A violência alastra, ceifando vidas, espalhando luto, corroendo confianças, toldando futuros, instalando medos. Não, não estou a falar do Médio Oriente nem de África. Falo de Portugal. Só numa semana, quanta violência, com casos mortais!
Este país é tristemente campeão em questões tão relevantes como pobreza infantil e sénior.
O desemprego atinge níveis preocupantes e, realmente não há sinais positivos, embora alguns os tentem forjar.
Fábricas fecham a um ritmo assustador, lançando no precipício da frustração gente, muito gente, cada vez mais gente.
A toda poderosa ASAE vai imperialmente criando exigências sobre exigências. Já há casos de restaurantes a fugirem para Espanha para se livrarem da ASAE.
Somam-se os casos, como cerejas, de arrogância, propotência, altismo, cerceamento de liberdades por quem, refugiando-se na maioria absoluta, trata os portugueses como seres menores.
O interior do país estiola, desertifica, é abandonado. Nasce-se cada vez mais nas estradas. A saúde não pára de encarecer, as ofertas são cada vez mais limitadas. Um povo veio para a rua, ordeiro, mas não demitido.
Há quem encha a boca com a educação, não cesse de falar de educação para os valores, fale continuamente da liberdade de escolha. Os professores são humilhados, desprezados, espezinhados. E quem tanto fala em educação "mete agora a viola no saco."
É este silêncio, senhores Bispos de Portugal, que me preocupa. Muito.
"É preciso mudar", disse Bento XVI.
Se ando distraído, peço desculpa. Mas realmente não vi até ao momento qualquer sinal de mudança.
Uma Igreja voltada para si mesma, em concha, preocupada com as suas IPPS, com os seus capelães, com as suas escolas, não passa de mais uma entidade corporativa.
Onde esta a "una, santa, católica e apostólica?
Onde fica a "ovelha perdida"?
Onde fica o serviço preferencial pelos mais pobres?
Onde fica a profecia???
Onde fica a luz que é preciso colocar no alqueire? Luz clara, límpida, brilhante. É preciso falar claro. Aquele tipo de discurso onde cabem todos para que ninguém se sinta atingido, se possível envolto numa linguagem vaga, pode agradar a toda a gente, mas não compromete ninguém. Não tem certamente o sobor novo e desafiante do Evangelho.
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