: "Quem semeia ventos colhe tempestades!"
semeamos facilitismo, super-protecção, vontadinhas todas feitas, alergia a qualquer forma de contrafazer os meninos... Esquecemos que "de pequenino se torce o pepino"e que educar crianças é evitar futuras prisões. Depois dá nisto.
Lamentavelmente, há uns anos a esta parte, cada vez mais pais se vão tornando papás e mamãs e deixam de ser pais e mães! Quando serão os pais seriamente responsabilizados pelo comportamento dos filhos? Em Inglaterra são. Aposto como a situação melhorava, e de que maneira!
Nunca compreendi a razão pela qual este governo fala tanto de formação e exige cursos para tudo e mais alguma coisa e nunca se preocupou com a formação para se ser pai e se ser mãe! E é aqui, na família, que tudo se joga. Mas família não é prioridade para quem nos governa, pelo contrário. Desgraçadamente!
É verdade que se um educador, pai que seja, dá um açoite num filho, é um aquidelrei! Aparecem as televisões, processos... É a acusação de maus tratos, de violência sobre as crianças... Enfim, só empurrões para a marginalidade que, depois, causa iras, revoltas, inquietações. As contradições da sociedade que se revela incapaz de educar para os valores que tecem e engrandecem a pessoa humana.
Há hoje muitas dúvidas no "como educar". Compreensível. Não pode haver dúvidas que, por este caminho, não vamos lá. Há que arrepiar caminho, voltando aos valores. Sem eles, semeamos selvas e precipícios para o futuro.
A escola, que o actual governo transformou numa tortura para professores e numa prisão para alunos, tem que voltar a ser o espaço alegre, cativante, bonito que já foi. Perdida num labirinto de leis e regulamentos, tolhida pelo alçapão das estatísticas, privada da autoridade dos professores e da criatividade livre de mestres e discentes, a escola actual é mais um lugar onde os pais colocam os filhos para que lhos guardem do que um espaço de aprendizagem e de interiorização de valores. Por isso, cada vez menos encanto das crianças e jovens pela escola.
Uma criança, um jovem "aprisionado na escola" desde manhãzinha até à noitinha, pode render? Pode sentir-se feliz? Onde lhe fica o tempo para se socializar, para brincar, para se expandir?
Ah! É urgente que crianças e jovens passem muito, muito mais tempo com a família. Como? Pertence ao Estado resolver a situação. É prioritária.
Precisamos de casas de correcção. Competentes, actualizadas, actuantes. Um rapaz como o Manuel, ou encontra uma casa assim ou será um desgraçado, também para desgraça dos outros. E quantos, quantos não há por aí? Todos conhecemos.
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