Ainda sou do tempo em que ninguém tinha telemóvel.
Em que ninguém ficava zangado só porque alguém não atendeu uma chamada.
Actualmente uma das maiores ofensas que se podem praticar é não atender o telemóvel ou desligá-lo…
quase constitui crime, para muita gente, o outro não estar sempre contactável.
Já ninguém pergunta ao telemóvel: - Como estás; mas sim: - Onde estás … A privacidade já era!
E todos precisamos muito do nosso telemóvel, tanto que até já fazem crer aos pais que as crianças de 4 anos também precisam de um. Até já há modelos próprios…
Em contraponto a isto li hoje numa revista que existem bloqueadores de sinal de telemóvel, isto é, estes aparelhos acabam com a rede dos telemóveis numa distância que varia entre os 9 e os 100 metros do lugar onde esse bloqueador está.
Segundo a revista à luz da lei portuguesa é proibida a comercialização e utilização destes aparelhos porque impedem a comunicação e, caindo em mãos criminosas, podem levar a consequências nefastas.
No entanto este artigo fez-me pensar na necessidade que teríamos, nós os padres,
de colocar aparelhos destes nas nossas igrejas… Que impedissem os telemóveis de ter rede.
Ganharíamos imenso!
Em primeiro lugar livrávamo-nos dos toques constantes que estes aparelhos irritantes têm que interrompem, com habitual frequência, as nossas celebrações distraindo tudo e todos.
Depois evitaríamos interferências nos sistemas de som que temos nas nossas igrejas, mas principalmente evitaríamos o ridículo das pessoas que, mal toca o telemóvel, saem disparadas da Igreja como se o mundo fosse acabar se não atendessem a chamada.
Na Igreja precisamos de estar em rede com Deus e para isso seria talvez importante não ter rede no telemóvel.
Como gostava que as Igrejas fossem locais de profundo e sincero silêncio….
Locais de encontro connosco mesmos e com Deus e nunca lugares de preocupação porque não recebi esta ou aquela chamada.
Como gostava que a Igreja fosse para todos lugar de embalado pelo silêncio do Amor de Deus
e nunca local de distracção com o último toque polifónico da Madonna!
Gostei da ideia e se calhar ainda arriscaria a trazer um comigo também!Às vezes, é desmesuradamente inconveniente e o que mais chateia é que, de facto, esses transtornos se podiam evitar!!!
ResponderEliminarBeijinho sereno