segunda-feira, 24 de março de 2008

O país de Sócrates está a arder...

Mortes. Assaltos todos os dias. Roubos em série, ofensas físicas e psicológicas. Tudo por todo o país, embora logicamente com mais incidência nos grandes centros urbanos.
Ainda nesta Páscoa, uma família muito amiga viu a sua casa assaltada nos pouquíssimos dias em que veio à terra. Quando se ouve falar nestes crimes, pensa-se que só acontece aos outros. Mas quando nos batem à porta ou à dos nossos amigos, a coisa pia mais fino... Sente-se na carne a insegurança, a revolta, a injustiça!

E perguntamos para onde vai o dinheiro dos nossos impostos se nem a segurança nos garantem! E perguntamos o que tem sido feito para inserir a segunda geração de imigrantes. E perguntamos onde estão os empregos. E perguntamos como é possível aumentarem exponencialmente certas fortunas quando 18% da população vive à boca da pobreza. E perguntamos por onde andam os valores cívicos e familiares. E perguntamos que faz o governo e os políticos em prol da família, da sua promoção, da sua formação.


O mundo escolar atravessa a crise que todos sabemos. Professores agredidos, maltratados, desrespeitados. Alunos que batem em funcionários. Uma política educativa de estarrecer... A escola, mais como entretenimento do que lugar de aprender a aprender. Armazém de alunos.
Somos um país angustiado, triste, pessimista.
O povo está descapitalizado, os ordenados não sobem em paralelo com o custo de vida, o desemprego não pára, a emigração silenciosa aumenta, uma parte substantiva das famílias não funciona, as forças da autoridade têm pouco campo de acção para actuar, a saúde e a justiça estão como estão, as desigualdades sociais medram como silvas, perdeu-se o respeito (mormente para com os mais velhos e superiores), a segurança dos cidadãos preocupa (ouve-se falar, neste aspecto, da brasileirização de Portugal), os valores são confundidos com modas...

Já uma vez escrevi, que o PS lida mal com a autoridade. Mário Soares não gostava de polícias, um ministro actual, que o fora também no consulado de Guterres, disse publicamente que aquela não era a sua polícia. A autoridade dos professores foi atirada à lama pelo actual governo e o papel da família tem sido desvalorizado.

Em tempo de Páscoa, valha-nos a esperança. Que este povo pegue em suas mãos o seu futuro. Que se faça ouvir. Que os valores autênticos da Portugalidade venham ao de cima.

E já agora, uma questão: já viram que, à medida que cresce o vazio de Deus na vida das pessoas, as chagas sociais aumentam? Porquê?

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