Em Novembro, "Mês das Almas", o dia dois é dedicado à comemoração de todos os Fiéis Defuntos.
Várias são as vivências que este dia suscita em cada um de nós.
- A saudade. Este humano sentimento ganha especial carga afectiva no dia dos finados. Que saudade imensa dos nossos entes queridos!
- A gratidão. Muito do que somos, temos e vivemos, devemo-lo a pessoas queridas e amigas que já nos deixaram. Tem sentido o desejo quente de queremos para eles paz, felicidade, todo o bem. Paz à sua alma.
- A Fé. Celebramos a vida para além da morte, na esperança da ressurreição do último dia, dos que partiram deste mundo, marcados com o sinal da fé e esperam ainda a purificação total para poderem chegar à visão de Deus.
- A Comunhão dos Santos em Cristo. Durante todo o ano, mas com maior insistência neste dia dois e em todo o mês de Novembro, celebramos aqueles que também já são santos (dizemos que são as santas almas do purgatório), mas que ainda precisam de se purificar a fim de entrarem na felicidade da absoluta perfeição de Deus. Quando rezamos pelos irmãos defuntos, fazemo-lo porque acreditamos no mistério da comunhão dos santos. Isto é, tudo o que fazemos de bom, todos os actos de amor, de autêntico amor, os outros beneficiam desse bem que fazemos. É a solidariedade no bem.
- O sentido da vida. De onde vimos? Para onde Vamos? Que fazemos aqui? Num mundo que nos distrai do essencial, alienando-nos com o superficial, Novembro é "toque de finados" para que nos recentremos, entremos dentro de nós, procuremos o sentido da vida.
Tanta vaidade nos cemitérios!
Se as flores murcham,
Se as velas se derretem,
Se as lágrimas secam,
A oração recolhe-a Deus.
Claro que é bom manter o cemitério limpo, asseado, com as campas arranjadinhas. Diz o povo, e muito bem, "a limpeza, Deus a amou." É o respeito devido aos restos mortais dos nossos entes queridos.
Agora que se gastem fortunas em flores, em velas, em campas caríssimas, penso que será um exagero que os falecidos não apoiam nem Deus aplaude.
Às vezes penso se tais exageros nos cemitérios não serão uma descarga de consciência perante o pouco cuidado dispensado aos felecidos enquanto viviam...
Por outro lado, parece que quanto mais investimos no supérfluo, menos investimos no importante: a oração. A piedade cristã sempre viu na oração, particularmente na Missa, e na esmola as melhores expressões de solidariedade cristã para com os irmãos defuntos.
Às vezes pergunto-me a mim próprio se alguns defuntos, para além da Missa de corpo presente e da de 7º dia que o sacerdote celebra gratuitamente, terão mais alguma oração por eles...
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