Não tenho razões para me sentir mal. Mas tenho muito que agradecer a Deus. Sempre.
Tenho uma família maravilhosa; uma paróquia de cujas pessoas gosto demais; colegas sacerdotes fantásticos; sou humilde servidor de uma Igreja, minha casa, minha pátria, minha mãe, minha escola de comunhão; amigos verdadeiros e sinceros; colegas professores estupendos; alunos belamente saltariquentos.
Ontem senti muito orgulho pelos meus colegas docentes. Unidos, falando a uma só voz, dando uma magnífica lição de civismo e cidadania fora das salas de aula. Foi uma lição fantástica de compostura e de dignidade, sem reacções às provocações.
"Não há homens prepotentes. Há sociedades covardes. A tirania é antes uma fraqueza colectiva que uma expressão de força individual." (Correia Júnior). Não, os docentes demonstraram ontem que não são covardes e ofereceram ao país uma sublime lição de força colectiva.
Perante a arrogância, a prepotência, a demagogia, a falta de respeito de quem tinha a obrigação democrática de proteger e defender os seus funcionários em vez de os menosprezar, os docentes disseram aos senhores do poder: "Tendes toda a legitimidade para governar, mas total ilegitimidade para oprimir."
A democracia não pode resumir-se ao voto de 4 em 4 anos. Seria votocracia em vez de democracia. Tem que ser um constante e atento auscultar do pensar e do sentir das populações.
A democracia, para o ser, exige a constante participação dos cidadãos. Ora já todos vimos que o senhor primeiro-ministro e o seu governo sofrem de alguma alergia à contestação. Convivem mal com ela.
Um ministro do actual governo dizia há dias, perante a contestação de um grupo de cidadãos, que foram figuras do seu partido que lutaram pela liberdade. Contra os que oprimiram ou queriam oprimir. Não discuto sequer a verdade que há nesta afirmação. Só pergunto: as palavras, atitudes e orientações da actual maioria não têm tiques autoritários que tanto condenaram noutros???
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