quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Uma questão de rede

Ainda sou do tempo em que ninguém tinha telemóvel.
Em que ninguém ficava zangado só porque alguém não atendeu uma chamada.
Actualmente uma das maiores ofensas que se podem praticar é não atender o telemóvel ou desligá-lo…
quase constitui crime, para muita gente, o outro não estar sempre contactável.
Já ninguém pergunta ao telemóvel: - Como estás; mas sim: - Onde estás … A privacidade já era!
E todos precisamos muito do nosso telemóvel, tanto que até já fazem crer aos pais que as crianças de 4 anos também precisam de um. Até já há modelos próprios…
Em contraponto a isto li hoje numa revista que existem bloqueadores de sinal de telemóvel, isto é, estes aparelhos acabam com a rede dos telemóveis numa distância que varia entre os 9 e os 100 metros do lugar onde esse bloqueador está.
Segundo a revista à luz da lei portuguesa é proibida a comercialização e utilização destes aparelhos porque impedem a comunicação e, caindo em mãos criminosas, podem levar a consequências nefastas.
No entanto este artigo fez-me pensar na necessidade que teríamos, nós os padres,
de colocar aparelhos destes nas nossas igrejas… Que impedissem os telemóveis de ter rede.
Ganharíamos imenso!
Em primeiro lugar livrávamo-nos dos toques constantes que estes aparelhos irritantes têm que interrompem, com habitual frequência, as nossas celebrações distraindo tudo e todos.
Depois evitaríamos interferências nos sistemas de som que temos nas nossas igrejas, mas principalmente evitaríamos o ridículo das pessoas que, mal toca o telemóvel, saem disparadas da Igreja como se o mundo fosse acabar se não atendessem a chamada.
Na Igreja precisamos de estar em rede com Deus e para isso seria talvez importante não ter rede no telemóvel.
Como gostava que as Igrejas fossem locais de profundo e sincero silêncio….
Locais de encontro connosco mesmos e com Deus e nunca lugares de preocupação porque não recebi esta ou aquela chamada.
Como gostava que a Igreja fosse para todos lugar de embalado pelo silêncio do Amor de Deus
e nunca local de distracção com o último toque polifónico da Madonna!

1 comentário:

  1. Gostei da ideia e se calhar ainda arriscaria a trazer um comigo também!Às vezes, é desmesuradamente inconveniente e o que mais chateia é que, de facto, esses transtornos se podiam evitar!!!

    Beijinho sereno

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.