sábado, 29 de março de 2008

Que famílias temos hoje?

Crianças nascidas e criadas em família desestruturadas, onde falta aos pais um clima emocional e afectivo estável e estabilizador, normalmente são crianças e jovens problemáticos.

No nosso meio existe bastante emigração, as pessoas sentem necessidade de procurar melhores meios de vida. Muitas vezes os filhos ficam entregues aos avós, tios, amigos. Compreendemos que em muitos casos não há grandes alternativas. Mas sabemos também que uma criança ou um adolescente fora dos pais é como peixe fora de água. Tantos destes filhos revelam o seu vazio afectivo através de atitudes e comportamentos agressivos e de desleixo.

Se virmos bem, são as famílias menos estruturadas que mais filhos têm, as chamadas "famílias do ordenado mínimo". Muitos destes pais não trabalham - nem querem - são poços de vícios e consequentemente não são referências nenhumas para os - geralmente - muitos filhos que têm. Aliás, tantos deles que não educam nem permitem que se eduque! Se o estado lhes dá essas ajudas, não teria também o dever e o direito de obrigar essas famílias a frequentarem com aplicação cursos de cidadania, boas maneiras, saúde familiar, formação paternal, enquadramento familiar, educação dos filhos?

Assiste-se hoje a um relativismo moral que atravessa toda a sociedade. Parece que actualmente cada um faz as suas regras morais segundo as suas conveniências. Resultados? Mães solteiras, filhos "ilegítimos" de homens casados, divórcios sobre divórcios, ausência de princípios e valores que não se vivem nem se transmitem, falta de referências comportamentais. Se não existe a estaca firme e direita, a videirita tenderá a crescer rastejando...

Quantos pais se preocupam séria e permanentemente com o comportamento dos filhos na escola, na catequese, na rua? Quantos pais dormem tranquilamente enquanto os filhos andam na rua até altas horas da madrugada? Quantos pais se sentam ao pé dos filhos para os ouvirem, os ajudarem, os orientarem? É mais fácil dar coisas do que dar tempo e atenção!!! Quantos pais se organizam em associações para serem uma força de peso junto das escolas e da sociedade em defesa dos valores em que acreditam?

Quanto pais não mimam excessivamente os filhos e se tornam papás em vez de pais? Quantos pais não dão sempre razão ao menino(a)! E olhem que os filhos sabem jogar maravilhosamente com este aspecto!! Quantos pais educam para a exigência na comida, na bebida, nas novas tecnologias, no estudo, no vestir, nas tarefas de casa??? O menino quer, dá-se-lhe tudo. É assim que se educa? Amigos, a corda da vida sobe-se a pulso. E só lá chegarão os que estiverem treinados para o esforço.

E depois, quer queiram quer não, a ausência de Deus nas famílias é ocupada por alguma coisa, até porque a natureza tem horror ao vazio. Vejam o resultado. Quanto mais Deus é ausente da família, mais a família se ausenta de ser uma comunidade de amor e de vida.

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