NÓTULA SOBRE A GREVE
Eu sei que ser governo não é fácil.
Mas reconheço que ser cidadão se está a tornar cada vez mais difícil.
Tenho consciência de que é com os sacrifícios de todos que conseguiremos o progresso do país.
Tenho noção de que a via do diálogo é a mais recomendável para a equação das dificuldades e para a resolução dos problemas.
Mas percebo a saturação, o desgaste e a indignação de quem se sente, repetidamente, injustiçado.
E noto que não é tanto por questões salariais que as pessoas protestam (embora estas também tenham o seu peso). O que está em causa são, sobretudo, questões de porte, de atitude, de autismo, de indiferença, de sobranceria, de arrogância, de esquecimento dos mais pobres e de abandono dos mais pequenos.
Não faço greve, mas entendo quem a faz. Por isso, estou solidário com muitos dos que recorrem a este instrumento. É com os mais pobres que mais convivo. Sei das suas preocupações e acompanho muitas das suas angústias.
Só espero que, apesar da legitimidade do protesto (o Padre Häring falava da necessidade do «ministério do protesto»!), nenhum doente fique por consultar!
Que aqueles que exercem o poder (entendido como serviço) não procurem minorar o alcance da greve. Escutem as pessoas. E tentem ajudá-las a resolver os seus dramas!
http://padrejoaoantonio.blogs.sapo.pt/
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