Há dias na escola uma jovem colega pergunta-me: "Não se lembra de mim?" Não recordava mesmo. "Fui sua aluna no 7º ano..."
Ontem, ao fim da conferência, um homem aproxima-se de mim, vinha sorrindo. Mas aquela cara nada me dizia. Então faz exactamente a mesma pergunta: "Não se lembra de mim? Fui seu aluno no 10º ano." É engenheiro civil, casado e pai. Pareceu-me uma pessoa feliz.
Há bocado, quando me dirigia ao lar da Santa Casa para a Eucaristia, um homem espera por mim e fizemos parte do mesmo caminho. Havia acompanhado o seu menino mais novo à catequese. E lá vem a pergunta: "Não se lembra que foi meu professor?"
Por coincidência, os três foram meus alunos na Secundária de Moimenta da Beira, onde leccionei durante 4 anos. Sem dúvida, os anos mais felizes da minha já longa carreira docente. Porque era jovem, porque gostava imenso da maneira de ser daquela gente, porque a escola tinha um ambiente fantástico. E Ainda porque não havia Maria de Lurdes Rodrigues à frente do Ministério da Educação. Gostei de todas escolas por onde passei, umas mais outras menos, mas gostei. Gosto da minha escola. Mas a Secundária de Moimenta é um caso especial.
Claro que não é fácil, à distância de tantos anos, identificar aqueles que então eram meninos/as e hoje são adultos/as. A mudança é, normalmente, muito grande. Para eles é bem mais fácil, já éramos adultos quando fomos seus professores. Depois para quem tem fraca memória geográfica, como é o meu caso, o caso piora.
É bom visitar este passado, acolhendo-o num presente agradável e carregado de frutos.
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