Falamos imenso, contamos hostorinhas e brincamos os dois.
Como tantas crianças, também ela come pouco. Então à refeição fazemos um campeonato. "Vamos ver quem acaba primeiro?" Sirvo-a. Vai-me dizendo quanto quer e o que quer. "Chega", e levanta a mãozita.
Quando vê que estou muito adiantado em relação a ela, deita sentença: " Tu és gande. Tens de pôr mais." Tem que ser. Como muito devagarinho. Só acelero quando ela está mesmo a acabar. Ergue os bracitos e diz: "Ganhei-teeeee! Bem feita!" E avós e pais aplaudem a Nês-Nês que foi a vencedora. Fica feliz.
No fim da refeição, cantamos os dois. Solta o reportório todo. Cansadita, recita agora as orações que já sabe. Sabe imensas para a sua idade. Mas aqui a brincadeira fica de lado. Reza com muito avontade mais com concentração.
Um dia destes, pediu ao pai que lhe fosse buscar os lápis e instrumentos de desenho, sem dar mais explicações. Depois desenhou com destreza e pintou. Colocou o nome dela. Sim, a Inês não conhece ainda as letras, mas copia perfeitamente qualquer palavra que veja escrita. O nome dela, o do pai e da mãe já memorizou. Pediu que escrevesse o meu nome e também o copiou para o papel do desenho. Fez mais desenhos e também aí colocou os mesmos nomes. Depois, pegou neles todos e disse-me: "Toma, são para ti."
Obrigado, pequena-grande amiga! Contigo solto a criança que vive em cada um de nós. Em ti sinto o sorriso de Deus que continuamente nos seduz.
O que seria do mundo sem as crianças? Defendê-as, protegê-las e ajudá-las a crescer, sãs de corpo e de alma é das mais belas tarefas da humidade.
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