O ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas anunciou, esta quarta-feira, no Parlamento, que o Governo vai apresentar um pedido de autorização legislativa para que os donos dos cães perigosos sejam criminalizados pelos ataques desses animais.
Tantas vezes tenho sido crítico em relação ao governo da actual maioria. Mas agora estou de acordo. Na verdade, é uma vergonha o que se tem passado neste país. Pessoas atacadas, feridas, mortas por raças de cães perigosas. E parecia que ninguém punha termo a esta calamidade. Aos donos e criadores ouvia-se sempre dizer que o animal não fazia mal, que era um bicho maravilhoso, a culpa era de quem os tinha e não os sabia educar. Pois, cantigas! Os ataques têm-se feito sentir a um ritmo demasiado assustador.
Sabemos que o actual clima de insegurança leva muitas pessoas a rodear os seus teres e haveres de especiais medidas de protecção. Há tempos fui visitar um amigo que vive nos arredores de uma cidade. Disse-me: "Está a ver estas vivendas todas? Já cada uma recebeu a visita de ladrões, menos aquela... Qual a razão? Só lhe posso dizer que lá vivem um pitbull e um rottweiler. Significativo, não é?"
Claro que muita gente tem cães perigosos para se proteger, já que o Estado, a quem cabe garantir constitucionalmente a segurança de pessoas e bens, não cumpre a sua função. Mas também há quem tenha estes animais para se mostrar, para se afirmar, como um desafio e oportunidade para atacar outros.
Há que preservar a todo o custo a tranquilidade de pacatos cidadãos, muitos deles crianças, que tantas vezes são atacados por raças perigosas.
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