Tem corrido mundo aquele filme do YouTube que mostra a agressão de uma aluna a uma professora, que pretendia (legitimamente, aliás) retirar-lhe o telemóvel, dentro de uma aula.
Uma docente tenta manter a dignidade numa sala de aula, tirando o telemóvel a uma aluna. Só que esta resiste (igualando-se à docente) e luta com ela. Tudo sob urros, apupos e algazarra da plateia (composta por alunos) e devidamente filmado (por outro telemóvel).
Este lamentável episódio tem merecido a reprovação geral da sociedade. Só que não é único. Este foi filmado e revelado. E pus a nu o grave problema da indisciplina que percorre as escolas portuguesas.
A tão pró-governamental CONFAP ( Confederação Nacional das Associações de Pais ) alude à "actual «crise da autoridade» e à «crise da educação» com que a sociedade se debate. E lança «um apelo a todos os pais para que exerçam o seu poder paternal junto dos seus filhos, educando-os no sentido da responsabilidade e do comportamento que devem ter em sala de aula, o seu local privilegiado de aprender».
E agora a Associação de Pais do Porto solicita um inquérito rigoroso ao comportamento de roda a turma.
Crescemos na escolarização, mas estamos a regredir, pavorosamente, na educação. Como é possível ensinar num ambiente destes? Há quem opine e fale da falta de jeito da professora. Uma professora é uma professora, não é uma lutadora. Será que um professor tem de estar preparado fisicamente (e não apenas intelectualmente) para leccionar?
Como é possível que se deixe levar um telemóvel para a sala de aula? Alguém explica aos alunos como é que se deve estar na escola? Como é que se deve tratar os professores? A excitação do ambiente dá que pensar. É pesada, de facto, a cruz dos professores.
Onde estão os pais? Onde estão as famílias?
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