O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, padre Manuel Morujão, afirmou hoje que existem "problemas de audição" na Educação, defendendo que a voz dos professores tem de ser ouvida.
"Tem havido problemas de audição, de ouvir as vozes que gritaram forte e, certamente, não gritaram tanto contra, mas em favor de um melhor projecto de educação", afirmou o responsável no final de uma reunião que juntou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D.Jorge Ortiga, e representantes de oito dos onze sindicatos que integram a Plataforma Sindical dos Professores.
O secretário da CEP reconheceu que se sente um "mal-estar profundo" na Educação, que não se circunscreve ao modelo de avaliação dos professores ou à carreira docente, bastando para o reconhecer "abrir os olhos, os ouvidos e o coração".
Questionado sobre quem tem de "abrir os olhos, os ouvidos e o coração", o pe. Manuel Morujão respondeu "todos", incluindo a Plataforma Sindical dos Professores, mas "seguramente também muito o ministério".
O sacerdote reiterou que a voz dos professores "tem de ser ouvida", mas "no diálogo e não na imposição à força de um ou de outro lado", recusando a possibilidade de a CEP ser mediadora neste conflito. "Há mediadores suficientes", justificou.
Considerando o actual momento na Educação como "muito sério", o padre Manuel Morujão lembrou que "está em causa o futuro da Educação", mas mostrou-se esperançado de que "haverá bom-senso para ouvir vozes que são muito representativas de um mal-estar que é preciso transformar em bem-estar".
In Jornal de Notícias
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