Naquela família há regras muito claras que todos interiorizaram e cumprem, a começar pela distribuição das tarefas da casa. Os pais procuram assumir sempre o seu papal de pais e os filhos conhecem o seu.
Há da parte paterna a preocupação de aceitar a maneira de ser de cada um dos três filhos, respeitando a sua sensibilidade, sua peculiaridade, sua vocação.
Os jovens não são meninos mimados nem têm tudo, embora os pais até ganhem razoavelmente. Existe uma educação para o auto-domínio e para a poupança.
Entre todos há um verdadeiro clima de salutar convívio, digamos mesmo de encantamento. Mas cada um sabe ocupar o seu lugar.
Um dos filhos joga futebol numa equipa juvenil. Pelo respeito que esta opção do jovem merece, toda a família, quando há jogos, costuma participar na Missa vespertina. Ali os valores estão devidamente hierarquizados.
O pai preside à comissão de pais da escola onde os três estudam. Homem ordenado e de ideias claras, mantém com os professores e a direcção da escola uma relação correcta, embora sem nunca deixar de dizer aquilo que entende que deve ser dito, no respeito profundo pelo campo de intervenção de cada elemento. Junto dos outros pais é um inquietador, quer todos participem muito, que se interessem pela escola, que ajudem a construir um espaço escolar sempre melhor.
Estes pais contactam frequentemente os directores de turma de seus filhos e os catequistas. A primeira pergunta que fazem é sempre sobre o comportamento dos filhos. Depois é que vêm as questões relacionadas com o aproveitamento e com a vida escolar.
Os filhos sabem que a verdade naquela casa é inquestionável. Quantas vezes os pais chegam junto do director de turma ou do catequista e dizem o que o filho fez em pormenor. "É isso mesmo", respondem. "Como soube?" Que o filho lhe contara tudo em pormenor, bem ou mal que tivesse feito. Assim estavam ensinados.
Uma vez um dos filhos respondeu ao professor com um tom de voz menos aconselhável. Claro que contou aos pais, não foi preciso que o director de turma lhes comunicasse. Resultado, ficou de castigo e teve de ir pedir desculpa ao professor.
Uma das coisas que este pai costuma repetir exaustivamente aos docentes é que sejam implacáveis perante a má educação. Ele também o é em sua casa. E é por causa das questões de mau comportamento e de indisciplina que, uma vez por outra, mantém debates mais acalorados com a gestão da escola.
Toda a gente lhe conhece a tendência para a rosa, pois nunca escondeu as suas opções políticas. Mas é um profundo descontente com a política educativa deste governo, que costuma chamar de desgoverno.
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