segunda-feira, 12 de julho de 2010

Impressões da Festa


1. A Igreja é o povo de Deus que caminha para o Pai. Na caminhada, nem todos têm o mesmo ritmo. Há quem queira andar mais depressa, há quem ande mais devagar e há quem goste de ter paragens durante o andamento... É no respeito pelos vários ritmos e sensibilidades que necessitamos de marcar uma cadência onde todos se sintam integrados.
Durante a novena- sem referir os tempos normais - houve três espaços especiais:
- Um momento de forte intimidade com Jesus, estando exposto o Santíssimo sacramento;
-Testemunhos vocacionais na Tertúlia sobre as Vocações;
- Um espaço musical, em ambiente informal, pelo P.e Marcos Alvim.
Se o P. Marcos a todos agradou e encantou, também ouvi muita gente marcada pelos vários testemunhos vocacionais. E ainda ontem alguém me dizia: "Tudo foi interessante, mas aquele encontro, sereno e íntimo, com Jesus exposto foi demais. Marcou-me profundamente."

2. Marcou-me a fé simples e profunda de tanta e tanta gente. A postura, a delicadeza dos gestos, a concentração, a atenção à palavra comunicada, a participação...
Ainda ontem, a quantidade de gente que se abeirou do Sacramento da Confissão! Enquanto alguns momentos habituais da celebração do Sacramento da Confissão nas paróquias vêm tendo cada vez menos penitentes, nos santuários, grandes ou pequenos, a procura aumenta. Por que razão!?

3. A beleza do serviço e da interajuda marcaram estes dias. Na Serra não há nada e só sabemos estimar a importância de alguma coisa quando ela nos falta. Daqui que as pessoas se sintam mais solidárias, mais próximas, mais disponíveis, mais atentas, mais abertas ao outro, mais acolhedoras, mais generosas, mais alegres. Abandonar o ram-ram diário e mudar para um espaço diferente, ajuda as pessoas a serem diferentes. Para melhor.

4. Por mais que se tenha insistido, a gente mais nova (casais novos, jovens e crianças) continua a falhar demais. E isto preocupa-me. Se Santa Helena só a compreende quem a sente, que amor sentirão amanhã estes pessoas se não se habituam a sentir Santa Helena???

5. Não percebo isto: há quem encha a boca com Santa Helena, mas da Serra só conheça o parque das merendas, o calhau e a feira( para não falar de outros usos indevidos daquele espaço...). Gentes que não compreendem que o coração da Serra é o santuário. Serra sem Santa Helena é como corpo sem coração. Esta alergia moderna aos templos por parte de tanta gente é estranha! Doentia.

6. Chocam-me sempre ambientes de intriga, incompreensão, dor-de-cotovelo, má língua, menos escrúpulo por aquilo que a todos pertence, manias e convencimentos. Estas pequenas guerrazinhas que, como traça, vão corroendo o tecido social e eclesial, embora compreensíveis à luz da fragilidade humana, não deixam de ser um indicativo de que a Palavra entra a cem e sai a duzentos!...

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