Um pequeno olhava a avó com curiosidade enquanto ela escrevia com um lápis um longo texto.
- Estou a escrever para ti - disse a anciã. Mas mais importante que as palavras é este lápis com que escrevo. Gostava que fosses como ele, quando cresceres.
- Mas ele é igual a todos os lápis que tenho visto! - disse o neto.
- Tudo depende da maneira como olhas as coisas. Há neste lápis cinco qualidades. Se as conseguires, viverás feliz em paz com o mundo.
Primeira qualidade: - podes fazer grandes coisas, mas não podes esquecer a Mão que guia teus passos, que chamamos Deus.
Segunda qualidade: - de vez em quando é preciso parar de escrever e usar o afia-lápis. Ele sofrerá um pouco, mas ficará mais afiado e perfeito. Aprende a suportar algumas dores que te vão surgindo, porque farão de ti pessoa mais perfeita.
Terceira qualidade: - o lápis permite-te usar uma borracha para limpares e corrigires o que está errado. Corrigir o que fizemos mal é importante para o caminho da justiça.
Quarta qualidade: - o que mais interessa no lápis não é a madeira, nem a cor, nem o feitio, mas o grafite que está dentro dele. Também o que está dentro de ti é o mais importante.
Quinta qualidade: - o lápis, por onde passa, deixa sempre marcas, maiores ou menores. Assim acontece com tudo o que fizeres na vida. Tudo o que fizeres fica com a tua marca. Por isso tens que ser perfeito em todas as tuas acções.
O pequeno ouviu sua querida avó silencioso e atento e gravou na memória fresca a interessante mensagem do lápis. E prometeu vivê-la, fazendo da vida uma escrita perfeita, orientado e assistido pela Mão invisível de Deus.
Mário Salgueirinho
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