sábado, 8 de setembro de 2007

"Quem meu filho beija, minha boca adoça."

Naquela manhã da festa, o marido diz à mulher:
- Olha, vou até ao café enquanto o padre diz a missa. Mas logo que comece a procissão chama-me, ouviste?
- Está descansado. Eu vou adiantando o almoço, mas quando ouvir os foguetes a anunciar que vai sair a procissão, mando-te um toque. Leva o telemóvel, não te esqueças!

Bonito. É assim tanta da nossa gente. Procede desta maneira por ignorância ( "a santa com mais devotos em Portugal"). Não pode haver dúvidas nenhumas. O ponto central de uma festa religiosa é a EUCARISTIA. Não é a procissão.

Não é Cristo que Maria nos aponta??? "Fazei tudo aquilo que Meu Filho vos disser", lê-se no Evangelho de São João.
Honrar, celebrar, bendizer, acolher Cristo-Eucaristia é louvar Nossa Senhora. Foi, é e será Cristo que Maria sempre nos apresenta.
Quem meu filho beija, minha boca adoça...

E que dizer de tantos e tantos milhares de euros que se gastam em festas em honra de Nossa Senhora e dos santos? Fortunas em foguetes, conjuntos, bandas, andores...
E os pobres? E os dois milhões de portugueses (só para falar de Portugal) que estão no limiar da pobreza? E as obras sócio-caritativas? E as estruturas de apoio à pastoral? Para estes não há dinheiro... damos pouco e com mau feitio... os outros é que têm obrigação... Como nós somos!

Mas não será cada pessoa a imagem mais importante da Mãe?
Uma criança com fome, um velho abandonado, um doente, um solitário, um casal em dificuldades, um desempregado, não serão imagens vivas da nossa Mãe do Céu? E que fazemos a essas imagens da Mãe? Quem meu filho beija, minha boca adoça!

Olhamos tanto para as imagens de barro ou de madeira; olhamos tão pouco para as imagens vivas que são as pessoas.

Não estará na hora de darmos lugar a um cristianismo a sério? Basta querermos.

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