Ontem, na visita ao Centro de Deficientes Profundos, houve uma situação que nos impressionou vivamente. Aquela mãe junto da cama da sua filha que está completamente dependente.
Aquela filha havia completado o seu curso superior, era chefe no Agrupamento de Escuteiros da sua comunidade, casara e tudo parecia sorrir-lhe.
Um parto. Depois uma intervenção cirúrgica melindrosa. Por fim, a dependência total. Exibe apenas uma vida vegetativa.
Aquela mãe está ali, junto da cruz de sua filha. Voluntária naquela casa. Disponível para ajudar e apoiar também outros deficientes.
Mostrou-nos uma foto do tempo em que a sua filha fora chefe de escuteiros. Como uma lembrança boa que ajuda a mitigar o presente carregado de sofrimento.
Mas, acima de tudo, impressionou-nos o ar sereno que emana daquele rosto. Aquele olhar calmo, embelezado por um cabelo branquinho, é um mar de doçura. Nem ponta de revolta se detecta naquele rosto bonito!
Penso que sei donde lhe vem tanta serenidade perante anos e anos de cruz. Da sua fé profunda, convicta, enraizada. Senti que ela sabe ler a cruz da filha, que é sua também, à luz do Mistério Pascal de Cristo. E confesso que mais uma vez me senti pequenino perante tão magnificente demonstração de fé.
Ao vê-la e ouvi-la, passaram, rápidas mas vivas, imagens de pessoas que na nossa comunidade nos transmitem a mesma mensagem pascal de esperança. Entre muitas outras, D. Cândida e D. Carolina.
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