sábado, 5 de abril de 2008

3º Domingo da Páscoa

Dois dos discípulos de Emaús iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a sessenta estádios de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou Se deles e pôs Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou lhes. «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?» Pararam entristecidos. E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou estes dias». E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» Depois, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de ir para diante. Mas eles convenceram n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com ele, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão. (Lc 24,13-35)
Semana de Oração pelas Vocações
Cristo Ressuscitado é o Caminho. E são múltiplos os caminhos da vida, que partem deste único caminho. Em cada vocação, de especial consagração, arde o desejo de “estar com o Senhor”, e de partir, pelo mundo, no seguimento de Cristo, a anunciá-lo aos outros, como fonte de esperança. Iniciamos hoje mais uma Semana de Oração pelas Vocações. O Santo Padre propõe, este ano, como tema “As vocações ao serviço da Igreja – missão”. Somos convidados a rezar por todos os que constroem a Igreja, levando ao Mundo o nome do Senhor Jesus.

• Na nossa caminhada pela vida, fazemos, frequentemente, a experiência do desencanto, do desalento, do desânimo. As crises, os fracassos, o desmoronamento daquilo que julgávamos seguro e em que apostámos tudo, a falência dos nossos sonhos deixam-nos frustrados, perdidos, sem perspectivas. Então, parece que nada faz sentido e que Deus desapareceu do nosso horizonte… No entanto, a catequese que Lucas nos propõe hoje garante-nos que Jesus, vivo e ressuscitado, caminha ao nosso lado. Ele é esse companheiro de viagem que encontra formas de vir ao nosso encontro – mesmo se nem sempre somos capazes de o reconhecer – e de encher o nosso coração de esperança.

• Como é que Ele nos fala? Como é que Ele faz renascer em nós a esperança? Como é que Ele nos passa esse suplemento de entusiasmo que nos permite continuar? Lucas responde: é através da Palavra de Deus, escutada, meditada, partilhada, acolhida no coração, que Jesus nos indica caminhos, nos aponta perspectivas novas, nos dá a coragem de continuar, depois de cada fracasso, a construir uma cidade ainda mais bonita. Que lugar é que a Palavra de Deus desempenha na minha vida? Tenho consciência de que Jesus me fala e me aponta caminhos de esperança através da sua Palavra?

• Quando é que os olhos do nosso coração se abrem para descobrir Jesus, vivo e actuante? Lucas responde: é na partilha do Pão eucarístico. Sempre que nos sentamos à mesa com a comunidade e partilhamos o pão que Jesus nos oferece, damo-nos conta de que o Ressuscitado continua vivo, caminhando ao nosso lado, alimentando-nos ao longo da caminhada, ensinando-nos que a felicidade está no dom, na partilha, no amor. Sempre que nos juntamos com os irmãos à volta da mesa de Deus, celebrando na alegria e na festa o amor, a partilha e o serviço, encontramos o Ressuscitado a encher a nossa vida de sentido, de plenitude, de vida autêntica.

• E quando O encontramos? Que fazer com Ele? Lucas responde: Temos de levá-l’O para os caminhos do mundo, temos de partilhá-l’O com os nossos irmãos, temos de dizer a todos que Ele está vivo e que oferece aos homens (através dos nossos gestos de amor, de partilha, de serviço) a vida nova e definitiva.

1 comentário:

  1. Sim, Ele caminha sempre ao nosso lado e por vezes, o que nos "desequilibra" mais não é não O reconhecermos, é o silêncio com que nos acompanha. Sempre calado, de olhos postos em nós...e também a nós não nos apetece falar. Porém, o silêncio dEle vai cheio de sonhos, em contraste com a nossa decepção. Calado, vai dando vida aos sonhos que tem para nós e que nós deixámos por momentos. Acorda-nos com um gesto, mostrando que são os gestos que nos singularizam.
    "Faltava o gesto. Abençoou o pão como Ele fazia!E reconheceram-nO!Os gestos não enganam! É Ele. Faz as coisas como as fazia Ele. É Ele. VOLTAM A CORRER PARA A COMUNIDADE DONDE TINHAM SAÍDO."

    Beijinho sereno

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