Que posso esperar?
Se olhar para baixo,
se olhar para os números
de alunos no Seminário,
[nem sei se é bom revelá-los]
posso esperar
raríssimas ordenações sacerdotais,
uma inevitável acumulação de paróquias,
para os padres em exercício,
uma enorme resistência à mudança
na configuração do ministério presbiteral,
e no paradigma da organização pastoral
... ah e posso esperar
a reforma dos padres aos 90 anos,
se a doença e a demência
não a anteciparem.
Se olhar [assobiar] para o lado...
posso esperar
a consumada debandada dos fiéis,
a falta de acompanhamento
de pessoas, grupos e comunidades,
as persistentes reivindicações
de direitos dos "fregueses"
(à missa, ao padre,
à «assistência religiosa»)
e uma corrida atrás do prejuízo.
Se olhar para cima... para o Alto
[é daí que quero esperar]
posso esperar uma Igreja
mais pequenina,
mais humilde,
mais laical,
mais ministerial,
mais genuína,
menos poderosa,
menos clerical,
menos tradicional,
menos «paroquial».
Que posso esperar?
Que o Espírito Santo
nos converta à realidade
para não fazermos
a triste figura
de teimosos pedintes
de mais padres
que ele quererá menos,
e de outra forma,
que não aquela
da nossa encomenda.
Rezo ao Espírito Santo,
para que me dê a confiança
de que esta obra é sua.
Tomara que eu não estorve.
E sobre trabalho para Ele.
Amaro Gonçalo, Facebook
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