Se até o mudar mudou, porque é que não queremos mudar? (Blog Mansidão)
Algumas mudanças que, no meu modestíssimo entender, poderiam trazer mais verdade à vida, à vida cristã.
1. Se o Sacramento da Confirmação significa uma compromisso assumido com a Igreja, pela Igreja, na Igreja, por que razão crismar aos 14/15 anos? Exactamente quando o adolescente está mais fechado sobre si próprio! A confirmação nunca deveria ser celebrada antes dos 18 anos! A continuar assim, continuamos a encher livros, mas a esvaziar o compromisso.
2. Por que motivo se continua a insistir no Baptismo em criança? Não vejo, no contexto actual - a grande cristandade passou - fortes motivos para baptizar em criança. É que Deus não condena inocentes.
Aos 16 anos, o jovem poderia pedir o seu baptismo. Livremente. Então fazia o catecumenado (aqueles anos de preparação para o Baptismo) e depois celebrava os três sacramento da iniciação cristã: Baptismo, Eucaristia e Confirmação. Especialmente nas famílias sem ligação ou com ligação ocasional à Igreja.
Como está continuamos a ter os livros de registo cheios, mas zero ( ou perto) compromissos!
3. É urgente trazer em peso a doutrina social da Igreja para as várias catequeses. Estamos a ver o vazio que existe, nesta campo. Depois os cristãos não têm nem conhecimentos nem compromisso.
4. Padrinhos de baptismo. Para quê? Para criarem problemas aos párocos dadas as circunstâncias actuais? Muitos e muitos não reúnem minimamente as condições exigidas pela Igreja para o serem.
Além disso, a escolha dos padrinhos por parte dos pais obedece muito mais a razões familiares, sociais e económicas do que a critérios cristãos.
Concordo plenamente,cada vez mais as pessoas se afastam da igreja e só batizam,crismam ou casam pela igreja porque é bonito, tenho certeza de que a verdadeira razão pela qual tudo isto deveria ser feito nem sequer é avaliada e pensada...(infelizmente).
ResponderEliminar"Somos" uns cristãos com muitas falhas,é urgente mudar as mentalidades dos nossos jovens, para que no futuro tenhamos uns adultos sem vergonha de assumirem ser cristãos de verdade.
Concordo em absoluto que há desleixo pela religião... Se não vejamos:
ResponderEliminar- as doenças do foro psicológicos aumentaram exponencialmente;
- as crianças cada vez permanecem menos tempo na catequese;
Apenas dois exemplo entre os "ene" que existem. Percebo que cada a modernização entrou num ciclo vicioso que se esqueceu de incorporar a Igreja.
Uma coisa é certa... quando todos precisam recorrem a Deus porque esse num lhes foge..ao contrario dos outros!
Sr. Padre Carlos, se algum dia nos cruzarmos lembre-me destes tão complicados assuntos que ficam sempre meio explicados e meio por explicar quando não saudavelmente discutidos frente a frente :)...Concordo e discordo!!!
ResponderEliminarConcordo com o ponto 1, mas também quem somos nós para impedir quem quer que seja, muito menos o Espírito Santo...Ele lá sabe como agir...Eu fui crismada com 18 anos e não me lembro de nada a não ser destas palavras do meu pároco: " Agora passais a ser soldados de Cristo." Embora sempre activa na paróquia, só há coisa de três anos percebi a fundo o que ele nos queria dizer! :)E o que ainda me falta perceber... :)E no seguimento vem o ponto 2.
Discordo do ponto 2:(o sacramento da confirmação só é possível se houver antes o do Baptismo-a não ser que se pretenda fazer dois em um) As crianças também não pedem para comer e os pais alimentam-nas! Por que não dar a primeira papa espiritual em forma de Espírito Santo através do Baptismo? Claro que os propósitos e convicções dos pais não serão as mesmas de há uns tempos atrás, mas mesmo assim...Porquê alterar? E a Eucaristia? Quando é que os jovens teriam contacto com Jesus na sua forma mais simples? Da maneira como as coisas correm,sem quer estar a ser pessimista, longe disso, não sei se grande parte deles pediria o baptismo...não sei, mera especulação!
Concordo também com o ponto 3: é preciso formar.
Ponto 4: é verdade que grande parte dos pais escolhe padrinhos por méritos e posições sociais, económicas e familiares, mas nunca me deparei com essa questão: padrinhos de baptismo, para quê? Claro que existem respostas, mas percebi a pertinência da pergunta e, de facto, não posso dizer se discordo ou concordo, uma vez que não tendo pensado sobre o assunto, não posso emitir opiniões precipitadas e com maior probabilidade de erro :)
E então, nesta complicação toda, eu pergunto: então se mudamos umas coisas, não será que depois não "exigirão" que se alterem outras? Hmm...onde fica depois a firmeza e consistência da Igreja?
Não pense que sou adversa e resistente a mudanças, mas isto traz-me alguma confusão! :)
Beijinho sereno***
P.S. É preciso mudar, é... mas atenção ao que se muda!!!
ResponderEliminarBeijinho sereno***
Ana Patrícia:
ResponderEliminarClaro que as suas reflexões são pertinentes. Claro que há muita razão no que diz e nas interrogações que levanta.
Sobretudo na questão do Baptismo, é preciso ir com cuidado. Mas eu, talvez sem o conseguir, tentei balizar a questão: "Pais sem ligação à Igreja ou com ligação ocasional".
Nestas circunstâncias, parece-me pertinente adiar o baptismo para mais tarde. Até para evitar a mentira pegada. Então temos pais que pedem o baptismo e ...
- Não querem casar catolicamente quando o podiam fazer...
- Não mandam os filhos à catequese...
- Não os formam em casa...
- não rezam...
- Não educam para a sensibilidade ao Sagrado...
- Nunca põem os pés na Igreja (a não ser no dia do parismo, claro)
- Não vivem minimamente o mandamento novo...
- Etc
Sabe quem está no terreno e é constantemente bombardeado por situações destas... ou se acomoda ou, se não se conforma, tem de pedir mudanças...
Quanto ao Crisma, mantenho o que disse. Estou cheio de ver fornadas anuais de crismados que debandam. Por mais que se fale, se explique, se motive... Nesta idade, não! Precisam é de quem os ame, mas não lhes peçam compromisso...
No tocante aos padrinhos, até o Cânone do direito canónico diz "DEz-se, sempre que possível um padrinho ou uma madrinha..."
Sempre que possível...
Com a diminuição dos cristãos praticantes, com o aumento dos divórcios e das uniões de facto, com aqueles que não se quiseram crismar, enfim, enfim, às vezes já é muito difícil arranjar padrinhos "decentes"...
Recordo que nos primeiros tempos, o baptismo era celebrado por adultos e só na vigília pascal. Por que não ha-de ser hoje? Não fala o concílio em refontalização?
Não falei de nenhuma mudança de conteúdos, da fé da Igreja, apenas da disciplina. E o que a Igreja legislou, pode mudar ( e deve!)
Naquilo que é divino, aí alto e pára o baile! O que é divino, porque eterno, está sempre actual.
Beijinho e a minha gratidão pela sua reflexão.
Com todo o respeito pelas ideias expressas pelo Sr. Padre autor do blogue, bem como pelas dos comentadores,
ResponderEliminarseja-me permitido transcrever excertos da homilia que o Santo Padre Bento XVI pronunciou ao baptizar dez crianças na Capela Sixtina, na festividade do Batismo do Senhor, em 2006:
"(...) O que acontece no Baptismo? Como pode o Baptismo dar a vida eterna? O que é a vida eterna?
(...)Poder-se-ia dizer com palavras mais simples: esperamos para estas nossas crianças uma vida boa; a vida verdadeira; a felicidade também num futuro ainda desconhecido. Nós não somos capazes de garantir este dom durante todo o tempo futuro desconhecido e, por isso, dirigimo-nos ao Senhor para obter dele este dom.
(....) No Baptismo cada criança é inserida numa companhia de amigos que nunca a abandonará na vida nem na morte, porque esta companhia de amigos é a família de Deus, que tem em si a promessa da eternidade.
(...) Esta companhia de amigos, esta família de Deus, na qual agora a criança é inserida, acompanhá-la-á sempre, também nos dias de sofrimento, nas noites escuras da vida; dar-lhe-á consolo, conforto e luz. Esta companhia, esta família dar-lhe-á palavras de vida eterna. Palavras de luz que respondem aos grandes desafios da vida e dão a indicação justa sobre o caminho a empreender. Esta companhia oferece à criança consolo e conforto, o amor de Deus também no limiar da morte, no vale escuro da morte. Dar-lhe-á amizade, vida. E esta companhia, absolutamente fiável, nunca desaparecerá. Ninguém sabe o que acontecerá no nosso planeta, na nossa Europa, nos próximos cinquenta, sessenta, setenta anos. Mas, sobre um ponto temos a certeza: a família de Deus estará sempre presente e quem pertence a esta família nunca ficará só, terá sempre a amizade certa d'Aquele que é a vida.
(...) Esta família de Deus, esta companhia de amigos é eterna, porque é comunhão com Aquele que venceu a morte, que tem nas mãos as chaves da vida. Estar na companhia, na família de Deus, significa estar em comunhão com Cristo, que é vida e dá amor eterno além da morte. E se podemos dizer que amor e verdade são fontes de vida, são a vida e uma vida sem amor não é vida podemos dizer que esta companhia com Aquele que é vida realmente, com Aquele que é o Sacramento da vida, responderá à vossa expectativa, à vossa esperança ( ...)"
(...) Agradeçamos ao Senhor por este dom e rezemos pelas nossas crianças, para que tenham realmente a vida, a verdadeira, a vida eterna. Amém".
Como católicos, reflictamos em tão belas e profundas palavras do representante de Jesus Cristo na Terra.
Evágrio Pôntico