terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Olhar em frente

Não sou um saudosista do passado. Respeito quem o seja, mas não é essa a minha forma de estar.
Gosto de História e procuro, na medida em que posso, conhecer mais e entender melhor. Como a árvore não vive sem as suas raízes, julgo que o presente não se compreende sem o seu contexto histórico. Além disso, também sinto que a história é mesmo mestra da vida.
Como alguém dizia, "tenho saudades do futuro". É o futuro que me entusiasma, me seduz, me empolga. E, ao olhar para o corpo humano, parece que a natureza me dá razão. Os nossos olhos não estão no pescoço, mas na cara para olharmos em frente...
Haverá quem - e respeito profundamente - pense que a minha posição tem muito de sonhadora, de utópica, de fuga... Não entendo assim. Procuro viver o presente, mas numa dinâmica de futuro.
Como acredito profundamente na Providência divina e sei que Deus nunca abandona a criação, obra das Suas mãos, espero um mundo melhor, apesar de algumas nuvens carregadas do presente.
Claro que um fundamentalista do passado dirá que está tudo mal, que vamos de mal para pior, que antigamente é que era...
Claro que um fundamentalista do futuro dirá que o passado foi uma calamidade, que o futuro é que vai ser...

Interessante que, tendendo o povo português para o depressivo, encontrei há tempos um senhor, já de alguma idade, que me dizia convictamente: "Passamos a vida a dizer mal dos tempos actuais, mas pensamos mal..."
E referia que antigamente não havia estradas alcatroadas, nem carros, nem televisão, nem fogões a gás, nem reformas, nem escola para todos, nem centros de saúde...
E afirmava que se agora há violência, também a havia noutros tempos. Que bastava lembrar os "ajustes de contas" que aconteciam em tantas feiras e romarias...
E continuava salientando que se hoje há pobres (infelizmente muitos!), há 50, 60 anos havia bastantes mais, com pessoas quase em carreirinho a baterem à porta de quem tinha alguma coisa... E se actualmente há "desvios morais", noutros tempos também os havia, só que mais às escondidas e salientava o número de filhos de pais incógnitos que então surgiam...

E é interessante como "olhos do passado" só vêm o mal actual. Desde novito, subia muitas vezes o escadório da Senhora dos Remédios ruma à minha aldeia. E sempre vi que as esferas de pedra que ornamentavam o escadório bem como os azulejos eram danificados. Claro que os estragos continuaram após o 25 de Abril. Querem saber o que eu ouvi e li na imprensa local? Que tais desmandos se ficavam a dever à liberdade do 25 de Abril...
Por amor de Deus! É revoltante tanta cegueira.

1 comentário:

  1. Tambem não sou saudosista do passado muito menos em politica mas à coisas do passado que nos deixam a penssar comparando com os dias de hoje vou dar alguns exemplos sobre o ambiente antigamente não tinhamos sacos de plastico que ploem o ambiente não tinhamos os adubos que contaminam o ambiente e a comida que comemos não tinhamos os pesticidas não tinhamos as rações para os animais contaminadas fico por aqui só para dizer que o progresso e o futuro desenvolvimento nem tudo é assim tão maravilhoso muitos mais exemplos podia dar sobre outras tematicas que nós todos vivemos neste mundo cão.

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