4º Domingo da Páscoa: Domingo do Bom Pastor

Este é o Cristo da Porta aberta! Porta de entrada e saída, para a Vida. Porta de passagem livre, para homens livres. Único acesso, que abre, de par em par, a entrada do Homem na vida da comunhão com o Pai. Este acesso é Jesus, caminho único e absoluto de salvação! Quem entrar por Ele será salvo.

Mas Ele mesmo, o Senhor, é o Pastor que entra pela porta. Pastor que não engana. Que não joga connosco às escondidas, que não joga por trás, que não joga por baixo! Pastor que vai à frente. E está frente a nós, sem nos fazer frente. Pastor que não ilude, nem desilude, que não engana nem desengana. É o Pastor, que não quer arrebanhar gente sem nome, nem arrebatar ovelhas, com pastos enganadores, a preço de saldos! É Ele mesmo, na sua verdade, na sua voz inconfundível, a conhecer cada um pelo nome, a chamar e a pedir resposta, a indicar e a propor projectos de vida! Quem entra por esta porta, pela porta da liberdade, tem um nome único, um projecto singular, uma resposta pessoal. Sabe a porta por onde entra. E sabe onde ela vai dar!

«Passar por aquela "porta" significa confessar que Jesus Cristo é o Senhor. É uma decisão que supõe a liberdade de escolher e ao mesmo tempo a coragem de abandonar alguma coisa, na certeza de adquirir a vida divina» (I.M. 8) . «Foi para esta liberdade, que Cristo vos libertou:» (Gal.5,1) A liberdade de ser conforme à Verdade, renunciando à ilusão da mentira. A liberdade de poder fazer o bem e o melhor, renunciando ao domínio do mal! A liberdade de dispôr de si, para dar vida pelos outros. Liberdade que é afinal desapego de tudo, para serviço de todos, desprendimento de todos, para seguir Alguém. Liberdade é isto mesmo: não estar atado a nada, condicionado por nada, prisioneiro de nada, devedor de nada. Pelo contrário, «fazer-se tudo para todos»...