Na 2ª leitura deste 3º domingo comum, São Paulo diroge-se à comunidade cristã da cidade de Corinto. É de flagrante actualidade a palavra do Apóstolo (1 Cor 1,10-13.17). Vejamos.
1. Paulo teve conecimento de divisões entre os cristãos de Corinto.
"Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé,que há divisões entre vós, que há entre vós quem diga:«Eu sou de Paulo», «eu de Apolo»,«eu de Pedro», «eu de Cristo»."
2. Paulo esclarece.
"Estará Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo que recebeste o Baptismo?"
3. Paulo exorta.
"Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo,que faleis todos a mesma linguageme que não haja divisões entre vós,permanecendo bem unidos,no mesmo pensar e no mesmo agir."
PENSEMOS AGORA:
1. Que sentido é que faz afastar-se da comunidade porque não gostamos da atitude ou do jeito de ser deste ou daquele animador?
O texto recorda que a experiência cristã é, fundamentalmente, um encontro com Cristo; é d’Ele e só d’Ele que brota a salvação. A vivência da nossa fé não pode, portanto, depender do carisma da pessoa tal, ou estar ligada à personalidade brilhante deste ou daquele indivíduo que preside à comunidade. Para além da forma mais ou menos brilhante, mais ou menos coerente como tal pessoa anuncia ou testemunha o Evangelho, tem de estar a nossa aposta em Cristo; é n’Ele e só n’Ele que bebemos a salvação; é a Ele e só a Ele que o nosso compromisso baptismal nos liga. Cristo é, de facto, a minha referência fundamental? É à volta d’Ele e da sua proposta de vida que a minha experiência de fé se constrói? Em concreto: que sentido é que faz, neste contexto, dizer que só se vai à missa se for tal padre a presidir? Que sentido é que faz afastar-se da comunidade porque não gostamos da atitude ou do jeito de ser deste ou daquele animador?
2. Os ciúmes, os conflitos, os partidos, nas nossas comunidades cristãs
Que sentido fazem os ciúmes, os conflitos, os partidos, que existem, com frequência, nas nossas comunidades cristãs? Cristo pode estar dividido? Os conflitos e as divisões não serão um sinal claro de que, algures durante a caminhada, os membros da comunidade perderam Cristo? As guerras e rivalidades dentro de uma comunidade não serão um sinal evidente de que o que nos move não é Cristo, mas os nossos interesses, o nosso orgulho, o nosso egoísmo?
É difícil explicar todo e qualquer acto de incoerência.Então, as pessoas convencem-se de que dizer que não gosto de A ou de B seja uma óptima justificação para os seus actos negligentes e preguiçosos.Enganam-se a elas próprias e perdem-se nelas próprias.
ResponderEliminarHá pessoas que nos dizem mais e outras que nos dizem menos, mas a participação e o trabalho numa comunidade é para e por Jesus, não é para e por quem nos possa passar a mão no pêlo.
Beijinho sereno