O voto
das confissões cristãs maioritárias (protestantes e católicos) foi
significativamente para apoiar o candidato Donald Trump, nas eleições desta
terça-feira, 5 de novembro, nos Estados Unidos da América, segundo dados
colhidos em sondagens à boca das urnas, nomeadamente da Associated Press, Washington Post e NBC News.
Em comparação com as eleições de 2020, os resultados do voto dos
membros das diferentes confissões religiosas, captado por uma sondagem à boca
das urnas, foram sensivelmente parecidos com os deste ano, com exceção
católicos. Isso terá ficado a dever-se ao facto de Joe Biden ser um católico
assumido, o que o fez ganhar neste segmento específico a Trump por uma margem
de cinco pontos percentuais.
Trump recebeu, nesta eleição, segundo dados da NBC News, o
apoio de 62 por cento dos eleitores protestantes e outras denominações cristãs
não católicas (contra Kamala Harris com 37 por cento) e 56 por cento dos católicos
(41 por cento para a sua adversária). Na variável filiação religiosa, Harris
conquistou apoios sobretudo entre os judeus, grupo minoritário, e, também entre
os nones (aqueles
que se dizem religiosos, mas não estão filiados numa confissão), que são o
segundo grupo com mais peso e onde a candidata obteve 72 por cento (contra
Trump com 25).
De um modo geral, quando se considera apenas os eleitores brancos,
este quadro repete-se mas com uma vantagem acrescida de apoios para Donald
Trump.
Numa análise mais fina, centrada no voto dos eleitores brancos que
se afirmam evangélicos, em comparação com todos os outros que não se
definem como tal, o presidente eleito colheu 81 por cento dos votos (17 para
Harris). Considerando os que se dizem não evangélicos, a posição inverte-se:
Kamala Harris obtém 58 por cento e Trump apenas 38.
Os resultados de outras fontes, nomeadamente da Associated Press
(AP), podiam variar um pouco dos apresentados, mas as tendências eram análogas.
O estudo da AP apurou que 61 dos eleitores católicos defenderam
que o aborto deveria ser legal em todos ou na maioria dos estados e apenas 38
por cento consideraram que deveria ser ilegal. Para estes eleitores católicos,
Kamala Harris era mais confiável para 46 por cento quanto à política que se
propunha seguir relativamente ao aborto, ao passo que 36 por cento confiavam
mais em Trump quanto a esta matéria.
Em contrapartida, os eleitores católicos confiavam mais em Trump
do que em Harris na questão da imigração (mais 25 pontos percentuais) e
na economia (mais 19 pontos). Os eleitores católicos consideravam (seis
em cada dez) que Harris era muito extrema. Curiosamente uma percentagem
idêntica tinha a mesma impressão acerca de Trump.
Ao analisar estes resultados, a Catholic News
Agency recordou que Trump e o agora vice-presidente
eleito, J.D. Vance, procuraram atrair o voto cristão, e em especial católico,
nas últimas semanas. Trump acusou Harris de ser “destrutiva para o
cristianismo”, enquanto que Vance publicou um artigo de opinião no Pittsburgh
Post-Gazette, em que acusa Harris de “preconceito contra os católicos”.
Por outro lado, vários setores católicos não viram com bons olhos que a
candidata democrata tenha faltado ao jantar que costuma ser organizado pela
diocese de Nova Iorque, que reúne os candidatos e é pretexto para recolha de
fundos para instituições sociais.
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