Gostei que o Presidente da República tivesse ressaltado o bom desempenho de Portugal nos meses em que esteve à frente da União Europeia, embora continue sem saber muito bem em que consiste o Tratado de Lisboa...
Gostei que tivesse chamado a atenção para a diminuição da natalidade, para o mau funcionamento da justiça, para o desemprego e para as desigualdades salariais abismais existentes na sociedade portuguesa.
Gostei que tivesse chamado a atenção da sociedade e particularmente dos políticos para que o debate se situe naquilo que é o essencial, sem nos entretermos com o meramente acidental ou o fracturante.
Gostei da maneira como abordou as questões da saúde, exigindo saber para onde caminha o país neste campo.
Não gostei da maneira como abordou a educação, parecendo, neste campo, em sintonia com a política governamental e, como tal, corresponsável pela derrocada do futuro desta Pátria.
Faltaram alusões claras aos valores. Um discurso presidencial não pode ficar só pelo mecanicismo. Exige-se que vá mais fundo e traga para a tona aqueles valores que nos identificamcomo um velho país de mais de oito séculos.
Não gostei que não tivesse posto o interior no centro das preocupações políticas e nacionais. A breve alusão à falta de natalidade é insuficiente.
O abandono do interior, a baixíssima natalidade, o combate à pobreza e exclusão social deveriam ser, na minha humilde opinião, a 1ª divisão da discurso presidencial.
Faltou dizer que os políticos têm que dar "a cambalhota". Os seus ordenados e mordomias, a sua arrogância e distância em relação ao povo que os elege, a ausência de verdadeiro debate advindo de um certo consensualismo preocupante, a ausência de uma visão estruturada de futuro alicerçada numa idiossincrasia nacional ficariam muito bem num discurso desta natureza.
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