Disseram os jornais que a partir de Maio, e com efeitos retroactivos a Janeiro, mais de seiscentos mil beneficiários do abono de família passam a receber mais um euro por mês. Estes "beneficiados" são daqueles que auferem cerca de três mil euros de rendimento anual. Neste mais baixo escalão de rendimentos - que é o grupo com maior número de titulares (603 219) - as crianças com mais de 12 meses passam a receber 32,65 euros por mês, enquanto as crianças com menos de 12 meses receberão 130,62 euros.
Que é pois mais um euro por mês e sobretudo para as famílias mais pobres?
Já era tempo de o nosso governo olhar mais para as classes desfavorecidas e apoiar devidamente as famílias com carências para criar os seus filhos. E seguir o exemplo de vários municípios que têm subsídios de incentivo à natalidade. Pais chegam a receber das Câmaras 7.500 euros pelo nascimento do terceiro filho. O objectivo é combater a baixa natalidade. E os resultados estão à vista: número de bebés está a aumentar nessas localidades.
A "esmola" que o Estado dá às famílias, através do "abono de família", será que resolve os principais problemas de subsistência digna? Lembro que há famílias que sobrevivem com rendimentos inferiores a um salário mínimo. Este aumento de um euro por mês devia envergonhar-nos a todos nós e sobretudo a quem dirige os destinos do país, dizendo que tem um ideário solidário para com os mais pobres.
DEPOIS NÃO PODEMOS ESTRANHAR QUE:
- Os abortos disparem...
- Que a natalidade decresça assustadoramente...
- Que as dívidas dos portugueses junto da Banca tenham duplicado nos últimos sete anos, atingindo em Fevereiro último os 116,6 mil milhões de euros...
- Que o número de suicídios tenha vindo a aumentar em Portugal desde a viragem do milénio...
- Que a deserificação do interior continue em movimento uniformemente acelerado...
- Que o abandono e insucesso escolares continuem...
- Que a marginalização aumente...
- Que, que, que...
QUANTO "CUSTA" AOS PAIS UM FILHO ATÉ AOS 18 ANOS?
Há tempos, disseram também os jornais que um filho "custa" actualmente entre 98 e 310 mil euros, até aos 18 anos, de acordo com um estudo divulgado em Espanha. Esse estudo, elaborado pela Confederação Espanhola de Donas de Casa, Consumidores e Utilizadores indicava que no ano 2000 um filho desde a nascença e até aos 18 anos de idade "custava" aos pais entre 78 e 186 mil euros. Contabilizando gastos em alimentação, higiene, roupa, calçado, educação, saúde, divertimento, brinquedos, e celebrações, o estudo refere que o capítulo da educação foi o que se tornou mais caro. A alimentação, por outro lado, aumentou apenas 9,5%.
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